segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ampliação de ‘guerras nas favelas’ é risco para o Brasil, dizem pesquisadores

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Nem a guerra nas favelas colocou o Brasil na lista dos países mais suscetíveis a episódios de agitação política nos próximo cinco anos, mas o país passaria a correr esse risco se o conflito se alastrar, segundo os pesquisadores Sam Bell e Amanda Murdie, professores assistentes de Ciência Política na Universidade do Kansas.

“Produzimos esta lista mais ou menos na mesma época da violência nas favelas do Brasil (por conta da ocupação do Morro do Alemão no Rio de Janeiro). E ficamos surpresos que o que Brasil não estivesse nela”, diz Sam Bell.

“Entretanto, nos demos conta depois de que a violência no Brasil não parece ser politicamente motivada; é mais de natureza mais criminal, e nosso modelo não capta isto”, afirma.

Analisando os dados de violência política doméstica em 150 países entre 1990 e 2009, os pesquisadores levam em conta três fatores para determinar os países mais vulneráveis a aumentos nos episódios de agitação política direcionada contra o governo.

O primeiro é o nível de repressão do Estado contra os cidadãos, que inflama as tensões e encoraja levantes contra o governo.

O segundo é a facilidade de coordenar os protestos, incrementada em grande medida pelo advento das tecnologias móveis, como celulares, redes sociais, blogs e o site Twitter.

O terceiro é a capacidade do Estado de conter a violência em protestos através do preparo e capacitação de suas forças de segurança.

Para os pesquisadores, com as tecnologias de coordenação amplamente disponíveis, os níveis de violência vistos no Brasil dependeriam mais dos outros dois fatores – principalmente do terceiro.

“O que poderia ocorrer no Brasil é que a repressão do governo contra o crime organizado pode elevar os níveis gerais de repressão”, observou Amanda Murdie, co-autora do modelo.

“Portanto, mesmo que não vejamos isto hoje, esse efeito pode se tornar visível da próxima vez que aplicarmos esse modelo no futuro.”

América Latina

Embora o Brasil não faça parte da lista, da América Latina constam Colômbia, Peru, Equador, Chile, Argentina, México e Honduras.

Os pesquisadores concordam que, de certa forma, a situação brasileira é oposta à do México, onde o governo tenta provar que tem capacidade para manter o tráfico de drogas sob controle.

O país tenta afastar a noção de que pode se tornar um “Estado falido”, como já foi chamado por analistas de segurança regional.

“O México é um país no qual a capacidade do Estado vem caindo recentemente”, afirma Murdie.

Outra ausência notória na lista é a Venezuela. Para os pesquisadores, embora a tensão entre simpatizantes e detratores do governo continue palpável, o governo do presidente Hugo Chávez tem conseguido manter sob controle os níveis de violência durante os protestos da oposição.

Fonte: BBC Brasil
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Rússia desenvolve ogivas nucleares capaz de transpor qualquer sistema de defesa anti-mísseis

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A Rússia desenvolveu uma tecnologia que permite que suas ogivas nucleares sejam capazes de burlar qualquer sistema de defesa anti-míssil, declarou hoje Yuri Solomonov, projetista chefe do Instituto de Termo-técnica de Moscou.

Solomonov, disse à agência de notícias Interfax que se trata de um “trabalho único”, realizado em 2010, uma vez que há 30 anos atrás essa tecnologia era tratada como "ficção científica” e “põe ponto final em todas discussões sobre como combater um virtual sistema de defesa anti-míssil de um inimigo hipotético”.

Salomonov precisou que “as ogivas de tipo balístico se integrarão com meio individuais de separação, no lugar do chamado ônibus (plataforma única)”, que é frequentemente utilizado nas cabeças MIRV (veículo de reentrada múltipla e independente).

“O míssil agora deixará de existir como um todo único, depois de concluído o trabalho da última etapa sustentadora”, declarou Solomonov, que é o criador do novíssimo míssil russo de Bulava.

“O chamado setor de separação nas ogivas é enorme, para que assim possam atingir vários alvos localizados a grandes distância um do outro. O importante agora, é adaptar a nova tecnologia aos mísseis já existentes. Esse processo é muito complexo e poderia levar alguns anos, disse. Salomonov disse também que as novas ogivas serão testadas nos mísseis experimentais Topol-E.

Fonte: O Informante via Plano Brasil
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Marinha renovará frota sob ''pressão estratégica''

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A renovação da frota da Marinha do Brasil não foi cancelada nem adiada pela presidente Dilma Rousseff. O negócio, envolvendo 11 navios e estimado entre 4 bilhões e 6 bilhões, continua em andamento. A fase atual é de consultas a empresas candidatas à parceria pretendida. "O tempo para execução é o tempo da pressão estratégica", diz o ministro da Defesa, Nelson Jobim.

Analistas ouvidos pelo Estado concordam que essa condição de ameaça é, atualmente, de baixa intensidade, mas lembram que "a curva é ascendente, se projetada para os próximos 20 a 25 anos", de acordo com o relatório Projeção 2025, feito em 2009 pela Secretaria de Assuntos Estratégicos. A escolha final, entre ofertas de Itália, Reino Unido, Alemanha, Coreia e França, deve sair até o fim do ano. A primeira fragata ficará pronta entre 2018 e 2019 - a entrega do navio patrulha ocorre 12 meses antes.

O contrato inicial, todavia, será firmado em 2012. Depois da seleção, a complexidade do processo exigirá um ano de discussões para ajuste da transferência de tecnologia, estabelecimento da rede de fornecedores e das compensações comerciais. Só então haverá o pagamento do adiantamento formal, cerca de R$ 100 milhões. É para o custeio da implementação da operação. Apenas seis meses mais tarde é que vence a primeira parcela semestral, referente aos juros do financiamento. O principal da dívida começa a ser abatido 180 dias depois, em meados de 2013.

É a mesma arquitetura financeira aplicada na escolha dos novos caças de múltiplo emprego da Aeronáutica, a F-X2. Em nenhum dos dois casos existe a previsão de desembolso imediato. O ministro Jobim sustenta que a indicação do avião vencedor será anunciada até julho pela presidente Dilma. Em 2013 a Marinha vai adquirir 24 unidades da mesma aeronave, mas em versão embarcada para equipar um novo porta-aviões de 60 mil toneladas que planeja incorporar entre 2027 e 2031 - a nau capitânia da projetada 2.ª Frota, na foz do Amazonas.

Pacote

Em maio de 2010, a Marinha apresentou aos empresários do setor seu plano completo, abrangendo 61 navios de superfície, mais cinco submarinos, quatro de propulsão diesel-elétrica e um movido a energia nuclear. As encomendas vão até 2030.

O pacote prioritário, definido como Prosuper, abrange cinco fragatas de 6 mil toneladas com capacidade stealth, de escapar à detecção eletrônica, cinco navios escolta oceânicos, de 1,8 mil toneladas, e um navio de apoio, de 22 mil toneladas, para transporte e transferência em alto mar de todo tipo de suprimentos.

A intenção da Marinha é que apenas a primeira fragata e o primeiro patrulheiro sejam construídos fora do País, embora com acompanhamento de técnicos e engenheiros brasileiros. Há grupos diretamente interessados em participar desse empreendimento. A Odebrecht Defesa prepara os estaleiros da Enseada do Paraguaçu, na região metropolitana de Salvador, Bahia, para disputar o Prosuper. A empresa, associada à francesa DCNS, está construindo em Itaguaí, no Rio, uma nova base naval e mais as instalações industriais de onde sairão os cinco submarinos do Prosub, encomendados por 7,6 bilhões.

Outra prioridade da Marinha do Brasil, para ser cumprida em etapas ao longo de 15 anos, é o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul, o SisgAAz. É uma espécie de Sivam - a rede de radares e sensores eletrônicos que controla o espaço aéreo da região amazônica - do mar. A área de cobertura do SisgAAz é imensa - cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente à metade do território nacional, e tão grande quanto a Europa Ocidental. O aparato é destinado a vigiar e proteger um tesouro - na indústria da energia são 15,3 bilhões de barris de petróleo, 133 plataformas (86 fixas, 47 flutuantes) de processamento da Petrobrás, o patrimônio decorrente de investimentos da ordem de US$ 224 bilhões de 2010 até 2015. Mais que isso: estão sendo desenvolvidas pesquisas a respeito da biodiversidade exótica, encontrada nas fontes hidrotermais localizadas nas zonas de encontro das placas tectônicas. As características apuradas permitem garantir aproveitamento na indústria farmacêutica e de cosmésticos em escala bilionária. O oceano, na abrangência controlada pelo Brasil, abriga, ainda, 80 reservas de 100 materiais estratégicos. Mapeadas, não prospectadas.

Italianos

Até dezembro de 2010, a vantagem na análise preliminar das propostas era do consórcio italiano Fincantieri Cantieri Navali. O preço era bom, o modelo de transferência de conhecimento avançado foi considerado satisfatório e o tipo de fragata, da classe Freem, desenvolvido junto com a França, adequado às especificações. O clima desandou há três semanas, quando a deputada Fiamma Nirenstein, vice-presidente da Comissão de Relações Exteriores do Parlamento da Itália, propôs o congelamento do acordo bilateral de cooperação em Defesa assinado por Nelson Jobim e seu colega de Roma, Ignazio de La Russa. O motivo alegado é o veto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à extradição do ex-ativista Cesare Battisti, condenado pela Justiça italiana por quatro homicídios. Dilma não gostou da atitude. A Fincantieri não é mais a favorita. Mas continua no páreo.

Fonte: Estadão
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Brasileiros que ajudarão em resgate chegam à Colômbia hoje.

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Os técnicos brasileiros que participarão da logística para a libertação de cinco reféns que as Farc prometeram libertar chegarão nesta segunda-feira à Colômbia, afirmou no domingo a ex-senadora Piedad Córdoba, citada por emissoras colombianas.

"A ex-senadora, que espera receber em breve das Farc as coordenadas (dos locais onde os cinco reféns estão) afirmou que com a chegada dos engenheiros brasileiros se dá início formal ao processo de libertação", informou a emissora RCN, citando Córdoba.

"Os técnicos brasileiros chegarão amanhã (segunda-feira) à Colômbia, e analisarão as condições para a entrega dos reféns e autorização o ingresso dos helicópteros brasileiros nos quais os libertados serão transportados", completou a emissora.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) - a maior guerrilha do país - anunciaram em 7 de dezembro que libertariam o major da polícia Guillermo Solórzano, o cabo do exército Salín Sanmiguel, o infante da Marinha Henry López Martínez e os conselheiros Marcos Vaquero e Armando Acuña, sequestrados entre 2007 e 2010.

Os uniformizados fazem parte de um grupo de 19 policiais e militares que a guerrilha tem em seu poder, alguns há 12 e 13 anos, enquanto os dois políticos são os únicos civis que as Farc admitem ter entre seus sequestrados para trocar.

Fonte: AFP
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Itamaraty consulta diplomatas sobre nova política

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Por ordem do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, os principais departamentos do Itamaraty, as embaixadas e a missão do Brasil na Organização das Nações Unidas preparam uma reavaliação da política externa brasileira. Esse trabalho, com conclusão prevista para março, tratará de temas como os direitos humanos em países de regimes autoritários, o papel do Brasil nas questões relacionadas ao Irã e o relacionamento com os Estados Unidos.

