domingo, 28 de janeiro de 2018

103 pessoas morrem em atentado no Afeganistão

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O ministro do Interior do Afeganistão afirmou que pelo menos 103 pessoas foram mortas em um atentado suicida perpetrado pelo Talibã em Cabul neste sábado, ao atualizar as consequências da tragédia neste domingo (28).

Wais Ahmad Barmak revela que outras 235 pessoas ficaram feridas no ataque. Barmak disse que policiais estão entre os mortos e feridos.

O terrorista dirigia uma ambulância cheia de explosivos e conseguiu passar por um ponto de controle de segurança dizendo que estava transferindo um paciente para um hospital. A explosão danificou ou destruiu dezenas de lojas e veículos.

Fonte: Associated Press via Exame
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Bombardeio equivocado da coalizão internacional mata 7 policiais iraquianos

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Um bombardeio equivocado feito pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos na cidade de Ramadi, na província de Al Anbar, no leste do Iraque, matou sete policiais iraquianos e deixou outros dez feridos.
Uma fonte de segurança informou à Agência Efe que está entre as vítimas um oficial de inteligência. O chefe da polícia de Ramadi, Abdelsalam al Abidi, ficou gravemente ferido no ataque.
O incidente ocorreu quando o grupo ia para um bairro da cidade após um tiroteio. Um soldado das forças antiterroristas iraquianas, que contam com o apoio da coalizão, já tinha morrido no confronto.
Segundo a fonte consultada pela Efe, a coalizão confundiu a chegada dos policiais como um reforço para os terroristas.
"Isso ocorreu devido à falta de coordenação entre o Comando das Operações Antiterrorismo da região e a polícia", disse.
O Comando das Operações Conjuntas do Iraque, que colabora com a coalizão internacional na luta contra o grupo Estado Islâmico (EI), abriu uma investigação para descobrir o que ocorreu.
Em comunicado, o órgão informou que as tropas foram para região para prender um líder terrorista identificado como Kalim al Samarmad e membros de uma célula que organizava atentados contra as forças de segurança e civis.
Durante a operação, segundo a nota, os terroristas lançaram granadas contra os soldados, que recuaram. Foi quando eles viram uma "concentração de homens armados que não faziam parte da operação" e, portanto, acabaram atacados por aviões da coalizão.
O porta-voz da coalizão internacional, coronel Ryan Dillon, disse no Twitter que os fatos estão sendo investigados, mas ressaltou que qualquer operação é "pedida e feita com a aprovação do Iraque". 

Fonte: EFE
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Lula esta inelegível? O GBN News lança uma análise sobre o assunto

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Após o julgamento em que o ex-presidente Luís Inácio “Lula” da Silva foi condenado, uma pergunta tomou as redes sociais brasileiras, Lula pode se candidatar na próxima eleição?

A dúvida levou a declarações contraditórias por parte de especialistas e juristas. Mas o GBN News se valendo do arcabouço jurídico ao qual temos conhecimento, podemos abordar a questão em foco, onde iremos apresentar um panorama que tem por objetivo esclarecer as dúvidas quanto a elegibilidade ou não de Lula.

Tendo em foco a “Lei da Ficha Limpa”, sancionada inclusive pelo ex-presidente “Lula” através da Lei Complementar N.135/2010, que trata da emendada à  Lei Complementar N.64/1990, a qual teve por objetivo aumentar a idoneidade dos candidatos a cargos políticos.

Segundo reza a “Lei da Ficha Limpa, o candidato se torna inelegível por oito anos de acordo as seguintes condições:  Caso o candidato tenha o mandato cassado, renunciar para evitar a cassação ou for condenado por decisão de órgão colegiado (por mais de um juiz), mesmo que ainda exista a possibilidade de recursos, sendo esta terceira condição a que se encontra o ex-presidente Lula.

O mais curioso nisso, é que o Projeto da “Ficha Limpa” sancionado pelo ex-presidente Lula em 4 de junho de 2010, após ter sido aprovado na Câmara dos Deputados no dia 5 de maio de 2010 e no Senado Federal  em 19 de maio do mesmo ano por votação unânime.

Nos atendo a visão jurídica da situação de Lula,ele se encontra inelegível, pois a lei proíbe que políticos condenados em decisões colegiadas de segunda instância possam se candidatar. Porém, apesar disso, ainda cabe ao PT entrar com pedido de Liminar para garantir a candidatura de Lula, mesmo com a condenação prevista como prerrogativa para o impedimento previsto na “Lei da Ficha Limpa”.

No entanto, o petista poderá registrar sua candidatura, o que incorrerá posteriormente ao indeferimento pelo TSE, o que levará algumas semanas após a entrada do pedido de inelegibilidade. Possibilitando ao mesmo que faça campanha até que seja julgado todos os recursos cabíveis ao petista no STF, onde uma brecha na lei permite que um candidato condenado possa entrar com um pedido de liminar em uma instância superior para tentar concorrer. No caso de Lula, isso deverá ocorrer junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Cabe aqui lembrar que Lula não teve seus direitos políticos suspensos, o que permite o registro da candidatura e abre um leque de opções jurídicas para tentar validar sua candidatura, mesmo diante da condenação por lavagem de dinheiro e corrupção confirmada por três desembargadores do Tribunal Regional da 4° Região.

