terça-feira, 31 de agosto de 2010

Aumento do salário mínimo para R$ 538,15 custará R$ 1,46 bi, diz governo

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O Ministério do Planejamento informou nesta terça-feira (31) que a correção do salário mínimo dos atuais R$ 510 para R$ 538,15 em janeiro de 2011, com pagamento em fevereiro do ano que vem, conforme proposto pelo governo federal, custará R$ 1,46 bilhão aos cofres públicos.

De acordo com dados do governo federal, a cada R$ 1 de aumento no salário mínimo, o impacto nas contas públicas, por conta do reajuste dos benefícios previdenciários, além do abono e seguro-desemprego, é de R$ 286 milhões. Ao passar de R$ 510 para R$ 538,15, o aumento previsto é de R$ 28,15 em 2011.

Segundo informou nesta terça-feira o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, a correção do salário mínimo, em 2011, se dará pela inflação e pelo crescimento do PIB, ou seja, a mesma regra de anos anteriores. Entretanto, explicou que, como o PIB não cresceu em 2009, o governo dará a correção apenas pela taxa inflacionária (5,52% de variação do INPC previsto para 2010).

"Mantivemos a regra de correção. Em 2009, o PIB registrou queda [de 0,2% segundo dados do IBGE]. Não teve crescimento. É uma regra coerente. Vai garantir o aumento constante do salário mínimo", disse o ministro, explicando que em 2012, por exemplo, o salário mínimo subirá mais, uma vez que o crescimento do PIB estimado para 2010 está em cerca de 7%

Fonte: Portal G1
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Colômbia descarta criar áreas desmilitarizadas para diálogos de paz com guerrilhas

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O governo da Colômbia não vai dar o controle de zonas do país a grupos armados ilegais para criar áreas desmilitarizadas, em busca de avanços nos diálogos de paz, anunciou o ministro do Interior, Germán Vargas, nesta terça-feira.

O ministro esclareceu que o presidente Juan Manuel Santos mantém aberta a porta para uma negociação com as guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN), mas sem estabelecer zonas de onde a polícia e o Exército tenham de sair.

"O governo não quer fazer uso desses recursos, não haverá novamente zonas de desobstrução no território nacional. O governo mesmo renuncia a ter essa faculdade que não pensa utilizar", disse Vargas.

De acordo com a lei ao qual o governo renunciou, o ex-presidente Andrés Pastrana entregou às Farc o controle territorial de uma zona de 42 mil quilômetros quadrados, duas vezes o tamanho de El Salvador, que serviu de sede a uma negociação fracassada de paz entre 1999 e 2002.

REGIÃO DESMILITARIZADA

Além de servir de sede aos diálogos de paz, a guerrilha utilizou a região para esconder sequestrados, proteger seus líderes, traficar armas e drogas, assim como para escapar de operações militares após ataques cometidos nas imediações do enclave rebelde, segundo fontes de segurança.

O ex-presidente Alvaro Uribe também utilizou a norma para estabelecer uma zona na qual se concentraram, no norte do país, os líderes máximos paramilitares em meio a uma questionada negociação que permitiu que 31 mil combatentes desses grupos armados ilegais depusessem suas armas.

"É uma mensagem para que qualquer diálogo eventual não esteja condicionado a desocupar zonas do território nacional. O governo não renuncia a progredir com os diálogos, mas não sob a premissa de que se desocupe uma parte do território nacional", assegurou o ministro do Interior.

"Os grupos armados ilegais devem entender que, não existindo esse recurso, não será passível de negociação a desobstrução de nenhuma área do território nacional", explicou.

PASSADO

No passado, as Farc exigiram que o governo retirasse as Forças Militares e a polícia de um Departamento (Estado) no sul do país como condição para um diálogo de paz.

Posteriormente, solicitaram a retirada das Forças Armadas de uma extensa zona montanhosa do sudoeste da Colômbia a fim de criar uma área de segurança na qual seus representantes e os do governo se reunissem para negociar um acordo de intercâmbio de reféns.

Mas o ex-presidente Uribe, que governou entre 2002 e 2010, se negou a cumprir as exigências das Farc, consideradas uma organização terrorista pelos EUA e pela União Europeia.

Fonte: Reuters
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França diz que é "inaceitável" jornal iraniano chamar Carla Bruni de prostituta

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O governo francês classificou nesta terça-feira como "inaceitáveis" os insultos feitos por um jornal iraniano e divulgados em várias páginas da internet contra a primeira-dama francesa, Carla Bruni-Sarkozy, chamada de "prostituta"

A França comunicou às autoridades de Teerã que "as injúrias proferidas pelo jornal 'Kayhan' e reconhecidas pelos sites de internet iranianos contra várias personalidades francesas, incluindo a senhora Carla Bruni-Sarkozy, eram inaceitáveis", declarou hoje à imprensa o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores francês, Bernard Valero.

A mensagem foi enviada a Teerã pelas "vias diplomáticas habituais", disse Valero.

