quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Marinha do Brasil Expande Presença em Minas Gerais com Nova Unidade em Uberaba

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A Marinha do Brasil está ampliando sua atuação no estado de Minas Gerais com a instalação de uma organização militar (OM) em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A nova unidade, que proporcionará facilidades para a população da região, é um marco na presença da Marinha no interior do estado. A iniciativa visa desburocratizar processos e melhorar os serviços prestados aos cidadãos, especialmente no que diz respeito à regularização de documentos de embarcações e à habilitação para Arrais-Amador.

Na segunda-feira (9), o capitão de Mar e Guerra, Leonardo Carvalho de Lucena Navaes, capitão dos Portos da Marinha em Minas Gerais, esteve presente no imóvel onde a unidade será instalada. O prédio, que até então abrigava a Área Integrada de Segurança Pública (AISP), está passando por adequações para se adaptar às necessidades da Marinha. Durante a vistoria, iniciou-se a retirada do material armazenado no local, para que os ajustes necessários sejam feitos para que a corporação possa iniciar seus serviços.

De acordo com o CMG Lucena, a instalação da unidade em Uberaba representa um grande avanço para a população local e das cidades vizinhas. A principal vantagem é a simplificação de processos burocráticos que, anteriormente, exigiam que os cidadãos viajassem até Belo Horizonte para resolver questões relacionadas a documentos de embarcações ou para a obtenção de habilitação para Arrais-Amador.

“É um prazer enorme para nós, da Marinha, estarmos em Uberaba, recebendo este imóvel para implantar uma patrulha avançada da Capitania Fluvial de Minas Gerais. Com isso, conseguiremos oferecer um serviço mais completo e eficiente à sociedade do Triângulo Mineiro”, destacou, enfatizando a importância estratégica dessa unidade para a Marinha e para a população.

A nova patrulha avançada contará com quatro militares, que trabalharão em sistema de rodízio, garantindo a continuidade dos serviços. Entre as funções previstas, estão a coleta e regularização de documentos de embarcações e a habilitação para a carteira de Arrais-Amador. A presença da Marinha na região permitirá que a população resolva essas questões de forma rápida e prática, sem precisar se deslocar para a capital, o que representará uma grande economia de tempo e recursos.

Equipamentos e Infraestrutura da Unidade

Além de facilitar o acesso a serviços administrativos, a unidade da Marinha em Uberaba contará com uma infraestrutura adequada para atender à demanda da região. A patrulha avançada abrigará embarcações, incluindo uma moto aquática e uma embarcação de casco rígido, que serão usadas para as inspeções de rotina e para o patrulhamento da área.

Esses equipamentos também serão essenciais para a realização de operações de fiscalização e segurança nas águas de Minas Gerais, que, embora não possuam uma extensa costa, têm se tornado cada vez mais relevantes no que diz respeito à navegação e à segurança aquática. O comandante Lucena destacou ainda que, com a presença da unidade, será possível fazer inspeções de rotina mais ágeis e eficazes, atendendo de forma mais eficiente às demandas da comunidade.

Impacto para População 

A chegada da Marinha a Uberaba pode ter um impacto significativo não apenas na logística dos serviços de navegação, mas também no desenvolvimento econômico e social da região. O presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública (Comseg), Weber de Almeida Januário, apontou que a instalação da unidade pode abrir portas para novos investimentos no setor naval. A presença da corporação em Uberaba pode atrair empresas especializadas em comunicação, construção de embarcações e outros serviços relacionados ao setor náutico.

“A cidade tem o potencial para se tornar um polo de atividades navais, o que pode trazer novos investimentos, oportunidades de emprego e contribuir para o crescimento da economia local”, afirmou Januário. Ele ressaltou que, com a Marinha estabelecendo uma base no município, outras empresas do setor podem se interessar em se instalar na cidade, o que geraria benefícios para a população em termos de geração de empregos e diversificação da economia local.

A aprovação do projeto que autoriza a instalação da unidade da Marinha em Uberaba não foi um processo imediato. Inicialmente, o projeto enfrentou embates entre os vereadores e foi retirado de pauta. No entanto, após ajustes e um debate mais profundo sobre os benefícios da medida, o projeto foi aprovado por unanimidade na Câmara Municipal de Uberaba no mês passado.

O apoio da comunidade e de diversas entidades locais foi fundamental para garantir a aprovação do projeto, que foi considerado um avanço tanto para a segurança da população quanto para o desenvolvimento da cidade. A instalação da unidade da Marinha em Uberaba é vista como um passo importante para a cidade se integrar ainda mais ao sistema de defesa nacional e reforçar sua infraestrutura de segurança e serviços públicos.

Expansão da Marinha e Compromisso com a Segurança

A nova unidade em Uberaba faz parte de uma série de iniciativas da Marinha do Brasil para expandir sua atuação em diferentes estados do país, oferecendo mais acesso e serviços à população. Com a presença da Marinha no interior de Minas Gerais, a instituição não apenas facilita o acesso a serviços essenciais, mas também fortalece a segurança pública e contribui para o desenvolvimento regional.

Com a implementação dessa patrulha avançada, a Marinha reafirma seu compromisso de estar cada vez mais próxima das comunidades, promovendo a segurança e o bem-estar da população, além de atender às demandas do setor náutico e de embarcações, que vem crescendo em importância no estado.

A nova unidade em Uberaba representa, assim, um avanço significativo para a Marinha e para os cidadãos do Triângulo Mineiro, reforçando a presença da Marinha no estado e aproximando a instituição das necessidades locais.


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terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Crise na Avibras: Desistência de Investidor Brasileiro Torna Situação Preocupante

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A Avibras, empresa brasileira de destaque no setor de defesa, enfrenta um momento crítico após a desistência de um potencial investidor nacional. A notícia, comunicada no final da tarde da última segunda-feira (9), foi anunciada de forma unilateral pelo investidor às entidades sindicais e à imprensa, surpreendendo a companhia e seus colaboradores.

A decisão do investidor inclui a retirada de uma proposta de acordo trabalhista negociada com sindicatos e o abandono das condições precedentes para o fechamento do contrato de investimento. Apesar da Avibras ter cumprido todas as obrigações contratuais, o investidor exerceu o direito de desistência, previsto no contrato, sem necessidade de justificativa.

Essa reviravolta ocorre em um momento delicado para a empresa, que já enfrenta desafios financeiros e operacionais. A notícia gerou apreensão entre funcionários e stakeholders, incluindo os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Lorena, e dos Engenheiros do Estado de São Paulo, que vinham acompanhando as negociações de perto.

Embora a Avibras tenha declarado que seguirá suas obrigações de confidencialidade e respeitará a decisão do investidor, o impacto na moral dos trabalhadores e a incerteza sobre o futuro agravam a situação da empresa.

Busca por Alternativas

Apesar do revés, a Avibras informou que já iniciou conversas com outro potencial investidor. A empresa se comprometeu a fornecer atualizações nos próximos dias sobre o andamento das negociações, destacando seu esforço para superar os desafios e garantir a retomada de suas operações.

A Avibras, com décadas de contribuição para o setor de defesa nacional, é responsável por produtos como o sistema de foguetes Astros, reconhecido mundialmente. A crise atual expõe a fragilidade de empresas estratégicas frente à falta de estabilidade financeira e ao complexo cenário de investimentos no Brasil.