Ressaltamos aqui também um importante ponto a ser considerado no caso que envolve Lula, se o mesmo conseguir uma limitar para garantir sua candidatura, esse recurso terá os seguintes resultados, além de acelerar o processo, Lula não contará com garantia nenhuma, mesmo que concorra e seja eleito. A liminar não oferece garantia de registro ou a concessão do diploma. Caso ele seja eleito e o julgamento dos recursos ocorrerem depois e estes sejam recusados, confirmando sua condenação, todos os atos eleitorais que contaram com a participação do candidato serão nulos. O que incorrerá em novas eleições presidenciais.

Outro ponto que não tem sido observado pela mídia em geral, é o fato que o caso envolvendo o ex-presidente Lula após o julgamento pelo STF, pode parar no duplo grau de jurisdição internacional. Se chegarmos a tal ponto e ficar provado que o processo era viciado na origem, e caso seja provado que não existiam provas desde o inicio, podemos ter uma eleição contestada a nível internacional e ter contra nós a adoção da cláusula de quebra democrática do tratado do Mercosul.

Então, podemos concluir que mesmo que seja permitida a candidatura de Lula, o mesmo não estará livre dos resultados do seu julgamento, onde fora condenado por três dos três desembargadores que julgaram o processo em que Lula responde em segunda instância. Em suma, a candidatura de Lula pode acarretar uma serie de consequências que pouco foram analisadas.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.


Colaborou: Joâo Pedro M. Amorim - Advogado

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sábado, 27 de janeiro de 2018

Embraer reitera acusação de subsídio do Canadá à Bombardier

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A canadense Bombardier venceu nesta sexta-feira (26) uma disputa comercial contra a norte-americana Boeing, após uma agência dos Estados Unidos rejeitar o pedido de aplicar tarifas maiores sobre as vendas do jato C-Series da canadense para operadoras dos EUA.


As ações da Bombardier subiram 15%, enquanto os papéis da Boeing tiveram ligeira queda.


A Comissão de Comércio Internacional dos EUA rejeitou argumentos da Boeing de que foi prejudicada pelas vendas do C-Series a preços abaixo do mercado nos EUA, e descartou uma recomendação do Departamento de Comércio para cobrar um tarifa de quase 300 por cento sobre as vendas da aeronave com 110 a 130 assento por cinco anos.


A brasileira Embraer, maior rival da Bombardier no mercado de aeronaves de médio porte, reiterou sua posição de que a Bombardier e suas aeronaves C-Series foram fortemente subsidiadas pelo governo canadense.


“Esses subsídios maciços não só permitiram que a Bombardier sobrevivesse, mas também que a empresa oferecesse suas aeronaves a preços artificialmente baixos, distorcendo todo o mercado global de aeronaves comerciais”, disse a Embraer em comunicado.


Esperava-se que a Comissão nos EUA decidisse a favor da Boeing, que acusou a Bombardier de vender os aviões abaixo do custo no mercado norte-americano.


A Comissão não deu uma explicação para sua decisão.


Em comunicado, a Bombardier chamou a decisão de uma “vitória para a inovação, a concorrência e o estado de direito”, e uma vitória para as companhias aéreas dos EUA e para os passageiros.


A Boeing disse que estava decepcionada que a Comissão não reconheceu “o prejuízo que a Boeing sofreu com os bilhões de dólares em subsídios ilegais do governo que o Departamento de Comércio descobriu que a Bombardier recebeu e usou para lançar aeronaves no mercado de aeronaves de corredor único dos EUA”.


Fonte: Exame

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Embraer & Boeing - Representantes da SAAB se reúnem com Jungmann e Bombardier obtém vitória nos EUA

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Em mais um capítulo das negociações entre a norte americana Boeing e a brasileira Embraer, representantes da sueca SAAB se reuniram com governo brasileiro, ao que tudo indica, a reunião tratou dos interesses suecos na parceria que envolve a transferência de tecnologias sensíveis da SAAB para Embraer, algo que pode levar á um revés no acordo bilionário dos caças Gripen BR, vencedor do programa FX-2.

O temor sueco teria como foco a possibilidade da sua concorrente no mercado de defesa, Boeing, ter acesso aos segredos industriais de seus caças Gripen E/F, aeronaves que disputam vários contratos ao redor do mundo com o F/A-18 E/F produzido pela Boeing.

Apesar da SAAB e a Boeing  estar desenvolvendo em conjunto uma aeronave para disputar o bilionário programa T-X da USAF, a sinergia entre as duas gigantes da defesa é limitada a esse programa. Alguns leigos no campo de defesa ainda dizem que o caça sueco possui muitos sistemas norte americanos, porém, ignoram o fato mais importante no que tange o Gripen E/F, a aeronave possui todo sistema de integração e gerenciamento de sistemas desenvolvido pela SAAB, o ponto chave da aeronave.

Hakan Buskhe, presidente da SAAB, deixou claro ao governo brasileiro que qualquer risco aos segredos industriais da SAAB, teria como resultado uma revisão no acordo relativo a participação da Embraer no programa Gripen BR. Segundo Buskhe,“ A discussão criou uma preocupação muito grande na Suécia, pois a SAAB é tão estratégica para a Suécia, quanto a Embraer é para o Brasil”, continuou: “ Queremos continuar essa parceria de qualquer forma. Nunca fizemos uma transferência de tecnologias tão abrangente quanto a oferecida ao Brasil”, concluiu.