O Estado obteve informações sobre o despacho confidencial enviado por Patriota aos diplomatas brasileiros com representantes do País na Europa e no Oriente Médio. Essa ordem teria partido depois de uma conversa entre o ministro e a presidente Dilma Rousseff, que já fez declarações na contramão de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, em relação à condenação da iraniana Sakineh Ashtiani. Para Dilma, os direitos humanos não são negociáveis.

Com esse levantamento, avaliam os diplomatas ouvidos pela reportagem, a política externa brasileira daria mais relevância a princípios e valores defendidos domesticamente no Brasil que teriam sido deixados de lado nos últimos anos, além de repensar a relação bilateral com uma série de países.

A gestão do ex-chanceler Celso Amorim no Itamaraty promoveu uma aproximação inédita com o Oriente Médio e a África. Se, por um lado, essa política trouxe benefícios comerciais - como a multiplicação por dez nas trocas do Brasil com o Egito ou o movimento de US$ 2 bilhões anuais com o Irã -, por outro não faltaram críticas à posição do País de não reprovar publicamente violações de direitos humanos cometidos por regimes autoritários.

Uma das críticas mais duras ao Brasil - que cobiça um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU - veio da Anistia Internacional. "O problema é que, nesse caminho, o Brasil parece ter se esquecido de seus próprios valores internos, do fato de ser uma democracia e de ter lutado contra uma ditadura", afirmou a entidade em nota.

No despacho confidencial, Patriota pediu avaliação completa sobre o status da relação do Brasil com o Irã e quais pontos devem passar por alguma modificação. O País deve manter sua posição de que os emergentes têm direito a desenvolver tecnologia nuclear, mas tende a admitir que o processo negociador com os iranianos não tem surtido o resultado esperado. Nesse cenário também estão em discussão questões relacionadas a violações de direitos humanos no regime dos aiatolás.

Estados Unidos. Para completar, a revisão da política externa tocará em outro tema delicado: a imagem de que haveria um sentimento antiamericano permeando a diplomacia brasileira. anos. Telegramas da embaixada dos Estados Unidos em Brasília revelados pela organização WikiLeaks demonstraram preocupação por parte dos diplomatas americanos nesse sentido.

Ex-embaixador do Brasil em Washington, Patriota vê com mais otimismo uma maior cooperação entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto. Em março, o presidente dos EUA, Barack Obama viajará para o Brasil e o ministro já gostaria de dar sinais dessa reavaliação da diplomacia do País nessa viagem.

O QUE DEVE MUDAR


Regimes autoritários

Depois de fazer vista grossa para violações de direitos humanos, o País deve adotar tom crítico em relação a governos não democráticos, principalmente na África e no Oriente Médio.

Armas nucleares

O Brasil manterá a posição de que países emergentes têm o direito de desenvolver programas de tecnologia nuclear, mas tende a reavaliar a opção de buscar apenas o caminho da negociação com o Irã para evitar o desenvolvimento de bombas.

Relações com os EUA

Nos últimos anos, Brasil e Estados Unidos divergiram em diversos temas no cenário internacional. A tendência agora é de mais diálogo e alinhamento da política externa dos dois países.

Fonte: Estadão
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A necessidade de veículos especiais na segurança pública‏

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Muito tem se falado ultimamente em planos para emergências, em projetos de habitações dentre tantos outros assuntos pertinentes. Mas sempre que ocorre uma catástrofe como esta que vitimou centenas se não milhares de vidas, eu me pergunto o porque de não termos núcleos de excelência em resgates, para que sejam abreviados o máximo possível o tempo de respostas para estas catástrofes.

Dentro deste pensamento pude como voluntário resgatista perceber a grande dificuldade que foi conseguir viaturas em carater emergencial para atingirmos localidades inacessíveis a veículos convencionais sem capacidade All-Terrain (todo terreno), mas com a chegada de um grande número de forças públicas e seus veículos isto foi sendo contornado, mas infelizmente estas forças chegaram entre 48 e 72 horas após o ocorrido, mas longe de desmerecer seus empenhos, somente uma observação apenas.

E como opinião de quem esteve praticamente com as mãos atadas por falta de viaturas especializadas, eu pergunto o que falta para que as Prefeituras, Secretarias estaduais de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros venham a ter veículos com estas características em números que possam ser distribuídos pelas localidades conforme a demanda e a necessidade estratégica de dotação destes equipamentos.

Pude observar alguns bons veículos com deslocamento superior aos das Pick-up's 4X4 utilizadas pelos orgãos de segurança no teatro de operações. Entre estes veículos posso citar o caminhão Mercedes Bens com carroceria fechada do IBAMA lotado no Parque Nacional Serra dos Orgãos e vinculado ao PrevFogo, tendo este veiculo um deslocamento de 7 toneladas, o caminhão Mercedes Benz Atego 4X4 militarizado a serviço do CBMERJ, os VW Worker 15-210 Militares do Exército Brasileiro, assim como a grande maioria de outros Mercedes com traçao full desta força.


Mas fica a pergunta e quem sabe a sugestão: Porque cada grupamento do CBMERJ, e as Secretarias de Defesa Cívil destes Municípios não possui pelo menos um veículo desta categoria lotado em suas guarnições? Mesmo porque estes serviriam para muitos outros serviços, como atendimento a comunidades de dificil acesso, transporte de materiais diversos, transporte de tropas em treinamentos, veiculos logísticos entre outras utilidades que não cabem neste tópico.

Fico na espectativa de ver em breve vários destes sendo introduzidos em serviços nas forças de segurança pública não só em âmbitos Federal e Estadual, mas principalmente em municípios onde este faça a diferença para salvar uma vida.

       
Claudio Marcos de Queiroz
Correspondente Especial do GeoPolítica Brasil em Teresópolis
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No sul do Sudão, mais de 99% votam pela independência

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A comissão para o referendo no sul do Sudão disse, neste domingo, que mais de 99% dos eleitores optaram pela separação do norte do país, em um pleito realizado no início do mês. Milhares comemoraram o anúncio em Juba, a capital do Sudão do Sul. O anúncio definitivo será feito em fevereiro e o novo país poderá proclamar sua independência em 9 de julho.

A votação durou uma semana, no início de janeiro, e foi elogiada por ter sido pacífica e por ter ficado dentro dos padrões internacionais. O referendo era a condição para o acordo de paz de 2005, que encerrou a guerra civil norte-sul, que já durava duas décadas e matou 2 milhões de pessoas.

Justice Chan Reec Madut, chefe da comissão do escritório do sul, disse que o número de votos úteis nos 10 Estados foi também de 99%. Ele afirmou que apenas 16 mil eleitores no sul escolheram permanecer unidos com o norte, enquanto 3,7 milhões escolheram a independência.

No norte do Sudão, 58% dos eleitores escolheram a independência, disse Mohamed Ibrahim Khalil, presidente da comissão do referendo na região. Cerca de 60% dos eleitores participaram.

Os resultados do referendo, disse Khalil, conduzem a uma mudança de situação. "A mudança abrange apenas a forma constitucional de relacionamento entre norte e sul. Norte e sul estão juntos em laços históricos e geográficos indissolúveis", afirmou.

Os oficiais da comissão de referendo não anunciaram um porcentual total para todos os votos. No website, neste domingo, a comissão disse que 98,8% dos eleitores escolheram independência, mas citou que o número poderia mudar.

Se o processo continuar desta forma, o Sudão do Sul pode se tornar o mais novo país do mundo em julho. Demarcação de fronteira, direitos sobre petróleo e status da região disputada de Abyei ainda precisam ser negociados.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, elogiou o processo eleitoral, mas disse que muito ainda precisa ser feito. "Nós ainda estamos muito preocupados com questões a respeito do período pós referendo, como a segurança as fronteiras, cidadania, divisão de riquezas, demarcação dos territórios e mais importante, o status de Abyei", disse Ban, quando discursava a líderes africanos na cúpula da União Africana (UA), em Adis Abeba, capital da Etiópia. "Considerar a paz entre norte e sul do Sudão exigirá estadismo, sabedoria, paciência, o compromisso consistente e o apoio da comunidade internacional.

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, não se manifestou.

O presidente do Sul do Sudão, Salva Kiir, também discursou em Juba, falando em grande parte em árabe. "Nós continuaremos o processo em frente", disse Kiir em inglês". "A luta continua". Kiir disse que o Sul do Sudão irá declarar a independência em 9 de julho, mas não antes. "Vamos hastear a bandeira do Sudão até 9 de julho", ele disse. O novo país poderá se chamar Equatória.

A população do sul sudanês estava contente. "Hoje nós determinamos nosso destino", disse Anna Kaku, de 42 anos. "Lutamos por muito tempo e agora fizemos isso de uma maneira pacífica", ela disse.

Fonte: Estadão
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Chipre reconhece Estado palestino como independente

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O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, recebeu neste domingo uma carta do presidente do Chipre, Dimitris Christofias, na qual expressa o reconhecimento de seu país como um estado livre e independente nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967, informou a agência de notícias oficial da ANP "Wafa".

O dirigente cipriota reafirmou na carta as "históricas e profundas" relações entre os dois países e confiou que a região seja testemunha de "uma solução pacífica que garanta um estado independente para o povo palestino com Jerusalém Oriental como sua capital".

Fontes do Ministério de Assuntos Exteriores de Israel citados pelos sites de jornais locais asseguraram estar investigando a informação e apontaram que não sabiam de nenhum reconhecimento nesse sentido procedente de Nicósia.

"Não temos conhecimento de nenhuma decisão por parte do Chipre que não esteja em linha com a posição da União Europeia, que exorta às partes a resolver o conflito através de negociações diretas e indiretas ao tempo que devem ser evitado adotar medidas unilaterais", assinalou o funcionário de Exteriores israelense Yossi Levy ao serviço de notícias "Ynet".

Anteriormente, o Paraguai reconheceu o Estado palestino "livre e independente" nas fronteiras prévias à guerra de 1967.

Esse reconhecimento uniu-se ao que nos últimos meses vêm fazendo as nações sul-americanas como o Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Peru, Uruguai e Guiana.

Mais de uma centena de países já tomaram tal atitude perante o bloqueio do processo de paz, principalmente pela política de Israel de continuar construindo colônias judias no território ocupado palestino.

O presidente da Rússia, Dimitri Medvedev, ratificou recentemente seu apoio a um Estado palestino em linha com a posição tradicional de Moscou no século passado.

Por enquanto, nenhum país comunitário expressou de maneira individual um reconhecimento formal a um Estado palestino independente com base nas fronteiras de 1967 fora de um marco de negociação com Israel.