A continuidade das operações da Avibras é crucial não apenas para seus milhares de colaboradores, mas também para a soberania tecnológica e industrial do Brasil. Este episódio ressalta a importância de políticas públicas que incentivem o investimento em empresas estratégicas e promovam sua sustentabilidade a longo prazo.

O Futuro da Avibras

Embora a Avibras tenha reafirmado seu compromisso em buscar soluções, o momento exige agilidade e eficiência nas negociações com novos investidores. Além disso, é essencial que o governo e outros atores relevantes reconheçam o papel estratégico da empresa e atuem para evitar que ela entre em um colapso irreversível.

A crise atual da Avibras não se restringe apenas à questão financeira. A empresa tem enfrentado uma preocupante debandada de técnicos e engenheiros altamente qualificados, que buscam estabilidade em um mercado competitivo. Esses profissionais, reconhecidos por sua expertise em tecnologias de ponta, têm sido rapidamente absorvidos por outras empresas do setor de defesa, tanto no Brasil quanto no exterior.

Essa perda de capital humano coloca em risco a capacidade da Avibras de manter sua posição como líder em inovação e desenvolvimento de sistemas de defesa. O êxodo de talentos agrava os desafios da empresa, tornando ainda mais urgente a necessidade de reestruturação financeira e estratégica.

A recuperação da Avibras dependerá não apenas de um novo aporte financeiro, mas também da capacidade de atrair e reter profissionais qualificados. Nesse contexto, a empresa precisará oferecer condições competitivas e reforçar seu papel como uma protagonista no setor de defesa nacional, garantindo sua sustentabilidade e contribuindo para a soberania tecnológica do Brasil.


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Elbit Systems fornecerá sistemas EW e DIRCM para C-390 e H225M em contratos de US$ 175 milhões

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A Elbit Systems anunciou a assinatura de dois contratos no valor total de US$ 175 milhões para fornecer suítes avançadas de autoproteção de Guerra Eletrônica (EW) e Contramedidas Infravermelhas Direcionadas (DIRCM) a um país europeu membro da OTAN. Esses contratos envolvem a instalação dos sistemas nas aeronaves Embraer C-390 Millenium e nos helicópteros Airbus H225M do país. Com execução prevista para cinco anos, os contratos reforçam a presença global da Elbit Systems em mercados de defesa altamente exigentes.

As suítes de autoproteção fornecidas pela Elbit Systems combinam tecnologias de última geração para proporcionar uma defesa aérea robusta e eficaz. Equipadas com sistemas de Guerra Eletrônica (EW) e DIRCM, essas soluções são projetadas para detectar, identificar e neutralizar uma ampla gama de ameaças, proporcionando uma camada extra de segurança para as tripulações e aeronaves. A instalação nas plataformas C-390 Millenium e H225M é um marco importante, já que essas aeronaves desempenham papéis cruciais em missões de transporte e resgate, frequentemente expostas a riscos durante operações em zonas de conflito ou áreas de alto risco.

O sistema de autoproteção incluirá componentes vitais como:

- Digital Radar Warning Receiver (DRWR): Um radar de alerta digital avançado, que detecta e classifica fontes de radiação eletromagnética, proporcionando informações cruciais para a tripulação em tempo real.  

- Infrared Missile Warning System (MWS): Sistema de alerta contra mísseis infravermelhos, que identifica o lançamento de mísseis e ativa contramedidas automaticamente.  

- Laser Warning System (LWS): Sistema que detecta ameaças baseadas em laser, como sistemas de designação de alvo e armamentos laser-guiados.  

- Countermeasure Dispenser System (CMDS): Dispensador automático de contramedidas, como flares e chaffs, para desorientar os sistemas de orientação de mísseis e radar.  

Esses sistemas, integrados de maneira sinérgica, garantem uma resposta rápida e autônoma contra ameaças, minimizando riscos para as aeronaves e suas tripulações, enquanto maximizam a eficácia operacional em missões críticas.


Expansão internacional e relevância da Elbit Systems

Este contrato com um membro da OTAN é um reflexo da crescente demanda por tecnologias avançadas de autoproteção para plataformas aéreas. A Elbit Systems, reconhecida por sua expertise em Guerra Eletrônica e DIRCM, já possui sua tecnologia instalada em mais de 30 tipos diferentes de aeronaves ao redor do mundo. Entre os países que adotaram esses sistemas estão várias nações da OTAN, solidificando a empresa como líder global no setor de autoproteção para plataformas aéreas.

Em relação à instalação nos C-390 Millenium, a Elbit Systems também firmou um acordo com outro país europeu, visando a entrega de uma suíte avançada de Guerra Eletrônica para suas aeronaves C-390. Este movimento não só demonstra a versatilidade de suas soluções, como também evidencia a confiança que as Forças Armadas internacionais têm nos produtos e na capacidade tecnológica da Elbit Systems.  

O Sistema SPEAR e a flexibilidade de integração 

Além das soluções de autoproteção principais, o contrato para os C-390 Millenium inclui a entrega do SPEAR Advanced ECM (Electronic Countermeasures) POD, uma unidade modular de contramedidas eletrônicas que pode ser facilmente instalada e transferida entre diferentes aeronaves na linha de voo. Essa flexibilidade é crucial em ambientes de combate dinâmicos, onde as aeronaves podem necessitar de ajustes rápidos para se adequar a novas ameaças ou cenários operacionais.

Uma das principais vantagens dos sistemas de autoproteção da Elbit Systems é seu design modular avançado. Isso permite que os sistemas sejam atualizados continuamente para enfrentar ameaças em constante evolução. A Elbit Systems se orgulha de oferecer soluções que se mantêm na vanguarda da inovação tecnológica, proporcionando aos operadores a capacidade de responder de forma ágil e eficaz a novas ameaças, sem a necessidade de substituir todo o sistema.

O Gerente Geral da divisão ISTAR & EW da Elbit Systems, Oren Sabag, comentou sobre a importância desses contratos: "Esses novos contratos reforçam ainda mais nossa posição global como líder em Guerra Eletrônica e tecnologia DIRCM. Nosso design modular e flexível nos permite fornecer uma resposta rápida às mudanças nas ameaças, garantindo a proteção contínua das aeronaves e das tripulações."

Perspectivas futuras e confiança global 

Além das aeronaves C-390 e H225M, a Elbit Systems tem expandido seu portfólio de autoproteção para diversos tipos de aeronaves, incluindo helicópteros Chinook e H145M. A empresa continua a consolidar sua posição como um fornecedor de soluções críticas para as forças armadas de países ao redor do mundo. Com esses novos contratos, a Elbit Systems assegura seu papel como uma parceira essencial na defesa e segurança global, sempre à frente das necessidades de seus clientes e da evolução das ameaças aéreas.

Os contratos também ilustram a confiança crescente que as nações da OTAN depositam na Elbit Systems, uma prova de seu compromisso com a excelência em tecnologia de autoproteção e Guerra Eletrônica. A empresa, com sua expertise e soluções inovadoras, continua a se destacar como líder no fornecimento de sistemas que garantem a segurança e eficácia das forças aéreas modernas.


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EDGE Group: Cinco Anos de Inovaçôes e Crescimento no Setor de Defesa

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A EDGE Group celebra seu quinto aniversário, marcando uma trajetória notável de avanços tecnológicos e expansão global no setor de defesa e segurança. Desde sua criação em 2019, a EDGE emergiu como uma potência mundial, consolidando-se em domínios como defesa terrestre, aérea, marítima, espacial e cibernética, com um foco inabalável na inovação e na transformação tecnológica.

