quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

FELIZ 2010, um ano de conquistas !!!

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Aos amigos leitores e colaboradores deste novo projeto, eu venho primeiramente agradecer por sua participação e apoio que tem sido tão importantes para o GeoPolítica Brasil e para mim como editor deste espaço.

Estamos há 3 meses no ar, enfrentamos algumas dificuldades técnicas e mesmo financeiras para manter o blog no ar, mas com garra estamos vencendo os obstáculos.

Sempre com um trabalho sério, sempre nos preocupando em levar a você informação de primeira linha e matérias para aumentar seus conhecimentos com relação a geopolítica e estratégia, e principalmente o cenário mundial e o Brasil.

Neste final de 2009 quero agradecer a amigos em especial que tem sido imprescindíveis para este projeto, são os amigos Hornet, Luan e Lucas Calabrio. Também muitos outros amigos que tem feito sugestões e participado aqui com seus comentários. Pois aqui nós abrimos um espaço para que você amigo possa comentar os fatos, perguntar, se expressar, trocar experiências e conhecimento, um espaço onde você tem voz.

Em 2010 viremos com novidades e muitas surpresas para você, e desejamos que neste ano novo que esta chegando, que você tenha um ano de muita Paz, Saúde e Prosperidade. Peço que Deus abençoe a todos vocês amigos e mesmo aos críticos, que suas famílias sejam muito abençoadas e felizes neste ano que chega cheio de esperanças, planos e surpresas.

Desejo a todos um ano repleto de conquistas e alegrias

Ainda aproveitando para parabenizar a todos por este ano que superamos, tenha sido ele dificil ou não, foi um ano de momentos felizes e triste para todos nós, mas estamos aqui e prontos para mais um ano de luta. E como brasileiros, não desprezando os amigos de diversas partes do mundo, nós somos um povo de luta: Somos brasileiros e não desistimos nunca!

Obrigado a todos e um Feliz Ano Novo, um Feliz 2010

São os sinceros votos do seu amigo e editor

Angelo Daniel Nicolaci
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Jobim pode deixar ministério em 2010

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Em alguns setores do governo federal já é dada como mais que provável a saída de Nelson Jobim (PMDB) do cargo de titular do Ministério da Defesa. O motivo seria a forte amizade dele com o governador paulista e virtual candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. O que se comenta é que essa proximidade o deixaria pouco à vontade no governo quando a campanha eleitoral entrasse na esperada fase de fogo cerrado.

Serra e Jobim são amigos desde a segunda metade da década de 80, quando foram eleitos para a Câmara e acabaram dividindo um apartamento funcional em Brasília. Até hoje, quando visitam São Paulo, o ministro da Defesa e sua mulher costumam reunir-se com o casal Serra.

Em 2007, quando deixou o Palácio do Planalto, logo após receber o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a pasta da Defesa, um dos primeiros telefonemas que Jobim disparou foi para o amigo Serra. Para contar que havia decidido aceitar o convite.

Jobim entrou para o ministério de Lula como parte da quota do PMDB. Substituiu Waldir Pires, que se desgastara e arrastara com ele o governo durante a crise aérea. Assumiu desde o início um tom de aproximação com os militares, procurando melhorar o diálogo com chefes das tropas. Isso provocou críticas em setores do governo, especialmente aqueles ligados à área de defesa dos Direitos Humanos – interessados em rever questões relacionadas ao período da ditadura, deflagrada com o golpe militar de 1964.

Mas sua atuação também sido elogiada. Comenta-se que, desde a criação do ministério, em 1999, nenhum outro titular da vaga teria atraído para a pasta o prestígio que Jobim conquistou. No governo Lula, ele foi antecedido no cargo por José Viegas Filho, diplomata de carreira, e pelo vice-presidente, José Alencar, além de Waldir Pires.

No governo de Fernando Henrique Cardoso, Jobim foi ministro da Justiça durante um período de dois anos. Deixou o cargo em 1997 para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Fonte: Estadão

Nota do Blog: Se for confirmado, quem seria o substituto de Jobim? E como ficará a balança na escolha do vencedor do FX-2, pois como todos sabemos o ministro é a favor da compra do Rafale, com sua saída poderia haver uma mudança no MD em relação ao resultado do FX-2?

Nota do Blog 2: Também é importante checarmos esta informação, pois como já vimos diversas vezes o Estadão não é tão confiavel como deveria ser.
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Suicida invade base militar americana no Afeganistão e mata 8 agentes da CIA

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Oito civis norte-americanos, que trabalhavam para a CIA, e cinco canadenses, sendo quatro soldados, morreram nas últimas 24 horas no Afeganistão, onde 2009 foi o ano mais violento para as forças estrangeiras desde 2001.

Os oito americanos morreram em um atentado em RC-East, segundo um funcionário da embaixada dos Estados Unidos em Cabul, referindo-se à região militar do leste do país, que inclui 14 províncias.

Em Washington, uma porta-voz do departamento da Defesa indicou que os oito americanos morreram numa base militar quando um homem detonou os explosivos que carregava.

O atentado aconteceu na Base Operacional Avançada de Chapman, situada na província de Khost, perto da fronteira com o Paquistão, segundo a porta-voz do Pentágono, a tenente-coronel Almarah Belk.

Segundo o Washington Post, a maioria das vítimas provavelmente eram empregados ou terceirizados da CIA.

Os talibãs reivindicaram a autoria do atentado na manhã desta quinta-feira.

"Ontem, em uma base americana perto do antigo aeroporto de Khost, um camicase chamado Samiulá realizou um atentado suicida ao detonar seu cinturão de explosivos e matar a 16 americanos", declarou Zabihulá Mujahid, porta-voz dos talibãs contatados por telefone pela AFP.

"Era nosso homem e detonou o cinturão em meio a agentes da CIA", acrescentou.

Por outra parte, cinco canadenses, quatro soldados e uma jornalista, morreram na explosão de uma bomba na passagem de seu carro blindado em Kandahar, reduto dos talibãs do sul do país, segundo anunciou o chefe do contingente canadense no país, general Daniel Ménard.

A jornalista, primeira representante da imprensa canadense que morre no Afeganistão, era Michelle Lang, do jornal Calgary Herald, que realizava sua primeira missão no país, segundo a tv CBC.

"Os soldados patrulhavam para recolher informações e garantir a segurança na zona. A jornalista estava com eles para informar o dia a dia dos soldados canadenses ", afirmou o oficial.

Um total de 138 soldados canadenses morreram no Afeganistão, onde o Canadá mantém 2.800 militares na região de Kandahar. Este contingente deve ser repatriado em 2011.

Estes novos ataques acontecem quando o número de soldados americanos e da Isaf deve aumentar de 113.000 a 150.000 em 2010 para combater a insurreição dos talibãs. O ano de 2009 foi o mais mortífero para o contingente estrangeiro desde a invasão do país em 2001.

Ao mesmo tempo, o número de civis estrangeiros presentes no Afeganistão aumenta rapidamente. Os Estados Unidos anunciaram em novembro que duplicou a quantidade de especialistas civis e que esse número deveria alcançar as mil pessoas até o fim do ano.

Estes dois últimos ataques acontecem em meio à polêmica sobre a morte de dez civis afegãos por ação das forças estrangeiras, segundo informe divulgado na véspera pela presidência afegã, e manifestações antiamericanas na Cabul e Jalalabad (leste).

A Isaf nega estas acusações e assegura que não existem provas que apoiem as conclusões dos investigadores.

A agência de espionagem americana decidiu não informar sobre o ataque, que segundo um ex-membro da CIA, pode ser mais grave ainda que o sofrido no ataque de 1983 contra a embaixada americana no Líbano, no qual morreram oito funcionários da inteligência em um só dia.

Fonte: EFE / AFP
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Atentados a bomba matam mais de 30 no Iraque

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Um duplo atentado suicida matou pelo menos 27 pessoas e feriu mais de cem numa região sunita do Iraque, na quarta-feira, e uma bomba numa estrada matou sete peregrinos que voltavam de uma importante celebração xiita.

Os ataques mostram a tenacidade dos insurgentes, apesar da redução geral da violência, e refletem a vulnerabilidade de um governo que se prepara para realizar eleições nacionais em março e para substituir as forças dos EUA.

Soldados norte-americanos levaram Qassim Mohammed, governador da província de Anbar (oeste), para Bagdá, depois de ele ser ferido nos atentados em frente à sede do governo provincial, na cidade de Ramadi.

Aparentemente, as explosões aconteceram quando ele chegava para trabalhar. O coronel da polícia Jabbar Ajaj disse que um homem-bomba acionou os explosivos num carro, e o outro veio a pé enquanto Mohammed inspecionava os danos no local. A TV estatal Iraqiya disse que um dos homens-bomba trabalhava como guarda-costas do governador.

Fontes hospitalares e policiais disseram que Sadoon Khraibit, membro do conselho de governo de Anbar, e um subchefe de polícia ficaram feridos nos ataques, que deixaram destroços e sangue na rua. Khraibit morreu no hospital, segundo policiais e familiares.

"Eu estava indo na direção de umas lojas bem ao lado do prédio do governo provincial quando uma enorme explosão aconteceu. Voei pelos ares, e acordei no hospital", disse Ahmed Mahmoud, 30 anos.

Muitos dos 105 feridos são policiais. No hospital de Ramadi, os médicos se aglomeravam em volta de policiais em macas. Entre os feridos havia um bebê, com a fralda e o casaco brancos manchados de sangue.

Fonte: Reuters

Nota do Blog: Todos os dias vemos notícias de atentados e insurgência no Iraque. Eu faço a você leitor uma pergunta e gostaria que deixassem seu comentario a respeito: Será que os EUA vão conseguir realmente deixar no Iraque uma democracia estável quando suas tropas deixarem aquele país? Ou veremos mais um fracasso das políticas americanas ao redor do globo?

Na minha opinião a estabilização do Iraque não se dará a curto ou médio prazo. E a campanha americana foi mais um exemplo de atitude mal estudada e afobada de um governo que não mede as consequencias de suas atitudes.
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Dois aviões, um israelense e outro francês, quase se chocaram sobre Belgrado

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Um avião da companhia aérea israelense El Al quase entrou em colisão com um aparelho da Air France no espaço aéreo sérvio no dia 28 de dezembro, devido a um erro cometido pela tripulação da aeronave francesa, informou nesta quarta-feira o Directorat - o Departamento sérvio da Aviação Civil.

Foi aberta uma enquete sobre este incidente segundo o qual um avião do tipo Airbus 318 da Air France e um Boeing 777 da El Al posicionaram-se numa distância de apenas 300 metros um do outro, porque "o aparelho francês não seguiu as instruções dadas pelo controle do tráfego aéreo", indicou o Directorat em comunicado citado pela agência Beta.

"A tripulação francesa repetiu corretamente as instruções de descer a uma altitude de 35.000 pés (10.668 metros), mas, por motivos ainda não estabelecidos, o aparelho continuou a descer abaixo da altitude requerida e aprovada" ao sobrevoar Belgrado, precisou a nota.

Acrescentou que um possível choque entre as duas aeronaves foi evitado graças a "uma intervenção no momento certo pelo controlador de voos".

Segundo a imprensa local, 120 passageiros estavam a bordo do avião israelense que operava entre Tel Aviv e Nova York.

De acordo com uma porta-voz da Air France, "o voo prosseguiu normalmente e, em nenhum momento, o avião nem seus passageiros estiveram em risco". O aparelho havia decolado do aeroporto de Paris Charles-de-Gaulle às 10H26 no dia 28 de dezembro e "pousou antecipadamente em Sofia, às 13H29".

