quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Rossato e Saito depõe sobre suposto lobby na compra dos caças Gripen pelo Brasil

Na última terça-feira (1), o atual comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Rossato, e o seu antecessor, Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, deram depoimento á justiça sobre um suposto esquema envolvendo a compra dos caças suecos e o ex-presidente Lula. 

De acordo com o depoimento do Tenente-Brigadeiro do Ar Nivaldo Luiz Rossato, o mesmo disse não ter conhecimento de qualquer envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha com relação a compra dos novos caças da Força Aérea Brasileira. O Brigadeiro deixou claro que a decisão pela compra dos caças SAAB Gripen E/F se deu por critérios técnicos, sem sofrer a influências da esfera política.

O comandante em seu depoimento explicou que o projeto de aquisição dos caças tem se arrastado por um longo tempo, tendo começado em 1995 ainda sob o governo de Fernando Henrique Cardoso, e só veio a ser definido com a assinatura do respectivo contrato de compra em 2013 no governo primeiro mandato de Dilma Rousseff. A concorrência na qual se sagrou vencedor o caça suéco, avaliou aeronaves de diversos fabricantes e origens, resultando na short-list com a indicação de três aeronaves, resultando no relatório elaborado pelo COPAC ( comissão responsável pelos estudos e avaliações do programa de aquisição da aeronave de combate) encaminhado ao Palácio do Planalto para definição da compra. Dentre os finalista estavam o Dassault Rafale francês, o norte americano Boeing F/A-18 Super Hornet e o escolhido SAAB Gripen E/F sueco.

Finalista do Programa FX-2 no qual venceu o SAAB Gripen
O processo de avaliações e o relatório final foi entregue em 2010 ao Planalto, no final do governo Lula, constando que as três aeronaves finalistas atendiam aos requisitos brasileiros. Quando questionado sobre eventual influência de Lula, o comandante Rossato afirmou: “Desconheço. Sei que a presidente Dilma apresentou em 2013 a decisão dela”.

Rossato explicou que apesar dos três atenderem as necessidades da FAB, os Gripens se destacavam pelo nível de transferência de tecnologia, custo mais baixo de aquisição e pela posição de neutralidade da Suécia, sendo uma nação sem alinhamento com organizações militares como a Otan.

Atualmente, o Programa Gripen está orçado em 4,7 bilhões de dólares. “Era um processo que se desenrolava normalmente, extremamente técnico. Eles (a Copac) são especializados e fizeram todos os estudos. Fazem uma lista grande, e selecionam entre aqueles que melhor atendem aos requisitos”, declarou o comandante.

Ele depôs como testemunha de defesa do ex-presidente Lula e do filho dele, Luís Cláudio Lula da Silva, em ação penal em que são acusados de integrar esquema de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa para viabilizar a compra dos caças Gripen e a edição de medida provisória que favoreceu montadoras de veículos com incentivos fiscais.

Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti Saito, também depôs e reforçou que a indicação do Gripen foi técnica e que a preferência velada do ex-presidente era pela aeronave francesa, Dassault Rafale. “Ele (Lula) respeitava a opinião nossa. Ele perdeu a oportunidade de definir e deixou a decisão para a presidente Dilma”, declarou Saito ao comentar a suposta inclinação do petista pela compra do Rafale.

O ex-comandante da Aeronáutica citou que o Gripen era o mais barato dos três finalistas e aquele que tinha o menor custo de manutenção. “O Gripen estava na faixa de 7 mil dólares a hora de voo”, detalhou, acrescentando que, no caso dos demais, o custo superava os 10 mil dólares por hora voada.

Saito afirmou que a Aeronáutica sempre preferiu o Gripen. Contou que, em 2012, desconfiou que Dilma escolheria o modelo americano como estratégia de se aproximar comercialmente dos Estados Unidos. Porém, após as denúncias de espionagem do governo americano, as chances da parceria vingar minguaram.

Presente à audiência, o advogado de Lula, José Roberto Batochio, disse que os depoimentos fulminam a tese da acusação de que houve tráfico de influência na compra. As oitivas confirmaram, segundo ele, que “a opção pelo Gripen foi tomada pela comissão da FAB”. 

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com agências
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1 comentários:

  1. O Gripen foi a escolha perfeita para corruptos! Um caça totalmente inadequado as necessidades brasileiras precisando torar bilhões em pesquisas para aumentar sua autonomia de combate e desenvolver uma versão marinha... até cego consegue enxergar isto!

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