Fonte: EFE

Nota do Blog: Estamos prestes a assistir ao surgimento real do Estado Palestino, pois o reconhecimento de tal Estado pelas fronteiras que antecedem a "Guerra dos Seis Dias", tende a gerar uma pressão crescente da comunidade internacional sobre o Estado de Israel, fazendo com que a ONU venha a pressionar um posicionamento de Israel à aceitar um acordo de paz e a restituição das terras palestinas aquele povo. Ao meu ver ainda é uma situação muito delicada e que embora haja o apoio internacional a criação do Estado Palestino, o impasse a respeito de Jerusalém Oriental e as colônias judias em tais territórios podem levar a dois distintos rumos. No primeiro cenário hipotético, Israel pode a contra-gosto aceitar a devolução de tais terras, mas isso geraria um grande desgaste ao governo israelense, culminando em revoltas internas e até mesmo em um conflito de baixa intensidade, desestabilizando o governo de Israel. No segundo cenário hipotético, Israel pode não aceitar qualquer tipo de acordo, como vem ocorrendo, culminando com o uso de tropas internacionais da ONU para garantir a devolução das terras e evitar uma escalada que culmine num sangrento conflito. Em ambas as possibilidades, não consigo prever um cenário animador, pois há um grande risco de instabilidade que pode conduzir a todo o Oriente Médio a uma guerra de média intensidade e o aumento do petróleo no mercado internacional. Mas são apenas hipóteses que levanto, necessitando de estudos mais aprofundados para conceber uma melhor analise.

Angelo D. Nicolaci
Editor - GeoPolítica Brasil
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Sarkozy desafia ONU a reformar Conselho de Segurança

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O presidente da França, Nicolas Sarkozy, desafiou a Organização das Nações Unidas a reformar seu poderoso Conselho de Segurança (CS) neste ano para incluir um ou mais membros permanentes africanos. "Há muito estou convencido de que a África não tem o lugar que merece na governança mundial", afirmou o líder francês, em um discurso para líderes africanos. "Completem a reforma do Conselho de Segurança neste ano", disse Sarkozy, para o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e Joseph Deiss, presidente da Assembleia Geral da ONU, ambos participando do encontro de líderes da União Africana.

O CS da ONU tem cinco membros com poder de veto - Reino Unido, China, França, Rússia e os Estados Unidos - e 10 membros não permanentes. "Não esperem. Não façam discurso. Tomem decisões... Concedam a bilhões de africanos o lugar ao qual têm direito e a França vai apoiá-los", acrescentou, sob aplausos.

Mais cedo, Deiss também citou necessidade para um CS expandido, para que, então, este organismo "possa refletir melhor a nova ordem mundial". Ele também lamentou que a ONU tenha se tornado "marginalizada pelo surgimento de outros atores", referindo-se ao G-20, grupo de nações industriais e emergentes.

Sarkozy enfatizou que, se o CS da ONU "representar o mundo em sua diversidade, então não haverá qualquer necessidade de outras organizações".

O líder francês tem pressionado há algum tempo pela reforma de governança mundial, um assunto que ele avalia com prioridade durante a presidência atual da França no G-20 e G-8.

Ele tem dito que as principais nações emergentes como Índia, Brasil e África do Sul deveriam ter assentos permanentes no Conselho de Segurança.

Fonte: Estadão
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Mundo está prestes a ver "grande mudança"

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Diante da crise no Egito, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, criticou os "crimes" dos EUA e do Reino Unido neste domingo ao afirmar que o mundo está prestes a ver uma "grande mudança" e que o sistema atual está "à beira de um colapso", de acordo com a agência oficial Fars.

Falando ao Parlamento iraniano, Ahmadinejad disse que "os pensamentos arrogantes, materialistas e desumanos estão perdendo sua vigência, graças a Deus e à resistência do povo iraniano".

Em referência indireta à crise egípcia, o presidente do Irã voltou a tentar capitalizar as revoltas como uma potencial revolução islâmica.

"Estamos à beira de grandes mudanças e a missão que temos hoje é muito mais importante do que há cinco ou 20 anos, e o povo iraniano deve explicar o pensamento divino da revolução e apresentá-lo ao mundo", advertiu.

Além disso, acusou os "poderes arrogantes de roubarem mais de US$ 30 billhões de [outras] nações através de estratégias de desenvolvimento econômico" e advertiu que "esses países têm imposto a inflação, pobreza e discriminação de outras nações".

Ahmadinejad culpou as potências ocidentais por terem "matado a mais de 100 milhões de pessoas em um século, arruinado o meio ambiente, provocando terremotos, intoxicado o espaço [sideral], restringindo as chuvas numa parte do mundo e criado micróbios para difundirem a venda de medicamentos".

CRISE NO EGITO

Enquanto os protestos no Cairo e Alexandria voltam a se intensificar e milhares tomam as ruas novamente, o ditador egípcio Hosni Mubarak reuniu-se com chefes do Exército para revisar a situação da segurança nacional, informa a TV estatal do Egito.

Desde o início dos protestos na última terça-feira (25), o país já contabiliza ao menos 38 mortos, indica a CNN; agências internacionais, no entanto, sugerem que o número já seja maior e a Reuters menciona ao menos cem vítimas. A Al Jazeera, emissora com base no Qatar, fala em 150 mortos.

De acordo com a emissora o ditador e o vice-presidente Omar Suleiman (ex-chefe dos serviços de inteligência) visitaram o Centro de Operações das Forças Armadas e conversaram com o ministro da Defesa, o general Husein Tantaui.

Já o centro de imprensa do governo revelou que o novo premiê, Ahmed Shafic, deve revelar ainda neste domingo seu novo gabinete de ministros.

As fontes não indicaram em que horário será realizado o anúncio, nem forneceram mais detalhes a respeito.

Embora o país tenha registrado um início de manhã mais calmo, os protestos logo foram retomados. Na praça Tahrir, no centro do Cairo, ao menos 3.000 manifestantes intensificaram as revoltas, enquanto líderes mundiais aumentam a pressão por mais reformas no regime do ditador Hosni Mubarak, há 30 anos no poder.

Aos gritos de "Mubarak, o avião aguarda" e "Hosni Mubarak, Omar Suleiman, vocês dois são agentes dos americanos", milhares de jovens seguem protestando.

Líderes mundiais pressionam Mubarak por mudanças mais significativas do que a simples reformulação de seu gabinete. EUA, Reino Unido, França e Alemanha emitiram comunicados com o mesmo tom, afirmando que as alterações na política egípcia são insuficientes para o retorno da estabilidade.

No sábado (29), o ditador nomeou um vice-presidente pela primeira vez em 30 anos e também um novo premiê, com a missão de formarem um novo governo.

"Pedimos ao presidente Mubarak para evitar de todas as formas o uso da violência contra civis desarmados, e aos manifestantes para exercitar seus direitos de forma pacífica", disseram o premiê britânico, David Cameron, a chanceler (premiê) alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em comunicado conjunto.

Comentando a crise pela primeira vez, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que o país observa atentamente a situação e pediu contenção. Os dois países já travaram três guerras no passado.

"Israel e Egito estão em paz por mais de três décadas e nosso objetivo é garantir que esses laços sejam preservados. Neste momento, precisamos demonstrar responsabilidade, contenção e a máxima prudência", disse.

A fronteira entre Rafah, no Egito, e a faixa de Gaza, foi fechada. Ontem, tiroteios entre manifestantes egípcios e forças de segurança mataram ao menos 12 no local, levantando temores de que os confrontos possam contaminar a já tensa situação no território palestino.

Imerso na mais grave crise política das últimas décadas, o Egito enfrenta o sexto dia de instabilidade. Apesar de o domingo ser um dia útil no mundo árabe, escolas, escritórios do governo, bancos e a bolsa de valores egípcia ficarão fechados.

Buscando fechar o cerco à mídia, o governo egípcio fechou os escritórios e confiscou as credenciais de todos os correspondentes da emissora de TV Al Jazeera.

Com base no Qatar, a emissora tem sucursais em todo o mundo, com correspondentes inclusive no Brasil, e transmite notícias em árabe e inglês.

Os transportes também seguem interrompidos em grande parte das cidades, e o metrô do Cairo funciona de forma reduzida.

Milhares de presos escaparam das prisões no país e relatos descrevem um cenário de guerra nas ruas do Cairo, Alexandria e Suez. Na ausência da polícia, casas, supermercados, lojas e empresas foram saqueadas, destruídas e incendiadas.

O Exército concentra-se sobretudo na repressão aos manifestantes e proteção dos prédios públicos, e durante a madrugada muitos moradores montaram barricadas em torno de suas casas para evitar saques.

ESTRANGEIROS

Também na manhã deste domingo muitos países começaram a se mobilizar para retirar seus diplomatas, residentes e turistas do Egito.

A Turquia enviou dois aviões da Turkish Airlines ao Cairo para retirar seus cidadãos e disse que o processo pode levar dias.

O Departamento de Estado dos EUA informou que todos os americanos poderão deixar o país em voos para a Europa a partir de segunda-feira.

Assim como no sábado, no Aeroporto Internacional do Cairo milhares de turistas tentam lugares em voos sem reserva e segundo agências de notícias, agora muitos egípcios também querem abandonar o país.

Ainda no sábado, protestos na Jordânia, Canadá, Reino Unido e outros países mostraram apoio aos manifestantes egípcios.

ENTENDA

A deterioração da situação política no Egito incita tensões no Oriente Médio. EUA, Irã, Jordânia e Israel estão entre os principais atores na volátil região que vem registrando protestos desde a queda do ditador Zine el Abidine Ben Ali, na Tunísia.

Após a Revolução do Jasmim, em Túnis, houve protestos em países como a Mauritânia, Iêmen e Argélia, e analistas temem que os confrontos no Egito possam até contaminar a já tensa região entre o norte do Egito e os territórios palestinos.

O movimento islâmico Hamas, que controla o território desde 2007, enviou tropas à fronteira para evitar que palestinos cruzem à península do Sinai.

O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, telefonou para Mubarak e expressou solidariedade ao líder egípcio, indicando desejo de que a estabilização seja retomada o mais rápido possível.

O Egito reconhece o Estado de Israel e é visto como um aliado estratégico do país hebreu, apesar de no passado já ter travado guerras com os israelenses.

Buscando capitalizar as revoltas como uma possível inclinação do Egito ao fundamentalismo islâmico, o porta-voz da Chancelaria do Irã, Ramin Mehmanparast, disse que Mubarak deve renunciar e permitir que uma "onda islâmica desperte".

Na Jordânia, Hamman Saeed, o líder da Irmandade Muçulmana, de oposição ao governo do rei Abdullah II, aliado de Washington, disse que as revoltas no Egito devem se espalhar por todo o Oriente Médio, levando os árabes a se rebelar contra seus líderes "tiranos" aliados aos Estados Unidos.

O presidente americano, Barack Obama, disse em pronunciamento na Casa Branca nesta sexta-feira que o ditador egípcio, Hosni Mubarak, deve cumprir as promessas feitas hoje à nação e dar "passos concretos" pela reforma política do país, pela promoção da democracia.

"O que é necessário agora são passos concretos para o avanço dos direitos do povo egípcio. Falei com ele [Mubarak] depois do discurso, e disse que agora ele tem a responsabilidade de dar sentido a essas palavras", disse Obama no discurso na Casa Branca.

Aliado importante dos EUA na região, o rei Abdullah, da Arábia Saudita, onde Ben Ali estaria exilado, minimizou as revoltas no Egito ao classificá-las como "bagunça".