Fonte: AFP

Nota do Blog: O que esta havendo na Air France? Ultimamente vemos diversos problemas em seus voos, sejam de falha técnica ou humana. Espero que a empresa tenha mais atenção a segurança do voo neste ano de 2010, pois aviação exige muita seriedade e responsabilidade em todos os setores que compõem uma Companhia aérea.
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FAB traz 32 brasileiros que estavam no Suriname

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Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) enviado ao Suriname pelo governo do Brasil decolou de Paramaribo às 19h05 (20h05 em Brasília) desta quarta-feira com 32 brasileiros que desejam deixar a região onde "marrons" surinameses descendentes de quilombolas atacaram garimpeiros na noite de quinta-feira (24).

O Hércules C-130 deve chegar a Belém (PA), por volta das 22h30, segundo informações do Ministério de Relações Exteriores. Inicialmente as autoridades informaram que o número de brasileiros que seriam repatriados era de 33. O avião viaja equipado com uma UTI móvel, médicos, enfermeiros e auxiliares.

Segundo o Itamaraty, o avião trará ao Brasil os aqueles que manifestaram interesse em deixar o Suriname, entre eles três feridos em situação estável. Todos estavam na cidade de Albina quando os ataques aconteceram e fugiram sem documentos, por isso receberam uma autorização de retorno concedida pela Embaixada do Brasil no Suriname.

O ministério informou ainda que todos receberam da embaixada um par de calçados, uma muda de roupa e cem dólares, dinheiro que pode ser utilizado para ajudar os brasileiros a se locomoverem de Belém para as próprias cidades.

Um primeiro voo trouxera de volta cinco pessoas, mas devido à baixa procura de brasileiros interessados em retornar, não há previsão de novos envios de aeronaves. Segundo diplomatas, em geral, os brasileiros resistem em deixar o Suriname mesmo depois do confronto em Albina.

Retirados de Albina, por questão de segurança, eles estão abrigados em hotéis de Paramaribo Confort, Esmeralda, Nobre e Perola com despesas pagas pelo governo do Brasil. Outros estão em casas de amigos, na mesma região.

Nesta quarta-feira, a Embaixada do Brasil em Paramaribo divulgou uma lista com nomes de 124 brasileiros que estavam na região de Albina, no dia do crime.

Uma das principais dificuldades do MRE é que a maioria dos cerca de 15 mil brasileiros que estão no Suriname é ilegal e não dispõe de documentação.

Conforme testemunhas, quilombolas surinameses atacaram cerca de 200 brasileiros e outros estrangeiros como chineses e javaneses que viviam na região de Albina, na noite de Natal. A maioria das vítimas é ligada ao garimpo ilegal. Os "marrons" estavam revoltados com a morte de um surinamês, atribuída a um brasileiro. Pelo menos 25 ficaram feridos no ataque. Houve também agressões físicas, estupros e depredações.

Nesta terça-feira (29), o MRE confirmou que brasileiras foram estupradas durante o ataque em Albina. O total de mulheres violentadas está entre dez e 20 e inclui estrangeiras, conforme o ministério.

Não há registro oficial de mortes, e o governo brasileiro pede cautela na definição sobre um número de desaparecidos.

O padre José Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katólica e deu assistência aos brasileiros vítimas do ataque, afirmou que há pelo menos sete desaparecidos inclusive brasileiros. De acordo com relatos de brasileiros que moram no Suriname, quilombolas surinameses teriam matado e jogado os corpos das vítimas nos rios e matas da região.

Nesta terça-feira, o MRE esclareceu que não nega a existência de desaparecidos, mas ressaltou que é comum, para aqueles que vivem na região de Albina e trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa, passar "semanas na floresta", sem comunicação. "Por esse motivo, é necessário aguardar antes de considerar 'desaparecido' qualquer desses cidadãos", afirmou o MRE, em comunicado.

Fonte: Folha

Nota do Blog: Espero que haja uma pressão maior de nosso governo sobre aquele governo para que sejam caçados e julgados os autores desta bárbarie.
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EUA ampliam ajuda militar e econômica ao Iêmen após atentado

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Os Estados Unidos aumentaram sua ajuda militar e econômica ao Iêmen, diante da crescente ameaça da rede terrorista Al Qaeda e após o atentado frustrado contra um avião comercial, informaram funcionários americanos nesta quarta-feira.

"Até certo ponto, podemos dizer que este incidente voltou a atenção para o Iêmen", admitiu um alto funcionário do departamento de Estado à agência France Presse.

O nigeriano Umar Faruk Abdulmutallab, de 23 anos, disse ao FBI que foi treinado por uma célula da rede Al Qaeda no Iêmen para detonar um explosivo no voo que seguia de Amsterdã para Detroit no Natal.

No ano fiscal de 2010, a ajuda dos Estados Unidos ao Iêmen para desenvolvimento e segurança deve chegar aos US$ 63 milhões, contra US$ 40,3 milhões em 2009, segundo o porta-voz do departamento de Estado Darby Holladay.

"Isto representa um incremento de 56% sobre o ano fiscal de 2009, e de 225% sobre os níveis de 2008", disse Holladay.

Os dois países trocam informação de Inteligência e há suspeitas de que os Estados Unidos ajudaram as forças iemenitas em ataques aéreos contra a Al Qaeda no Iêmen nas últimas semanas.

Washington promove programas para aumentar o emprego, ajudar agricultores, construir escolas e melhorar as condições de vida em várias regiões do Iêmen.

Fonte: France Presse
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Chavéz faz críticas a previsões para 2010

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O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou nesta quarta-feira que seus opositores deverão "importar Forças Armadas" se quiserem dar um golpe de Estado contra seu governo, criticando as previsões para 2010 feitas pela Newsweek, à qual chamou de "uma revista do império".

De acordo com as previsões da Newsweek, o ano de 2010 verá a morte do veterano líder cubano Fidel Castro e a queda do venezuelano Hugo Chávez depois de um golpe de Estado, além de uma ascensão do Brasil no cenário internacional.

Para a Venezuela, a Newsweek desenha um panorama econômico sombrio e de insatisfação social para "o homem forte" em 2010, depois de quase 10 anos beneficiando-se de "uma economia global estável e da disparada da demanda de petróleo".

"Os militares intervêm para derrubar Chávez e restaurar a ordem, num momento em que o socialismo do século XXI se desintegra no conhecido cenário daquele do século XX, de escassez, pobreza e caos", escreve a publicação.

A derrubada de Chávez é a previsão número quatro das dez que a revista se arrisca a fazer. Sua lista é encabeçada pelo sucesso da nova estratégia do presidente americano, Barack Obama, no Afeganistão, a queda da economia chinesa e um golpe no Paquistão.

Para Fidel, "2010 parece que será seu último ano sobre a Terra", segundo a publicação.

A morte do líder da revolução cubana abrirá espaço, de acordo com a Newsweek, para transformações na ilha, "que não mudará da noite para o dia", mas "as inflexibilidades (falta de liberdade de imprensa, restrições migratórias, culto à personalidade, perseguição a homossexuais) associadas a seu nome serão reavaliadas".

Depois de sua morte, o governo de Obama enviaria uma delegação de alto nível para iniciar um diálogo com Havana.

"Em pouco tempo, e talvez até o fim do ano, a secretária de Estado Hillary Clinton anunciará um plano para normalizar as relações com Cuba para 2013", estima a revista.

As expectativas para o ano que começa amanhã, de acordo com a prestigiada publicação americana, são de que o Brasil se transforme em uma "nova China", atingindo o auge de sua pujança econômica.

"O Brasil será a nova China", continua a Newsweek, apontando que o gigante sul-americano possui inúmeras vantagens em relação ao país asiático - que apresenta "riscos no horizonte" - e em relação à Índia - "imersa em uma instável região com ameaças por todos os lados".

"Ao longo de 2010, aumentará a distância entre o Brasil e o resto dos países do Bric", grupo de potências emergentes integrado ainda por Rússia, Índia e China.



Fonte: AFP
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CIA defende-se de não ter divulgado informação suficiente sobre atentado

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A CIA defendeu-se nesta quarta-feira de não ter divulgado informações satisfatórias sobre o nigeriano que tentou fazer explodir um avião de carreira americano, no dia de Natal, como afirma a imprensa nos Estados Unidos.

"Obtivemos informações sobre Umar Farouk Abdulmutallab em novembro, quando seu pai foi à embaixada dos Estados Unidos na Nigéria", depois "trabalhamos para nos assegurar de que o dossiê havia sido disposto na base de dados do governo sobre pessoas suscetíveis de terem ligação com o terrorismo, com a menção de possíveis conexões com extremistas no Iêmen", assegurou o porta-voz da CIA, Paul Gimigliano.

"Enviamos também dados biográficos dele ao Centro Nacional de Antiterrorismo (NCTC)", a agência governamental que coordena as atividades da informação americana, afirmou.

Um funcionário da informação, no entanto, afirmou à AFP que a entrevista com o pai do suspeito não continha elementos suficientes para colocar o nome de Umar Farouk Abdulmutallab na lista das cerca de 4.000 pessoas proibidas de voar para os Estados Unidos.

Segundo o Wall Street Journal, que cita dirigentes americanos não identificados, a visita do pai do nigeriano à embaixada americana de Abuja motivou uma reunião entre representantes do ministério da Segurança Interior, da polícia federal (FBI), do departamento de Estado e da CIA, mas as informações obtidas não foram recolhidas e analisadas nos Estados Unidos.



Fonte: AFP
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Medvedev diz que 2009 foi bom para as relações Moscou-Washington

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O presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, destacou que em 2009 foram fortalecidas as relações entre Moscou e Washington, em mensagem de saudação ao colega dos Estados Unidos, Barack Obama, por causa do Ano Novo, divulgada hoje pelo escritório de imprensa do Kremlin.

"Ao fazer um balanço do ano que acaba, suponho que podemos somá-lo, sem dúvida, aos ativos da interação russo-americana", assinala o texto.

Medvedev ressalta que em 2009 "foi possível fortalecer as relações bilaterais" e "ampliar a cooperação" entre os países no âmbito internacional, assim como "avançar em direção à construção de uma associação da Rússia com os Estados Unidos, beneficente e de longo prazo".

"É importante o fato de que os princípios da confiança, a franqueza e a disposição de tomar em consideração os interesses da outra parte se transformaram na base dos enfoques renovados sobre o desenvolvimento das relações entre nossos países", acrescenta o presidente russo.

Indica que a Rússia e os EUA têm pela frente "novas e ambiciosas tarefas".

Fonte: EFE
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Projeto revoga Lei de Anistia e Jobim ameaça se demitir

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O Programa Nacional de Direitos Humanos, que prevê a criação de uma comissão especial para revogar a Lei de Anistia de 1979, provocou uma crise militar. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, procurou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 22, para entregar sua carta de demissão, informam as repórteres Christiane Samarco e Eugênia Lopes. Os três comandantes das Forças Armadas decidiram que também deixariam os cargos. Para os militares, o programa, lançado no dia 21 e proposto pelo ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, tem trechos "revanchistas e provocativos". Eles reclamam do "ambiente de constantes provocações" criado pela secretaria. Ao final de três dias de tensão, Lula e Jobim fizeram um acordo político: não se reescreve o texto do programa, mas as propostas de lei a serem enviadas ao Congresso não afrontarão as Forças Armadas.

Jobim faz carta de demissão após ameaça de mudar a Lei de Anistia

Lula fecha acordo com ministro, que seria seguido por comandantes das Forças e vê "revanchismo" em Vannuchi

A terceira versão do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), que propõe a criação de uma comissão especial para revogar a Lei de Anistia de 1979, provocou uma crise militar na véspera do Natal e levou o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a escrever uma carta de demissão e a procurar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 22, na Base Aérea de Brasília, para entregar o cargo. Solidários a Jobim, os três comandantes das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha) decidiram que também deixariam os cargos, se a saída de Jobim fosse consumada.

Na avaliação dos militares e do ministro Jobim, o PNDH-3, proposto pelo ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos, e lançado no dia 21 passado, tem trechos "revanchistas e provocativos". Ao final de três dias de tensão, o presidente da República e o ministro da Defesa fizeram um acordo político: não se reescreve o texto do programa, mas as propostas da lei a serem enviadas ao Congresso não afrontarão as Forças Armadas e, se for preciso, a base governista será mobilizada para não aprovar textos de caráter revanchista.