Nesta terça-feira, o jornal conservador iraniano "Kayhan" chamou de "prostituta" a mulher do presidente francês, Nicolas Sarkozy, em uma notícia em que também afirma que o estilo de vida de Bruni faz com que ela mereça o mesmo castigo que a iraniana condenada à morte por apedrejamento por adultério.

O jornal também culpou Bruni pelo divórcio de Sarkozy de sua segunda mulher.

Carla Bruni escreveu uma carta pedindo às autoridades iranianas para concederem um indulto a Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte.

CASO SAKINEH

Mãe de dois filhos, Sakineh foi condenada em maio de 2006 a receber 99 chibatadas por ter um "relacionamento ilícito" com um homem acusado de assassinar o marido dela. Sua defesa diz que Sakineh era agredida pelo marido e não vivia como uma mulher casada havia dois anos, quando houve o homicídio.

Mesmo assim, ela foi, paralelamente à primeira ação, julgada e condenada por adultério. Ela chegou a recorrer da sentença, mas um conselho de juízes a ratificou, ainda que em votação apertada --3 votos a 2.

Diplomatas iranianos afirmam que foi encerrado o processo de adultério e que a mulher é acusada "apenas" pelo assassinato do marido. Os juízes favoráveis à condenação de Sakineh à morte por apedrejamento votaram com base em uma polêmica figura do sistema jurídico do Irã chamada de "conhecimento do juiz", que dispensa a avaliação de provas e testemunhas.

Assassinato, estupro, adultério, assalto à mão armada, apostasia e tráfico de drogas são crimes passíveis de pena de morte pela lei sharia do Irã, em vigor desde a revolução islâmica de 1979. O apedrejamento foi amplamente utilizado nos anos após a revolução, mas a sentença acabou em desuso com o passar dos anos.

Sob as leis islâmicas, a mulher é enterrada até a altura do peito e recebe pedradas até a morte.

Fonte: EFE
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Feridas invisíveis se espalham entre soldados que serviram no Iraque

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O presidente americano, Barack Obama, deve anunciar na noite desta terça-feira o fim da missão de combate americana no Iraque. Mas enquanto uma página da história dos Estados Unidos é virada, para alguns antigos combatentes, a guerra continua, mesmo que psicologicamente.

À primeira vista, os ferimentos que estes soldados carregam são invisíveis, porque são psicológicos. É disto que sofre o tenente Mike McMichael.

Ele estava a bordo de um veículo blindado quando uma bomba que caiu ao lado da estrada derrubou o carro. O oficial perdeu a consciência imediatamente.

Depois deste episódio, sua memória foi prejudicada e, agora, ele sofre de uma forma aguda de ansiedade: um traumatismo craniano agravado pelo famoso estresse pós-traumático. Centenas de milhares de antigos soldados sofrem deste mal que impõe, além do aspecto estritamente clínico, um desafio em termos financeiros (taxas hospitalares, pensões...).

Em seu retorno a Raleigh (Carolina do Norte, sudeste) em janeiro de 2005, duas semanas após seu acidente, o tenente McMichael parecia ileso. Mas foi preciso pouquíssimo tempo para que sua mulher compreendesse que um mal silencioso rondava seu marido.

"Antes de ir para o Iraque, ele era um brincalhão, falava com todo mundo", explicou à AFP Jackie, a mulher do oficial. "E depois, quando voltou ... nem sei como dizer, ele havia mudado".

O tenente McMichael passou a ficar distante de seus filhos, sujeito a ataques de raiva e a alucinações. A isso se somaram sintomas muito mais incapacitantes: o antigo combatente começou a se perder nas estradas que ele conhecia de cor, a ter frequentes enxaquecas, dificuldades para ler e dirigir.

"É desconcertante", contou ele à AFP. "Frequentemente, eu esqueço onde estou".

Mike McMichael tirou o uniforme e procurou a ajuda de psiquiatras civis. Infelizmente, os médicos, em terras desconhecidas, lhe prescreveram medicamentos que, longe de o ajudar, fizeram com que ele se afastasse e se fechasse ainda mais.

Sua vida, então, tomou um rumo dramático. Em um acesso de raiva, ele saqueou a própria casa e foi para uma instituição. Ele foi demitido e deixou sua esposa.

"Foi deprimente, não conseguia encontrar o 'velho Mike'", contou o oficial.

O ex-soldado foi, em seguida, procurar a administração com esperanças de se beneficiar de uma pensão por invalidez. Mas rapidamente se perdeu no labirinto da burocracia. Teve que esperar até março de 2008 e contar com o depoimento de sua mulher ante a comissão do Senado para que o processo seguisse.

A audiência perante os representantes permitiu o avanço de seu caso e suas lesões foram finalmente reconhecidas pelo Ministério dos Ex-combatentes.

O Pentágono demorou a prestar atenção ao problema. Centenas de psicólogos foram enviados para os campos, nas zonas de guerra, e começaram a identificar descobertas neste domínio.

Os oficiais de alta patente também começaram publicamente a tentar fazer com que os soldados entendessem que pedi ajuda não prejudicaria suas carreiras.