Apesar da tensão criada, os representantes da sueca se mostraram satisfeitos com a posição apresentada pelo ministro de defesa brasileiro, Raul Jungmann,  na qual garantiu que a Embraer não será vendida, e que qualquer acordo que venha a ser estabelecido com a gigante norte americana, este respeitará as cláusulas contratuais com a SAAB e os interesses estratégicos do governo brasileiro com relação aos programas de defesa em andamento.

Recentemente a Bombardier logrou uma importante vitória comercial sobre a Boeing, com a suspensão da taxa de 292% sobre a venda de aeronaves C-Series no mercado norte americano. Tal notícia não repercute apenas na Boeing, mas também na Embraer, que pode ter ameaçada sua liderança no mercado de aeronaves na faixa de 70 á 140 assentos nos EUA, um dos seus mais importantes mercados.

A Bombardier se torna um forte concorrente da Embraer, principalmente pelo fato da canadense ter uma importante parceria com a gigante européia, Airbus, a qual lhe garante uma enorme estrutura de vendas e suporte técnico ao redor do mundo.


Para Boeing um acordo com a Embraer seria uma ótima saída para que a mesma mantenha sua posição no mercado, uma vez que diversos de seus clientes tem optado por operar com aeronaves na faixa de 70 á 140 assento ao invés das aeronaves de entrada da Boeing, o 737. A norte americana possui uma lacuna em seu portfólio, não possuindo nenhuma aeronave que atenda a esse nicho. No caso brasileiro, é preciso muita cautela ao se pensar em uma parceria que envolva os papéis da empresa e a participação de executivos de outra indústria no controle de suas decisões. Lembrando que várias indústrias que passaram por esse processo ao redor do mundo tiveram grandes prejuízos.


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sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Batalha de Iwo Jima - A estratégia do General Kuribayashi

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Dando seguimento as matérias combinadas com o Canal “Arte da Guerra”, desta vez vamos falar sobre Iwo Jima, e claro, não é possível falar de Iwo Jima sem falar de Tadamichi Kuribayashi, o genial general do exército imperial japonês que comandou a defesa da ilha de Iwo Jima durante a Segunda Guerra Mundial.

Kuribayashi nasceu em uma família de grande tradição samurai em Nagano, Japão, no ano de 1891. Obteve grande destaque no Colégio Militar de Guerra, onde se graduou em 1923, recebendo o sabre de oficial das mãos do próprio imperador Taishō.

A partir de 1928, Kuribayashi foi enviado como adido militar da Embaixada japonesa em Washington nos EUA, onde conduziu extensos trabalhos de pesquisa sobre assuntos relativos a industriais de defesa e as forças militares dos EUA.

Um ponto interessante, é que Kuribayashi após concluir sua adidância, afirmou em carta redigida à sua família que "os Estados Unidos eram o último país com o qual o Japão deveria se confrontar".

Após uma virada nos rumos da Segunda Guerra em favor dos aliados, o alto comando japonês se viu diante de uma dolorosa realidade, o Japão não tinha mais fôlego para manter por muito tempo sua capacidade ofensiva, e isso ficava cada dia mais claro diante do avanço norte americano no pacífico.

O alto comando então decidiu compor uma defesa em linhas, onde Iwo Jima seria a última linha de defesa antes que os americanos pudessem atacar diretamente o Japão, sendo Iwo Jima um ponto estratégico para ambos os lados. Diante deste dilema, Kuribayashi foi incumbido para cuidar das defesas de Iwo Jima. Com a missão de infligir as maiores baixas possíveis aos americanos e retardar a captura da ilha, dando tempo para que o Japão reorganiza-se suas defesas, e negar o máximo de tempo que Estados Unidos tivessem a possibilidade de estabelecer uma base aérea na ilha, a qual serviria de “trampolim” para atacar o Japão diretamente.

Tal operação levou a evacuação de cerca de mil civis que habitavam a ilha, tendo sido deslocada uma guarnição com 21 mil soldados para reforçar as defesas de Iwo Jima. Porém, os equipamentos com os quais contavam eram básicos, se limitando a fuzis, granadas de mão, metralhadoras, morteiros e alguns blindados leves, nada que oferecesse uma real diferença frente ao avanço das forças norte americanas. Apesar dessas deficiências, Kuribayashi possuía uma incrível visão estratégica, e inovou em diversas táticas de defesa que implementou no seu plano de defesa da ilha, contrariando toda uma postura defensiva padrão adotada pelo exército imperial japonês, que de certa forma obteve algum êxito no primeiro momento, apesar de já ser tida como uma derrota esperada.

Kuribayashi ordenou que fossem removidas as trincheiras das praias, o que segundo sua visão estratégica, seria perda desnecessária de homens e equipamentos frente ao inimigo que se esperava.  Ao invés de erguer suas defesas nas praias e enfrentar os desembarques de frente, ele ordenou a construção de uma complexa rede de túneis e bunkersdefesas em profundidade interconectadas, com posições estáticas que contavam com armamento pesado, usando a artilharia disponível e ninhos de metralhadora. Como os blindados que dispunha para defesa não eram páreos para confrontar diretamente as forças dos EUA, Kuribayashi optou por empregar os blindados sob comando do coronel Takeichi Nishi como artilharia, os camuflando e protegendo em trincheiras.