Em apenas cinco anos, o portfólio de produtos da EDGE Group cresceu de 30 para impressionantes 201 soluções, representando um aumento de 550%. Essa expansão foi possibilitada por investimentos bilionários em pesquisa e desenvolvimento (P&D), que permitiram avanços significativos em sistemas autônomos, inteligência artificial e guerra eletrônica.

A confiança do mercado global na EDGE é evidente na sua carteira de pedidos, que atingiu US$ 12,8 bilhões em setembro de 2024. No cenário internacional, a empresa ampliou sua presença para 91 países, com as exportações crescendo de US$ 18,5 milhões em 2019 para US$ 2,1 bilhões em 2024. Entre os contratos de destaque estão o fornecimento de corvetas para a Marinha de Angola (avaliado em 1 bilhão de euros) e munições guiadas de precisão DESERT STING para as Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, totalizando US$ 1,62 bilhões.

Reconhecida como uma das três maiores fabricantes globais de munições guiadas de precisão pela JANES, a EDGE demonstra liderança e capacidade competitiva em um mercado altamente exigente.

Parcerias Estratégicas e Conexões Brasileiras

A construção de parcerias estratégicas e aquisições também foi central para o sucesso da EDGE. Com 23 joint ventures, incluindo colaborações com a Fincantieri na construção naval e com a Indra no desenvolvimento de radares, a empresa expandiu sua atuação para novos horizontes. O Brasil emerge como um parceiro estratégico, com a abertura de um escritório regional em Brasília e um acordo de cooperação com a Marinha do Brasil para o desenvolvimento de mísseis supersônicos MANSUP e sistemas antidrone.

Adicionalmente, aquisições estratégicas como as da MILREM Robotics, ANAVIA e CONDOR reforçaram a posição da EDGE no mercado internacional e ampliaram suas capacidades tecnológicas.

Inovação e Valorização do Talento

Com mais de 14.100 colaboradores de 95 nacionalidades, a EDGE prioriza o desenvolvimento de talentos e a adoção de tecnologias avançadas. Desde 2022, a EDGE Learning & Innovation Factory já treinou mais de 3.600 profissionais, preparando-os para enfrentar os desafios da quarta revolução industrial (4IR).

A diversidade é outro pilar da empresa: cidadãos dos Emirados Árabes Unidos compõem 23,5% da força de trabalho, refletindo o compromisso da EDGE com inclusão e representatividade.

O reconhecimento internacional não passou despercebido. Em 2024, a EDGE foi certificada como "Great Place to Work®" e recebeu prêmios como o ROI-EFESO Industrie 4.0 por suas soluções inovadoras e o Prêmio Treasury Transformation do ACT Middle East 2024. Essas honrarias destacam tanto a excelência tecnológica quanto a cultura organizacional da empresa.

À medida que entra em seu sexto ano, a EDGE está determinada a continuar liderando a transformação no setor de defesa. Seu compromisso com inovação, parcerias estratégicas e o desenvolvimento de talentos mantém a empresa na vanguarda das tecnologias avançadas.

Com uma visão clara de longo prazo, a EDGE não apenas redefine padrões no Oriente Médio, mas também solidifica sua posição como líder global. Esses cinco anos de crescimento exponencial são apenas o início de uma jornada ambiciosa que continuará moldando o futuro das tecnologias de defesa e segurança.


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com TORRE Comunicação e Estratégia

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Exército Brasileiro Recebe Luz Verde para Aquisição do ATMOS

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O Exército Brasileiro (EB) recebeu uma boa notícia do Tribunal de Contas da União (TCU) no último dia 4 de dezembro: foi rejeitada a medida cautelar da empresa francesa KNDS, fabricante do obuseiro CAESAR, que solicitava a reavaliação da licitação para a aquisição de 36 Viaturas Blindadas de Combate Obuseiro Autopropulsado 155 mm Sobre Rodas (VBC OAP 155 mm SR). A decisão permitiu que o Exército desse continuidade ao processo de aquisição, com a empresa israelense Elbit Systems sendo declarada vencedora da licitação, com seu obuseiro ATMOS 155 mm, em 1º lugar.

Embora a decisão do TCU tenha sido favorável ao andamento do processo, ainda existem obstáculos que podem retardar a conclusão da aquisição. Um desses obstáculos é a interferência ideológica, que tem se mostrado um fator limitante no progresso de programas estratégicos de defesa, como a aquisição do ATMOS. Em outubro, o Ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o Programa de Aquisição do Obuseiro estava parado devido à influência do ex-Ministro da Defesa, Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula, que tem sinalizado ao governo para não efetivar o negócio com a Elbit Systems, alegando, possivelmente, uma questão ideológica em relação à origem do fabricante.

É fundamental destacar que a Elbit Systems é uma empresa privada e não tem participação do Governo de Israel. Além disso, a empresa mantém duas subsidiárias no Brasil, a AEL Sistemas, em Porto Alegre, e a Ares Aeroespacial, no Rio de Janeiro, que fazem parte da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira. A AEL Sistemas participa de diversos programas estratégicos das Forças Armadas, incluindo o Programa Gripen, que foi iniciado no governo de Dilma Rousseff, e também envolveu o apoio de Celso Amorim.

O obuseiro ATMOS foi selecionado por atender plenamente aos requisitos exigidos pelo Exército Brasileiro. O sistema, montado sobre um chassi Tatra T-815 6×6, é considerado um dos melhores do mundo em sua categoria, e sua aquisição tem como objetivo modernizar e ampliar a capacidade de apoio de fogo da Artilharia de Campanha da Força Terrestre. O ATMOS não é apenas uma escolha técnica, mas uma necessidade estratégica para garantir a modernização do Exército Brasileiro.

Entretanto, o que está em jogo é muito mais do que uma decisão sobre qual obuseiro comprar. A interferência ideológica no processo de aquisição de equipamentos militares e na modernização das Forças Armadas compromete a segurança nacional e enfraquece o potencial de defesa do Brasil. Programas estratégicos de defesa devem ser guiados pelo interesse do Estado brasileiro, e não por posicionamentos político-ideológicos momentâneos. A defesa nacional não pode ser comprometida por questões partidárias ou alinhamentos ideológicos que não condizem com os interesses maiores do Brasil.

É fundamental que o Brasil adote uma postura de continuidade em relação aos programas de defesa, entendendo-os como projetos de Estado e não de governo. As Forças Armadas brasileiras devem ser fortalecidas com investimentos e aquisições que assegurem sua capacidade de atuar de forma independente e eficaz em cenários de segurança nacional e internacional. A aquisição do ATMOS é um passo essencial nesse sentido, e o Brasil não pode se dar ao luxo de permitir que a política de momento interfira em sua capacidade de defesa. O futuro das nossas Forças Armadas deve ser guiado pela necessidade de garantir a soberania e a proteção do nosso território, e não por disputas ideológicas que não têm lugar em um projeto estratégico de defesa.


por Angelo Nicolaci


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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Israel Lança Ataque Devastador à Base Aérea de Mezzeh na Síria

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No último domingo (8), a força aérea de Israel executou um ataque de grande escala contra a Base Aérea de Mezzeh, localizada nos subúrbios de Damasco, a capital da Síria. A base, considerada um dos bastiões mais estratégicos do regime de Bashar al-Assad, foi alvo de mísseis e ataques aéreos israelenses, em uma ação sem precedentes em sua escala. O ataque vem em um contexto de crescente tensão regional e em um momento crítico para o futuro da Síria, após a queda do regime de Assad. 