Os comandantes militares transformaram Jobim em fiador desse acordo, mas disseram que a manutenção da Lei de Anistia é "ponto de honra". As Forças Armadas tratam com "naturalidade institucional" o fato de os benefícios da lei e sua amplitude estarem hoje sob análise do Supremo Tribunal Federal - isso é decorrente de um processo legal que foi aberto na Justiça Federal de São Paulo contra os ex-coronéis e torturadores Carlos Alberto Brilhante Ustra e Audir Santos Maciel.

Além da proposta para revogar a Lei de Anistia, que está na diretriz que fala em acabar com "as leis remanescentes do período 1964-1985 que sejam contrárias à garantia dos Direitos Humanos", outro ponto irritou os militares e, em especial, o ministro Jobim. Ele reclamou com Lula da quebra do "acordo tácito" para que os textos do PNDH-3 citassem as Forças Armadas e os movimentos civis da esquerda armada de oposição ao regime militar como alvos de possíveis processos "para examinar as violações de direitos humanos praticadas no contexto da repressão política no período 1964-1985".

Jobim foi surpreendido com um texto sem referências aos grupos da esquerda armada. Os militares dizem que se essas investigações vão ficar a cargo de uma Comissão da Verdade, todos os fatos referentes ao regime militar devem ser investigados. "Se querem por coronel e general no banco dos réus, então também vamos botar a Dilma e o Franklin Martins", disse um general da ativa ao Estado, referindo-se à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ao ministro de Comunicação Social, que participaram da luta armada. "Não me venham falar em processo para militar pois a maioria nem está mais nos quartéis de hoje", acrescentou o general.

Os militares também consideram "picuinha" e "provocação" a proposta de Vannuchi de uma lei "proibindo que logradouros, atos e próprios nacionais e prédios públicos recebam nomes de pessoas que praticaram crimes de lesa-humanidade". "Estamos engolindo sapo atrás de sapo", resumiu o general, que pediu anonimato por não poder se manifestar.

SOLIDARIEDADE

A decisão de Jobim entregar o cargo foi tomada no dia 21 e teve, inicialmente, o apoio dos comandantes Juniti Saito (Aeronáutica) e Enzo Peri (Exército). Consultado por telefone, porque estava no Rio, o comandante da Marinha, almirante Moura Neto, também aderiu. Diante da tensão, Lula acertou que se encontraria com Jobim em Brasília, na volta da viagem que havia feito ao Rio, para inaugurar casas populares no complexo do Alemão e visitar obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Na conversa, Lula rejeitou a entrega da carta de demissão e disse que contornaria politicamente o problema. Pediu que o ministro garantisse aos comandantes militares que o Planalto não seria porta-voz de medidas que revogassem a Lei de Anistia. Os militares acataram a decisão, mas reclamaram da posição "vacilante" do Planalto e do "ambiente de constantes provocações" criado pela secretaria de Vannuchi e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Incomodaram-se também com o que avaliaram como "empenho eleitoral excessivo" da ministra Dilma no apoio a Vannuchi. "Lula age assim: empurra a crise com a barriga e a gente nunca sai desse ambiente de ameaça", protestou um brigadeiro em entrevista ao Estado.

Para as Forças Armadas, a cerimônia de premiação de vítimas da ditadura, no dia 21, foi "uma armação" para constranger militares, tendo Dilma como figura central, não só por ter sido torturada, mas por ter chorado e escolhido a ocasião para exibir o novo visual de cabelos curtíssimos, depois da quimioterapia para tratamento de um câncer linfático. COLABOROU RUI NOGUEIRA





ENTENDA O CASO

As divergências entre os ministros em torno da Comissão da Verdade arrastam-se há um ano

Dezembro/2008: A 11.ª Conferência Nacional de Direitos Humanos encaminha ao governo orientação para que seja criada a Comissão da Verdade e Justiça. No encontro, os enviados do Ministério da Defesa votam contra

Janeiro/2009: Vannuchi estimula a sociedade a discutir a comissão e começa a redigir uma proposta. Acreditava-se que seria criada por decreto presidencial

Julho: Começa o debate com a Defesa. Jobim quer uma comissão de reconciliação

Outubro: Vannuchi deixa de lado o tom judiciário, mas insiste na abertura de arquivos que estariam poder dos militares

Novembro: O impasse leva o Planalto a adiar o anúncio do Programa de Direitos Humanos

Dezembro: O termo reconciliação é incluído na proposta e anuncia-se que o governo encaminhará ao Congresso um projeto de lei propondo a criação da comissão


Fonte: O Estado de SP


Nota do Blog: Eu sou contra o revanchismo desta lei, os direitos humanos tem que valer? Claro, mas isso não quer dizer que tenhamos que remoer velhas feridas do passado, desconsiderar uma lei por uma nova e com isso cria um mal estar desnecessário em nossas casernas e no governo.

Temos que reconhecer os erros? Temos e isso já foi feito, agora ficar caçando fantasmas só vai consumir dinheiro público e causar um desgaste desnecessário ao governo, além é claro de minar a confiança dos aparelhos do Estado. Devemos sim desculpas a dezenas de familias que tiveram seus entes torturados e mortos nos sombrios anos da ditadura, isso ocorreu não só aqui, mas em vários países da America Latina.

Se formos revolver o passado, então que se investiguem e punam os ditos guerrilheiros que causaram prejuizos e também mortes naqueles tempos fatídicos, tendo muitos ingressado na vida política após o virar das páginas de nossa história e terem sido anistiados.

Precisamos não esquecer os erros do passado para não repeti-los, mas olhar para o futuro glorioso que nos aguarda, sejamos um povo do futuro e não um povo que vive do passado e não deixa as feridas cicatrizarem.

Angelo D. Nicolaci
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Orgulho Nacional

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O orgulho nacional é sentimento que se funda na consciência da igualdade entre os seres humanos. Quando partimos da ideia de que não somos superiores, assiste-nos a certeza de que tampouco somos inferiores. As vicissitudes históricas, assim como as limitações da natureza, podem fazer-nos conjunturalmente mais pobres ou mais ricos, mas não nos convertem em melhores ou piores.

A imprensa do mundo se tem dedicado aos êxitos conjunturais do Brasil com elogios que nos alegram. O presidente Lula é visto como a Personalidade do Ano pelo conceituado Le Monde, e outras publicações. Chefes de Estado a ele se referem com admiração, não só pelos resultados de sua política interna como também por sua capacidade de convencimento na diplomacia direta que vem exercendo, nestes meses de desafios internacionais.

Esse reconhecimento externo tem tido leituras divergentes em nosso país. Para muitos adversários do governo, trata-se de engodo. A oposição quer mostrar o presidente da República como um parvo, que se deixa dominar pela lisonja. É uma leitura, essa, sim, de néscios. O governo brasileiro tem, nestes anos e meses, afirmado, sem jactâncias, seu direito soberano de opinar nas questões internacionais que lhe dizem respeito, como as do aquecimento global, da paz no Oriente Médio, do comércio internacional e do equilíbrio geopolítico na América Latina. Quanto ao problema da preservação ecológica, nenhum outro país do mundo tem a autoridade de que dispomos para dizer o que pensamos. A História nos fez possuidores da maior biodiversidade tropical do planeta, que soubemos preservar com diplomacia, mas também com imensos sacrifícios humanos, e a cuja soberania não podemos renunciar.

Queremos parceiros no comércio internacional, com vantagens e concessões em rigorosa reciprocidade. Quanto à América Latina, não podemos aceitar a subgerência imperial que alguns nos pretendem impor. Não somos o “cachorro grande” do quarteirão, como certos ex-diplomatas se referem à posição econômica, geográfica e política do Brasil. Somos vizinho privilegiado, com fronteiras pacíficas com quase todos os países da América do Sul e não temos problemas com o resto do Hemisfério.

O embaixador Rubens Barbosa, que, ao se afastar compulsoriamente do Itamaraty, se dedica hoje a assessorar a Fiesp, assinou artigo sobre a Argentina em que trata do declínio do grande vizinho do Sul. Há, em seu texto – ainda que dissimulado em linguagem diplomática – referência à superioridade brasileira, o que não é bom para nós. Temos que entender as circunstâncias da Argentina que, a partir da queda de Hipólito Irigoyen, em 1930, vem passando por dificuldades institucionais, em situação pendular entre o peronismo e seus adversários, agravada com a tragédia dos governos militares, estimulados pelos norte-americanos.

Tanto como o nosso, o povo argentino tem direito à autoestima. Seu sistema educacional, reconhecidamente superior, sua cultura, seu desenvolvimento técnico e científico, são motivos de justo orgulho. Suas dificuldades são políticas, e serão resolvidas com a mobilização da cidadania. Rubens Barbosa diz que a Argentina pode escolher entre ser – diante do Brasil – o Canadá ou o México. É melhor que ela continue sendo a Argentina do Pacto ABC, a Argentina do Mercosul, a Argentina das mães da Praça de Maio, de Borges e Bioy Casares, de Cortazar e Carlos Gardel; a Argentina de San Martin, de Urquiza e de Mitre. E de Evita. O México é outra referência infeliz do embaixador. Seu povo é uma vítima histórica, de Cortez ao presidente Polk, e de Polk a Bush, com o Nafta. Sua tragédia é estar, como dizia Cárdenas, “tan lejos de Dios y tan cerca de Estados Unidos”.

O ministro Nelson Jobim prevê represálias contra o Brasil pelos países preteridos na compra de caças para a FAB. Temos o direito soberano de comprar o que nos interessa e onde nos interessa. Sua excelência, no entanto, disse que “corremos o risco de país grande”. Se ele nos adverte que devemos nos preparar contra isso, é porque tem razão. Mas convém observar que nossa grandeza está dentro das fronteiras nacionais e no convívio amistoso com os outros povos. É esse convívio, sereno, sem ser subalterno, firme, sem ser arrogante, que está sendo reconhecido no mundo inteiro. Dessa postura, que o Itamaraty expressa, não nos devemos afastar.

Fonte: JB
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O ano do Brasil – e do presidente Lula

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Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC. Foto e relato do New York Times retrataram o quadro insólito em Copenhague. Obama entrou sem ser convidado. “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse.

O professor (da Universidade de Harvard) Kenneth Maxwell – britânico de nascimento, radicado há muitos anos nos EUA – explicou na véspera do Natal, na sua coluna da “Folha de S.Paulo”, que “os brasileiros deveriam comemorar o fato de que tenham avançado tanto e de que um futuro promissor esteja ao seu alcance”. Para ele, “o Brasil encerra a década bem posicionado para o futuro”.

Brasilianista e autor de pesquisa que devassou a Inconfidência Mineira (“A Devassa da Devassa”), Maxwell também publicou outros trabalhos relevantes sobre Brasil e Portugal (entre eles, “Marquês de Pombal, o paradoxo do Iluminismo”). Antes expusera o papel de Henry Kissinger no golpe de 1973 no Chile – ousadia que o levaria ainda a deixar a revista Foreign Affairs e o Council on Foreign Relations.

Comprometido apenas com a seriedade do próprio trabalho, estava certo ainda ao contestar, no Financial Times, o medo das “reginasduartes” e o terrorismo desencadeado pelos tucanos na campanha eleitoral de 2002, o que reduziu o valor do real a 1/4 do valor do dólar. Agora Maxwell vê o respaldo de 80% dos brasileiros ao seu presidente, encarado no mundo como exemplo a ser seguido – e Personalidade do Ano, como proclamou o Le Monde no dia 24.

Retrato do império em decadência

Na França da Sorbonne de FHC, coube a um blog do Libération, rival do Le Monde, contrastar a atuação positiva de Lula na reunião de Copenhague com a queda de Obama: “Os discursos de Obama e Lula foram mais do que discursos sobre os grandes desafios que nossos líderes deveriam discutir em Copenhague. Para mim, marcaram a longa e tortuosa história do declínio do império americano”.