Fonte: Folha
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domingo, 30 de janeiro de 2011

Odebrecht costura parceria ou a aquisição da Mectron

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O grupo Odebrecht está prestes a concluir um acordo de parceria estratégica com a Mectron Engenharia, uma das mais importantes empresas do setor de defesa brasileiro, fabricante de mísseis e produtos de alta tecnologia para o mercado aeroespacial. A Embraer, segundo fontes que acompanham o processo, também chegou a conversar com a Mectron, com vistas a uma possível parceria, mas a negociação não evoluiu. Procurada, a Embraer não comentou o assunto.

A Odebrecht confirmou que está avaliando a formação de uma parceria estratégica com a Mectron, mas não forneceu detalhes. Em nota, a empresa informou que acredita no bom andamento da negociação e, caso chegue a um acordo, informará os detalhes da operação oportunamente.

No começo da noite, a Mectron também enviou um comunicado, mas se limitou a dizer que mantém negociações visando estabelecer uma parceria com algumas empresas estratégicas do setor. "As negociações estão sendo realizadas em caráter privado, ainda sem definição e estarão sujeitas às aprovações necessárias", informou.

O acordo representa mais uma iniciativa do grupo Odebrecht dentro do objetivo anunciado anteriormente de ampliar sua atuação no mercado nacional e internacional de equipamentos e serviços militares.

Em meados do ano passado, a Odebrecht formou uma joint venture com a europeia Cassidian (antiga EADS Defense & Security), controlada pelo grupo EADS, dono da Airbus. A Odebrecht também estabeleceu uma sociedade de propósito específico (SPE) com a francesa DCNS, no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) para o governo brasileiro. A participação da empresa brasileira na SPE é de 59%.

Segundo fonte do setor, mesmo havendo interesse de outras empresas estrangeiras na Mectron, a empresa decidiu se associar a um grupo nacional, tendo em vista orientação do próprio governo brasileiro. "O Ministério da Defesa está trabalhando em uma nova legislação, que cria a figura da empresa de defesa de interesse nacional, controlada por um grupo brasileiro forte e bem estruturado financeiramente ".

Essa orientação, segundo a fonte, estaria alinhada ainda às diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa, aprovada em dezembro de 2008, que prevê a reestruturação da indústria brasileira de material de defesa. "A maioria das pequenas e médias empresas brasileiras do setor, como a Mectron, não tem fôlego para atender as demandas do Plano Nacional de Defesa. O governo está incentivando a criação de blocos de empresas de defesa, com capacidade para fazer investimentos de risco no desenvolvimento de produtos estratégicos de interesse nacional", explicou.

Empresas como a Embraer e a Odebrecht estariam dentro desse perfil buscado pelo governo. "Elas têm tecnologia, capital e capacidade de gestão de grandes projetos. As pequenas e médias empresas não conseguem nem garantias para tomar empréstimos junto ao próprio governo", disse a fonte.

No fim de 2006, a Mectron recebeu aporte de R$ 15 milhões do BNDES, que passou a deter fatia de 27% na empresa. Ela foi criada em 1991, por um grupo de cinco engenheiros oriundos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que adquiriram conhecimento na área de mísseis através de uma experiência no Iraque.

Tornou-se estratégica para as Forças Armadas brasileiras, especialmente a Aeronáutica e o Exército, com o desenvolvimento de mísseis. Hoje, a Mectron trabalha no desenvolvimento conjunto do míssil A-Darter, feito em cooperação com as Forças Aéreas da África do Sul e participação de empresas brasileiras e sul-africanas.

Com cerca de 300 funcionários, a Mectron trabalha ainda no desenvolvimento de um míssil anti-radiação MAR-1, de defesa contra baterias antiaéreas, para a FAB e com fornecimento para o Paquistão. Esse país irá arcar com 50% dos investimentos previstos para a fase de industrialização e logística do míssil. A Mectron também fornece sistemas para satélites do programa espacial brasileiro e o radar de bordo da aeronave militar AMX.

Fonte: Valor Econômico
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O Egito a caminho da revolução. O que fazer?

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As mobilizações populares na Tunísia, Egito, Iêmen e em outros lugares são um alerta para o chamado mundo desenvolvido e seria uma grande avanço para a democracia se esta região que permanece imersa na violência, em fraudes eleitorais e miséria crescente da população recebesse o devido apoio internacional nesse momento.

O porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que os EUA poderão revisar a ajuda ao Egito. O presidente Obama solicitou às autoridades egípcias que evitem o uso de qualquer tipo de violência contra manifestantes pacíficos, alertando que " aqueles que protestam nas ruas têm uma responsabilidade de expressar-se pacificamente. Já a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que a “estabilidade do país é muito importante, mas não a qualquer preço”. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu que "os líderes do Egito escutem as preocupações legítimas e os desejos de seus cidadãos”. O primeiro ministro britânico David Cameron declarou: “Eu acho que precisamos de reformas. Quero dizer que nós apoiamos o progresso e o reforço da democracia”.

Como avaliar a atitude desses líderes mundiais? Patética, cínica, hipócrita, irresponsável? Talvez devêssemos recorrer a um grande pensador liberal do século XIX, Aléxis de Tocqueville, e ouví-lo a respeito dos períodos revolucionários na França. Tocqueville alertava para o fato de líderes, que adquiriram experiência em lidar com a política em ambiente de ausência de liberdade, quando se encontraram diante de uma revolução que chegou “inesperadamente”, se assemelhavam aos remadores de rio que, de repente, se vêem instados a navegar no meio do oceano. Os conhecimentos adquiridos em suas viagens por águas calmas vão proporcionar mais problemas do que ajuda nessa aventura, e na maioria das vezes exibem mais confusão e incerteza do que os próprios passageiros que supostamente deveriam conduzir.

Já havia sinais reveladores dessas turbulências, mas o Ocidente preferia se preocupar com burcas, minaretes e terrorismo. Um relatório do Banco Mundial, publicado em 2009, informava que os países árabes importavam cerca de 60% dos alimentos que consomem e já são os maiores importadores de cereais no mundo, dependendo de outros países para a sua segurança alimentar. A elevação dos preços nos mercados mundiais, desde 2008, já causou ondas de protestos em dezenas de países e milhões de desempregados e pobres nos países árabes, como foram os casos da Argélia , em 1988, e da Jordânia em 1989. Um exemplo mais recente, além da região árabe, é o Quirguistão onde um aumento da eletricidade e tarifas de celulares causaram manifestações com dezenas de mortos e milhares de feridos.

Aqueles que temem o crescimento do “islamismo radical” como fator de instabilidade nessa região, deveriam estar mais atentos em relação às “ditaduras amistosas” que, na verdade, são as principais responsáveis pela insegurança no mundo. Desemprego em massa, preços dos alimentos e repressão política é uma combinação explosiva mais perigosa do que os homens bomba.

A demografia no mundo árabe é também um grande problema. A população cresceu cinco vezes durante o século XX, e o crescimento continua a uma média anual de 2,3%. A população do Egito está em torno de 80 milhões. Em 2050 (de acordo com projeções da ONU) deverá ter 121 milhões. A população da Argélia irá crescer de 33 milhões em 2007 para 49 milhões em 2050; a do Iêmen de 22 a 58 milhões. Isso significa que mais empregos precisam ser criados - e mais alimentos importados, ou aumentar a capacidade para produzir mais. No caso do Egito dois terços da população são jovens abaixo de 30 anos, dos quais 90% estão desempregados.

Baseada no turismo, na agricultura e na exportação de petróleo e algodão, a economia é incapaz de sustentar a taxa de crescimento demográfico. 40% da população vive com menos de US$ 2 (R$ 3,30) por dia, o país está na 101ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)

De certa forma a auto-imolação do jovem tunisiano, Mohamad Bouazizi, que deflagrou a onda de protestos na Tunisia revela, no nível individual, aquilo que está acontecendo nas sociedades daquela região como um todo. Ele não se rebelou, apenas porque não encontrou trabalho que refletisse suas ambições profissionais, mas sim quando um oficial da polícia confiscou as frutas e legumes que estava vendendo sem autorização. Quando foi fazer uma reclamação para buscar justiça, sua demanda foi rejeitada.

Provavelmente foi este sentimento de injustiça que levou Mohamed Bouazizi e milhares de pessoas às ruas, empenhados em quebrar o ciclo da miséria e opressão.

Talvez seja mais confortável para a chamada comunidade internacional lidar com um mundo árabe dividido entre nacionalistas, relativamente seculares, de um lado e islamismo radical, de outro, do que um mundo mais complexo, com problemas econômicos, sociais e políticos que conta com sua cumplicidade.

Fonte: Carta Maior
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sábado, 29 de janeiro de 2011

Exército Brasileiro "Braço forte,Mão amiga" trabalhando na reconstrução da cidadania

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Os bravos soldados do Exercito Brasileiro, na sua luta incasável por amenizar o sofrimento de comunidades inteiras, que foram atingidas por esta triste e violenta tristeza, continuam até o dia de hoje e sem prazo para retornar aos seus quarteis de origem. Temos acompanhado o vai e vem de suas diversas viaturas, nesta nobre missão de ajudar as vítimas dessa catástrofe, contudo não devemos esquecer que sua missão principal e seu treinamento não são para este tipo de operações, mas que não se furtaram de encarar com maestria e muita dedicação, desde os soldados conscritos aos seus oficiais de carreiras, que tentam dentro do estado lastimável das localidades e da tristeza reinante pelas centenas de vidas perdidas manter a moral de seus homens para que as missões dadas, sejam missões cumpridas.

Neste grande trabalho sendo feito pelo Exercito Brasileiro em campo, seja sozinho ou seja apenas apoiando outras instituições publicas ou cívis, tem tido destaque uma simples mas imprescindível que é o transporte de toneladas de água potável a comunidades que tiverem o abastecimento regular comprometido pelas fortes chuvas que castigaram a região.

Este flagrante mostra uma Viatura Pipa do EB com capacidade de 7.000 litros de água, pertencente ao 25º BLogEx, sendo abastecido no centro da cidade de Teresópolis, em um hidrante da CEDAE para que o mesmo usando de suas capacidades off-road(todo terreno 4X4) conseguisse suprir locais dentro do bairro da Posse, pois existem uma grande quantidade de moradores que não estão em área de risco iminente mas que encontram-se sem este precioso liquido. Nesta situação entra em cena a figura do valente soldado brasileiro para que com sua viatura possa socorrer estes irmãos abalados por tamanha adversidade.

Também não podemos nos furtar de informar o grande trabalho e não menos importante que os batalhões de engenharia do Exército que junto com as prefeituras tem feito com grandes sacrficios e muito trabalho a recuperaão, construção e quando não colocar e instalar suas pontes metalicas para que as comunidades isoladas possam ter suas ligações com as cidades reestabelecidas, sem contar que com isso as mesmas podem dentro das suas possibilidades voltar a se manter com suas produções agrícolas que tanto se faz necessário não somente para o sustento dos mesmos, mas para todos do Estado do Rio, pois Teresópolis é responsável direto por 70% da produção de legumes e hortaliças que abastece o mercado consumidor deste estado.