A Base Aérea de Mezzeh tem sido um importante complexo militar ao longo da guerra civil síria. Localizada no bairro de Kafr, a base foi amplamente usada pelo regime de Assad como um centro logístico e armazenamento de armas. Ela também foi um dos locais mais fortemente vigiados, devido à sua proximidade com o centro de poder do regime em Damasco. Além de ser um ponto estratégico para a Força Aérea Síria, Mezzeh também foi utilizada como um centro de detenção para opositores ao regime, além de servir como o "aeroporto pessoal" de Bashar al-Assad.

Com a intensificação do conflito e o avanço das forças opositoras, a base passou a ser controlada por grupos de oposição. Isso transformou a Base Aérea de Mezzeh em um alvo prioritário para Israel, que vê nas forças anti-Assad uma ameaça potencialmente elevada, especialmente no que diz respeito ao controle de armas e armamentos avançados.

O Ataque e Seus Efeitos Imediatos

O ataque a Mezzeh, relatado como de grande escala, foi executado após um período de intensos bombardeios israelenses sobre outras bases militares na Síria. A Força Aérea Israelense destruiu depósitos de armas e munições armazenados na base. Segundo imagens divulgadas pelo Observatório Militar para o Médio Oriente, que compartilhou informações sobre o ocorrido em seu canal no Telegram, o impacto dos ataques foi devastador, com a detonação de vários armazéns de munições e a destruição de estruturas militares fundamentais para as operações do regime sírio.

O uso de imagens de satélite e vídeos de fontes abertas (OSINT) confirma que a base abrigava armamentos que poderiam ser facilmente transferidos para forças hostis ou para grupos radicais, o que representaria uma ameaça direta a Israel e aos aliados ocidentais na região. Em análise detalhada das imagens, é possível observar a intensa atividade de veículos e movimentos em direção aos depósitos durante os últimos meses, confirmando que a base estava sendo usada para abrigar armas estratégicas.

Além disso, a detonação subsequente das munições deixou claro o poder destrutivo do ataque, sinalizando que a operação israelense teve como principal objetivo erradicar qualquer vestígio de armamento que pudesse representar uma ameaça futura. O ataque a Mezzeh também é uma continuação das ações militares de Israel na Síria, que visam impedir o fortalecimento de grupos inimigos ao longo dos últimos anos de conflito.

A Estratégia de Neutralizar Ameaças no Pós-Assad

Este ataque é uma clara demonstração de que Israel está comprometido em neutralizar qualquer resquício do poderio militar sírio que possa ser usado por grupos hostis, incluindo grupos como o Hezbollah, que têm estreita ligação com o regime de Assad e com o Irã. Para Israel, a segurança nacional está em jogo, especialmente considerando o apoio crescente que o regime de Bashar al-Assad recebeu de potências como o Irã e a Rússia durante o conflito.

Além de neutralizar os armamentos em Mezzeh, Israel provavelmente visa reduzir o risco de que as armas e equipamentos militares caíssem nas mãos de grupos que poderiam usá-los contra suas forças no futuro. O fato de a base de Mezzeh também ser usada como centro de armazenamento de armas biológicas e químicas, como rumores indicam, aumenta ainda mais o caráter estratégico deste ataque.

O Colapso de Assad e as Repercussões Regionais

O ataque de Israel ocorre em um momento decisivo para a Síria. Após 24 anos de governo de Bashar al-Assad, o regime do ditador sírio entrou em colapso. Fontes indicam que Assad fugiu para Moscou, e o controle sobre a Síria foi fragmentado entre grupos de oposição e outras potências regionais. As divisões internas e o colapso do regime de Assad abriram um novo capítulo no conflito sírio, deixando o futuro do país em uma situação de incerteza política e social.

Com a saída de Assad e a mudança na dinâmica do poder, Israel está se posicionando como uma potência regional que busca minimizar o impacto do vácuo no controle militar da Síria. A destruição de Mezzeh, ao eliminar um centro de operações e armazenamento estratégico, também pode ser vista como uma forma de enfraquecer qualquer tentativa de reestruturação do poder militar na Síria, seja sob uma nova liderança interna ou por meio de alianças com potências como o Irã.

A Síria enfrenta agora um novo cenário de incertezas, com uma transição política difícil e uma guerra civil que deixou profundas cicatrizes. O ataque de Israel à Base Aérea de Mezzeh é apenas mais um capítulo na longa história de intervenções militares no país, mas ele traz à tona questões cruciais sobre segurança, poder e influência na região.

Para Israel, a destruição de bases militares e o bloqueio de armamentos avançados é uma estratégia de sobrevivência, voltada para evitar que armas de destruição em massa ou outros recursos caíssem nas mãos de inimigos com o objetivo de desestabilizar ainda mais o Oriente Médio. A continuação desses ataques pode ser esperada, uma vez que a Síria se reconfigura politicamente e, possivelmente, militarmente.

O futuro da Síria, sem Assad, será uma questão crucial para o Oriente Médio. E, enquanto isso, as potências regionais, como Israel, continuarão a monitorar de perto qualquer desenvolvimento que possa ameaçar sua segurança ou alterar o equilíbrio de poder na região.


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BAE Systems Assina Contratos Bilionários para Fornecimento de Veículos de Combate CV90 para Suécia e Dinamarca

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A BAE Systems firmou dois contratos no valor total aproximado de US$ 2,5 bilhões com a Suécia e a Dinamarca para o fornecimento de novos veículos de combate CV9035MkIIIC, uma das versões mais avançadas do CV90, que será incorporada às forças armadas de ambos os países. O acordo, assinado com a Organização de Aquisição e Logística do Ministério da Defesa da Dinamarca (DALO) e a Administração de Material de Defesa da Suécia (FMV), também inclui a venda de veículos para a Ucrânia, com financiamento conjunto dos dois governos.

Os novos contratos expandem a aquisição dos veículos de combate CV9035MkIIIC, com a Dinamarca adquirindo 115 unidades e a Suécia comprando 50 veículos. Este acordo é uma extensão de um contrato inicial firmado em maio de 2024 com a FMV da Suécia. Juntas, as compras elevam o valor total do contrato para cerca de US$ 2,5 bilhões, que inclui não apenas os veículos, mas também peças de reposição, suporte logístico e treinamento para as forças armadas de ambos os países.

O Major General Peter Boysen, Chefe do Exército Real Dinamarquês, comentou sobre a importância dos novos veículos para a segurança nacional e internacional da Dinamarca. "Esses 115 novos CV9035MkIIICs aumentarão significativamente a contribuição da Dinamarca para a segurança coletiva e as operações internacionais. Com os 44 veículos já existentes, agora teremos um total de 159 veículos, o que nos dará uma força substancial", afirmou Boysen.

Por sua vez, Tommy Gustafsson-Rask, diretor administrativo da BAE Systems Hägglunds, que projeta e fabrica os veículos, ressaltou os benefícios das novas unidades para as forças armadas da Suécia e da Dinamarca. "Esses novos veículos ampliarão significativamente as capacidades das forças armadas dos dois países, proporcionando às suas tripulações melhor consciência situacional, maior mobilidade, proteção e letalidade", disse Gustafsson-Rask.

O CV9035MkIIIC é uma versão avançada do veículo de combate de infantaria, com melhorias contínuas baseadas em anos de experiência em combate e feedback dos usuários de 10 países, incluindo nações da OTAN. A versão mais recente do CV90 é equipada com uma torre de última geração, que oferece avanços em termos de design e funcionalidade, além de garantir maior interoperabilidade entre as forças armadas dos países usuários.