Anabella Rosemberg, que assinou dia 18 o texto sob o título (misturando inglês e português) “Exit USA, boa tarde Brasil!”, definiu o quadro geral da degringolada das negociações do clima, “com a demissão de uma superpotência (EUA) e a chegada com brio de uma nação (o Brasil) que há algum tempo esperava, com paciência, para dar os primeiros passos”.

A recusa em negociar, para ela, é o primeiro sinal de fraqueza do poderoso. “Nas três propostas que colocou na mesa, Obama não mostrou flexibilidade. Teve ainda o cuidado de não assumir a responsabilidade dos EUA pelo acúmulo das emissões de gas com efeito estufa. Da parte de Lula tudo era liderança, vontade, ambição. Claro que não é perfeito. A questão não é essa. Mas mostrou aos olhos do mundo que seu país está preparado para jogar no primeiro time”.

Ainda na Europa, o maior jornal da Espanha, El País, já tinha considerado Lula, no dia 10, o personagem do ano de 2009, entre “Los Cien del Año”, os 100 homens e mulheres iberoamericanos que marcaram os últimos 12 meses. Coube ao próprio presidente do governo espanhol, José Luiz Rodrigues Zapatero, fazer o perfil do governante brasileiro, sob a manchete “El hombre que asombra el mundo”.

O entusiasmo do conservador Chirac

Disse o espanhol sentir “profunda admiração” por esse homem que conheceu em setembro de 2004, na cúpula – organizada pela ONU em Nova York – da Aliança Contra a Fome, liderada pelo brasileiro. Como correspondente da “Tribuna da Imprensa”, Globo News, Rádio França Internacional e “Jornal de Notícias” (de Portugal), tive o privilégio de cobrir aquele evento, presidido pelo francês Jacques Chirac.

A Assembléia Geral da ONU começaria dois dias depois, mas governantes do mundo inteiro anteciparam a chegada a Nova York por causa da reunião de Lula. O maior entusiasta da cúpula era o presidente francês Jacques Chirac, que falou de sua admiração pelo brasileiro. Chirac viajaria de volta ao final daquela reunião, deixando para o chanceler a missão de discursar pela França na Assembléia Geral.

O esforço incansável da grande mídia brasileira para esconder, tentar esvaziar ou desmerecer o reconhecimento mundial pouco afeta a imagem de Lula, dada a frequência com que governantes e personalidades de vários países se pronunciam de forma positiva sobre ele. Nos EUA o próprio Obama manifestou explicitamente sua opinião, ao saudá-lo como “o cara”, o “político mais popular do mundo”.

Por conduzir no Itamaraty a política externa brasileira, Celso Amorim tem sido alvo obsessivo do bombardeio de nossa mídia. Na ofensiva foi denunciado pelo papel antigolpista do Brasil em Honduras. Mas é encarado com respeito no exterior. David Rothkopf – da revista “Foreign Policy”, conservadora nas posições sobre América Latina – apontou-o como “o melhor ministro do Exterior do mundo”.

Quem afinal ficou bem na foto?

Para desespero de nossa mídia as avaliações de Lula estão em toda parte – e nada têm a ver com o que ela e a oposição brasileira dizem. É possível encontrá-las em diferentes línguas. Na maior revista alemã, “Der Spiegel”, em “Newsweek”, no “Washington Post”, “New York Times”, etc. Não é um amontoado de elogios vazios. Eles também se referem a dificuldades e obstáculos a superar. Mas o tom é sempre positivo, sem as leviandades e irrelevâncias que inspiram os ataques aqui.
Dificilmente poderia ter havido ano mais auspicioso para o Brasil. Isso esteve claro nos momentos finais da conferência de Copenhague. Obama chegou atrasado, perdeu o bonde da História e, esnobado pelo presidente chinês Wen Jiabao (que se fez representar por gente de escalão inferior em reuniões de que Obama participava) invadiu como um penetra a sala onde se reuniam Brasil, África do Sul, Índia e China, o BASIC.

Foto e relato do New York Times, seguidos depois por texto também destacado no Washington Post, retrataram o quadro insólito. Obama entrou sem ser convidado. Lá estavam Wen, Lula e os governantes indiano e sul-africano: “Vou sentar ao lado do meu amigo presidente Lula”, disse. Ali remendou num par de horas o acordo de três páginas para evitar o fracasso, sem ir além da esperança vaga no futuro.

Para variar Lula ficou bem na foto – literal e simbolicamente. À direita de Obama, a quem socorrera, e com a ministra Dilma Roussef à esquerda de Hillary Clinton. Essa imagem final do ano (a foto acima, sob o título deste artigo) refletiu o papel do Brasil e de seu presidente. Mais uma vez contrariou a obsessão da mídia golpista aliada à oposição idem (PSDB-DEM-PPS). Por 12 meses mídia e oposição tentaram semear o pânico e afogar o país no tsunami da crise mundial – da qual o Brasil foi o primeiro a sair.

Fonte: Carta Maior
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O legado de 1989 nos dois hemisférios

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O contraste entre a queda do Muro de Berlim, a libertação dos países satélites da antiga União Soviética e o esmagamento da esperança nos estados clientes dos EUA é impressionante e instrutivo – ainda mais quando ampliamos a perspectiva. Os eventos são memoráveis, mas perspectivas alternativas podem ser reveladoras. Principalmente quando há outros muros a serem derrubados, como o muro de anexação na Palestina e o silêncio sobre o que aconteceu uma semana depois da queda do Muro de Berlim: o assassinato de seis importantes intelectuais jesuítas em El Salvador, por homens treinados na Escola das Américas.

Este ano marcou o aniversário de grandes eventos ocorridos em 1989: "o maior ano da história do mundo desde 1945", como o historiador britânico Timothy Garton Ash o descreve. Naquele ano, "tudo mudou", escreve Garton Ash. As reformas de Mikhail Gorbachev na Rússia e a sua "impressionante renúncia do uso da força" levaram à queda do Muro de Berlim, em 9 de Novembro – e à libertação da Europa Oriental da tirania russa. Os elogios são merecidos, os eventos, memoráveis. Mas perspectivas alternativas podem ser reveladoras.

A chanceler alemã, Angela Merkel, forneceu – sem querer – uma tal perspectiva, quando apelou a todos nós para "usar este dom inestimável da liberdade para ultrapassar os muros do nosso tempo". Uma forma de seguir o seu bom conselho seria desmantelar o muro maciço, superando o muro de Berlim em escala e comprimento, que serpenteia atualmente através do território da Palestina, em violação do direito internacional.

O “muro de anexação”, como deveria ser chamado, é justificado em termos de “segurança” – a racionalização por defeito para muitas das ações do Estado. Se a segurança fosse a preocupação, o muro teria sido construído ao longo da fronteira e tornado inexpugnável. O propósito desta monstruosidade, construído com o apoio dos EUA e a cumplicidade européia, é permitir que Israel se aposse de valiosa terra palestina e dos principais recursos hídricos da região, negando assim qualquer existência nacional viável à população autóctone da antiga Palestina.

Outra perspectiva sobre 1989 vem de Thomas Carothers, um acadêmico que trabalhou em programas de “reforço da democracia” na administração do antigo presidente Ronald Reagan. Depois de rever o registro, Carothers concluiu que todos os líderes dos EUA foram "esquizofrênicos" – apoiando a democracia quando se conforma aos objetivos estratégicos e econômicos dos EUA, como nos satélites soviéticos, mas não nos estados clientes dos EUA.

Esta perspectiva é dramaticamente confirmada pela recente comemoração dos acontecimentos de Novembro de 1989. A queda do muro de Berlim foi comemorada com razão, mas houve pouca atenção ao que aconteceu uma semana mais tarde: em 16 de Novembro, em El Salvador, o assassinato de seis importantes intelectuais latino-americanos, padres jesuítas, juntamente com a sua cozinheira e sua filha, pelo batalhão de elite Atlacatl, armado pelos EUA, fresco do treino renovado na Escola de Guerra Especial JFK, em Fort Bragg, Carolina do Norte.

O batalhão e seus esbirros já tinham compilado um registro sangrento ao longo da terrível década que começou em 1980 em El Salvador com o assassinato, praticamente às mesmas mãos, de Dom Oscar Romero, conhecido como “a voz dos sem voz”. Durante a década da “guerra contra o terrorismo” declarada pelo governo Reagan, o horror foi semelhante em toda a América Central.

O reinado de tortura, assassinato e destruição na região deixou centenas de milhares de mortos. O contraste entre a libertação dos satélites da União Soviética e o esmagamento da esperança nos estados clientes dos EUA é impressionante e instrutivo – ainda mais quando ampliamos a perspectiva.

O assassinato dos intelectuais jesuítas trouxe praticamente o fim à “teologia da libertação”, o renascimento do cristianismo que tinha as suas raízes modernas nas iniciativas do Papa João XXIII e do Vaticano II, que ele inaugurou em 1962. O Vaticano II "deu início a uma nova era na história da Igreja Católica", escreveu o teólogo Hans Kung. Os bispos latino-americanos adotaram a "opção preferencial pelos pobres". Assim, os bispos renovaram o pacifismo radical do Evangelho que tinha sido posto de lado quando o imperador Constantino estabeleceu o cristianismo como a religião do Império Romano – "uma revolução" que, em menos de um século, transformou a Igreja perseguida numa "Igreja perseguidora", de acordo com Kung.

No renascimento pós-Vaticano II, os sacerdotes latino-americanos, freiras e leigos levaram a mensagem do Evangelho aos pobres e perseguidos, reuniram-nos em comunidades, e encorajaram-nos a tomar o destino nas suas próprias mãos. A reação a essa heresia foi a repressão violenta. No decurso do terror e do massacre, os praticantes da Teologia da Libertação foram o alvo principal. Entre eles estão os seis mártires da Igreja, cuja execução há 20 anos é agora comemorada com um silêncio retumbante, praticamente não quebrado.

No mês passado, em Berlim, os três presidentes mais envolvidos na queda do Muro – George H. W. Bush, Mikhail Gorbachev e Helmut Kohl – discutiram quem merece crédito.

"Eu sei agora como o céu nos ajudou", disse Kohl. George H. W. Bush elogiou o povo da Alemanha Oriental, que "por muito tempo foi privado dos seus direitos dados por Deus". Gorbachev sugeriu que os Estados Unidos precisam da sua própria Perestroika.

Não existem dúvidas sobre a responsabilidade pela demolição da tentativa de reavivar a igreja do Evangelho na América Latina durante a década de 1980. A Escola das Américas (desde então renomeada Instituto do Hemisfério Ocidental para Cooperação de Segurança) em Fort Benning, na Geórgia, que treina oficiais latino-americanos, anuncia orgulhosamente que o Exército dos EUA ajudou a "derrotar a teologia da libertação" – assistida, com certeza, pelo Vaticano, utilizando a mão suave da expulsão e da supressão.

A sinistra campanha para reverter a heresia posta em movimento pelo Concílio Vaticano II recebeu uma incomparável expressão literária na parábola do Grande Inquisidor em Os Irmãos Karamazov de Dostoievski.

Nessa história, situada em Sevilha no "momento mais terrível da Inquisição", Jesus Cristo aparece subitamente nas ruas, "de mansinho, sem ser observado, e contudo, por estranho que pareça, toda a gente o reconheceu" e foi "irresistivelmente atraída para ele".

O Grande Inquisidor ordena aos guardas: "prendam-no e levem-no" para a prisão. Lá, ele acusa Cristo de vir "prejudicar-nos" na grande obra de destruir as idéias subversivas de liberdade e comunidade. Nós não Te seguimos, o Inquisidor admoesta Jesus, mas sim a Roma e à "espada de César". Procuramos ser os únicos governantes da Terra para que possamos ensinar à "fraca e vil" multidão que "só será livre quando renunciar à sua liberdade para nós e se submeter a nós". Então, eles serão tímidos e assustados e felizes.