Entre os serviços de montagens de pontes podemos mensionar os seguintes:


Montagem pelo Batalhão Escola de Engenharia – Sediado em Santa Cruz - RJ, a Prefeitura esta terminando os trabalhos nas margens e a montagem com sua inicialização ocorrendo desde o dia 26 de janeiro.

- Tipo: Pnt Bailey dupla-dupla de 140 pés (42,7 m), Cl 30;

- Finalidade: trânsito de veículos de passageiros e de carga, dois eixos, até, no máximo, de 20 Ton.

- Localização: sobre o Rio dos Frades, na região de Sebastiana, município de Teresópolis



Montagem pelo 2º Batalhão de Engenharia de Combate sediado em Pindamonhangaba - SP, necessita de trabalhos de engenharia por parte da Prefeitura, ainda não iniciados, quando forem terminados inicia-se a montagem da ponte.

- Tipo: Pnt Bailey dupla-simples de 60 pés (18,3 m), Cl 65.

- Finalidade: trânsito de veículos de passageiros e de carga até, no máximo, de 15 Ton.

- Localização: sobre o Rio Paquequer, na localidade de Caramandu, município de Sumidouro.

- Coordenadas: 22º 8´ 50,4´´ S., 42º 39´ 28,7´´ W.



Montagem pelo 3º Batalhão de Engenharia de Combate sediado em Cachoeira do Sul - RS, montagem iniciada

- Tipo: Pnt Compact 200, tripla-simples de 170 pés (52 m), Cl 79.

- Finalidade: trânsito de veículos de passageiros e de carga, dois eixos, até, no máximo, de 20 Ton.

- Localização: sobre o Rio Grande, no bairro Maravilha, na cidade de Bom Jardim.

- Coordenadas: 22º 8´ 26,85´´ S., 42º 24´ 55,09´´ W.

       
Claudio Marcos de Queiroz
Correspondente Especial GeoPolítica Brasil em Teresópolis
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A Revolução dos Jasmins contra as autocracias

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A chamada Revolução dos Jasmins que iniciou na Tunísia há algumas semanas se estendeu como um rastilho de pólvora para vários países árabes, e não os menores. O Iêmen e, sobretudo, o Egito, vivem hoje revoltas que têm características revolucionárias. Trata-se de um fenômeno tanto mais único na medida em que o discurso ocidental sempre tratou os países árabes como incapazes de assumir coletivamente um destino democrático. Tunísia, Argélia, Mauritânia, Iêmen e Egito não só desmentem esses argumentos como também abalam desde a raiz as ditaduras que governam esses países há décadas com mão de ferro e privilégios exorbitantes.

Alguns analistas asseguram hoje que já não se trata de saber que regime cairá primeiro, mas sim qual se salvará dessa onda de aspirações democráticas cujos protagonistas são as classes médias, os setores menos favorecidos e os jovens, que se organizam por meio da internet e das redes sociais. O mais moderno do mundo irrompe como instrumento de comunicação e protesto contra poderes dinossáuricos. Os protestos revelam também a ruptura sem remédio entre autocracias longevas, respaldadas historicamente pelo Ocidente, e a legitimidade popular.

O sociólogo e filósofo Sami Naïr, professor de Ciências Políticas na Universidade Paris VIII, presidente do Instituto Magreb-Europa da mesma Universidade, analisa em entrevista ao jornal Página/12 a originalidade e as causas desta revolução árabe. Autor de ensaios e análises sobre política internacional, Naïr aponta como primeiro fator alimentador da revolta o fato central de que o medo mudou de campo. É o poder que enfrenta agora um povo que perdeu o medo.


A entrevista

A Revolução dos Jasmins iniciou na Tunísia com a imolação de um jovem e logo se alastrou para outros países. Agora, a revolta chega ao Egito e ao Iêmen. Você dizia em uma análise que, assim como ocorreu primeiro na América Latina e depois nos países do leste europeu, certa parte do mundo árabe está despertando para a história.

- Sempre prensei que, ao menos no século XX, o laboratório dos povos foi a América Latina. A Revolução Russa não pode ser entendida sem a Revolução Mexicana. Os latino-americanos inventaram todas as formas de luta possíveis e imagináveis. Na América Latina, se experimentaram as guerrilhas, as lutas políticas, os despotismos, as ditaduras. A partir dos anos 80 e 90, as ditaduras caíram em quase todos os países da América Latina. Esse movimento contra as ditaduras se desenvolveu em outros lugares do mundo, por exemplo, nos países do leste europeu a partir da queda do Muro de Berlim. Agora, esse movimento de fundo que iniciou na América Latina está atingindo todos os países da orla árabe do Mediterrâneo e mesmo além, na península arábica, como está acontecendo no Iêmen.

O problema reside em que, contrariamente ao que ocorreu na América Latina, o movimento que eclodiu nestes países árabes não tem direção, nem organização, nem programa. É um movimento totalmente espontâneo com duas características fundamentais: em primeiro lugar, trata-se de um movimento que destrói definitivamente a ideia de que estas sociedades estão condenadas a viver com o perigo extremista e fundamentalista, por um lado, e, por outro, com a ditadura, que seria uma suposta garantia necessária contra esse perigo fundamentalista. Agora está se demonstrando que o problema é muito mais complexo e que estes países não querem experimentar nem o islamismo nem o fundamentalista, mas sim que, basicamente, desejam a democracia.

O segundo elemento importante, e que pode lembrar o que ocorreu na América Latina, reside no fato de que há uma aliança circunstancial entre as camadas mais pobres e humildes, sem verdadeira inserção social, e as camadas médias empobrecidas nestes últimos anos. Na última década, todos esses países padeceram de um empobrecimento muito importante das classes médias e agora há uma fusão entre esses setores e a base popular, as classes pobres totalmente excluídas do processo de integração dentro da sociedade.

Se essas revoltas forem até o fim nestas autocracias árabes estaríamos vivendo uma autêntica revolução mundial, um giro decisivo na história de nossa concepção dos sistemas políticos mundiais. Sempre se acreditou que os países árabes eram incapazes de assumir uma forma de democracia popular e participativa.

- Isso corresponde a um discurso muito depreciativo construído pelos países ocidentais, pelo capitalismo internacional cuja sede é a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE), Estados Unidos e União Europeia. Esses atores querem que haja estabilidade nos países árabes e para isso necessitam de regimes fortes e ditatoriais, porque o que importa a eles são duas coisas: em primeiro lugar que essa gente não emigre e, em segundo, que as fontes de recursos petrolíferos sejam garantidas. Por isso desenvolveram esse discurso em total sintonia com os ditadores que sempre repetiram: “nossos povos carecem de maturidade política e cultural e, por conseguinte, não podem ter acesso à democracia”.

Sabemos que tudo isso é falso, que as aspirações democráticas são muito fortes nesta região do mundo. Creio que o que está acontecendo agora demonstra isso de maneira muito clara. Cada situação é específica. Não se pode misturar o que ocorreu na Tunísia, um país que tem uma tradição laica e elites ilustradas muito fortes, com camadas sociais muito coesas, com a situação do Iêmen, onde impera um sistema tribal baseado na dominação despótica de um clã. A única coisa similar é o grau de dominação e a forma de controle, apoiada na polícia e no exército.

A explosão social no Egito tem matizes inéditos. No Egito o exército desempenha um papel central, onde o presidente, Hosni Mubarak, pertence a ele e onde quem está chamado a substituí-lo, seu filho Gamal Mubarak, é um liberal que não é bem visto pelas forças armadas.

O caso egípcio é muito particular, em primeiro lugar porque o país é um velho Estado de direito. Provavelmente seja o Estado de direito mais antigo do mundo. O Estado de direito moderno foi constituído por Mohamed Ali entre o final do século XVIII e início do XIX, ou seja, antes que nós na Europa soubéssemos o que era isso. Mas esse Estado foi destroçado pelos ingleses no século XIX. Em todo o caso, o filho de Mubarak, Gamal, não representa a democracia. Gamal Mubarak é o elemento chave da nomenclatura que domina o país em sua vertente mais liberal. A questão do liberalismo não pode ser concebida unicamente como liberalismo econômico, salvo se se trata de comparar o Egito com a China. Na China temos um despotismo político neocomunista e um liberalismo selvagem que encarna na verdade a dominação de uma elite burocrática. No Egito, é diferente. É impossível que se possa organizar um sistema liberal sem democratização da sociedade. É indispensável evitar que o Egito se transforme em uma república hereditária onde o pai ditador nomeia seu filho como futuro ditador liberal. As pessoas estão buscando outra coisa.

Querem a democratização da sociedade para que a sociedade civil possa escolher por meio de um debate democrático transparente. O filho de Mubarak é como seu pai. As pessoas não o querem porque já tem o exemplo da Síria, onde o filho substituiu o pai e terminou instaurando um sistema mais ou menos liberal, mas com a mesma ditadura.

Você assinala que o que começou a ocorrer na Tunísia e logo se espalhou para outros países é que o medo mudou de lado. O medo acabou.

- Isso foi muito importante neste processo. Eu estava na Tunísia quando tudo isso começou e vi como o medo mudava de campo. A revolta tunisiana estourou na localidade de Sidi Bouzid, com a imolação do jovem Mohamed Bouazizi. A partir dali, tudo se transtornou. Até esse momento, o regime tunisiano estava baseado no temor. Mas a morte de Mohamed Bouazizi mudou essa situação, sobretudo pela atitude do então presidente Bem Alí, que foi visitar a família da vítima. As pessoas se deram conta que quem tinha medo era o poder. O mesmo está ocorrendo no Egito. O mais importante nestas revoltas é a vitória do imaginário que significa que transformaram a relação com o poder: agora são os ditadores que devem temer os povos. Isso não significa que amanhã vamos ter uma revolução em todas as partes. Não. O movimento pode avançar, pode recuar, não sabemos o que vai acontecer. Mas o que sabemos, e isso já foi percebido pela população, é que os poderes podem mudar quando os povos querem mudar suas condições de vida e ousam enfrentar o poder para escolher seu próprio destino.

Por isso penso que estamos diante de uma onda que terá desdobramentos. Estamos na mesma história que os povos da América Latina abriram nos anos 80. Logo se seguiram os povos do Leste europeu nos 90 e agora estamos vendo isso acontecer com estes povos árabes. Não podemos esconder que o que está ocorrendo é também uma consequência da globalização. A globalização é má socialmente, mas tem algo bom, que é a globalização dos valores democráticos nas sociedades civis.

Fonte: Carta Maior
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Obama pede a presidente do Egito que mantenha promessas e estuda suspender ajuda militar

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse na sexta-feira que conversou com o presidente do Egito, Hosni Mubarak, e pediu que ele mantenha suas promessas de trabalhar por uma maior democratização e oportunidade econômica para o seu povo.

"O que é necessário agora são medidas concretas que promovam os direitos do povo egípcio, um diálogo profícuo entre o governo e seus cidadãos e um caminho de mudança política que leve a um futuro de maior liberdade e maior oportunidade e justiça", disse Obama a repórteres na Casa Branca.