Com um histórico comprovado de mais de oito milhões de quilômetros percorridos e a participação em operações em locais como Afeganistão, Ucrânia e Libéria, o CV90 é uma das plataformas mais confiáveis e versáteis da sua classe. O veículo, que pesa entre 20 e 38 toneladas, pode integrar uma ampla gama de sistemas de armas, tornando-se uma ferramenta essencial para operações terrestres em diferentes cenários globais.

Com o novo contrato, a BAE Systems reforça sua posição como líder global na fabricação de veículos de combate de infantaria, garantindo uma participação significativa no mercado de defesa europeu e além.


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Inovação e parcerias são o caminho para uma Base Industrial de Defesa mais diversa e impulsionadora do desenvolvimento nacional

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O mundo atual nos apresenta desafios inéditos no campo da defesa e segurança. Vivemos uma era marcada pela crescente demanda por tecnologias de ponta para proteger nossas fronteiras e garantir a soberania nacional. Isso ficou muito claro para todos que tiveram a oportunidade de participar da Mostra BID deste ano, em Brasília, a maior e mais importante feira de defesa e segurança nacional. Nesse contexto, nosso país tem dado passos significativos no fortalecimento de sua Base da Indústria de Defesa (BID), consolidando-se como um ator relevante e resiliente no desenvolvimento de soluções estratégicas. E para alcançar todo o seu potencial, a BID precisa de um impulso que somente parcerias robustas e investimentos consistentes podem oferecer.

A diversificação e qualidade da indústria brasileira em defesa já é reconhecida mundialmente, com produtos como radares, aeronaves, sistemas de comunicação e equipamentos de segurança de alta performance, amplamente utilizados por Forças Armadas e civis. Além disso, a recente certificação de subsidiárias locais, como a Omnisys da Thales, como Empresa Estratégica de Defesa (EED), reforça o compromisso do Brasil com uma produção tecnológica autônoma e alinhada às necessidades nacionais. Esse status não é apenas um selo de qualidade, mas um símbolo da capacidade do país de liderar em áreas críticas, como radares, sistemas de controle aéreo e soluções cibernéticas.

A BID e a diversificação tecnológica

A BID brasileira está consolidada e vive um momento de aumentar a diversificação de seu portfólio. Hoje, o país busca ir além de setores já estabelecidos, como radares, aviação e blindados, para abraçar tecnologias emergentes que definem o futuro da defesa, como inteligência artificial, computação quântica, sensores avançados e cibersegurança. A soberania tecnológica passa pela capacidade de inovar em áreas de alta complexidade, garantindo não apenas a autossuficiência, mas também o protagonismo em um cenário global altamente competitivo.

Para atingir essa meta, é imperativo fomentar um ecossistema que estimule a integração entre a indústria, o governo, as Forças Armadas e a academia. Os programas de offset, por exemplo, têm se mostrado ferramentas valiosas para transferir tecnologia e desenvolver competências locais. Agora é preciso aprimorá-los, garantindo que gerem impactos concretos na capacitação técnica do país e no fortalecimento de uma cadeia produtiva diversificada.

Parcerias estratégicas: o alicerce da inovação

No centro dessa transformação estão as parcerias estratégicas. Empresas globais de tecnologia, como a Thales, têm desempenhado um papel crucial no apoio à BID brasileira, ao trazer inovações de ponta, compartilhar boas práticas e, sobretudo, investir no talento local. Projetos como o desenvolvimento de radares para a defesa aérea, em colaboração com empresas e universidades brasileiras, são exemplos de como essas alianças podem gerar conhecimento e infraestrutura com resultados de longo prazo. Aliar a expertise e a capacidade de investimento internacionais ao talento e oportunidades comerciais do setor no Brasil me parecem ser o caminho seguro para o sucesso.

Investir no futuro: a importância dos talentos locais

A base de qualquer inovação está nas pessoas. O Brasil tem uma riqueza incrível de talentos, e para que eles possam florescer e liderar os avanços tecnológicos, é preciso investir em suas formações e capacitações. Programas de qualificação técnica, incentivos à pesquisa e iniciativas que conectem jovens talentos às indústrias estratégicas são fundamentais para criar uma nova geração de profissionais preparados para os desafios do setor.

A experiência da Thales em cerca de 70 países mostra que o investimento em capital humano é um dos motores mais eficazes para o crescimento de uma indústria de defesa robusta. Ao priorizar o desenvolvimento local, não apenas fortalecemos a BID, mas também contribuímos para o progresso socioeconômico do Brasil, criando empregos de alta qualificação e promovendo inovação.

Um chamado à ação

Temos, no Brasil, a capacidade de liderar a inovação em defesa, e é essencial agir agora para construir um futuro onde a soberania tecnológica seja uma realidade. Ao investir em diversificação, parcerias estratégicas e no talento local, consolidaremos a BID como uma referência global, garantindo não apenas a segurança do país, mas também sua competitividade em um cenário global em constante transformação. E com o adicional de fomentar todo o ecossistema econômico e social em torno da indústria, como universidades, bancos, comércios locais, dentre outros.

Na Thales, acreditamos no poder das alianças para transformar desafios em oportunidades. Estamos comprometidos em colaborar com o Brasil para construir soluções que não apenas atendam às demandas de hoje, mas que antecipem as necessidades de amanhã. Juntos, podemos fazer do Brasil um exemplo de inovação, liderança e soberania.


Por Luciano Macaferri Rodrigues - Vice-presidente da Thales para a América Latina e Diretor Geral da Thales para o Brasil.


Fonte: FSB Comunicação

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Acordo Mercosul-União Europeia Abre Novas Oportunidades para o Comércio Exterior Brasileiro

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O recente acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia marca um avanço significativo para o Brasil no comércio exterior, com potencial para aumentar a competitividade do país nos mercados globais. Após 25 anos de negociações, a oficialização do acordo fortalece a posição do Brasil no cenário internacional, oferecendo uma janela de oportunidades para ampliar as exportações de manufaturados e não apenas de commodities.

José Augusto de Castro, presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), destaca que o impacto imediato do acordo vai além dos aspectos econômicos, sendo uma vitória política importante para o país. "Ao firmar um acordo com a União Europeia, o Brasil envia uma mensagem clara ao mundo: somos um parceiro confiável. A União Europeia só fecha acordos que beneficiam todos os seus membros, e isso confere ao Brasil uma nova credibilidade no mercado internacional", afirma Castro.

A AEB vê este acordo como uma chance de reposicionar o Brasil no mercado global, não apenas como fornecedor de commodities, mas também como exportador de produtos manufaturados de alto valor agregado. A visibilidade proporcionada pelo acordo abre portas para que as empresas brasileiras possam acessar mercados mais exigentes, como o europeu, e também explorar oportunidades em outros mercados ao redor do mundo.

Contudo, a AEB alerta que para o Brasil aproveitar ao máximo as vantagens do acordo, é necessário enfrentar desafios internos, especialmente no que diz respeito à competitividade. Castro reforça que a redução do "custo Brasil" é essencial para garantir que os produtos brasileiros sejam mais competitivos no mercado global. "A competitividade é fundamental para que o Brasil tire proveito desse acordo. Precisamos reduzir os custos internos, como impostos e infraestrutura, para maximizar os resultados desse novo cenário", afirma.