Hoje, Mike McMichael se reergueu. Disse estar mais perto dos filhos, que os problemas estão menores e que se aventura com mais frequência fora de casa. Ele equipou seu carro com um GPS para o caso de se perder quando for fazer as compras ou visitar a mãe.

Fonte: AFP

Nota do Blog: O maior ferimento de guerra éjustamente o que não se vê, o psicológico é o calcanhar de Aquiles de toda tropa, mesmo que se saia vitorioso, você sempre irá carregar o peso dos combates no sua mente.
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Obama: EUA pagaram preço alto para garantir futuro do Iraque

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O presidente americano, Barack Obama, dirá que os Estados Unidos "arcaram com suas responsabilidades" no Iraque e pagaram um "preço alto" para controlar a violência e deixar o futuro daquele país nas mãos de seu povo, segundo trechos do discurso que fará nesta terça-feira.

"Concluir a guerra não é apenas do interesse do Iraque, mas também do nosso interesse. Os Estados Unidos pagaram um preço alto para colocar o futuro do Iraque nas mãos de seu povo", dirá Obama, no anúncio oficial do fim das missões de combate naquele país.

"Nesse memorável capítulo da história dos Estados Unidos e do Iraque, nós arcamos com nossas responsabilidades. Agora, é hora de virar a página", afirmou Obama em trechos do discurso divulgado com antecedência pela Casa Branca e que será feito às 21h00 de Brasília.

Mais de 4.400 soldados americanos foram mortos no Iraque e mais de 34.000, feridos na guerra desde a invasão de março de 2003, que tinha como objetivo tirar o ditador Saddam Hussein do poder, em uma operação militar que custou centenas de bilhões de dólares.

"Nós enviamos nossos homens e mulheres para enormes sacrifícios no Iraque e gastamos vastos recursos no exterior em um período de orçamentos apertados em casa", disse Obama, que aproveitou para capitalizar a raiva da população contra o conflito durante as eleições em 2008.

"Nesta noite, anuncio que a missão americana de combate no Iraque acabou. A operação Iraqi Freedom terminou, e os iraquianos agora serão responsáveis pela segurança do país", completou Obama.

Menos de 50.000 soldados americanos permanecem no Iraque, sendo que 100.000 deixaram o país, invadido em 2003 pelo predecessor de Obama, o ex-presidente George W. Bush.

"Nós fechamos ou transferimos centenas de bases para os iraquianos. E retiramos milhões de equipamentos do Iraque", disse Obama, de acordo com os trechos do discurso.

"Nossa tarefa mais urgente é, hoje, restabelecer a economia e por para trabalhar milhões de americanos que perderam seus empregos".

"Nos próximos dias, esta deve ser nossa missão central como povo, e minha responsabilidade central como presidente".

Fonte: AFP
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Irã exige retirada de todas as tropas americanas do Iraque

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O Irã pediu nesta terça-feira a retirada de todas as tropas americanas do Iraque, poucas horas antes do presidente Barack Obama marcar simbolicamente o fim das operações de combate do exército dos Estados Unidos, sete anos após a invasão do país.

"A presença massiva de tropas americanas sob diversos pretextos como a formação de tropas (iraquianas) é inaceitável", declarou o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, durante um encontro semanal com a imprensa.

"Isso mostra que os americanos não tomaram medidas sérias para a retirada de suas tropas do Iraque", acrescentou.

"Acreditamos que se os americanos e as outras forças estrangeiras voltarem para seus países e deixarem a segurança nas mãos dos povos da região, a estabilidade e a segurança seriam restabelecidas mais rapidamente".

O número de tropas americanas no Iraque já caiu para menos de 50.000.

A partir de quarta-feira, a princípio, estes soldados serão encarregados apenas de "assessorar e ajudar" o exército iraquiano.

De acordo com o cronograma de retirada anunciado por Obama, todos deverão ter partido até o fim de 2011.

Fonte: AFP
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R.Unido e França podem compartilhar porta-aviões

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Reino Unido e França estão dispostos a compartilhar o uso de seus porta-aviões como parte de um acordo de cooperação destinado a manter o poder militar e reduzir custos, informa a edição desta terça-feira do jornal "The Times".

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, esperam divulgar o conteúdo desta proposta em uma cúpula que realizarão em novembro, segundo o jornal, que não especifica o local da reunião.

Através deste acordo, Londres e Paris trabalharão juntos para proteger os interesses dos dois países.

No entanto, um porta-voz do Ministério britânico de Defesa disse nesta terça que a informação publicada pelo "Times" é apenas especulação.

O plano, que pode entrar em vigor assim que for feito o anúncio oficial, permitirá que pelo menos uma de três embarcações - uma francesa e duas britânicas - esteja o tempo todo nas tarefas de vigilância.

Ainda de acordo com o jornal, atualmente há períodos em que os dois porta-aviões britânicos, o "HMS Ark Royal" e o "HMS Illustrious", estão atracados.

Este acordo é divulgado em um momento em que as forças armadas do Reino Unido enfrentam um período de cortes de despesas.

O ministro da Defesa do Reino Unido, Liam Fox, deve se reunir nesta sexta em Paris com seu colega francês, Hervé Morin.