Assim, amanhã, diz o inquisidor: "Devo queimar-te". Por fim, no entanto, o Inquisidor abranda a pena e liberta-o "nos becos escuros da cidade".

Os alunos da Escola das Américas não praticaram tal misericórdia.

Fonte: Carta Maior
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Egito pede a Israel que alivie pressão sobre palestinos

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O Egito pediu na terça-feira a Israel que alivie as restrições à movimentação de palestinos, mas não ficou claro se as discussões no Cairo levaram a algum avanço na negociação por uma troca de prisioneiros entre israelenses e palestinos.

Foi a terceira visita do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao Egito desde que assumiu o cargo, em março. O Egito tem mediado as negociações para a troca de prisioneiros, entre Israel e o grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.

"Solicitamos que Israel tome muitas medidas internas para suspender a pressão aos palestinos, como postos de controle, que permita a liberdade de movimento", disse o chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, em entrevista coletiva. "Israel prometeu medidas que atenuariam a pressão sobre os palestinos."

Israel mantém postos de controle rodoviários na Cisjordânia, e também controla o espaço aéreo, o acesso marítimo e a maior parte dos pontos de fronteira terrestre na Faixa de Gaza.

Aboul Gheit disse que não se discutiu em detalhes a possível libertação do soldado israelense Gilad Shalit, que há três anos é refém em Gaza. Uma delegação do Hamas foi no domingo à Síria discutir com sua liderança no exílio a resposta israelense à proposta palestina de trocar Shalit por cerca de 1.000 dos 11 mil palestinos presos em Israel.

Aboul Gheit disse que o Egito é contra a exigência israelense de proibir entre 100 e 120 dos presos palestinos de voltarem à Cisjordânia, de onde há acesso mais fácil às cidades israelenses.

Israel também não quer libertar alguns palestinos que cumprem prisão perpétua por causa de atentados letais.

"O Egito entende a necessidade palestina quanto à libertação de certas figuras na prisão. Somos contra a ideia dos israelenses de expulsar alguns palestinos das terras palestinas e manter outros na prisão", afirmou.

Cerca de 1.400 ativistas de 43 países se reuniram nesta semana no Cairo para marcar o primeiro aniversário da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, que durou três semanas. O Egito proibiu uma passeata deles no centro do Cairo, mas não evitou que ocorressem protestos na segunda e terça-feira.

Aboul Gheit defendeu o polêmico muro de aço que o Egito está construindo na fronteira com Gaza, mas não deu detalhes sobre suas razões. "Trata-se da defesa egípcia. A defesa egípcia tem suas necessidades, impostas pelas circunstâncias, e não podemos revelar seus segredos", disse ele.

Israel se queixa do contrabando de armas e de itens com possível finalidade bélica por meio de uma rede de túneis sob a fronteira Egito-Gaza. Muitos dos 1,5 milhão de palestinos da Faixa de Gaza dependem do contrabando de alimentos e outros produtos feito nesses túneis.

Fonte: Reuters
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Estratégia americana para Afeganistão e Paquistão incita violência, dizem analistas

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A estratégia do presidente americano, Barack Obama, de terminar o mais rapidamente possível a "guerra contra o terrorismo" no Afeganistão e no Paquistão pode estimular a violência nesses dois países em 2010, comentam analistas.

Além disso, a falta de legitimidade dos dois governos, muito abalados pela corrupção, não vai ajudar Washington, que trata de eliminar a ameaça da Al-Qaeda e dos talibãs nos dois países vizinhos.

No Afeganistão, o ano de 2009 foi marcado pela contestada reeleição do presidente Hamid Karzai, que chegou ao poder no fim de 2001 com o apoio dos Estados Unidos, e pelo anúncio do envio de mais de 50.000 soldados ocidentais suplementares.

Vencedor de uma eleição marcada por graves irregularidades e pela desistência de seu adversário antes do segundo turno, Karzai, cujo governo já tinha sido abalado por diversas acusações de corrupção, perdeu ainda mais legitimidade.

O objetivo, anunciado pelos ocidentais no fim de 2001, de transformar o Afeganistão em verdadeira democracia, já foi abandonado. Agora, a prioridade de Washington é exclusivamente militar.

Com os novos reforços que serão enviados ao Afeganistão no início de 2010, Obama terá mobilizado mais de 50.000 soldados suplementares naquele país desde que assumiu o poder, em janeiro deste ano. E seus aliados da Otan anunciaram o envio de mais 7.000.

Assim, quase 150.000 soldados estrangeiros deverão ser mobilizados no Afeganistão até o fim de 2010.

Este aumento de tropas pode provocar uma reação mais mortífera dos talibãs, que ganharam força em 2009 apesar da chegada dos primeiros reforços ocidentais.

O ano de 2009 foi, de longe, o mais mortífero desde o fim de 2001, tanto para os civis como para os militares estrangeiros.

Até o dia 27 de dezembro, mais de 500 soldados estrangeiros tinham sido mortos no país em 2009, sendo pelo menos 310 americanos.

Cedendo às pressões de uma opinião pública cada vez mais hostil ao conflito afegão, Obama, Prêmio Nobel da Paz 2009, anunciou que as tropas americanas começarão a sair do país em meados de 2011. A declaração suscitou preocupações entre alguns afegãos e paquistaneses, que temem ser "abandonados" pelos Estados Unidos.

No Paquistão, única potência nuclear muçulmana, a onda de atentados talibãs se intensificou, deixando mais de 2.700 mortos nos dois últimos anos, sendo 1.200 até agora em 2009.

Os Estados Unidos pressionaram Islamabad para que intervenha nas zonas tribais da fronteira com o Afeganistão, que consideram como o feudo dos talibãs dos dois países e de seus aliados da Al-Qaeda.

O exército paquistanês lançou várias ofensivas nestas zonas tribais, sobretudo no Waziristão do Sul, reduto do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP), considerado o responsável pela maior parte dos ataques.

Em paralelo, os aviões sem piloto da CIA baseados no Afeganistão bombardearam intensamente as zonas tribais em 2009, fazendo muitas vítimas civis.

Estes bombardeios alimentaram um crescente sentimento antiamericano no Paquistão, onde a vizinha Índia é frequentemente considerada uma ameaça mais grave que os talibãs.

Em queda livre nas pesquisas de opinião, o presidente paquistanês, Asif Ali Zardari, ficou ainda mais fragilizado com o fim de uma anistia de 2007 que impedia o prosseguimento dos processos por corrupção lançados contra ele e vários ministros.

Fonte: AFP
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Iêmen pede mais ajuda do Ocidente para combater Al Qaeda no país

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O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Abu Bakr al Qirbi, disse nesta terça-feira que o país não está recebendo apoio suficiente do Ocidente pra combater a rede Al Qaeda.

As declarações coincidem com a confirmação, pelo governo iemenita, de que o nigeriano acusado de tentar explodir um avião nos Estados Unidos no dia do Natal esteve vivendo no país até o início deste mês, e que agora estão investigando os contatos que ele teria feito durante sua estadia por lá.

Em uma entrevista à BBC, o ministro disse que o país tem a vontade e a habilidade de lidar com os extremistas da rede Al Qaeda, mas que era ameaçado pela falta de apoio.

"Nós precisamos de mais treinamento. Queremos expandir nossas unidades antiterrorismo e isso significa treiná-las, providenciar equipamento militar, meios de transporte", disse.

"Os Estados Unidos podem ajudar muito, a Grã-Bretanha pode fazer muito, a União Europeia pode ajudar muito nesse sentido", afirmou.

Segundo o ministro, o conflito com a rede extremista é uma prioridade para o governo iemenita, apesar dos conflitos com os rebeldes xiitas no norte e com os separatistas no sul.

Suspeito

De acordo com as informações divulgadas nesta terça-feira pelo ministério das Relações Exteriores do Iêmen, Umar Farouk Abdulmutallab, de 23 anos, esteve no país de agosto até o início de dezembro, com um visto para estudar árabe em uma instituição da capital do país, Sanaa.

Abdulmultallab foi contido por passageiros e tripulantes de um voo da Northwest Airlines entre Amsterdã e Detroit ao tentar detonar explosivos escondidos na roupa, quando a aeronave se preparava para pousar no aeroporto da cidade americana.

Um porta-voz do ministério disse que os serviços de segurança iemenitas estão agora tentando estabelecer os contatos feitos por Abdulmutallab no país, para cooperar com as autoridades americanas na investigação do incidente.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou na segunda-feira à noite que não descansará enquanto não levar os responsáveis pelo atentado frustrado à Justiça.

"Usaremos todo nosso poder para paralisar, desmantelar e derrotar os violentos extremistas que nos ameaçam, venham eles do Afeganistão ou Paquistão, Iêmen ou Somália ou de qualquer lugar onde planejem ataques contra os Estados Unidos", disse Obama, que interrompeu suas férias de fim de ano para falar à nação.

Responsabilidade

Um grupo de monitoramento dos Estados Unidos disse que uma facção regional da Al-Qaeda baseada no Iêmen assumiu a responsabilidade pelo ataque frustrado.

Uma mensagem na internet da Al-Qaeda na Península Arábica, que inclui uma fotografia supostamente de Abdulmutallab em frente a uma faixa do grupo, diz que a ação foi uma resposta aos ataques dos Estados Unidos contra seus membros.

Abdulmutallab foi indiciado por tentar explodir o vôo que levava quase 300 pessoas na sexta-feira e está em uma prisão federal no Estado de Michigan.

Ele teria dito a agentes do FBI, a polícia federal americana, que membros da Al-Qaeda no Iêmen deram a ele os explosivos e que outros atentados como o seu serão cometidos em breve.

Contatos interrompidos

Na segunda-feira, a família de Abdulmutallab, cujo pai é um importante banqueiro nigeriano, se disse surpresa com suas ações e que ele havia interrompido seus contatos com eles em outubro.

Nesta terça-feira, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Iêmen disse que Abdulmutallab deixou o país em direção à Etiópia no início de dezembro, após quatro meses matriculado em um curso de árabe.

"O visto foi concedido para o nigeriano após as autoridades verificarem que ele poderia conseguir vistos de outros países amigos e de ter visto que ele ainda tinha um visto válido para os Estados Unidos", afirmou o porta-voz.

Segundo ele, "o Iêmen condena atentados terroristas como esse, com inocentes como alvo, e reitera seu total apoio à guerra contra o terror em qualquer lugar".

As autoridades americanas temem que mais jovens treinados pela Al-Qaeda possam estar no país planejando ataques a aviões americanos.

Guantánamo

A TV ABC afirmou que entre o grupo que teria planejado o ataque estariam dois homens libertados pelos Estados Unidos da prisão da baía de Guantánamo em novembro de 2007.

Mohammed Attik al Harbi, também conhecido como Mohammed al Awfi, e Said Ali Shari foram enviados à Arábia Saudita, seu país natal, para um programa de reabilitação, e depois libertados, segundo autoridades americanas e sauditas.

Ambos apareceriam em um vídeo de janeiro ao lado de um homem descrito como o líder da Al-Qaeda na Península Arábica, Nasser Abdul Karim al-Wahishi, segundo a ABC.

Na segunda-feira, a secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano, disse que os sistemas de segurança dos aeroportos falharam no caso de Abdulmutallab.

Ela questionou por que as autoridades não revogaram o visto do nigeriano para os Estados Unidos, emitido em junho de 2008 e com validade de dois anos para múltiplas entradas, após seu pai ter entrado em contato com a Embaixada dos Estados Unidos da Nigéria para relatar sua preocupação com a radicalização do filho.

O nome de Abdulmutallab foi incluído numa lista de 500 mil nomes chamada Ambiente Datamart de Identidades Terroristas (Tide, na sigla em inglês), mas as informações fornecidas pelo seu pai não foram suficientes para colocá-lo numa lista mais restrita de pessoas impedidas de voar.