Um dos pontos fortes da defesa de Iwo Jima era a vasta rede de túneis, embora os túneis que ligavam o Monte Suribashi ao resto da ilha não tivessem sido concluídos, Kuribayashi usou sua destreza e dividiu a ilha em setores semi-independentes ao sul e ao redor do Monte Suribachi, com as principais defesas construídas no norte. Ao longo de toda ilha haviam bunkers enterrados, armadilhas, principalmente ao norte. Geradores movidos a querosene e gasolina mantinham as luzes e os rádios operacionais.

Outra noção que o general japonês tinha plena consciência, é que ninguém que estava defendendo a ilha voltaria com vida ao Japão, estando preocupado com sua missão de infligir o maior número de baixas possível ao inimigo. E Kuribayashi não poderia contar com nenhum tipo de apoio aéreo ou naval, uma vez que o Japão poupava esses recursos para empregar na defesa do território do Japão. Lembrando que a essa altura a indústria japonesa estava exaurida e o esforço de guerra japonês esta no seu limite, próximo ao colapso pela falta de material e mesmo de pessoal qualificado em suas tropas.

Kuribayashi teria o desafio de enfrentar uma força invasora muito maior que a sua e com meios muita mais capazes do que os quais contava naquele momento.

A Batalha de Iwo Jima ganhou as telonas do cinema sob direção de Clint Eastwood, que produziu o magnífico filme “Cartas de Iwo Jima, que foi inspirado nas cartas enviadas pelos defensores da ilha as suas famílias. O próprio General Kuribayashi escreveu inumeras cartas para a sua esposa, as quais hoje são documentos históricos, que refletem os sentimentos e pensamentos dos defensores de Iwo Jima.

A Batalha de Iwo Jima teve inicio em 19 de fevereiro de 1945, quando a força tarefa 58 da Marinha dos EUA chegou á Iwo Jima nas primeiras horas da madrugada daquele dia, logo ao amanhecer um intenso bombardeio naval saturou as praias da ilha, sendo sucedido pelo desembarque do primeiro contingente de Marines. Enfrentando pouca resistência, os norte americanos havia acreditado que os japoneses haviam sofrido pesadas perdas diante do bombardeio anterior ao desembarque, porém, essa era a estratégia de Kuribayashi, que permitiu que os americanos desembarcassem nas praias de Iwo Jima e ficassem confiantes, permitindo que os Marines avançassem pelo terreno arenoso vulcânico e os americanos começassem a desembarcar seus equipamentos pesados. 

Após algumas horas os americanos tinham tomado a praia com milhares de homens e equipamentos, era o momento que aguardava Kuribayashi, o mesmo deu então ordem para que suas tropas lançassem um fulminante ataque contra as forças invasoras, todas as metralhadoras e morteiros dispararam contra a “cabeça de praia”, desnorteando as forças americanas e levando o caos, foi um verdadeiro banho de sangue, com as tropas sendo pegas de surpresa.

A artilharia pesada posicionada no Monte Suribachi abriu fogo contra as posições americanas, em seguida recolheram-se evitando o contra-ataque. A rede de túneis construída começou a mostrar seu valor estratégico, permitindo que as tropas japonesas fizessem manobras, recuando de suas posições diante do avanço das forças americanas e após sua passagem, retomavam suas posições surpreendendo os invasores com ataques em sua retaguarda, estratégia que surpreendeu os militares americanos, que por diversas vezes certificavam a limpeza da área com uso de granadas e lança-chamas contra as casamatas defensivas japonesas, mas que em pouco tempo voltavam a disparar contra as tropas, o que causou um grande número de baixas nas primeiras horas do combate.

O combate foi intenso, mas no quarto dia da Batalha de Iwo Jima, uma emblemática foto foi tirada após a tomada do Monte Suribachi, a bandeira dos EUA tremulava após ser hasteada por um grupo de Marines. Apesar da conquista do monte, o grande desafio seria tomar o lado norte de Iwo Jima, onde havia o maior aparato defensivo. A missão resultou em milhares de americanos mortos, porém, os japoneses também sofreram pesadas perdas, sendo o ataque lançado para retomar o Monte Suribachi um dos maiores desastres para os japoneses, resultando na morte de mais de 780 homens de uma força formada por mil, com a maior parte sobrevivente ao ataque sendo feita prisioneira ou morrendo em conseqüência dos ferimentos posteriormente.

Mas no dia 25 de março, diante da derrota eminente e com escassos recursos, os japoneses lançaram sua última ofensiva contra a base aérea estabelecida pelos americanos no norte da ilha, uma tentativa desesperada para tentar matar os pilotos americanos e assim atrasar os ataques contra o Japão a partir de Iwo Jima. Segundo relatos, Kuribayashi teria pessoalmente liderado o ataque final contra os americanos, a defesa da ilha resultou na morte de todos os soldados imperiais e do General Kuribayashi em batalha, diferente do que ocorreu em outras derrotas japonesas, onde seus líderes realizaram o Harakiri diante da derrota eminente, Kuribayashi preferiu lançar um ataque silencioso, em uma última tentativa de atrasar as forças americanas, seu corpo jamais foi encontrado. Esse era o fim de um dos maiores estrategistas japoneses e um legítimo guerreiro.