Segundo o artigo do "The Times", há conversas para considerar um protocolo que faz referência a casos em que os interesses britânicos - como as ilhas Malvinas, pela reivindicação de soberania da Argentina - possam ser ameaçados caso os franceses estejam a cargo das tarefas de vigilância no mar.

Fonte: EFE
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Guerra do Iraque deixa lições para ação dos EUA no Afeganistão

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Elas foram guerras diferentes em regiões diferentes e com desafios diferentes. Mas, quando os Estados Unidos anunciam o fim de suas operações de combate no Iraque, há muitas lições para as tropas aprenderem e aplicarem no Afeganistão, desde como lidar com as empresas contratadas a quando fazer a retirada.

Muitas práticas ainda precisarão ser adaptadas ao terreno afegão, rural, montanhoso e de governo descentralizado. Mas o Pentágono já mudou algumas das estratégias no país asiático espelhando-se nas experiências iraquianas --como a escolha do general David Petraeus, o herói da contrainsurgência, para comandar as tropas americanas na guerra contra o Taleban.

"Você precisa que a população acredite que será protegida", disse o general Ray Odierno, comandante das forças americanas no Iraque. "Como você faz isso no Afeganistão é provavelmente diferente de como faz no Iraque. Mas a tarefa é a mesma".

Veja algumas lições que o Iraque deixará, segundo entrevistas com analistas, diplomatas e militares.

1. TER CUIDADO COM AS EMPRESAS PRIVADAS

Em setembro de 2007, os guardas da empresa de segurança privada Blackwater Worldwide, agora Xe, abriram fogo na praça Nisoor, em Bagdá, matando 17 iraquianos. O crime foi o símbolo da onda sem controle de contratação de empresas privadas no Iraque e levou o Pentágono e o Congresso a redefinir os limites de atuação destes agentes em zonas de guerra.

Embora seja impossível manter uma guerra sem empresas contratadas, os EUA as usam desde a Segunda Guerra (1939-1945), os funcionários destas empresas (cerca de 95 mil) agiam fora da lei no Iraque. Já no Afeganistão, os 112 mil funcionários privados a serviço do governo são submetidos à lei local. Mesmo assim, o presidente afegão, Hamid Karzai, emitiu no último dia 17 um decreto para dissolver as companhias de segurança privadas em um prazo de quatro meses.

2. FORMAR PARCERIAS COM OS LOCAIS

Um dos maiores sucessos da Guerra do Iraque foi conseguir que as milícia sunitas se virassem contra a rede terrorista Al Qaeda e se aliassem as tropas americanas. Estas Sahwa foram cruciais para o sucesso da contrainsurgência em 2007 e 2008.

Petraeus tenta agora trazer esta estratégia para o Afeganistão, em parte ao formar forças policiais locais nas quais os próprios moradores se protegem contra o Taleban --normalmente em áreas onde a ameaça é menor e os soldados não podem ser "desperdiçados".

Mas desenvolve e manter esta estratégia é um desafio em ambos os lugares. No Iraque, a Al Qaeda está tentando trazer a Sahwa de volta para seu lado com pagamentos US$ 100 mensais a mais do que o oferecido pelo governo iraquiano.

No Afeganistão, críticos temem que a polícia local vai acabar sob controle dos senhores da guerra afegãos e questionam a sabedoria deles em entregar armas no meio da guerra.

3. TREINAR AS TROPAS LOCAIS

Treinar e equipar as forças iraquianas custou US$ 22 bilhões até agora e foi uma das missões centrais das tropas americanas no país. A ideia é minimizar morte de civis, assim como gastar mais tempo nas ruas e menos em postos de controle, como parte da construção da confiança entre as forças de segurança iraquianas e as comunidades que elas protegem.

Os comandantes americanos no Afeganistão seguem a mesma tática, embora o foco não estivesse na reconstrução das forças locais até cerca de um ano atrás.

Eles estão tentando recrutar pashtuns para chegar a um equilíbrio com a maioria tajiks nas forças de segurança. Esta é uma tática cuidadosa para evitar o erro americano no Iraque com a política de proibição do Partido Baath, aliado de Saddam Hussein, que forçou milhares de soldados sunitas a abandonar as forças iraquianas.

4. CUMPRIR O CRONOGRAMA

No Iraque, os EUA defenderam planos para a retirada em 2003 e 2006, mas acabaram desistindo diante dos temores de que o país não estivesse pronto. a mudança do cronograma mostrou que os EUa prezavam acima de tudo o compromisso com os iraquianos e ajudou a persuadir os líderes das tribos sunitas a romper laços com os insurgentes.

Se os prazos para retirada são muito antecipados, os insurgentes sabem que pode aguardar sua saída para voltar a atacar e as forças locais dificilmente estão preparadas para lidar com a situação.

5. TRATAR OS PRISIONEIROS COMO SERES HUMANOS

Um dos grandes fracassos no Iraque, que feriu gravemente a imagem dos EUA no mundo, foram as fotos dos soldados americanos abusando moralmente e fisicamente dos detentos da prisão de Abu Ghraib. Imagens de prisioneiros amontoados, aterrorizados por cachorros, nus, com capuzes na cabeça alimentaram a campanha dos insurgentes contra os americanos e por novos membros.