Solidão

Segundo o jornal "The Washington Post", mensagens na internet aparentemente escritas por Abdulmutallab entre 2005 e 2007 sugeririam que o jovem nigeriano se sentia "solitário" e que "nunca encontrou um verdadeiro amigo muçulmano".

"Não tenho ninguém com quem conversar", diz uma mensagem postada sob o codinome farouk1986 em janeiro de 2005, quando frequentava um internato no Togo.

"Não tenho ninguém para consultar, ninguém para me apoiar e me sinto deprimido e solitário. Não sei o que fazer. E então eu penso que esta solidão me leva para outros problemas", diz a mensagem.

Represália Americana

Os Estados Unidos iniciaram no Iêmen, junto a autoridades locais, a busca de alvos para uma possível represália pelo incidente do dia do Natal, quando um nigeriano tentou explodir um avião da companhia Northwest, disseram fontes do Governo americano citadas pela rede de televisão CNN.

Segundo as fontes, o Iêmen permitiria que os EUA utilizassem mísseis cruzeiro, caças ou aviões não tripulados contra alvos em seu território.

A organização Al Qaeda reivindicou, no Iêmen, a organização do ataque, que devia ser consumado pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab.

As fontes, que falaram sob condição de anonimato, acrescentaram que o propósito da busca é contar com opções para caso o presidente americano, Barack Obama, ordene uma represália. Também tem como objetivo determinar se há alvos especificamente vinculados ao incidente do avião da Northwest e seu planejamento.

Trata-se de um acordo com o governo iemenita que estabelece que os dois países trabalharão de maneira conjunta e que os EUA não vão divulgar publicamente seu papel na provisão de informação de inteligência e armas para realizar os ataques, segundo a "CNN".

Segundo os EUA, o Iêmen se transformou em um dos principais núcleos de atividade da Al Qaeda, e no país há vários centros de treinamento terrorista.

Em sua primeira reação oficial após o ataque fracassado, o presidente Barack Obama prometeu que não medirá esforços para capturar os envolvidos e fazer-lhes pagar por suas ações.

Além disso, lembrou mais uma vez que, depois do 11 de setembro, seu país continua sob a ameaça do terrorismo.

"Os cidadãos podem ter certeza de que faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir sua proteção", disse Obama, que passa férias de fim de ano no Havaí.

Até agora, as autoridades americanas só acusaram Abdulmutallab pela tentativa de atentado. Segundo a rede de televisão "ABC", o nigeriano confessou em seu interrogatório com agentes federais que haverá mais ataques terroristas suicidas.


Fonte: BBC Brasil / EFE
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Itamaraty confirma estupro de brasileiras em onda de ataques no Suriname

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O Itamaraty confirmou nesta terça-feira que brasileiras foram estupradas durante a onda de violência da semana passada contra estrangeiros na cidade de Albina, no Suriname.

O ministro interino de Relações Exteriores, Antônio Patriota, afirmou que ocorreram os abusos sexuais e disse que um segundo avião da Força Aérea Brasileira chegará nesta quarta-feira a Paramaribo para buscar brasileiros feridos e outros interessados em deixar o país vizinho. Não há registro oficial de mortes, e o governo pede cautela na divulgação de que há desaparecidos.

Patriota afastou a possibilidade de novos ataques contra brasileiros na região. Segundo ele, o governo surinamês intensificou a segurança e garantiu que o ataque na véspera de Natal foi um "ato isolado".

Ele informou que no avião enviado a Paramaribo estará uma funcionária da Secretaria Especial de Atenção à Mulher, para dar assistência às brasileiras vítimas de violência, e uma diplomata especializada em temas consulares.

O ataque a brasileiros e outros estrangeiros que vivem no Suriname deixou 25 feridos há seis dias depois que um brasileiro foi acusado de matar um surinamês. Segundo informações de testemunhas, quilombolas surinameses, chamados de "marrons", atacaram cerca de 200 brasileiros e chineses que viviam na região de Albina, a 150 km de Paramaribo, muitos deles ligados ao garimpo ilegal.

O ministro interino disse que 17 brasileiros que estão no Suriname demonstraram interesse em retornar ao Brasil no voo que sairá amanhã de Belém para buscá-los. O horário de partida da aeronave será definido até a manhã desta quarta-feira (30).
Na relação dos brasileiros que deixarão o Suriname estão os cinco feridos que ainda estão hospitalizados --inclusive um homem com risco de amputação de um dos braços em decorrência de cortes provocados por facão e outro que está com ferimentos graves na mandíbula.

O ministro confirmou ainda que de 10 a 20 mulheres --entre brasileiras e estrangeiras-- foram vítimas de estupro na noite do último dia 24.

O padre José Virgílio da Silva, que dirige a rádio Katólica e deu assistência aos brasileiros vítimas do ataque, afirmou que há pelo menos sete desaparecidos --inclusive brasileiros. De acordo com relatos de brasileiros que moram no Suriname, quilombolas surinameses teriam matado e jogado os corpos das vítimas nos rios e matas da região.

Patriota não desmentiu as informações, mas optou pela cautela. "Não estou afirmando que não haja desaparecidos. Estamos observando as informações com cautela. Até o momento, não houve comprovação [sobre os desaparecidos]".

Também nesta terça-feira, o Itamaraty divulgou uma nota sobe a dificuldade de definir que há desaparecidos na região.

"Em sua grande maioria, os brasileiros que vivem na região de Albina trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa e costumam passar semanas na floresta, incomunicáveis. Por esse motivo, é necessário aguardar antes de considerar 'desaparecido' qualquer desses cidadãos", diz o texto.

O ministro interino reiterou o que o embaixador do Brasil em Paramaribo, José Luiz Machado e Costa, havia dito mais cedo sobre o esforço do governo para documentar os cerca de 15 mil brasileiros que vivem no Suriname. Segundo Patriota, há cinco anúncios diários nas rádios locais chamando os brasileiros para fazer o cadastramento.

De acordo com as autoridades brasileiras, a maioria dos brasileiros que vive no Suriname é ilegal. Há informações de que, além da área de garimpo, eles também estejam envolvidos com prostituição e tráfico de drogas. Apesar disso, Patriota negou que haja resistências da população e do governo surinameses aos brasileiros.

"O que nos foi dito [pelas autoridades surinamesas] é que a comunidade brasileira é muito bem vista e que há uma predisposição positiva", afirmou Patriota. Segundo ele, há um conselho de cidadãos, formado por 16 brasileiros voluntários, que funciona de forma intensa no Suriname.

"Os brasileiros nunca tiveram problemas no Suriname. Sempre houve uma tolerância muito grande com os brasileiros. Quando a embaixada perguntava quem queria voltar, não havia demonstrações de interesse", dissera mais cedo o embaixador brasileiro no Suriname, que classificou os ataques de "atos de selvageria e de violência extrema".

Fonte: Folha
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Ataques a brasileiros foram "selvageria", diz embaixador no Suriname

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O governo do Brasil cobrou do Suriname alerta máximo para evitar que novas ameaças a brasileiros que estão em áreas de garimpo no país vizinho se concretizem. Em entrevista à estatal Agência Brasil, o embaixador do Brasil em Paramaribo, José Luiz Machado e Costa, disse nesta terça-feira que os ataques aos brasileiros na véspera do Natal foram "atos de selvageria e de violência extrema".

Seguindo a linha adotada pelo Itamaraty, Costa não confirmou as denúncias de que 20 brasileiras teriam sido estupradas e de que haveria desaparecidos.

"Jamais minimizamos a gravidade de tudo o que ocorreu. Agora trabalhamos para administrar a crise e dar assistência às vítimas e suas famílias. O que houve no dia 24 foram atos de selvageria e violência extrema", disse ele, que negou haver xenofobia contra os brasileiros no país vizinho. "Os brasileiros nunca tiveram problemas no Suriname. Sempre houve uma tolerância muito grande com os brasileiros. Quando a embaixada perguntava quem queria voltar, não havia demonstrações de interesse."

Pelo menos três brasileiros continuam internados em estado grave em um hospital de Paramaribo após o violento ataque que deixou ao menos 25 feridos. Segundo o Ministério de Relações Exteriores do Brasil, nenhum dos brasileiros corre risco de morte.

Em nota enviada à imprensa nesta terça-feira, o ministério reafirmou que não há confirmação oficial de nenhuma morte e nem de desaparecimentos.

"Em sua grande maioria, os brasileiros que vivem na região de Albina trabalham em garimpos no interior do Suriname e da Guiana Francesa e costumam passar semanas na floresta, incomunicáveis. Por esse motivo, é necessário aguardar antes de considerar 'desaparecido' qualquer desses cidadãos", segundo o ministério.

Dos 25 brasileiros feridos dos quais havia informações, 20 já receberam alta. Cinco ainda estão internados e deverão ser levados para Belém em voo da FAB nesta quarta-feira, dia 30, informou o Itamaraty. Os brasileiros transferidos para Paramaribo estão instalados provisoriamente em hotéis na capital e poderão também ser transportados para o Brasil, caso expressem esse desejo.

Em reunião com o embaixador do Brasil, a chanceler do Suriname, Lygia Kraag, expressou, em nome do Presidente Ronald Venetiaan, a "profunda desolação" do governo do Suriname em relação ao ocorrido, segundo a nota, segundo a qual, ela declarou que o governo tomará todas as providências necessárias para que fato similar não se repita.

Segundo o embaixador brasileiro, a situação está se normalizando e deve, aos poucos, se estabilizar, e o governo do Suriname, tomou providências após comunicações do governo brasileiro.

"Foi reforçado o policiamento em todas as regiões de garimpo no país e a cobrança interna e externa é imensa. A dificuldade é que a atividade do garimpo de ouro é ilegal e, aliado a isso, os que atuam nela não têm documentos nem são identificados.

Fonte: Folha
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Escudo antimíssil dos EUA atrapalha acordo nuclear, diz Putin

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O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que o plano dos Estados Unidos de instalar um escudo antimísseis na região foi o principal entrave a um novo acordo para a redução do arsenal nuclear da Guerra Fria. De acordo com Putin, o projeto dos EUA basicamente perturbaria o equilíbrio de poder da Guerra Fria, e isso obrigaria Moscou a desenvolver novas armas ofensivas.

"O problema é que nossos parceiros americanos estão construindo um escudo antimísseis, e nós não estamos construindo um", afirmou o russo. As declarações, vindas do político mais poderoso do país, mostram o desconforto que a Rússia ainda sente com a ideia do escudo antimísseis, apesar de em setembro o governo de Barack Obama ter abandonado parte do projeto, que vinha do mandato de George W. Bush (2001-2009).

A Rússia se sentia ameaçada pela presença do escudo antimísseis em sua tradicional esfera de influência. Washington garante que o objetivo seria conter ameaças de Estados "párias", como o Irã.

As duas potências dizem estar próximas de um acordo que substitua o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Start 1, de 1991).

A redução de milhares de ogivas dos arsenais nucleares acumulados na Guerra Fria é um elemento central da proposta de Obama de "relançar" as relações com a Rússia, da qual os EUA esperam mais ajuda com relação ao Afeganistão e o Irã. Líderes russos ainda se mostram céticos com relação à proposta de Obama para o escudo antimíssil, que seria instalado no mar e em terra.

"Se não desenvolvemos um escudo antimísseis, há um perigo de que nossos parceiros, com a criação desse 'guarda-chuva', se sintam completamente seguros e assim se permitam fazer o que quiserem, perturbando o equilíbrio, e a agressividade irá subir imediatamente", disse Putin.

"Para preservar o equilíbrio... precisaremos desenvolver sistemas bélicos ofensivos", disse Putin, ecoando uma declaração da semana passada do presidente Dmitri Medvedev sobre o desenvolvimento de uma nova geração de armas nucleares estratégicas.

O primeiro-ministro disse que a Rússia ainda quer mais informações sobre os planos dos EUA, mas que as negociações sobre o novo tratado Start avançam positivamente.