A oficialização do acordo pode, inclusive, acelerar a aprovação da regulamentação da Reforma Tributária no Congresso Nacional, uma vez que a melhoria da competitividade dos produtos brasileiros será um passo crucial para que o país conquiste uma participação maior no mercado europeu e além. No entanto, Castro observa que, enquanto a redução do custo Brasil não se concretizar, o Brasil continuará com dificuldades para expandir sua presença no mercado internacional.

Em resumo, o acordo Mercosul-União Europeia representa uma oportunidade estratégica para o Brasil, mas sua plena implementação dependerá de ajustes internos que melhorem a competitividade do país. A AEB se posiciona como um defensor da reforma tributária e outras medidas que possam impulsionar a economia brasileira e fortalecer sua posição no comércio global.


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Participação da SIATT na 8ª Mostra BID Brasil foi marcada por novas parcerias e projeção de crescimento

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A SIATT, empresa de destaque na indústria de defesa nacional, encerrou com êxito sua participação na 8ª edição da Mostra BID Brasil, que ocorreu em Brasília entre os dias 3 e 5 de dezembro. O evento, um dos mais importantes do setor de defesa e segurança, proporcionou à SIATT a oportunidade de fortalecer sua presença no mercado e estabelecer novas parcerias estratégicas, além de apresentar inovações tecnológicas que devem impulsionar o crescimento da empresa nos próximos anos.

Durante os três dias do evento, a SIATT teve a chance de interagir com representantes de diversos países, empresas e instituições governamentais, além de reforçar seu compromisso com o desenvolvimento de soluções tecnológicas para as Forças Armadas brasileiras. O coquetel de abertura, realizado no primeiro dia, reuniu empresários, autoridades e representantes diplomáticos, marcando o início das atividades da SIATT na Mostra.

Entre os momentos de destaque, a homenagem ao Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e aos três sócios da SIATT, que celebram 40 anos de trabalho dedicado à indústria de defesa, chamou atenção. O Diretor-Presidente da SIATT, Rogério Salvador, e seus colegas de direção, Azhaury Cunha Filho e Carlos Alberto de Paiva Carvalho, foram condecorados por sua contribuição significativa ao setor.

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Imagem: SIATT

No segundo dia, a SIATT assinou um Protocolo de Intenções com o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), um passo importante para o desenvolvimento de soluções de comunicação voltadas para a região amazônica. A assinatura do acordo foi realizada por Rogério Salvador e Rafael Pinto Costa, diretor-geral do CENSIPAM, e visa promover a cooperação no gerenciamento de sistemas de comunicação em áreas de difícil acesso.

A SIATT também aproveitou a Mostra para lançar o Sistema Integrado para Comunicações Seguras (SICS), desenvolvido em parceria com a Katim e a IMBEL. Este sistema visa garantir a segurança e a integridade das comunicações, mesmo em ambientes desafiadores, e já é uma solução inovadora que pode atender tanto às Forças Armadas brasileiras quanto a mercados internacionais.

Além disso, no decorrer do evento, a empresa realizou um encontro com jornalistas especializados em defesa, apresentando sua nova identidade visual, que reflete as mudanças e o foco da empresa na expansão de sua presença no mercado global.

Entre as tecnologias apresentadas, destaque para os sistemas de mísseis MANSUP e MANSUP-ER, que estão em fases avançadas de qualificação e desenvolvimento. O MANSUP, que possui alcance de 70 km, é um projeto da Marinha do Brasil, enquanto o MANSUP-ER, com alcance superior a 200 km, representa um avanço significativo, com novas inovações como turbina a jato e navegação por waypoints. O sistema MAX 1.2 AC, utilizado pelo Exército Brasileiro, também foi destaque, especialmente pela conquista da qualificação do míssil antitanque em 2024.

O Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), projeto no qual a SIATT lidera o consórcio com a empresa BEN, também foi apresentado no estande, evidenciando o papel da empresa na integração de soluções para a segurança e vigilância da vasta área marítima brasileira.

Em sua avaliação sobre o evento, o Diretor-Presidente da SIATT, Rogério Salvador, destacou a importância da Mostra para consolidar a imagem da empresa no setor. "Estamos alinhados com as necessidades das Forças Armadas brasileiras e com as demandas de nações amigas. Nossa participação na Mostra reafirma nosso compromisso com a inovação e com a busca por novos mercados. Estamos expandindo nossa presença na América do Sul, Oriente Médio e Sudeste Asiático", afirmou.

Salvador também ressaltou que as novas tecnologias apresentadas na Mostra representam um marco para a Base Industrial de Defesa brasileira, posicionando a SIATT entre os principais players globais no setor de defesa e segurança. "A indústria brasileira está entre as melhores do mundo em termos de inovação, e a SIATT é um reflexo desse avanço", concluiu.

A SIATT conta com a parceria da EDGE Group, um dos principais conglomerados de defesa e segurança dos Emirados Árabes Unidos (EAU). Esta colaboração estratégica fortalece a posição da SIATT no cenário internacional, permitindo o acesso a novas tecnologias e ampliando sua capacidade de inovação. A EDGE, com sua expertise global em sistemas de defesa avançados, contribui com conhecimento técnico e recursos para o desenvolvimento de soluções de ponta, como o MANSUP-ER. A parceria com a EDGE Group representa um passo significativo para consolidar a presença da SIATT em mercados internacionais e expandir seu portfólio de produtos e serviços para as Forças Armadas de diversos países.

Com uma participação bem-sucedida na 8ª Mostra BID Brasil, a SIATT se prepara para novos desafios, com foco em parcerias internacionais e em um contínuo processo de inovação, projetando um futuro promissor para a defesa nacional e para a empresa.


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Imagens: Nicolaci - GBN Defense 

com Rossi Comunicação

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Concurso de Soldado Fuzileiro Naval 2025: Prepare-se para a Oportunidade da sua Vida!

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A chance de fazer parte da Marinha do Brasil está batendo à sua porta! O aguardado edital para o Concurso de Soldado Fuzileiro Naval (SD-FN) de 2025 será publicado em breve, previsto para o início de janeiro, e você pode ser o próximo a vestir a farda e defender nossa pátria. Não perca a oportunidade de mudar sua vida!

O concurso de 2025 promete ser mais competitivo do que nunca. Na última edição, mais de 19.000 candidatos disputaram 1.680 vagas, e você pode estar entre eles! Para te ajudar nesse caminho desafiador, reunimos algumas dicas para você ter êxito.

O caminho até se tornar um Soldado Fuzileiro Naval é repleto de desafios, mas com a preparação adequada, você pode superá-los com sucesso.

A primeira dica é manter uma rotina de estudos aliada aos treinos físicos. Comece devagar e aumente o ritmo aos poucos, garantindo que ambos os aspectos sejam equilibrados. O processo exige não só conhecimento acadêmico, mas também resistência física, por isso, é fundamental dedicar tempo para o preparo físico com exercícios específicos, como corrida, natação, abdominais e flexões.

Além disso, o apoio emocional é essencial durante essa jornada. Busque forças nas pessoas que estão ao seu redor, pois saber que há alguém torcendo por você pode fazer toda a diferença. No dia a dia da preparação, é importante também cultivar o espírito de equipe, que será fundamental tanto no treinamento quanto no serviço diário.

Requisitos e Etapas do Concurso

O Concurso de 2025 oferece uma chance única para quem busca crescimento profissional e estabilidade. O processo seletivo será composto por várias etapas, incluindo prova escrita, Teste de Aptidão Física (TAF), exames médicos e psicológicos. A formação será realizada no Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves (CIAMPA), no Rio de Janeiro, e no Centro de Instrução e Adestramento de Brasília (CIAB).