Desde então, os EUA proibiram o suo de técnicas duras de interrogatório, como o afogamento simulado, e expandiram direitos legais para os prisioneiros em prisões militares no Iraque e no Afeganistão.

6. DESTACAR MAIS SOLDADOS

Os EUA têm três vezes mais forças no Afeganistão, quase 100 mil, do que no começo de 2009. É claro para a maioria dos analistas que ambas as guerras deveriam ter sido disputadas desde o começo. Não foi até o reforço de 2007 no Iraque, subindo de 137 mil tropas para 166.300 em dez meses, que a guerra finalmente ficou favorável aos EUA.

7. MANTER AS EXPECTATIVAS BAIXAS

O então presidente George W. Bush sofreu um duro golpe em 2003, quando, sob um banner com a frase "Missão cumprida", decretou o fim dos combates no Iraque. Mais de sete anos depois, Barack Obama espera cumprir esta meta a partir desta quarta-feira (1º).

A estratégia de Petraeus é sempre diminuir as expectativas, enfatizando as dificuldades das operações, para que fique mais fácil falar em sucessos.

No Afeganistão, a administração Obama evita a todo custo usar o termo "ganhar a guerra", demonstrando que, nove anos depois, ainda há muita insegurança sobre o que pode ser feito e o que pode ser considerado uma vitória.

Fonte: Associated Press
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Encerrada retirada das tropas do Iraque, conheça mais aqui no GeoPolítica Brasil

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Os Estados Unidos encerram nesta terça-feira (31) o prazo para a retirada de todas as tropas de combate do Iraque e põem fim à Operação Liberdade Iraquiana, iniciada em 20 de março de 2003 e que custou US$ 748 bilhões [cerca de R$ 1,3 trilhão] e matou mais de 4.300 militares, além de 100 mil civis iraquianos.

Os americanos deixam para trás 49.700 militares para missões de treinamento e um Iraque que ainda é cenário de ataques terroristas diariamente e que, cinco meses após a eleição, não tem um governo definido.

Analistas ressaltam que os EUA estão longe de poder declarar vitória e enfrentam a incerteza de qual será o legado dos mais de sete anos de guerra.

"É cedo para dizer que as tropas americanas deixam o país num claro caminho para maior segurança e paz e reconciliação, e que o Iraque vai estar mais seguro em cinco ou dez anos", disse o coronel Gian Gentile, professor de história e analista do Council of Foreing Relations, centro de pesquisas com base em Washington.

As tropas americanas no Iraque oscilaram ao longo dos anos, alcançando seu máximo de quase 170 mil tropas em 2007. A retirada começou no fim de 2008 e passou pela saída das tropas das cidades iraquianas em junho de 2009. Nesta quarta-feira, os EUA inauguram a Operação Novo Amanhecer com 49.700 militares remanescentes, com missões de treinamento, contrainsurgência e proteção dos americanos no Iraque.

Apesar da violência não ter voltado aos picos da guerra sectária de 2007, as tropas iraquianas ainda enfrentam números preocupantes. Somente na última semana, ataques coordenados contra a polícia mataram ao menos 56 e seis membros de uma milícia sunita morreram em uma emboscada.

E apesar do investimento de US$ 22 bilhões [R$ 38 bilhões] dos EUA, as forças iraquianas ainda estão a caminho da autossuficiência. O comandante das Forças Armadas, general Babaker Zebari, disse recentemente em entrevista que os americanos deveriam permanecer no país até, ao menos, 2020.

O Exército ainda está em melhor estado e, por isso, acaba assumindo tarefas que caberiam normalmente à polícia, como comandar os postos de checagem que se espalham pela capital Bagdá. Nos últimos meses, todas as operações militares americanas foram aprovadas e coexecutadas pelos iraquianos. Mas a inteligência do país ainda depende muito das informações cedidas pelos americanos.


DIVISÃO SECTÁRIA

Analistas dizem, contudo, que ainda mais preocupantes são as divisões sectárias e étnicas que transformaram as forças de segurança iraquianas em um batalhão xiita, excluindo sunitas e curdos.

"A filiação a facções é mais forte do que a lealdade ao governo federal", afirma Gentile. "Ainda há dúvidas se eles realmente estão dispostos a se tornar uma força nacional e apolítica".

O ponto mais crítico é o papel dos cerca de 100 mil membros da milícia sunita Sahwa que mudaram de lado ao se aliar aos EUA durante o reforço de 2007 para combater os terroristas da Al Qaeda. Crucial para a virada na guerra, ela ainda é vista com maus olhos pelo governo xiita, que reluta em escalar ex-insurgentes.

Mathew Mingus, especialista de governo da Universidade de Michigan (EUA), conta que ouviu muitas reclamações de membros da Sahwa no ano em que passou no Iraque, até fevereiro passado.