O tratado original expirava em 5 de dezembro passado, mas foi prorrogado enquanto os dois países negociam um novo. Obama e Medvedev discutiram o assunto pela última vez durante a conferência climática de Copenhague, neste mês.

Fonte:
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Brasil vai empregar VANT em favelas do Rio

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A primeira aeronave não tripulada da Polícia Federal a ser utilizada tanto na vigilância da Amazônia quanto no sobrevoo a favelas está próxima a entrar em operação. Faz parte da frota de 15 aviões controlados à distância, comprada em outubro da empresa israelense IAI (Israel Aerospace Industries) por R$ 345 milhões.

O Heron, modelo adquirido pelo governo brasileiro, é usado atualmente por órgãos de defesa de países como EUA, Canadá, Índia e Turquia. No Brasil, esses aviões cujo nome técnico é Vant (Veículo Aéreo Não Tripulado) serão usados pela PF para mapear e monitorar todo o território nacional.

O Heron pode ser comandado por um piloto em terra, que fica numa base a até mil quilômetros de distância, ou voar em missões pré-programadas. Decolagem e pouso são automáticos. Cada aeronave é dotada de aparelhos que permitem captar imagens em alta resolução mesmo quando está a 10 mil metros de altitude. Pessoas, automóveis e até as informações de um crachá podem ser visualizados com nitidez.

"A nova frota será uma ferramenta estratégica para combater crimes que vão desde o tráfico de drogas até o desmatamento da Amazônia", diz o delegado Alessandro Moretti, diretor do Centro de Inteligência da PF.

Além de monitorar a entrada de drogas e armas na fronteira, os aviões serão usados em favelas do Rio e de SP. Fornecerão à polícia um mapa detalhado desses lugares e poderão servir de apoio em incursões em morros, munindo os soldados de informações sobre a movimentação dos traficantes sem que nenhum deles precise se arriscar sobrevoando uma área conflagrada em um helicóptero.

Em regiões muito extensas e de difícil acesso, como a floresta amazônica, a aeronave poderá identificar invasões de áreas indígenas e focos de desmatamento ilegal. O Heron tem autonomia para voar 36 horas e é capaz de visualizar túneis e embarcações submersas. Seus sensores permitem que ele opere à noite e em condições climáticas desfavoráveis.

Mas o avião não tripulado também tem risco de acidente. Aeronaves como a americana Predator já precisaram ser abatidas no ar, por estarem descontroladas. A maioria dos acidentes envolve erros de operação dos pilotos em terra. Falhas técnicas e choque com objetos, como antenas, também são comuns.

No Brasil, equipe da PF passou por treinamento no exterior para a operação dos aviões que começam a chegar

Fonte: Folha
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Israel prende delator de programa nuclear

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O dissidente israelense Mordechai Vanunu foi preso, nesta terça-feira, acusado de falar com "vários estrangeiros", o que constituiria uma violação das condições sob as quais foi liberado da prisão em 2004, de acordo com a polícia de Israel.

O israelense cumpriu 18 anos de detenção por ter entregue dados confidenciais do programa nuclear israelense e fotografias do centro de pesquisa nuclear de Dimona, deserto do Negev, ao jornal britânico "Sunday Times", em 1986. Na época, ele trabalhava como técnico. Foi com base nas informações de Vanunu que especialistas concluíram que Israel tinha o sexto maior arsenal nuclear do mundo.

Israel não confirma e nem nega possuir o único arsenal atômico do Oriente Médio em uma política de "ambiguidade estratégica".

Depois de deixar a cadeia, Vanunu foi proibido de viajar ao exterior, além de conversar com estrangeiros. As restrições, impostas pela Suprema Corte de Israel, foram condenadas por grupos de defesa dos direitos humanos. Vanunu nega que seja uma ameaça à segurança e afirma que quer viver no exterior.

Esta não é a primeira vez que Vanunu é preso por violar suas restrições. Em 2007, ele foi condenado a seis meses de prisão também por conversar com estrangeiros.

Judeu convertido ao cristianismo, Vanunu afirma que a negativa de Israel em submeter seu programa nuclear a inspeções internacionais inflama as tensões na região e cria cenário pra um "segundo Holocausto". Ele afirma ainda que o Estado judaico não tem direito de existir.

Fonte: Folha

Nota do Blog: Que coisa curiosa, Israel tem arsenal nuclear e ninguém faz qualquer pergunta ou pressão sobre ele, mas o Irã pretende ter usina nuclear e todo mundo cai em cima, porque um peso e dua medidas? Todos já sabem a clara resposta.
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Ataque a brasileiros em Suriname exige resposta

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A polícia do Suriname prendeu 35 pessoas envolvidas no ataque a brasileiros, ocorrido na véspera de Natal, na cidade de Albina, a 150 quilômetros da capital Paramaribo. Pelo menos 16 pessoas teriam ficado gravemente feridas, entre elas 4 brasileiros. Segundo informação do serviço surinamês da Rádio Nederlands, da Holanda, os presos são acusados de incêndio criminoso, roubo e estupro de mulheres brasileiras. A ministra das Relações Exteriores do Suriname, Lygia Kraag-Keteldijk, garantiu ontem ao secretário-geral do Itamaraty, Antonio Patriota, que a situação está "plenamente sob controle". Não houve brasileiros mortos no conflito, de acordo com o Itamaraty.

Na quinta-feira, em represália pela morte de um morador de Albina supostamente por um brasileiro, cerca de 300 surinameses atacaram a pauladas e pedradas mais de cem brasileiros. Na conversa com Patriota, a chanceler disse que o governo do Suriname foi surpreendido pelo ataque porque os brasileiros são bem aceitos no país.

Um grupo de diplomatas da embaixada no Suriname percorreu ontem hotéis e hospitais em Paramaribo. Entre os quatro brasileiros hospitalizados está um garimpeiro, cujo nome não foi revelado, que foi ferido com golpe de facão e o corte desencadeou gangrena no braço. A embaixada brasileira estuda transferi-lo para Belém, onde a estrutura hospitalar é mais adequada.

Cinco brasileiros vítimas do ataque no Suriname voltaram no domingo ao Brasil em avião da força aérea Brasileira (FAB). Segundo Ana Gracindo, oficial de chancelaria da embaixada brasileira, está sendo feito um levantamento para saber quem quer voltar ao País.

Em entrevista à Radio Nederlands, o chefe do setor de Justiça da polícia surinamesa, Krishna Mathoera, afirmou que alguns dos 35 presos ontem já teriam sido reconhecidos pelas vítimas de estupros. "Este é um crime que precisa ser punido e já iniciamos uma investigação", declarou Mathoera.

Segundo a rádio, a polícia e as forças Armadas surinamesas retiraram 130 pessoas que se esconderam na selva durante os confrontos. Entre elas estão 80 brasileiros e 20 chineses, levados a Paramaribo. Mathoera reconheceu que Albina vive clima de "tensão". "É uma área de fronteira, com grande mobilidade de pessoas e mercadorias. Mas a polícia nunca tinha imaginado que o conflito iria escalar tanto", disse o chefe da polícia.

Pela manhã, o Itamaraty informou ao presidente Lula que não havia registro de brasileiros mortos no Suriname. Em conversa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), Patriota disse ao presidente que há "grande diálogo" de diplomatas com o governo do Suriname, para esclarecer o que ocorreu na véspera de Natal, quando moradores de Albina atacaram brasileiros que atuam nos garimpos. Cautelosos, assessores do Planalto e do Itamaraty disseram que é preciso esperar para saber a real dimensão do conflito e o possível número de mortos e feridos.

Enquanto a embaixada brasileira revista hospitais do Suriname em busca de informações de mortos ou feridos no confronto entre garimpeiros e moradores da cidade de Albina, no último dia 24, policiais seguem contabilizando o número de vítimas. Segundo o ministro da Justiça e de Polícia do Suriname, Chandrika Santokhi, pelo menos 20 brasileiras foram estupradas no conflito.

Três brasileiros seguem hospitalizados na capital Paramaribo e o estado de saúde deles ainda é considerado grave. Mais de 120 pessoas - entre brasileiros e chineses - estão refugiados em uma base militar. Ainda não há confirmação de mortes nos ataques, apesar de testemunhas afirmarem terem, visto corpos no local.

Na segunda-feira, a polícia do país anunciou que 35 suspeitos haviam sido presos, entre eles alguns suspeitos de estupro que teriam sido reconhecidos pelas vítimas. O governo montou um esquema especial para reforçar a segurança na região e agilizar as investigações sobre o caso. O estopim do conflito, segundo autoridades, teria sido a morte do surinamês Wilson Apensa por um brasileiro.


Fonte: O Estado de SP / Veja

Nota do Blog: Onde esta nosso presidente? Lula deveria ir pessoalmente ao Suriname exigir ação severa de punição dos culpados por esta atrocidade contra nossos compatriotas, pois é um absurdo aceitar que nossas mulheres sejam estupradas por nossos vizinhos do Suriname. O Brasil tem que ser enérgico ao exigir ação das autoridades locais e ainda enviar a título de cooperação agentes de nossa Polícia Federal para investigar e caçar os participantes desta bárbarie contra nosso povo que estava naquele território. Caso contrário que se proiba a entrada de qualquer pessoa daquela nação em nosso território.
Segundo e acompanhei nos noticiários os atos foram promovidos pelos "quilombolas" do Suriname, mais uma vez eu falo, ao invés de a nação, seja ela brasileira ou não, alimentar esse povo preguiçoso e que só causa problemas seja aqui ou em outro país que os acolha, devemos é dar trabalho e exigir postura destes povos, pois o passado esta lá atrás, devemos lembrar sim, mas não deixar que usem isso como motivo para fazerem o que querem e muitas vezes travarem o desenvolvimento, como é o caso no Brasil da base de Alcântara e da base de submarinos, pois os escravos foram os ancestrais deles, não eles, temos que ter todos os direitos iguais, a dívida com eles será paga quando os tratarmos como sendo iguais a nós e não como coitadinhos que vivem a custas de nosso suor sagrado e ainda dão dor de cabeça.
Posso estar soando preconceituoso, mas não sou, apenas exijo que tratemos todos como iguais, sejam eles brancos, negros, pardos, índios, quilombolas ou seja lá quem seja, pois somos iguais, se cortar o braço todos tem sangue e sentem dor.
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Segundo presidente da TAM classe C vai dar fôlego a crescimento da aviação civil no Brasil

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O potencial de crescimento da aviação brasileira está na classe C. É desse consumidor, que parcela em até 48 vezes um trajeto antes feito de ônibus, que a TAM vai atrás. É o que diz o novo presidente da empresa, Líbano Barroso, 44. Vice-presidente de Finanças desde 2004 e presidente interino desde outubro deste ano, Barroso foi confirmado ontem no cargo pelo Conselho de Administração da companhia. O executivo substituiu David Barioni Neto, que deixou o comando da TAM após dois anos de uma gestão que, prejudicada pela crise e pela explosão do dólar, amargou prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2008. O novo presidente projeta crescimento de 12% no mercado de aviação brasileiro no próximo ano e diz não ter medo da guerra de preços com a Azul e a Gol: "O cliente satisfeito compra de novo". A seguir, trechos da entrevista que concedeu à Folha ontem.

FOLHA - O que o sr. pretende fazer à frente da TAM?
LÍBANO BARROSO - O objetivo é dar sequência aos planos definidos pelo Conselho, a TAM é uma companhia que tem padrão diferenciado de governança. O meu principal papel é interpretar essa estratégia, que passa pela ideia de que a TAM seja reconhecida como a companhia aérea preferida de clientes e fornecedores. Nós vamos entrar na Star Alliance em abril, o que permitirá a interligação de cidades de médio porte com destinos em qualquer lugar do mundo. A partir de abril vai ser possível interligar o interior de Minas com a China com uma só passagem e um único despacho de bagagem.