No dia 26 de março de 1945, as forças norte americanas declaravam Iwo Jima como território seguro, sendo oficialmente o fim de uma das mais sangrentas batalhas travadas no teatro de operações do Pacífico.


O nosso parceiro, Cmte Robinson Farinazzo, preparou um vídeo que fala sobre o General Kuribayashi e vale a pena conferir no Canal “Arte da Guerra” o vídeo "General Kuribayashi, o defensor de Iwo Jima" e não esqueça de se inscrever no canal. Outra parceria que estréia nessa matéria combinada, é o vídeo produzido pelo Luciano Silva, que trás um vídeo que fala sobre as espadas empregadas pelos japoneses na Segunda Guerra Mundial em "Gunto - As espadas modernas do Japão", contando um pouco da história japonesa e a relação das espadas com a tradição militar nipônica, uma matéria muito interessante, vale a pena conferir, clique aqui no link.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista, editor do GBN News, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio e leste europeu, especialista em assuntos de defesa e segurança.



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Alemanha suspende modernização de Leopard da Turquia em resposta á ofensiva na Síria

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Em resposta á ofensiva da Turquia contra os curdos em Afrin, Alemanha suspende a modernização dos MBT's Leopard da Turquia.

Segundo disse o Ministro das Relações Exteriores alemão, seu país não irá fornecer armamentos á regiões em conflito, o que não excluí a Turquia, nação aliada da OTAN.

Os alemães haviam firmado acordo com Ancara para inicialmente modernizar os MBT’s Leopard do Exército turco, um programa que seria executado pela Rheinmetall, uma das principais indústrias de defesa alemãs.

No entanto, à medida que as forças turcas iniciaram a ofensiva "Olive Branch" contra os curdos na cidade de Afrin no norte da Síria.

O Ministério das Relações Exteriores alemão também exortou a OTAN a discutir os recentes desenvolvimentos no norte da Síria.

O ministro das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, disse que o congelamento de armas de Berlim não tem nada a ver com a cooperação militar entre os dois países.

"Enquanto lutamos contra terroristas, esperamos apoio e solidariedade da Alemanha. Esperamos que eles não apoiem terroristas, mas sei que também estão sob pressão", disse Cavusoglu.

Desde a década de 80, as forças armadas turcas operam cerca de 400 Leopard I, alguns dos quais foram atualizados pela indústria de defesa da Turquia. Em meados de 2000, a Turquia recebeu cerca de 350 MBT’s Leopard 2A4, versão modernizada com uma nova torre, novo armamento e equipamentos eletrônicos.

Há pouco tempo durante uma campanha militar na Síria, a Turquia sofreu a perda de uma série de Leopard 2 durante a ofensiva contra o EI, tendo sido vítimas de armas anti-tanque. Recentemente a Turquia solicitou junto a Berlim que as empresas alemãs instalassem novos sistemas defensivos para oferecer uma melhor proteção contra mísseis anti-tanque, mas alguns políticos alemães pediram que fosse suspenso o fornecimento de armas aos turcos.

Esta não é a primeira vez que a Alemanha se nega a fornecer armamento à Turquia. Em setembro do ano passado, o Berlim adiou "todas as grandes solicitações para sistemas de defesa que a Turquia enviou, e estes não são poucos". Em resposta  Ancara disse que a negativa alemã tornará a Turquia vulnerável ao terrorismo e irá enfraquecer as operações de combate ao terrorismo.

Este é um dos efeitos colaterais da ofensiva em Afrin, a qual pode resultar no isolamento da Turquia por parte de seus aliados da OTAN.


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com agências
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A Alemanha pede à OTAN que discuta ofensiva da Turquia em Afrin

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O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, solicitou ao Secretário-Geral da OTAN que levante a questão da operação militar da Turquia contra os curdos em Afrin à medida que as tensões se elevam na região.

"Pedi ao secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, para discutir a situação na Síria e particularmente na parte norte do país dentro da OTAN", disse Gabriel em um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores. Ele também disse que Berlim, juntamente com Paris, exorta os lados a "cessar a escalada" das hostilidades na região "para facilitar o acesso humanitário à área e proteger os civis", chamando de "maior prioridade".

Gabriel também observou que a resolução de conflitos deveria "levar em consideração os interesses de segurança da Turquia". "Ainda existem possibilidades de negociações políticas para a paz e a estabilidade na Síria" , disse ele, acrescentando que não devem ser desperdiçadas como resultado de ações militares. "Eu repetidamente deixei claro para o governo turco", acrescentou o ministro das Relações Exteriores.

No domingo (21), o ministro das Relações Exteriores alemão criticou as ações de Ancara em Afrin, dizendo que a última coisa que a Síria precisa após a derrota do Estado islâmico é outro confronto militar em seu território. Ele também advertiu que um conflito entre a Turquia e os curdos sírios "traz riscos que são inestimáveis".

Gabriel elogiou a Turquia e os curdos dizendo que ambos fizeram grandes esforços na luta contra os terroristas do Estado islâmico. Ele também exortou todos os lados a se concentrar no processo de paz e nas negociações políticas.

Gabriel também indicou que a Alemanha pretende atrasar ainda mais suas exportações de armas para a Turquia à luz da operação de Ancara no norte da Síria. "É claro para o governo federal que não devemos fornecer armas a hotspots de tensão e não fará isso" , disse ele em sua declaração, aparentemente referindo-se à campanha militar da Turquia na região de Afrin.