O presidente norte-americano também pediu que o governo egípcio libere o acesso à Internet, aos celulares e às redes sociais, que têm um papel importante para "conectar as pessoas no século 21".

Ele reafirmou a parceria dos Estados Unidos com o Egito e deixou claro que deve haver reformas políticas, sociais e econômicas que satisfaçam as aspirações do povo egípcio.

Mubarak anunciou em discurso à nação que estava demitindo seus ministros, prometendo formar um novo governo no sábado. Ele também se disse comprometido com reformas política e econômica e determinado a garantir a estabilidade do país.

"Conversei com ele (Mubarak) depois de seu discurso e disse que ele tem a responsabilidade de dar significado àquelas palavras, tomar medidas e ações concretas que cumpram essas promessas", afirmou Obama.

Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas do Egito para pedir o fim dos 30 anos de governo de Mubarak. Inspirados na recente rebelião da Tunísia, os egípcios protestam contra o desemprego, a pobreza, a corrupção e a repressão no país.

Obama pediu o fim da violência no Egito e destacou que aqueles que "protestam nas ruas têm responsabilidade de se expressarem pacificamente... violência e destruição não vão levar às reformas que o povo busca."


EUA estudam suspender ajuda militar ao Egito

Os Estados Unidos pretendem estudar nos próximos dias a possibilidade de suspender a ajuda militar de US$ 1,3 bilhão por ano para o Egito. Esta quantia é considerada fundamental para o regime egípcio e a decisão será tomada de acordo com a evolução dos acontecimentos no país, disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Segundo ele, o foco será apenas na ajuda militar e não haverá corte nos US$ 700 milhões em contribuição econômica.

Nesta semana, uma comitiva de militares egípcios está em Washington para diálogo estratégico agendado anteriormente com os seus pares norte-americanos. Ontem à noite, o presidente Barack Obama declarou na TV que telefonou a seu colega egípcio, Hosni Mubarak, e lhe disse que tinha a responsabilidade de dar passos concretos para cumprir as promessas de avanços democráticos e de oferecer mais oportunidades econômicas.

Obama também pediu às autoridades egípcias que se contenham de usar violência contra os manifestantes, destacando que o povo do Egito tem direitos que são universais, como o de se reunir de forma pacífica, o da livre expressão e a possibilidade de determinar seu próprio destino.

Tanto a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, quanto o porta-voz da Casa Branca já haviam pedido ao governo egípcio que não usasse a força contra os protestos. Ao mesmo tempo, afirmaram que os manifestantes também não deviam usar a violência. Eles disseram ainda que o serviço de internet e os sites deviam ser liberados.


Fonte: Reuters / Estadão
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Mubarak dissolve o gabinete e promete novas medidas pela democracia

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O presidente egípcio Hosni Moubarak anunciou na madrugada deste sábado (hora local), em pronunciamento transmitido pela televisão estatal à nação, a dissolução do governo, prometendo ainda reformas e o fortalecimento da democracia.

Segundo Mubarak, um novo gabinete será formado neste sábado. O discurso foi proferido após diversos dias de protestos da população contra o regime em todo o país.

"Não haverá passo para atrás no caminho das reformas que elegemos, e avançaremos com novas medidas que confirmam nosso respeito pela independência da justiça e por uma maior liberdade dos cidadãos".

"Novas medidas para frear o desemprego, aumentar o nível de vida, desenvolver os serviços e ajudar os pobres", anunciou o presidente egípcio em um discurso de onze minutos, no quarto dia das manifestações antigovernamentais sem precedentes desde a chegada de Mubarak ao poder, há 30 anos.

"Pedi ao governo que renuncie e amanhã haverá um novo gabinete", declarou o presidente de 82 anos.

Durante a sexta-feira, o regime de Hosni Mubarak fez um apelo ao exército e decretou o toque de recolher em três grandes cidades do Egito, entre elas o Cairo, para enfrentar o movimento de contestação que se tornava cada vez mais amplo.

No quarto dia de protestos, os mais importantes, desde a chegada ao poder de Mubarak, em 1981, os sinais de preocupação se multiplicavam no exterior, com os Estados Unidos exigindo a seu aliado conter as forças de ordem e se comprometer com reformas políticas "imediatas".

Os manifestantes pedem a saída de Mubarak que, por sua vez, ordenou ao exército - espinha dorsal de seu regime - fazer respeitar a segurança nas ruas, junto com a polícia.

O toque de recolher foi decretado no Cairo, em Alexandria (norte) e em Suez (leste) entre 18H00 (16H00 GMT) e 07H00 (05H00 GMT), até nova ordem. A agência oficial Mena havia informado antes que a medida havia sido ampliada para todo o país, voltando atrás na informação, em seguida.

Segundo fontes médicas, pelo menos 20 pessoas morreram e centenas ficaram feridas nos confrontos desta sexta-feira, o que eleva o número de mortos a 27, em todo o país, desde o dia 25 de janeiro.

Dezenas de milhares de egípcios responderam ao apelo para participar do "Dia de Ira" à saída das mesquitas depois das orações de sexta-feira para pedir o fim do regime de Mubarak, no poder há 30 anos.

Na capital egípcia, duas delegacias foram incendiadas, assim como a sede do partido no poder, com a multidão enfrentando a pedradas as forças de segurança, que usaram granadas de gás lacrimogêneo, jatos d'água e balas de borracha para tentar dispersá-la.

Em Suez, manifestantes se apoderaram das armas de uma delegacia, pondo fogo no prédio, em seguida.

Cerca de mil pessoas haviam sido detidas até a manhã de sexta-feira.

O protesto está inspirado na "Revolução dos jasmins", um levantamento popular que derrubou neste mês o presidente tunisiano Ben Ali, no poder havia 23 anos, e gerou uma onda de contestação em todo o mundo árabe.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Assembleia, também membro do Partido Nacional Democrata no poder, pediu nesta sexta-feira ao presidente empreender "reformas sem precedentes" para evitar uma "revolução".

"Em nenhuma parte do mundo a segurança é capaz de pôr fim à revolução", disse Mustafá Al Fekki à televisão Al Jazeera.

O opositor e Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que se disse disposto a liderar um governo de transição, também participou de manifestações no Cairo.

A jornada recebeu apoio da Irmandade Muçulmana, principal força da oposição, que até agora apoia sem grande entusiasmo as marchas convocadas por núcleos de jovens com aspirações democráticas.

O presidente americano, Barack Obama, frisou que "a violência não é uma uma solução para os problemas do Egito".

Nesta sexta-feira, a Casa Branca considerou a situação "profundamente preocupante" e pediu ao governo egípcio o "respeito aos direitos fundamentais, para evitar a violência e permitir as comunicações".

Neste mesmo sentido se expressou nesta sexta-feira o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e a chefe do governo alemão, Angela Merkel.

Fonte: AFP
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Dilma e Cristina Kirchner assinarão acordo para construir reatores nucleares

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As presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Argentina, Cristina Kirchner, formalizarão na próxima segunda-feira em Buenos Aires a aliança para a construção de dois reatores nucleares de pesquisa, anunciaram nesta sexta-feira fontes oficiais brasileiras.

"A ideia é trabalhar no desenvolvimento pacífico e de acordo com a visão da comunidade internacional", comentou em entrevista coletiva o subsecretário-geral do Departamento da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Simões.

O diplomata, segundo declarações divulgadas pela "Agência Brasil", indicou que "o projeto como um todo deve levar cerca de 5 anos para ser concluído. Tudo o que se refere à instalação de energia nuclear, tanto no Brasil como na Argentina, está sujeito (a uma legislação internacional)".

De acordo com a informação, Dilma quer que sua primeira viagem ao exterior em qualidade de presidente seja "marcada por uma agenda ampla e completa de trabalho".

Simões comentou que ainda não está definido o orçamento para o projeto, mas "a ideia é que cada país construa seu próprio reator a partir de projetos comuns".

"Queremos aproveitar a experiência da Argentina, que já vendeu reatores de pesquisa para o Peru e para a Austrália. A ideia é de, sobretudo, fazer com que toda essa parte da indústria nuclear dos dois países possa trabalhar em conjunto", assinalou Simões.

Em uma visita nesta sexta-feira à cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Dilma comentou que "dentro de uma visão para o posicionamento do Brasil na América Latina, a Argentina é um dos elementos fundamentais da nossa política externa".

"O País dava as costas para a Argentina e voltava-se para a Europa e os Estados Unidos. Hoje, sem dar as costas para Europa e Estados Unidos, temos que perceber o fortalecimento da região e, aí, o Brasil e a Argentina precisam ter esse compromisso, que é o de quem assume a liderança no quadro regional", acrescentou Dilma.

Um dos acordos que devem ser assinados na reunião presidencial será o da cooperação brasileira para a construção e parte de financiamento de um milhão de casas populares na Argentina, baseado na experiência do programa brasileiro "Minha casa, minha vida".

Em matéria de interconexão elétrica, apontou Simões, Dilma e Cristina darão impulso ao projeto de construção a partir de 2012 da hidrelétrica de Garabi, que deve ser instalada entre a província argentina de Corrientes e o estado do Rio Grande do Sul, com capacidade para gerar 2,9 mil megawatts.

Da mesma maneira, deve ser construída uma ponte fronteiriça entre São Miguel do Oeste, em Santa Catarina, e a cidade argentina de San Pedro.

"Há pela frente um horizonte de aprofundamento e há novos horizontes sendo abertos", comentou Simões em referência à continuidade que Dilma dará aos projetos pactuados com a Argentina no anterior Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Para Simões, o encontro de segunda-feira "é uma visita de trabalho. É uma visita compacta porque a ideia é que se utilize o máximo de tempo".

Em matéria de comércio exterior, com uma corrente bilateral anual de US$ 33 bilhões, Simões destacou que esse fluxo permitiu a formalização dos empregos, "o que sustenta o desenvolvimento econômico em outras áreas".

"Vamos somar esforços para conquistar mercados para os dois países", assegurou.

Em Buenos Aires, detalhou o diplomata, Dilma se reunirá com Cristina em particular, depois ambas participarão de um encontro interministerial.

Depois, Dilma se reunirá com representantes das "Mães da Praça de Maio", movimento liderado por mães e avós que perderam filhos e netos na ditadura militar da Argentina, entre 1976 e 1983.

Fonte: EFE
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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O estado das universidades brasileiras

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Nossa juventude está sendo bombardeada por mensagens que endeusam o chamado "empreendedorismo". Os recipientes são estudantes das engenharias e ciências da computação, como também físicos, químicos e biólogos. Os apelos ao empreendedorismo deixam de mencionar que uma empresa de base tecnológica depende do aparecimento de uma idéia que não surge do ar, mas é pacientemente garimpada entre princípios científicos, experimentos e, principalmente, conhecimento de causa.

Uma fonte de informações interessantes do estado atual da academia é representada pelos quadros de avisos de universidades. Entre anúncios tipo - aluga-se vaga em república feminina, vendem-se bicicleta com 12 marchas, geladeira semi-nova e um Gol 1998 em bom estado - aparecem chamadas vagamente relacionadas com estudo e carreira; por exemplo, avisos de palestras e cursos.