"As pessoas destes conselhos recebiam ofertas para postos no governo, mas poucos eram convertidos em forças de segurança. Apesar de ser um desafio, o Iraque seria um local mais seguro se a integração acontecesse."


SOLUÇÃO NACIONAL

Embora haja um risco real de crescimento da violência e desestabilização, analistas ressaltam que a retirada das tropas americanas era inadiável. A extensão da presença militar americana não teria quase nenhum impacto real nas causas da violência e ainda impediria os iraquianos de assumir na total responsabilidade por sua segurança, um tema doméstico e não internacional.

Rachel Schneller, do instituto de pesquisa de assuntos internacionais Catham House, ressalva em artigo que os americanos não podem simplesmente ignorar as suas responsabilidades com os iraquianos e defende até mesmo a inclusão mais rápida dos iraquianos no programa americano de assistência aos refugiados.

Para Mingus, os EUA terão uma dívida de segurança com o Iraque. "Em algum ponto, os iraquianos vão nos querer lá para fazer missões específicas [de segurança] e eles têm o direito de pedir isso".


Conhecendo a história do Iraque

O atual Iraque, que fica na região da antiga Mesopotâmia, fez parte do Império Otomano e foi ocupado pelo Reino Unido durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A independência do país foi obtida em 1932, quando estabeleceu-se uma monarquia.

O regime monárquico foi deposto em 1958 em um golpe militar, e a república foi proclamada, seguida de um período de instabilidade que presenciou golpes e contragolpes até 2003. Em 1968, um golpe de Estado levou o partido Baath, um partido socialista secular, ao poder. Saddam Hussein tornou-se presidente, em 1979, de um país rico graças ao petróleo.

Porém, as disputas de território com o Irã (1980-88) e a Guerra do Golfo (1990-91), seguidas de sanções internacionais, devastaram a economia iraquiana, e a população empobreceu.

Em 20 março de 2003, uma força de coalizão liderada pelos EUA invadiu o Iraque. A justificativa foi a suposta existência de armas de destruição em massa no país --o que nunca foi comprovado. O regime de Saddam foi deposto. O ditador, condenado pelo assassinato de 148 muçulmanos xiitas em na vila de Dujail em 1982, foi executado em dezembro de 2006.

Em outubro de 2005, os iraquianos aprovaram uma Constituição em referendo nacional e, em dezembro, elegeram o governo e Parlamento --no primeiro governo constitucional em quase meio século.

A insatisfação sunita com a dominação xiita em governos sucessivos foi um motivo-chave por trás da insurgência que espalhou violência sectária no Iraque em 2006 e 2007.

A violência diária no Iraque diminui nos últimos anos, mas ataques nos últimos meses geram temores de que as tensões sectárias possam explodir novamente --especialmente em um momento de vácuo político.

Após as eleições de 7 de março deste ano, a coalizão predominantemente xiita do primeiro-ministro do Iraque, Nouri al Maliki, terminou em segundo lugar, atrás do bloco do ex-premiê Iyad Allawi --um xiita secular que foi fortemente apoiado pelos sunitas. O bloco governista pediu, então, a recontagem das cédulas de Bagdá alegando fraude, mas a recontagem terminou sem mudança dos resultados.

O resultado inconclusivo das eleições aumentou temores de uma escalada na violência durante o vácuo no poder, enquanto políticos disputam posições nos assentos para formar maioria parlamentar antes da redução das tropas norte-americanas no país, marcada para meados deste ano, e uma retirada completa no final de 2011.


"Guerra abre as portas do inferno", diz Carlos Fino, repórter que cobriu o Iraque

Primeiro repórter a noticiar o início da Guerra do Iraque para o mundo, Carlos Fino, ex-correspondente da estatal Rádio e Televisão Portuguesa (RTP), se emociona ao lembrar dos meses passados em meio ao conflito e, sem hesitar, aponta que a experiência foi um "verdadeiro inferno".

O português desembarcou em Bagdá ainda em janeiro de 2003, quando os inspetores da ONU (Organização das Nações Unidas) investigavam as denúncias do então presidente americano, George W. Bush, de que o regime do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein escondia armas de destruição em massa.

Além de vivenciar os primeiros bombardeios em 26 de março do mesmo ano e acompanhar a "sistemática destruição" de Bagdá, Fino sobreviveu ao ataque das tropas americanas ao Hotel Palestina, onde estava baseada a imprensa internacional.

Em agosto de 2003 voltou ao Iraque para cobrir a morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, vitima de um ataque contra a sede da ONU em Bagdá. "Tínhamos muita admiração por ele, que aliás se perfilava como um possível candidato a suceder Kofi Annan, então secretário-geral das Nações Unidas", disse.

Em entrevista à Folha.com, Carlos Fino falou sobre momentos marcantes da cobertura e descreveu a experiência de trabalhar a partir de uma cidade "em chamas".

"Há a decisão crucial: ficar ou não ficar. Todos os jornalistas tiveram que optar se iam aguentar o stress, a angústia do que pudesse vir a acontecer", relembra.

O FURO

Na data em que expirava o ultimato dado por George W. Bush tivemos um dia de angústia porque afinal estávamos vivendo no alvo. Passamos a estar à espera do que fosse acontecer, toda a tarde, pela noite afora.