O ministro também citou o "papel proeminente" de que a questão das exportações de armas provavelmente será realizada nas futuras negociações da coalizão na Alemanha, explicando a decisão do atual governo "provisório" para atrasar a discussão de todas as "questões críticas" até um novo governo ser formado.

Aliança insegura


Não é a primeira vez que Berlim decidiu suspender as vendas de armas a Ancara, uma vez que as relações entre os dois aliados da OTAN sofreu tensão desde 2016. Em setembro de 2017, a Alemanha colocou em espera o que chamou de "grandes" pedidos de exportação de armas da Turquia. De acordo com uma carta de março de 2017 do Ministério das Relações Econômicas da Alemanha, citada pelo jornal Sueddeutsche Zeitung, o total de 11 pedidos de entregas de armas à Turquia foi bloqueado pela Alemanha.

Merkel disse mais tarde que Berlim ainda poderia analisar sua decisão e examinar cada acordo específico separadamente. Ela também disse que a Turquia ainda é o aliado da Alemanha e os dois países "lutam juntos" contra o terrorismo islâmico.

Os movimentos vieram entre a linha que seguiu a tentativa de golpe de Estado de julho de 2016 na Turquia, o que levou a uma repressão em massa contra figuras da oposição, bem como pessoas comuns acusadas de simpatizar com o separatismo curdo e o clérigo auto-exilado Fethullah Gulen, que a Turquia diz que planejou o golpe.

A repressão foi fortemente criticada na Europa e particularmente na Alemanha. Berlim repetidamente acusou Ancara de violar os direitos humanos e exigiu a libertação de nacionais alemães detidos por suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A Turquia prendeu dois jornalistas alemães, um dos quais tem dupla cidadania, acusando-os de espionagem.

A reforma constitucional da Turquia que entregou o presidente Recep Tayyip Erdogan de novos poderes de grande alcance tornou-se outro ponto de disputa nas relações bilaterais entre os dois países. Antes do referendo sobre a reforma, a Alemanha, ao lado de alguns outros estados europeus, proibiu vários comícios e eventos pro-Erdogan envolvendo endereços de altos funcionários turcos à grande comunidade turca que vive na UE. O movimento levou Ancara a acusar os líderes alemães de "nazistas" que apoiam "práticas fascistas".

As relações entre Berlim e Ancara atingiram um nível tão baixo que a Alemanha chegou a retirar suas tropas e aeronaves da Base Aérea de  Incirlik na Turquia. Anteriormente, a Alemanha reconheceu o massacre no início do século XX de armênios no Império Otomano como "genocídio".

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com agências
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Ataque duplo de Erdogan

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A Turquia está em guerra contra os curdos na Síria. Jornalistas que criticam as ofensivas do governo turco são presos. E a Otan e a Rússia silenciam, de forma inaceitável.

Há 25 anos, Ugur Mumcu, o jornalista investigativo mais marcante da história da imprensa turca, perdia sua vida em um atentado com carro-bomba em Ancara. Os explosivos foram colocados embaixo de seu carro por terroristas islâmicos. Com seus livros e suas colunas, Mumcu lutou em seu país não só contra o fanatismo religioso e contra a corrupção como também por liberdade de imprensa. Dele também vem a frase: "Liberdade de imprensa não é um presente do Estado".

Mumcu é apenas um dos muitos jornalistas que foram assassinados na Turquia por defenderem a verdade. Repórteres e comentaristas - turcos ou curdos. Como defensores obstinados do direito do público a informações sobre acontecimentos e seus motivos, em muitas ditaduras no mundo, repórteres ou blogueiros compartilham do mesmo destino de seus colegas.

Ao investigar, reportar e opinar, eles arriscam suas vidas e também sua liberdade. Por isso não é uma surpresa o anúncio do promotor de Diyarbakir, no sudeste da Anatólia, de que 30 jornalistas tenham sido presos por terem compartilhado nas redes sociais suas reportagens de cunho crítico. Na metrópole do Bósforo, Istambul, as autoridades investigam cerca de 70 jornalistas e blogueiros devido a suas publicações criticando a ofensiva militar das forças turcas na Síria.

A comprovação de que, para o presidente Recep Tayyip Erdogan e seu governo, a liberdade de imprensa é vista como um presente do Estado, foi dada pelo primeiro-ministro turco, Binali Yildirim. Ele chamou alguns representantes da mídia e - de surpresa - também alguns jornalistas da oposição escolhidos a dedo, para explicar as expectativas das chefias do Estado e do governo.

O único objetivo do encontro era, como sempre, lembrar a imprensa de seu "compromisso para com o Estado" e de seu juramento para com os "interesses nacionais". O autocrata Erdogan persistentemente não reconhece que não são os jornalistas que devem proteger o Estado, mas sim o Estado que deve proteger a liberdade de imprensa. Sob essas condições, pode-se especular interminavelmente o motivo pelo qual Erdogan se colocou em uma corda bamba sem rede de proteção na Síria. A operação "Ramo de Oliveira" pode se tornar um bumerangue para a Turquia, se o país pensa que pode sozinho garantir paz e ordem em suas fronteiras.