Um tema que vem aparecendo mais e mais nos quadros de aviso, mas também em jornais e revistas que de vez em quando se ocupam de educação e afins, é o empreendedorismo. Assim mesmo: com dois ‘és’. Todos nós sabemos do que se trata: uma atitude independente e corajosa, que pressupõe espírito de iniciativa, destemor ao risco e, por fim, conhecimento técnico, atitudes “manageriais” e um bocado de ambição.

Com minha longa experiência de quadros de aviso de universidades posso atestar que nossa juventude está sendo bombardeada por mensagens que endeusam a tal atitude. Os recipientes são estudantes das engenharias e ciências da computação, como também físicos, químicos e biólogos. Não consigo me livrar da impressão de que as mensagens carreguem a silenciosa premissa de que seguir uma carreira acadêmica ou fazer carreira, primeiro em chão de fábrica e depois em atividades mais estratégicas, seja próprio dos menos capazes. Talvez esteja sendo injusto, mas é o que implica a adjetivação utilizada, que recobre de méritos o engenheiro (ou químico, ou físico...) empreendedor, e lhe aponta como inevitável o sucesso de sua pequena empresa, invariavelmente de base científica e com grande carga de inovação.

Em torno dessa idéia, a partir de 1984 começam a nascer os parques tecnológicos, que hoje no Brasil são mais de duzentos (na minha cidade tem dois), alimentados por diversos tipos de financiamento; CNPq, Secretaria de Ciência e Tecnologia dos Estados, etc., e cujo desempenho – perdas e ganhos – nunca foi apresentado aos pagadores de imposto. Notável é a ausência quase que completa de capital de risco provindo de grandes empresas ou mesmo de investidores pessoas físicas.

Sabemos que o tempo presente é a era dos serviços, natural sucessora da era da indústria, e o empreendedorismo, alardeado como a vocação dos mais capazes, passou a formar um mercado per se, sobre o qual se pode ganhar dinheiro. Isso levou à proliferação de parques tecnológicos, incubadeiras de novas empresas e entes do tipo, que logicamente necessitam de presidentes, diretores e administradores, perpetuando-se assim o ciclo do existo porque existo e quero continuar existindo. Das empresas amparadas por esses Parques e incubadeiras sabe-se pouco, e as perguntas que se colocam são: qual a taxa de mortalidade – Suíça ou de terceiro mundo? Qual o peso econômico das empresas? Qual o seu nível tecnológico médio?

Lembro-me de quando visitei a Feira de um desses Parques, e surpreso me deparei com o estande de uma (hoje falida) fábrica de tratores exibindo o seu já então vetusto produto. Naturalmente há exceções, e muitas, e pontos de vista diferentes, mas a intenção deste artigo não é tanto discutir os prós e contras do empreendedorismo no plano econômico ou no de formador de estruturas tecnológicas consistentes, como de levantar questões sobre o efeito que esse pesadissimo marketing da carreira possa ter sobre os estudantes.

Os apelos ao empreendedorismo deixam de mencionar que uma empresa de base tecnológica depende do aparecimento de uma idéia que não surge do ar, mas é pacientemente garimpada entre princípios científicos, experimentos e, principalmente, conhecimento de causa. Lembro que em uma eleição passada, o mote que acompanhava um dos candidatos era “deixe o homem trabalhar”. Eu adaptaria essa frase aos estudantes universitários (e secundaristas também): “deixem o estudante estudar em paz”. Sem o distrair continuamente com palestras de empreendedorismo, ou de como elaborar um curriculum vitae, escrever uma patente, e coisas do tipo. Tudo isso está sendo ministrado antes do tempo, e os que seguem essa sereia (porque é mais fácil ouvi-la do que espremer o cérebro sobre um texto de termodinâmica) acabam perdendo a oportunidade de se preparar melhor e fundamentar melhor suas idéias, que aí sim serão criativas.

A falta de engenheiros no Brasil é muito grande; formamos 30.000 profissionais por ano, pouco se comparado com a China – 400 mil; Índia – 250 mil, e Coréia do Sul – país pequenino com 50 milhões de habitantes que forma 80 mil engenheiros. A urgência é grande, e uma meta da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – órgão do MEC) é a evolução daqueles 30 mil para 40 mil nos próximos três anos. Esses números dão razão à CNI (Confederação Nacional da Indústria) que prevê um excesso de 150 mil vagas em setores técnicos.

Mas além da questão quantitativa, há a qualitativa: José Roberto Cardoso diretor da Escola Politécnica da USP faz notar que "... só um entre quatro engenheiros possui formação adequada...”. De fato, dependendo de como se contam há 1.087 cursos no país, dos quais a metade em escolas particulares, e uma olhada nas notas do ENADE dessa metade explica as palavras do professor.

Se ainda por cima desviamos antes do tempo um porcentual de estudantes desse mercado, e o distraímos com falsas e anti - tempo preocupações, não estamos colaborando muito com a solução dos problemas, estamos?

Por Maurizio Ferrante - Professor do Departamento de Engenharia de Materiais, na Universidade Federal de São Carlos.

Fonte: Carta Maior
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Analistas comparam protestos no Oriente Médio

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Logo depois da derrubada do presidente da Tunísia Zine El Abidine Ben Ali, observadores traçaram paralelos entre os protestos tunisianos e os que ocorrem em outros países da região.

Existe especulação a respeito de um possível efeito dominó, parecido com o que levou ao colapso de governos comunistas na Europa Oriental a partir de 1989.

Em vários países do Oriente Médio ou do norte da África, populações jovens que aumentam cada vez mais enfrentam problemas como o aumento dos preços do alimentos, altos índices de desemprego e falta de representação política. Alguns países são liderados por autocratas envelhecidos que também enfrentam problemas de sucessão.

A BBC analisa abaixo os países envolvidos e a real possibilidade de mudança em cada um deles.


EGITO

O Egito tem muitas semelhanças com a Tunísia: dificuldades econômicas, corrupção no governo e pouca oportunidade para seus cidadãos expressarem insatisfação com o sistema político. O presidente Hosni Mubarak, de 82 anos, tem o monopólio quase completo do poder e ocupa a Presidência nas últimas três décadas, além de buscar a reeleição em 2011.

Foram relatados vários casos de autoimolação no Egito em janeiro, em aparentes tentativas de imitar as ações do jovem tunisiano Mohamed Bouazizi, que ateou fogo ao corpo em dezembro e morreu dias depois no hospital, desencadeando o protesto que acabou resultando na derrubada do presidente Ben Ali.

No dia 25 de janeiro, a profunda frustração de egípcios comuns foi parar nas ruas do Cairo. Manifestantes, muitos com bandeiras tunisianas e egípcias, foram às ruas em grande números, algo que não era visto desde a década de 70. Grupos de oposição exigiram a renúncia do presidente Mubarak e pediram o fim da pobreza, corrupção, desemprego e de abusos da polícia.

A polícia foi pega de surpresa pelo tamanho e força das demonstrações, de acordo com o correspondente da BBC no Cairo Jon Leyne.

Mas, a mudança não virá tão facilmente para o Egito. O país é oito vezes maior que a Tunísia, a população tem menos educação e menos acesso à internet. Os sindicatos não são tão poderosos e o forte aparato de segurança de Mubarak é bem equipado e mais experiente no combate a dissidentes.


IÊMEN

O Iêmen teve vários dias de protestos. O país é um dos mais pobres do mundo árabe e metade da população vive com menos de US$ 2 (cerca R$ 3,30) por dia.
Jovens e grupos de oposição tomaram as ruas da capital, Sanaa, e a cidade de Áden, no sul do país, exigindo a renúncia do presidente Ali Abdullah Saleh, no poder há quase 32 anos.

Para tentar diminuir os protestos, Saleh anunciou no dia 23 de janeiro que tinha ordenado um corte pela metade no imposto de renda e dado instruções ao governo para controlar os preços de mercadorias básicas. Ele também negou acusações de que estava planejando entregar o poder a seu filho, Ahmed.

O governo do Iêmen também libertou 36 pessoas presas por participarem dos protestos, incluindo a ativista Tawakul Karman, famosa por defender os direitos humanos no país.

Mas, ao mesmo tempo, o presidente aumentou os salários de funcionários públicos e funcionários das Forças Armadas, uma medida que visa, aparentemente, manter a lealdade destes empregados. E também enviou a tropa de choque e soldados para áreas importantes do Iêmen.


ARGÉLIA

Enquanto os protestos aumentavam na Tunísia, o vizinho do oeste, a Argélia, também teve grandes números de jovens tomando as ruas. Assim como na Tunísia, os problemas econômicos parecem ter sido o gatilho que desencadeou os protestos, particularmente os grandes aumentos nos preços de alimentos.

O país vive em estado de emergência desde 1992 e demonstrações em público na capital, Argel, foram proibidas. Mas há protestos repentinos regularmente em outros lugares do país.

Nas últimas semanas, estes protestos ocorreram simultaneamente em toda a Argélia pela primeira vez, incluindo em Argel.

No entanto, os protestos não aumentaram de intensidade como na Tunísia, algo que analistas afirmam ser consequência da reação mais contida das forças de segurança, além da intervenção do governo para limitar os aumentos de preços.

O governo da Argélia tem uma riqueza considerável, vinda da exportação de petróleo e gás, e está tentando enfrentar as demandas econômicas e sociais com um grande programa de gasto público. Mas as reclamações continuam, incluindo a insatisfação da população com desemprego, corrupção, burocracia e falta de reformas políticas.

A tumultuada história recente da Argélia contrasta com a da Tunísia. O país teve a abertura do sistema político em 1988, que resultou no relaxamento de restrições à imprensa e eleições multipartidárias. Por sua vez, isto levou a um conflito sangrento entre forças de segurança e rebeldes islâmicos.


LÍBIA

A reação do líder líbio, Muamar Khadafi, no sábado, à queda do presidente Ben Ali, da Tunísia, parece refletir seu nervosismo em relação a um possível efeito dominó na região.

"Não há ninguém melhor que Zine para governar a Tunísia. A Tunísia agora vive com medo", disse o líbio.

Depois de 41 anos no poder, Khadafi é o líder que está no poder há mais tempo na África e no Oriente Médio, e também o mais autocrático.

Protestos de qualquer tipo são proibidos no país, mas há informações de que houve manifestações na cidade de al-Bayda. No entanto, a população da Líbia é muito menor e o país tem muitas riquezas advindas do petróleo.


JORDÂNIA

Milhares participaram de manifestações na Jordânia em um chamado "dia de fúria" no sábado, protestando contra o aumento do preço dos alimentos e o desemprego. Alguns exigiram a renúncia do primeiro-ministro Samir Rifai.

O governo diminuiu os preços de certos alimentos e de combustíveis, mas manifestantes afirmam que é preciso fazer mais para enfrentar a pobreza causada pela inflação.

A Jordânia é uma monarquia e algumas partes da sociedade são leais à família real. O rei Abdullah 2º, que ocupa o trono desde 1999, parece ter escapado à maior parte da fúria dos manifestantes.

E, até agora, os protestos foram pacíficos e não ocorreram prisões.


MARROCOS

Como a Tunísia, o Marrocos está enfrentando problemas econômicos e acusações de corrupção no poder.