Para se inscrever, é necessário ser brasileiro nato ou naturalizado, ter entre 18 e 22 anos de idade no dia 30 de junho de 2026, e atender aos requisitos do concurso, como não ser casado nem ter filhos ou dependentes. O concurso oferece vagas para jovens de ambos os sexos, masculino e feminino. Fique atento ao edital para obter todas as informações detalhadas sobre o processo seletivo e garantir sua participação nessa grande oportunidade. Comece Sua Preparação Agora!

A preparação para o concurso deve começar o quanto antes. Estude com dedicação, treine sua resistência física e mantenha o foco no seu objetivo. O processo é exigente, mas com disciplina, foco e determinação, você pode conquistar seu lugar na Marinha do Brasil.

Não perca nenhuma atualização sobre o concurso! Acesse o portal da Marinha do Brasil e siga as redes sociais para se manter informado.

Essa é a sua chance de se tornar um Soldado Fuzileiro Naval e representar o Brasil com orgulho. Prepare-se para a jornada que pode mudar sua vida e garantir um futuro de sucesso. O seu sonho de ingressar na Marinha está mais próximo do que nunca!


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domingo, 8 de dezembro de 2024

Operações Furnas e Itaóca 2024: Desembarcamos em "Carana" com a QRF!

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Em um mundo repleto de conflitos e crises humanitárias, as missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) assumem um papel cada vez mais crítico. Em meio a esse cenário desafiador, o Quick Reaction Force (QRF) do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil se destaca como uma força pronta para agir em situações extremas, sendo a única tropa brasileira a atingir o nível 3 de certificação da ONU. 

A terceira e a quarta edição do exercício de avaliação final das capacidades do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil (MB) inseridas no United Nations Peacekeeping Capability readiness System (UNPCRS), a Quick Reaction Force e a Explosive Ordnance Disposal Company (EOD Coy), ocorreram em São José da Barra (MG), entre os dias 15 e 20 de outubro, e em Itaóca (ES), entre 28 de novembro e 05 de dezembro. São José da Barra e Itaóca se tornaram temporariamente parte das províncias de Leppko e Guthar, do fictício país denominado Carana.

Nós do GBN Defense estivemos presentes, e vamos compartilhar um pouco desse importante exercício, que leva nossa tropa expedicionária a imersão em um cenário fictício, mas bem próximo do real, que envolve, inclusive, a comunidade local e organizações não governamentais, como a Cruz Vermelha Brasileira. 

Vamos Conhecer Carana?

Antes de prosseguirmos, é importante que você leitor conheça Carana e sua origem, para que possa desembarcar conosco nessa desafiadora missão e ter a dimensão dos desafios que o QRF e a EOD Coy se depararam durante os exercícios. 

Carana é um país fictício, presente em um material desenvolvido para treinar civis, policiais e militares que pretendem se preparar para Operações de Paz. O Cenário de Treinamento Carana foi originalmente desenvolvido em 2002-2003 pelo Departamento de Operações de Manutenção da Paz das Nações Unidas (UN DPKO), hoje Departamento de Operações de Paz (DPO). Em 2008, o Centro de Manutenção da Paz Pearson (PPC) foi contratado pela EURORECAMP para desenvolver um Pacote de Cenários Básicos mais abrangente com base no “Cenário de Treinamento Carana”. A exigência foi identificada para uma versão expandida do Estudo do País de Carana; perfis adicionais para os estados vizinhos; mais detalhes sobre questões e dinâmicas internacionais; e um pacote de mapeamento abrangente incluindo mapeamento topográfico e regional.

Tomando por base o “Cenário de Treinamento Carana”, material que projeta cenários que os participantes devem refletir, decidir e planejar, o Centro de Operações de Paz e Humanitário de Caráter Naval e o Comando da Força de Fuzileiros Navais, desenvolveram um ambiente ficcional que trás Carana ao mundo físico, bem próximo da realidade das missões em que os fuzileiros navais poderão vir a participar : o Ambiente Carana.

O Ambiente Carana é constantemente atualizado e reflete a complexidade de diversas nações reais, onde etnias coexistem, e a paz é frequentemente ameaçada por conflitos históricos e disputas pelo poder. No coração de Carana, encontra-se a regiões de Leppko e Guthar, palcos das operações da QRF e da EOD Coy. As tensões sociais em Carana são alimentadas por uma história de repressão e marginalização de certos grupos étnicos, que buscam recuperar seu status após anos de opressão. O país é caracterizado por uma diversidade cultural rica, mas, ao mesmo tempo, por um terreno político instável, onde as rivalidades antigas frequentemente eclodem em violência.

A geografia de Carana também desempenha um papel crucial na dinâmica do conflito. Com paisagens que vão de densas florestas, planícies litorâneas a montanhas abruptas, oferece tanto beleza quanto desafios operacionais. Os fuzileiros navais precisam navegar por essas condições adversas, muitas vezes enfrentando não apenas as forças rebeldes, mas também o terreno traiçoeiro e as mudanças climáticas. Essa complexidade geográfica exige uma adaptabilidade constante, onde cada missão pode se transformar rapidamente em uma luta pela sobrevivência.

O ambiente sócio-político é marcado por desconfiança generalizada, exacerbada pela influência de atores externos, como Estados, empresas internacionais e grupos armados privados. Os fuzileiros navais, embora venham com a intenção de ajudar, enfrentam a resistência da população, que muitas vezes vê a presença da ONU como uma nova forma de colonialismo. Nesse contexto, a construção de confiança torna-se um objetivo essencial. A experiência em Leppko e Ghutar destaca como as operações de paz exigem a construção de relacionamentos significativos com as comunidades locais, e o trabalho coordenado com os atores humanitários, pertencentes a agências da ONU e a ONGs, que já se encontravam no terreno antes da chegada da missão de paz e precisam ter seu espaço de atuação respeitado.   


O Exercício

Os exercício em São José da Barra e Itaóca foram especialmente desafiadores, pois não se tratava apenas de um exercício militar, mas de uma verdadeira imersão numa fictícia missão de paz, onde foram recriadas, o mais próximo possível da realidade, o cenário encontrado em situações de emprego real da tropa neste tipo de missão. Os fuzileiros enfrentaram a necessidade de equilibrar suas funções como combatentes e seus papéis como facilitadores de paz. Essa dualidade é crucial em um ambiente onde a confiança da população civil é vital para o sucesso da missão. Durante a operação, o QRF e EOD Coy foram chamadas a tomar decisões difíceis, que muitas vezes exigiam uma análise crítica das consequências de suas ações.

A diversidade dentro da QRF e do EOD Coy também merece destaque. Estas duas edições do exercício de avaliação final das capacidades trouxe a participação inédita das primeiras mulheres formadas como soldados fuzileiros navais. A inclusão dessas mulheres não apenas enriqueceu a força, mas também foi um passo significativo para a igualdade de gênero nas forças armadas, aspecto que as Nações Unidas têm dado atenção e relevância. As fuzileiros navais mostraram-se essenciais em interações com a comunidade local, especialmente em negociações e em esforços para obter informações. 

As mulheres trouxeram também uma nova perspectiva para as operações. Em situações de conflito, onde as emoções e as tensões estão à flor da pele, a habilidade de ouvir e entender as preocupações da comunidade tornou-se um diferencial crucial. As mulheres participaram ativamente das atividades, onde suas contribuições foram valorizadas, demonstrando que a inclusão de mulheres na força não é apenas uma questão de justiça social, mas uma estratégia operacional inteligente. 