A RTP montou um programa ao vivo, e da última vez que vieram ao Iraque eu continuava dizendo que Bagdá estava tranquila. Desligamos todos os equipamentos e quando entramos no nosso quarto no 17º andar do Hotel Palestina e nos sentamos, as bombas começaram a cair. E eles diziam de Lisboa "mas como é que começou se a BBC e a CNN não estão a dar nada?"

Tive que fazer um esforço muito grande, gritar, até que os convenci. Acabamos por ser a estação a ter essa façanha de ser a primeira a dar o início da guerra. A CNN, quando mais de dois minutos depois --o que é uma eternidade em televisão-- deu a notícia, disse que "de acordo com a estação pública portuguesa RTP as hostilidades já teriam começado".

ATAQUE AO HOTEL PALESTINA

Nós assistimos, a partir das 7h, das varandas de nossos quartos, a tomada dos palácios do Saddam. Um tanque americano parou em cima de uma das pontes sobre o rio Tigre e foi por volta do meio dia no horário de Bagdá que ouvimos um grande estrondo no hotel, e de início nem entendemos o que havia acontecido.

Quando olhamos a varanda de baixo vimos a câmera da televisão mexicana completamente em chamas. Instalou-se uma situação de pânico. Fomos perceber somente depois as dimensões trágicas do que havia ocorrido: a morte de nossos colegas do 15º andar [O repórter da agência de notícias Reuters, Taras Protsyuk, e o cinegrafista do canal de TV espanhol Telecinco, José Corso].

VIVER EM MEIO À GUERRA

O estrondo, o fogo, o barulho dos aviões e das bombas, o impacto era tão potente que atingia a todos nós. Lembro que bombas subterrâneas lançadas do outro lado do rio Tigre causaram impacto no hotel também. Lembro-me de sentir um bafo, de corrente de ar após um bombardeio, e logo depois sentir os vidros do hotel se estilhaçando.

É uma noção de risco muito elevada, e ao mesmo tempo de esperança, de que a gente consiga passar "no meio da chuva". Basicamente nós ficávamos vendo da varanda do hotel a cidade sendo sistematicamente destruída, mas nós também éramos alvo.

SAÍDA SEM PASSAPORTE

Eu e o cinegrafista fomos raptados por um bando armado em Bagdá. Fomos roubados. Levaram os equipamentos, as bolsas, dinheiro, e o passaporte. Quem me deu o documento para poder sair, um laissez-passer, foi um representante do Vaticano, o único que se manteve sempre em Bagdá.

À certa altura a situação era tão dramática que era tão ou mais difícil sair do que entrar no Iraque. As estradas estavam bloqueadas, havia combates, o risco era muito grande. Na prática havia uma espécie de serviço. Numa guerra, para toda necessidade há uma oferta. Havia gente que fazia o transporte de jornalistas para a Jordânia, com caminhonetes com ar condicionado.

Fonte: Folha
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Obama incentiva controle da exportação de armas

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O presidente Barack Obama defenderá nesta terça-feira a reforma das regras de exportação de armamentos produzidos nos Estados Unidos, buscando incentivar o comércio, mas dificultando a venda de tecnologia sensível.

Após uma longa revisão sobre o controle de armas, Obama dirá em uma conferência sobre não proliferação que as velhas regras estão obsoletas e dificultam o comércio das empresas de armamentos corretamente estabelecidas.

"Esta reforma (...) nos ajudará não apenas a incrementar as exportações e gerar empregos, mas também a fortalecer a segurança nacional".

As reformas incluirão definições específicas sobre os materiais que necessitam licenças de exportação e a reestruturação sobre a forma dos pedidos.

As novas regras construirão "paredes mais altas em torno das exportações de nossos produtos mais sensíveis, e permitirão a exportação dos produtos menos sensíveis sob condições menos restritivas", disse Obama.

Fonte: AFP
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Avião é a vovozinha. Aeronave, nos dicionários, guarda o encanto da invenção dos engenhos alados.

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O maior prêmio de milhagem no Brasil é a palavra “aeronave”. Todo mundo voa por aí de avião. O brasileiro, assim que põe os pés num saguão de aeroporto, sente-se na plataforma de lançamento de uma “aeronave”. É essa a palavra que rege o bailado dos passageiros Nas salas de embarque. Jorra a cada cinco minutos dos alto-falantes, como um discurso do líder iluminado Kim Jong-Il nas praças de Pyongyang, incitando os norte-coreanos a jamais esmorecer na marcha pela Terra da Calma Matinal.

“Devido ao reposicionamento da aeronave no pátio”, repete uma voz feminina, deixando implícito que por trás da troca giram engrenagens complexas demais para se explicar a uma patuleia que só quer saber a meia dúzia de algarismos que designa portões, voos ou horários. O “reposicionamento da aeronave no pátio” paira acima desses detalhes. Um mero avião pode ir parar na outra ponta do aeroporto, à mercê da boa e velha desordem. Com uma aeronave, essas coisas jamais acontecem.