A reputação do governo do Marrocos foi atingida depois que o site Wikileaks revelou acusações de crescente corrupção, principalmente nos negócios da família real e também da "espantosa ambição" de pessoas próximas ao rei Mohammed 6º.

Comunicações da embaixada americana em Túnis, vazadas pelo Wikileaks, citaram problemas parecidos entre as pessoas mais próximas do ex-presidente Ben Ali.

Mas, o Marrocos, como o Egito e a Argélia, tem liberdade de expressão limitada e, até agora, tem conseguido conter os protestos.

Como a Jordânia, a monarquia conta com muito apoio do público.

Fonte: BBC Brasil
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Paraguai reconhece Palestina como estado soberano com fronteiras de 1967

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O Paraguai anunciou nesta sexta-feira, em um comunicado do ministério das Relações Exteriores, seu reconhecimento da Palestina como Estado "livre e independente" com as fronteiras de 1967.

"A República do Paraguai reitera expressamente o reconhecimento deste Estado como livre e independente com as fronteiras de 4 de junho de 1967", indica a nota da chancelaria paraguaia.

O governo indicou que o objetivo do reconhecimento é "reafirmar sua convicção de que as negociações entre Israel e Palestina devem recomeçar para alcançar a paz e a segurança para as duas nações".


Israel lamenta reconhecimento do Paraguai à Palestina como Estado

O governo de Israel lamentou nesta sexta-feira o anúncio do Paraguai de sua decisão de reconhecer a Palestina como "estado livre e independente" nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967.

"Lamentamos uma decisão que não contribui em nada para a paz", declarou à Agência Efe o porta-voz do Ministério israelense de Relações Exteriores, Yigal Palmor, pouco depois da divulgação do anúncio.

Segundo o porta-voz, "esse tipo de decisão só serve para encorajar os palestinos a não aceitarem as negociações diretas e, portanto, só pode prejudicar a promoção de um processo de paz justo e duradouro".

O Ministério das Relações Exteriores paraguaio anunciou que seu país "reitera expressamente o reconhecimento" da Palestina como um Estado "livre e independente, com as fronteiras de 4 de junho de 1967", em comunicado no qual expôs os argumentos de sua resolução.

A decisão de Assunção segue os passos tomados recentemente por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador e Peru.


ANP se diz satisfeita com reconhecimento do Paraguai a Estado palestino

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) mostrou nesta sexta-feira sua satisfação pelo anúncio do Paraguai de seu reconhecimento à Palestina como um estado "livre e independente" nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias, de 1967.

"Vemos muito positivamente a decisão de reconhecer a Palestina como um estado independente. É um passo muito significativo para a realização da legitimidade internacional e uma boa contribuição para acabar com a ocupação israelense, que é a única fórmula para alcançar a paz", declarou à Agência Efe o porta-voz do governo palestino, Ghasam Al Jatif.

O porta-voz mostrou sua esperança de que "o apoio mostrado por diferentes países latino-americanos à Palestina se expanda a outras regiões, especialmente a Europa, e se complete neste ano com uma resolução da ONU que reconheça a Palestina como estado soberano".

O Ministério das Relações Exteriores paraguaio anunciou que seu país "reitera expressamente o reconhecimento" da Palestina como um Estado "livre e independente, com as fronteiras de 4 de junho de 1967", em comunicado no qual expôs os argumentos de sua resolução.

A decisão de Assunção segue os passos tomados recentemente por Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Equador e Peru.


Fonte: AFP/EFE
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Egito vive clima de tensão em novo dia de protestos

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As forças de segurança do Egito permaneciam nesta sexta-feira em alerta máximo para controlar as esperadas manifestações contra o governo.
O governo disse estar aberto ao diálogo, mas também advertiu que tomará "medidas decisivas" após três dias de protestos.

Milhares de pessoas são esperadas nos protestos desta sexta-feira, pelo quarto dia consecutivo.

O governo foi acusado de bloquear serviços de internet e de envio de mensagens por celulares para impedir a convocação de novos protestos, mas as autoridades egípcias negam.

Também há relatos de prisões de membros da oposição durante a madrugada. O principal alvo das prisões teria sido o grupo proibido Irmandade Muçulmana, após uma manifestação de apoio aos protestos desta sexta-feira.

Na quinta-feira, o líder opositor egípcio Mohamed ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e prêmio Nobel da Paz de 2005, retornou ao Cairo e prometeu se unir aos protestos.

"Gostaria que não tivéssemos que ir às ruas para forçar o regime a agir", afirmou ElBaradei ao chegar ao país.

Na madrugada, confrontos entre manifestantes e forças de segurança foram registrados na cidade de Suez.

Pelo menos sete pessoas morreram e até mil foram presas desde o início dos protestos, na terça-feira.

As manifestações no Egito foram inspiradas pelos protestos populares na Tunísia que levaram à derrubada do presidente Zine al-Abidine Ben Ali, há duas semanas.

O presidente americano, Barack Obama, descreveu os protestos como o resultado de "frustrações reprimidas" e disse que frequentemente sugeriu a Mubarak realizar reformas.

Obama afirmou ter pedido tanto ao governo quanto aos manifestantes que não recorram à violência.

Sites na internet

Espera-se que as manifestações desta sexta-feira no Egito sejam as maiores até agora. Sites na internet convocaram a população a se juntar aos protestos após as rezas semanais.

Os organizadores pediram às pessoas que compareçam em peso, afirmando que a religião dos manifestantes não é relevante.

Na noite de quinta-feira, sites como Facebook ou Twitter começaram a apresentar problemas, assim como o envio de mensagens por celular.

Um internauta do Cairo, que pediu para se manter anônimo, disse à BBC que as mensagens de celular não estavam sendo recebidas.

Segundo a agência de notícias Associated Press, a força de elite antiterrorismo foi deslocada até locais importantes da capital egípcia, incluindo a praça Tahrir, onde ocorreram os primeiros protestos.

O Ministério do Interior do Egito advertiu que poderá tomar "medidas decisivas" contra os manifestantes.

Um advogado da Irmandade Muçulmana disse à BBC que dezenas de seus membros foram presos.

Apesar da proibição oficial, a Irmandade Muçulmana se mantém como o maior e mais organizado movimento de oposição do país.

O presidente Hosni Mubarak, que está no poder desde 1981, não foi visto em público desde o início das manifestações.

A BBC apurou que chefes dos serviços de segurança teriam dito a Mubarak, de 82 anos, que podem conter qualquer excesso nas manifestações desta sexta-feira.

O governo do Egito quase não dá espaço a posições contrárias, e manifestações da oposição são frequentemente proibidas.

Na quinta-feira, o Partido Nacional Democrático, de Mubarak, disse que estava pronto para o diálogo, mas não ofereceu nenhuma concessão aos manifestantes.

Safwat el-Sherif, secretário-geral do partido, disse: "O PND está pronto para o diálogo com o público, a juventude e os partidos legais. Mas a democracia tem suas regras e seus processos. A minoria não pode forçar seu desejo sobre a maioria".

O governo dos Estados Unidos, que tem o Egito como um de seus mais importantes aliados no mundo árabe, vem até agora se mostrando cauteloso em suas observações sobre os protestos.

Fonte: BBC Brasil
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Cortes podem adiar início do trem-bala

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O governo anuncia, na próxima semana, os cortes no Orçamento da União deste ano como a primeira providência para cumprir a meta de superávit primário consolidado do setor público de 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Serão cortes, e não contingenciamento de verbas orçamentárias, atestam fontes oficiais.

A diferença é que recursos contingenciados podem ser liberados conforme a evolução das receitas. Já os cortes são definitivos. Isso significa que gastos previstos este ano, principalmente com obras e projetos novos, serão postergados. Nesse caso, já foram adiadas despesas com a compra dos novos caças da força aérea Brasileira (FAB), assim como podem ficar para o próximo ano os gastos iniciais com a obra do trem-bala. O Orçamento prevê, por exemplo, o aporte de R$ 3,4 bilhões do Tesouro Nacional para a Empresa de Transporte Ferroviário de Alta Velocidade (Etav).

Embora não confirmem uma cifra precisa, fontes que participaram da discussão indicam que o corte de gastos vai ser relevante, bem superior ao valor do contingenciamento de 2010, de R$ 21,8 bilhões. Pode superar a casa dos R$ 50 bilhões, levando em conta que o Congresso reestimou as receitas em R$ 25 bilhões e o governo avisou que superestimou a arrecadação no Orçamento original.

Cortar gastos será de vital importância para o futuro da política monetária e, portanto, da taxa de juros. O BC deixou isso claro na ata do Copom, divulgada ontem: "Desenvolvimentos no âmbito fiscal são parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária serão tomadas, com vista a assegurar a convergência tempestiva da inflação para a trajetória de metas", diz o texto.

Para o BC não basta, portanto, fazer superávit com aumento de receitas nem produzir artifícios contábeis para cumprir a meta de superávit. É preciso cortar despesas públicas para conter o excesso de demanda que, junto com a alta dos preços das principais commodities, pressiona a taxa de inflação para patamares preocupantes. Os ministérios já começaram a sentir os efeitos do aperto fiscal em janeiro, quando decreto presidencial autorizou gastos equivalentes a 1/18 (um dezoito avos) do Orçamento, e não os tradicionais 1/12 (um doze avos).

A realidade já comprometeu um dos principais objetivos do novo governo, que era o de levar a taxa de juros ao fim de 2014 para o nível dos 2% reais. Novos cálculos estão sendo feitos para a trajetória da dívida líquida interna como proporção do PIB e possibilidades de redução dos juros básicos. Mas prevalece a intenção da presidente de reduzir os juros, durante seu governo, a um nível compatível com as taxas internacionais.

O anúncio da política fiscal do governo Dilma Rousseff ocorrerá depois da abertura do ano legislativo, dia 1º, quando também serão eleitos os novos presidentes da Câmara e do Senado. A presidente comparecerá ao Congresso Nacional no dia 2, quando será lida a mensagem do Executivo ao Parlamento. Esta, porém, deverá ser mais de conteúdo político do que de anúncios. Propostas de medidas para a desoneração da folha de salário das empresas e desoneração dos investimentos só serão encaminhadas ao Congresso após a posse dos parlamentares.

No Rio de Janeiro, ontem, Dilma foi categórica ao afirmar que não haverá cortes de recursos destinados ao PAC. "Nós não vamos, nós não vamos. Vou repetir três vezes: nós não vamos contingenciar o PAC", disse, ao anunciar a doação de um total de 8 mil casas para famílias atingidas pelas chuvas na região serrana do Estado.

Ela ressaltou que o país testemunha atualmente "um volume de obras que nunca tivemos antes". Nesse sentido, destacou a existência do que chamou de círculo virtuoso, uma vez que estão saindo do papel projetos da segunda fase do PAC e do Minha Casa, Minha Vida 2, enquanto projetos da primeira fase dos dois programas ainda estão sendo executados.

Dilma garantiu que o crescimento econômico continuará, embora tenha feito questão de dizer que o governo não aceitará um nível de inflação mais alto para manter o avanço econômico.

Fonte: Valor Econômico
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