FOLHA - É possível a TAM manter o crescimento do número de passageiros que registrou ao longo deste ano?
BARROSO - O mercado brasileiro deve continuar crescendo o que cresce historicamente, de 2,5 a 3 vezes o crescimento do PIB. No ano que vem, o mercado doméstico deve crescer cerca de 10% a 12%. O internacional cresce um pouco menos, mas também próximo de 10%. Estamos preparados para crescer com o mercado.

FOLHA - Os preços também vão subir?
BARROSO - Nós não administramos a companhia pensando no preço, administramos pensando no maior número de pessoas voando nas nossas aeronaves. Para atrair um público que normalmente viaja de ônibus dentro do Brasil, estamos oferecendo parcelamento em até 48 meses por meio do Banco do Brasil e do Itaú.

FOLHA - A TAM está em busca desse mercado da classe C?
BARROSO - Sim, porque nós entendemos que é onde há um grande potencial de crescimento e é uma evolução natural dos mercados. É como aconteceu nos EUA, onde hoje 40% dos passageiros viajam a negócios e 60% viajam a lazer. No Brasil, essa parcela é de 70% a negócio e 30% a lazer. A tendência é que daqui a 20 anos nós tenhamos meio a meio, o lazer tem muito a crescer. E é o público da classe C que está entrando no mercado.

FOLHA - É possível manter a qualidade e competir com a Gol e a Azul nesse mercado?
BARROSO - É, nós entendemos que o cliente satisfeito compra de novo, e o cliente fiel fala bem da companhia.

FOLHA - O foco no mercado regional é uma tendência ou a compra da Pantanal foi algo pontual?
BARROSO - A compra da Pantanal representa, para nós, a abertura de uma nova linha de negócios, que é exatamente os mercados de média densidade, que crescem a taxas superiores aos grandes centros urbanos. Mas não temos nenhuma nova aquisição planejada, o objetivo é o crescimento orgânico.

FOLHA - Os problemas de infraestrutura dos aeroportos brasileiros podem prejudicar o crescimento da empresa?
BARROSO - Temos trabalhado com o governo para evitar que tenhamos descontinuidade. Um exemplo foi a operação de fim de ano, passamos bem pelo Natal com nosso plano de contingência. E o governo está sensível aos investimentos necessários, provavelmente teremos investimentos tanto em Guarulhos como em Viracopos.

FOLHA - Como vocês veem a ascensão da Gol? A TAM manterá a liderança de mercado?
BARROSO - Nós pretendemos oferecer um serviço diferenciado, abrangente e atendendo cada vez melhor o público. A posição no mercado é consequência do serviço e da sua oferta, então estamos preparados para crescer com o mercado.

Fonte: Folha
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Jobim afirma que perdedores da disputa para fornecer caças podem retaliar

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O ministro da Defesa, Nelson Jobim, admite a hipótese de retaliação política dos perdedores do programa F-X2, de renovação de 36 caças da FAB, e avisa que o Brasil tem de estar preparado para elas. “Pode haver questões políticas que você tem de saber administrar. Quando você faz opções, sempre pode ter problemas. Isso é risco de país grande, e só vamos ficar sabendo depois”, disse ele em entrevista à Eliane Cantanhêde, da Folha de São Paulo, publicada hoje (26/12).

Deixando claro nas entrelinhas a opção pelo Rafale, da França, que concorre com o Gripen NG, da Suécia, e o F/A-18 Super Hornet, norte-americano, Jobim disse ainda que chamou a Aeronáutica para mudar as regras da indicação técnica. Segundo ele, foi porque “a transferência de tecnologia passou a ser prioridade”. Depois de 34 viagens internacionais no ano, disse que a América Latina deve ter uma relação com os EUA “no mesmo nível, não de baixo para cima”. Neste ano, firmou o maior acordo militar brasileiro na história recente, comprando R$ 22 bilhões em submarinos e helicópteros franceses.

FOLHA - Por que investir bilhões em armamentos num país como o Brasil, com tanta coisa por fazer?

JOBIM – Não é investir em armamento, é investir em desenvolvimento. Tudo o que a gente está fazendo em relação à Marinha e à Aeronáutica diz respeito à construção no Brasil de submarinos, de helicópteros e futuramente de caças. Um brutal avanço tecnológico, porque a empresa estrangeira associa-se a empresas nacionais e produz no país, formando técnicos, gerando expectativas, criando empregos, o diabo a quatro. Toda a alta tecnologia se desenvolve primeiro na área militar, só depois vai para a área civil.

FOLHA - E para que um submarino nuclear?

NELSON JOBIM – O território imerso do Brasil tem 4,5 milhões de quilômetros quadrados e, numa faixa de Santa Catarina até o Espírito Santo, há a maior riqueza submersa do país. É preciso dissuasão.

FOLHA – Por que não usar os submarinos convencionais, que têm manutenção muito mais barata?

JOBIM – O submarino convencional tem uma estratégia de posição, ele vai a profundidades muito grandes, mas desenvolve velocidade baixíssima. Já o de propulsão nuclear tem estratégia de movimento e chega a até 60 km/hora. Para nosso litoral, não é possível escolher um ou outro, tem de ser um e outro.

FOLHA - Ao perseguir liderança internacional e os projetos na área nuclear, o Brasil caminha para modificar a Constituição e ter condições de construir a bomba, como desconfiam diplomatas estrangeiros?

JOBIM - Nem pensar. Isso é cogitação de diplomata que chega sem saber nada sobre o Brasil.

FOLHA – O governo deixou a decisão dos caças para 2010 porque os franceses não estão cumprindo as promessas de Nicolas Sarkozy?

JOBIM – O problema todo é esse: havia uma decisão política de prosseguir a aliança estratégica com a França e havia um processo de seleção estabelecido pela Aeronáutica, que chegou aos três finalistas. A análise que tem de ser feita é quanto à plataforma, que significa basicamente o avião; à transferência de tecnologia; à capacitação nacional; ao preço e, finalmente, ao custo do ciclo de vida. A FAB faz a análise quanto à plataforma e sua adequação às necessidades do país e informa as tecnologias que as empresas estão oferecendo, inclusive detalhando as regras de cada país para aquela tecnologia.

Aqui, surge o seguinte: a França desenvolve toda a tecnologia do seu avião, depois tem a Boeing, em que toda a produção é norte-americana, e, por fim, a Saab, sueca, que tem produção americana, que é o motor, e outras europeias.
Então, tem de verificar a regra para transferência de tecnologia de cada uma dessas coisas. Não podemos iniciar o desenvolvimento de tecnologia no país e ser surpreendidos lá adiante por um embargo.

FOLHA - A FAB apresentou um relatório e o sr. devolveu, pedindo mais explicações?

JOBIM - Eu disse a eles o que eu queria. O que eles tinham era uma modelagem que vinha desde a época do governo passado, a da Copac [Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate], e eu disse ao brigadeiro [Juniti] Saito [comandante da Aeronáutica]: “Olha, mudou a modelagem. Não é mais essa aí”.

FOLHA – Foi uma forma de pedir para refazer o resultado e evitar um favorito que contrariasse a preferência do presidente?

JOBIM – Isso é presunção sua, conclusão de jornalista, partindo do pressuposto de que montei tudo para chegar à conclusão que eu quero. Não é nada disso. Quero chegar ao seguinte: isso aqui é que determinará a conclusão e não a conclusão que vai impor isso. Entendeu?

FOLHA – Não está se mudando na reta final uma regra e uma comissão que vêm há muitos anos, aliás, muito antes do governo FHC?

JOBIM – É que você teve, no meio do caminho, uma coisa que não tinha antes, a Estratégia Nacional de Defesa, que interfere em tudo, transforma a transferência de tecnologia em prioridade.

FOLHA – Na prática, o sr. vetou a FAB de indicar o favorito?

JOBIM – Não vão indicar mesmo, quem decidirá é o governo.

FOLHA – O risco de não saírem os caças é zero?

JOBIM – Praticamente zero. O presidente decide em janeiro e depois vem a negociação do contrato, que pode levar uns dois meses, como na Marinha.

FOLHA – Não é preocupante pendurar todas os contratos e equipamentos num único país fornecedor?

JOBIM – A premissa é falsa, antiga. Confunde compra de oportunidade com capacitação nacional. Se você simplesmente compra alguma coisa que não sabe fazer, sim, você fica na mão do fornecedor. Antes era assim, o que exigia uma diversidade enorme de fornecedores e o preço da logística ficava uma barbaridade. Hoje, com a premissa da capacitação nacional, é melhor produzir um tipo só, porque reduz o custo.

FOLHA – É uma defesa dos Rafale, já que os contratos são todos com a França?

JOBIM – É a defesa de quem transferir tecnologia.

FOLHA – É possível algum tipo de retaliação dos perdedores? Jurídica, por exemplo?

JOBIM – Não, porque não é uma licitação, é um processo de seleção, ou seja, com dispensa de regras previstas na 8.666 [Lei das Licitações]. Bem, pode haver questões políticas que você tem de saber administrar. Evidentemente, isso pode acontecer em qualquer hipótese. Se você escolher o Gripen, pode ter problemas com os franceses e os americanos. A mesma coisa se for o F-18. Quando você faz opções, sempre pode ter problemas. Isso é risco de país grande, e só vamos ficar sabendo depois.

FOLHA – Qual o foco de reequipamento em 2010?

JOBIM – Na Marinha, nós temos interesse em navios de patrulha oceânicos, logísticos e costeiros. A Itália e a Ucrânia vão mandar gente aqui em janeiro. No Exército, o presidente autorizou R$ 43 milhões para o início do projeto do blindado sobre rodas para substituir o Urutu. A princípio, vai se chamar Guarani. Na Aeronáutica, o FX-2. E, em comum para os três, o satélite de monitoramento.

FOLHA – A nova lei de Defesa é para preparar as Forças Armadas para agir em crises urbanas, como no Rio?

JOBIM – No Exército não muda nada, porque desde 2005 ele ganhou competência de patrulhamento, revista e prisão em flagrante em caso de crimes ambientais e transfronteiriços. O que faz a nova lei? Autoriza a Aeronáutica e a Marinha a poderem fazer o mesmo.

FOLHA – Como foi a conversa com o secretário-adjunto para o Hemisfério Sul, Arturo Valenzuela?

JOBIM – Muito boa. Eu defendi que os EUA se reapresentassem à América Latina, e a reapresentação passa pela relação com Cuba. O problema americano qual é? Não é o caso dele, mas americano tem mania de achar que a América Latina é uma coisa só, e não é. Mostrei a ele que nós queremos criar uma região de paz e ter uma relação com os EUA no mesmo nível, não de cima para baixo.”

Fonte: Folha

Nota do Blog: É digno de nota as perguntas que foram feitas pela reporter e que reflete bem a falta de conhecimento geopolítico e estratégico de nosso povo, vendo como ônus o investimento em equipamento e principalmente tecnologia militar. Pois trata-se muito mais do que ter aviões, navios e veículos de combate, trata-se de ter capacidade de preservar nossa soberania, trata-se de desenvolver nossa planta industrial, pois os conhecimentos obtidos nessas transferências de tecnologia não estarão restritas ao campo militar, mas a todo campo industrial brasileiro e a longo prazo esse investimento que para muitos é vultoso e mesmo considerado por leigos proibitivo, vai se mostrar muito importante no que diz respeito a possibilitar o avanço industrial e a capacidade de termos autonomia para desenvolver nosssos próprios meios militares a um custo bem menor do que o praticado até então por dependermos de comprar de terceiros, e muitas vezes compramos equipamentos que não atendem totalmente nossas necessidades por serem compras de ocasião, só que nossa postura mudou e o Brasil esta crescendo, e isso demanda investimento nos mais diversos campos políticos, científicos, industriais e militares, para que possamos sustentar nosso crescimento e ter capacidade de proteger nossa pátria em todos os sentidos que se pode empregar esta palavra. Pois somos brasileiros e devemos confiar em nossa nação e buscar sempre o crescimento de nosso país.
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