No entanto, permanece um enigma por que os Estados Unidos e também a Alemanha, anteriormente apoiadores dos curdos na Síria, agora escondem suas cabeças na terra. Também a Rússia se esconde atrás de declarações, ao invés de explicar por que deixou que as milícias curdo-sírias Unidades de Proteção do Povo (YPG, na sigla em curdo) caíssem. Não era segredo que a YPG era um dos braços do Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK) que é classificado tanto pela União Europeia quanto pelos EUA como terrorista. Porém, o sucesso (temporário?) no combate ao "Estado Islâmico" não teria sido possível sem as YPG.

Atualmente o "Exército Livre da Síria" é aliado da Turquia na luta conjunta contra o ditador sírio Bashar al-Assad. No entanto, ninguém sabe com certeza quais forças radicais ou até terroristas se escondem neste grupo opaco.

O que vai acontecer quando os curdos tiverem sido expulsos de Afrin e o "Exército Livre da Síria" tiver alcançado o poder na cidade e na região - até então pacíficas em comparação com as demais?

O único fato até o momento é que dez mil refugiados que haviam fugido de cidades como Aleppo estavam em segurança em Afrin. Agora uma nova massa de refugiados da Síria em direção à Turquia é iminente. Isso não ficará sem consequências também para a Europa.

Neste contexto, em vez de apenas advertências, declarações mais claras de Berlim a Ancara seriam mais oportunas.  Também porque tanto o Exército turco quanto o YPG, no papel de aliados, foram significativamente equipados e treinados pelo Ocidente. E, nos grupos de ambos os lados, as armas alemãs têm um papel decisivo.

Fonte: Deutsche Welle
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O dilema dos EUA na Síria

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Operação militar de Erdogan contra a milícia curda YPG no norte da Síria expõe o tênue equilíbrio entre alianças dos EUA com esses dois rivais, assim como a força da Rússia na região.

A quase completa derrota do grupo jihadista "Estado Islâmico" (EI) no Iraque e na Síria está alterando o tabuleiro estratégico na região e criando situações conflituosas que, já previsíveis, permaneciam latentes apenas por causa do perigo representado pelo EI e pelo interesse maior em derrotá-lo.

Uma dessas situações se origina no tênue equilíbrio entre as alianças simultâneas dos EUA com dois rivais: a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG) e a Turquia, esta no âmbito da Otan. No norte da Síria, as YPG são o principal grupo apoiado pelos americanos na luta contra o EI. Ao mesmo tempo são classificadas pela Turquia de terroristas e de ameaça à integridade nacional.

Esse tênue equilíbrio começou a ser posto à prova no sábado passado (20), quando a Turquia iniciou uma operação militar em Afrin, um enclave curdo no noroeste da Síria, para expulsar as YPG de lá. A ofensiva começou depois de os Estados Unidos terem anunciado que iriam treinar um exército para patrulhar a fronteira da Síria, com as YPG como elemento central.

Assim, tudo indica que muito em breve os Estados Unidos estarão diante de um dilema: manter o apoio às YPG, e assim arriscar um conflito com a Turquia, ou retirar esse apoio, passando a serem vistos como traidores pelos curdos, que combateram do lado dos EUA na Síria.

Outro ponto claro é o tamanho da influência que a Rússia angariou na Síria – ocupando o vácuo criado pela ausência dos Estados Unidos. Analistas dão como certo que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, teve que buscar o aval de Moscou para iniciar sua operação no noroeste da Síria. A Rússia, afinal, controla o espaço aéreo sobre Afrin – na verdade, sobre toda a região a oeste do rio Eufrates.

A evolução das prioridades de Erdogan mostra como ele teme a formação de um Estado curdo no norte da Síria. Quando a guerra civil síria começou, em 2011, a prioridade era derrubar o presidente Bashar al-Assad. Quando o "Estado Islâmico" ganhou terreno no país vizinho, o objetivo passou a ser combater o grupo extremista. Agora, a prioridade é evitar que os curdos ganhem autonomia ou mesmo um Estado – para isso, Erdogan já parece até mesmo disposto a tolerar Assad no poder.

O surgimento de um Estado ou região autônoma curda no norte da Síria é visto como uma ameaça existencial pelo governo turco. Porém, essa área já existe e tem até nome: Rojava, ou Curdistão Ocidental. Ela corresponde à área contígua à fronteira com a Turquia controlada pelas YPG, no norte da Síria. Seus pilares são três regiões administrativas, em torno das cidades de Afrin (extremo oeste), Kobanê (centro) e Qamishli (no extremo leste).

A região dominada pelas YPG se estende do extremo leste até o rio Eufrates, além de um enclave em torno de Afrin, no extremo oeste. O objetivo da Turquia é evitar que os curdos sírios conquistem mais território e consolidem seu domínio na região.

Os curdos são um grupo étnico espalhado por quatro países: Turquia, Irã, Iraque e Síria. A região por eles habitada, e que abrange áreas desses quatro países, é historicamente chamada de Curdistão. Unir as quatro partes numa nação é um anseio antigo de grupos nacionalistas curdos.