A Interação com a Comunidade Humanitária

Durante os exercícios, a coordenação com os atores humanitários tornou-se uma prioridade no cenário proposto. Os fuzileiros sabiam que, para garantir a segurança dos membros da comunidade humanitária em Leppko e Guthar, era vital manter um canal aberto de comunicação. Após relatos de ataques a comboios de ajuda humanitária, os fuzileiros navais implementaram escoltas e patrulhas, assegurando que as doações chegassem a quem mais precisava. Essa colaboração foi crucial, pois muitos grupos humanitários estavam na linha de frente, oferecendo assistência vital em um momento de crise.

A coordenação com as ONGs e agências também trouxe um conhecimento local valioso. As organizações humanitárias, muitas vezes compostas por indivíduos que conhecem bem a cultura e as nuances da comunidade, forneceram insights que ajudaram os fuzileiros navais a desenvolver estratégias mais eficazes. Juntos, os fuzileiros e os representantes humanitários podem identificar áreas de necessidade imediata, promovendo não apenas a segurança, mas também a dignidade e o bem-estar dos civis afetados pelo conflito.


Cenários de Conflito

A realidade em Leppko e Guthar era tensa e complexa. Os fuzileiros se viram no meio de um campo minado de desinformação e hostilidade. Grupos rebeldes, aproveitando a insatisfação popular, usavam fake news para alimentar a revolta contra as forças da ONU. As notícias falsas se tornaram uma arma poderosa, distorcendo a percepção pública e deslegitimando as operações de paz. As forças da ONU enfrentaram não apenas a resistência armada, mas também a batalha pela narrativa, onde a confiança da população civil era crucial para o sucesso da missão.

A situação piorou com a visita da fictícia embaixadora da UNICEF, a pop-star Martina Camacho. Sua falta de sensibilidade cultural gerou um clamor popular que acendeu a violência nas ruas. Em um momento de tensão, a figura de uma celebridade pode ser uma faca de dois gumes. Embora sua intenção fosse trazer atenção para a causa humanitária, sua visita precipitou uma crise, exacerbando as tensões entre os grupos rebeldes e as forças da ONU. Essa situação ilustra como um pequeno deslize pode ter repercussões devastadoras em um ambiente de conflito.

À medida que a operação avançava, a situação se tornava cada vez mais crítica. Confrontos armados e emboscadas contra os fuzileiros tornaram-se comuns. O que começou como uma missão de paz evoluiu para um intenso conflito, com os soldados marinheiros sendo chamados a agir em situações que desafiavam seus limites. Os fuzileiros, firmes em sua missão, não hesitaram em defender os inocentes, mesmo sob intenso fogo. 

Desafios e Negociações

A habilidade de negociar tornou-se uma arma poderosa para os líderes na ação. Em um ambiente onde a desconfiança pairava no ar, os fuzileiros navais se destacaram, não apenas por sua formação militar, mas também por suas capacidades interpessoais e de mediação. Em um cenário de conflito, as palavras muitas vezes têm tanto peso quanto as armas, e saber se comunicar efetivamente pode fazer a diferença entre a paz e a escalada da violência.

As negociações com os grupos dissidentes exigem uma combinação de firmeza e sensibilidade. A QRF e o EOD Coy se viram em posições delicadas, onde era crucial entender as motivações dos rebeldes e as queixas da população local. Para isso, os fuzileiros navais buscaram estabelecer um diálogo que permitisse identificar pontos comuns e reduzir as tensões. Essas conversas não eram simples, pois frequentemente os rebeldes chegavam com desconfiança, e qualquer passo em falso poderia fazer com que o processo de paz desmoronasse.

Um dos principais obstáculos nas negociações foi a influência de grupos extremistas, que, como um braço armado de uma etnia marginalizada, ou representando interesses de outros estados, não apenas lutava por reconhecimento político, mas também usava a narrativa de vitimização para mobilizar apoio popular e minar os esforços da comunidade internacional de estabilizar Carana. Compreender a história e as experiências do grupo dissidente é um ponto vital para a construção de uma ponte que possa levar a um diálogo frutífero ou o desenvolvimento de respostas corretas as suas ações.

A Crise e a Resiliência do QRF

Com o avanço da operação, a situação se deteriorou rapidamente. O que começou como uma missão de apoio e proteção tornou-se uma luta por sobrevivência. As emboscadas contra as patrulhas do QRF aumentaram, e a segurança dos soldados estava em risco. A QRF teve que adaptar suas táticas, intensificando a vigilância e aumentando as patrulhas em áreas críticas.

As operações noturnas se tornaram uma necessidade, pois muitos dos ataques ocorreram sob a cobertura da escuridão. A resiliência do QRF foi testada em várias ocasiões. Por fim, a situação em Leppko e Guthar alcançou um ponto crítico, onde confrontos armados em várias localidades se tornaram inevitáveis. A pressão aumentou sobre o QRF, que enfrentava ataques coordenados contra suas instalações e a base de operações temporárias (TOB). 

A terceira edição do adestramento no cenário "Carana" não foi apenas um exercício militar; foi uma imersão em um ambiente de complexidade sociopolítica e cultural. As lições aprendidas nessa operação refletem a importância de um modelo de missão que vai além da presença militar. O QRF provou que, em cenários de paz, é necessário um equilíbrio entre segurança, respeito à cultura local e envolvimento comunitário.

À medida que a operação avançou para sua próxima fase, ocorrendo agora em dezembro, os fuzileiros carregam consigo as experiências e as histórias que moldaram o ambiente do exercício anterior. 

Em um mundo onde a paz é frequentemente ameaçada, a missão dos Peacekeepers, como os fuzileiros que compõe a QRF e a EOD Coy, nos lembra que por trás de cada uniforme, há seres humanos dedicados a fazer a diferença. O caminho à frente será repleto de desafios, mas a determinação em buscar a paz e a segurança para todos continua a ser a força motriz que guia esses bravos soldados marinheiros.

E eu não poderia deixar de parabenizar a todos envolvidos neste exercício, que demanda uma verdadeira imersão e o talento dos militares que atuam como figurativos, criando um nível de realidade fundamental para o exercício e preparo da Tropa, e um Bravo-Zulu a equipe de coordenação que enfrenta um grande desafio de criar todos os desafios e cenários que envolvem uma operação de paz.


Por Angelo Nicolaci - Jornalista/Editor, graduando em Relações Internacionais pela UCAM, especialista em geopolítica do oriente médio, leste europeu e América Latina, especialista em assuntos de defesa e segurança.

Colaboração Especial e Agradecimento - Prof. Ricardo Antônio Cazumba - Doutorando no PPGEST-INEST- UFF, Mestre em Estudos Estratégicos pela INEST-UFF, Licenciado e Bacharel em História pela USU, Oficial da Reserva do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil, com basta experiência em missões de paz na égide das Nações Unidas (MINUSTAH 2004 e 2015, MINURCAT 2008 e 2008), expertise em coordenação civil-militar ONU, CIMIC OTAN e Assuntos Civis. Lecionou na ESG "Segurança e Defesa", no Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia, no Curso Superior de Inteligência Estratégica, no Curso de Mobilização e Logística e no Curso de Estado-Maior Conjunto.

Bem vindo a bordo Comte Cazumba!

 

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