Fonte: Deutsche Welle
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USS Pueblo - O navio dos EUA capturado pela Coreia do Norte

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Só há um navio da Marinha americana em poder de uma nação estrangeira, o USS Pueblo, uma embarcação espiã capturada pela Coreia do Norte há 50 anos e que hoje está atracada em um rio na capital Pyongyang como um misto de troféu e atração turística.
Os visitantes podem fazer um tour guiado que relata como os valentes marinheiros do Exército Popular norte-coreano capturaram o navio. Como afirmam há cinco décadas, o USS Pueblo teria sido detido quando navegava ilegalmente em suas "águas territoriais".
A captura deixou um marinheiro americano morto e 83 presos, os quais passaram por duras condições de privação de liberdade e interrogatórios por 11 meses. O governo dos Estados Unidos, sob o comando de Lyndon Johnson, teve de pedir desculpas à Coreia do Norte e admitir que havia violado seu território.
Para muitos, essa foi uma dura derrota americana perante o regime norte-coreano.

A noite da abordagem

Na noite de 23 de janeiro de 1968, o USS Pueblo, um navio de 155 metros de comprimento, com armamento limitado e que estava disfarçado como um navio científico, navegava próximo da costa da Coreia do Norte.
Em seu interior, havia equipamentos de comunicação de alta tecnologia e uma tripulação bem treinada para interceptar e decodificar mensagens.
Ao estar em águas internacionais, segundo a versão dos Estados Unidos, o capitão Llyod Bucher confiava que não poderia ser detido, por isso a tripulação ficou surpresa ao ver o navio rodeado por três barcos norte-coreanos. Um deles ordenou que se preparassem para serem abordados e abriu fogo após a recusa dos americanos.
O USS Pueblo tinha só duas metralhadoras calibre 50 a bordo, que eram mantidas escondidas o tempo todo. "Não tínhamos como atirar de volta, porque éramos um navio desarmado. Esse era nosso disfarce", contou à BBC o tenente Skip Schumacher, que tinha 24 anos na época e era o oficial de operações da embarcação.
O capitão do navio ordenou que batessem em retirada, mas eles não conseguiram escapar dos norte-coreanos. Mas a manobra deu algum tempo para que a tripulação destruísse todos os documentos mais delicados e inutilizasse os equipamentos de comunicação.
Mas, como não havia uma máquina para triturar papéis, foi necessário queimá-los, um processo mais lento que permitiu aos marinheiros se desfazer só de uma pequena parte dos dados de inteligência.

A captura

Após várias horas de enfrentamento, um marinheiro americano tinha morrido e uma dezena havia ficado ferida. O capitão Bucher, então, decidiu se render.
Os prisioneiros foram levados a uma prisão em Pyongyang com o objetivo de obter toda a informação possível.
Começaram por Bucher, que foi golpeado ao se negar a admitir que o navio havia violado as águas territoriais da Coreia do Norte e que comandava uma embarcação espiã.
O tenente Schumacher se recorda dos métodos utilizados para tentar dobrar o capitão.
"Puseram uma pistola contra sua cabeça e disseram: 'Vamos te matar'. E faziam um 'clic' com o revólver, que parecia não ter balas, mas ele ainda assim se negava", diz.
Quando os interrogadores o colocaram frente a um suposto pelotão de fuzilamento e disseram que iam matar seus homens um a um, Bucher enfim aceitou assinar uma confissão.

O cativeiro

Após a notícia da captura do USS Pueblo, não houve uma missão de resgate, já que os Estados Unidos não tinha informações suficientes sobre onde estavam os marinheiros presos.
Além disso, eram os anos da Guerra Fria, e a União Soviética era um aliado histórico da Coreia do Norte, o que exigia que movimentos militares fossem muito bem calculados.
Suspeita-se que grande parte da informação obtida com os documentos e equipamentos de comunicação do navio tenha chegado às mãos de agentes da KGB, o serviço secreto soviético.
Os prisioneiros foram mantidos em cativeiro por vários meses. Pyongyang estabeleceu um canal de comunicação com o governo americano e exigiu que a Casa Branca reconhecesse que havia cometido um erro. Em certa ocasião, foram enviadas fotos de marinheiros para provar que estavam sendo bem tratados. Em uma imagem, eles mostravam o dedo médio a seus captores.
"Dissemos que o dedo era um sinal de boa sorte no Havaí", explicou o tenente Schumacher. A foto foi publicada na revista Time, que saudou a tripulação. Mas quando ela foi vista na Coreia do Norte e seu significado foi compreendido, a reação foi violenta.
"Eles queriam saber sobre todos os termos com duplo sentido e as gírias que tínhamos usado no cativeiro, e nos bateram muito", disse Schumacher. "Foi brutal."

A vergonha

Sem muitas opções, os Estados Unidos se viram obrigados a declarar que reconheciam que o navio estava espionando quando foi capturado e a pedir desculpas à Coreia do Norte.
Os norte-coreanos também obrigaram o comandante Bucher a gravar uma mensagem de agradecimento.
Os marinheiros foram libertados em 23 de dezembro de 1968, exatamente 11 meses depois de sua captura, em uma zona desmilitarizada na fronteira entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul.
Posteriormente, a Casa Branca se retratou do pedido de desculpas. O comandante Bucher acabou levado a um tribunal por ter se rendido. Mas ainda que tenha sido recomendado que fosse julgado em uma corte marcial, o então secretário da Marinha, John Chafee, descartou essa opção.
Em 1989, os marinheiros receberam medalhas reconhecendo a coragem demonstrada. No entanto, ainda há na Marinha quem acredite que eles deveriam ter lutado até a morte, em vez de se deixar cair nas mãos do inimigo.

Fonte: BBC Brasil
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