Avião é hoje essencialmente um artefato banal, como toda revolução do século XIX. Em outras palavras, avião é a vovozinha. Aeronave, nos dicionários, guarda o encanto da invenção dos engenhos alados. Ressoa a aventura, imprevisibilidade e improviso. Aplica-se de preferência a “qualquer aparelho capaz de se sustentar e se conduzir no ar”. E pelo menos o “Houaiss” o materializa entre os “aeróstatos” – que são nomes genéricos de balões e dirigíveis – e os “aeródinos” – que são mais pesados do que o ar, contudo voam, à la 14-Bis.

Usando “aeronave”, em vez de vulgaridades mais modernas, nossa aviação civil defende implicitamente o lugar do Brasil no advento das máquinas de voar. Sem contar que uma genuína aeronave em manobra de reposicionamento no pátio merece respeito. Infunde no público a certeza de que o atraso, seja qual for, está nas mãos de quem sabe o que está fazendo, gente cujas credenciais remontam às experiências de Santos Dumont. Os contratempos não ameaçam. Ao contrário, reiteram a certeza de que a conquista dos ares continua brasileira.

É isso, sem dúvida, que permite à voz feminina informar que – devido ao reposicionamento da aeronave no pátio – “seu embarque, quando autorizado, será...” E aí, sem tirar os pés da terra, o passageiro vai às alturas da segurança aeroportuária. O que pode ser mais confiável do que esse “quando autorizado”? Ele repõe em seu lugar a ordem ­superior, até celestial, sobre a terráquea mixórdia dos corredores apinhados, onde os passageiros saem dos toaletes abotoando-se com mãos molhadas, salgadinhos jazem esquecidos sobre os balcões das lanchonetes com a marca da primeira e última dentada, os notebooks são puxados pelos fios como cães na coleira, resistindo a sair de onde estavam provavelmente porque acabaram de achar novidades interessantes, que os donos jamais saberão quais eram.

E aí, no fim da frase, vem o dado decisivo. Ou seja, o número do novo portão de embarque. Mas não assim, de mão beijada. Ele se apresenta como meta a atingir, quem sabe até conquistar, em outro piso ou numa ala distante. E assim se produz instantaneamente um movimento popular rumo ao futuro coletivo onde deságua o destino de cada um.

Perde-se tempo nos aeroportos brasileiros. Mas dizem que isso é sinal de prosperidade e bem-estar social. Deve ser. Porque, não dando mesmo para ler, escrever, dormir ou comer sem faltar ao embarque, aprende-se a última palavra em educação moral e cívica.

Ou seja, aceitar as coisas como elas são.

Fonte: Isto É
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Que força o Brasil tem no cenário global? Devemos interferir no Irã ou em Honduras?

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Viagens internacionais não eram algo corriqueiro na rotina de um presidente da República décadas atrás. Quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso somou, entre 1995 e 2002, 347 dias fora do Brasil, isso parecia um exagero para muitos. Pois o presidente Luiz Inácio Lula da Silva superou o recorde de FHC em abril do ano passado, faltando 20 meses para terminar seu segundo mandato, e ninguém estranhou. No mesmo mês, durante a reunião do G20 em Londres, Lula foi chamado de “o cara” pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

As viagens de FHC e Lula são um sinal do crescente papel de destaque que o Brasil tem adquirido no cenário diplomático internacional. Com a liderança regional consolidada na América Latina, nossa diplomacia passou a reivindicar uma voz mais ativa entre antigas potências. Tal ascensão do Brasil trouxe algumas conquistas, como o comando bem-sucedido das operações das Nações Unidas no Haiti. Mas também gerou frutos negativos – entre os principais, o desastrado abrigo dado pela embaixada brasileira em Honduras ao presidente deposto, Manuel Zelaya, e o apoio às pretensões nucleares do Irã, em desafio à proposta de sanções, feita pelos Estados Unidos e pela Europa. A pouco mais de um mês das eleições, os dois principais candidatos, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), devem ter em mente tais questões. O Brasil deve manter a linha de “ativismo diplomático”? Será preciso marcar presença no Oriente Médio ou é melhor concentrar esforços nos conflitos em países que estão ao lado, como Venezuela ou Colômbia? Nossa diplomacia está agindo de acordo com nossa força e nosso peso internacional?

Essas são algumas das principais questões em pauta na quarta edição de ÉPOCA Debate, uma série de eventos que discutem os temas mais importantes na agenda do próximo presidente. O debate ocorrerá nesta terça-feira, na sede da Editora Globo (que publica ÉPOCA), em São Paulo. Estarão presentes Samuel Pinheiro Guimarães, ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República e ex-secretário-geral do Itamaraty; Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil nos EUA e no Reino Unido; e Amaury de Souza, cientista político e autor do livro A agenda internacional do Brasil: a política externa brasileira de FHC a Lula.

Lula deixará em suspenso para seu sucessor a maioria das questões espinhosas em que o Itamaraty se envolveu recentemente. Durante a campanha, Serra criticou com dureza a pretensão brasileira de dialogar com o Irã. E fez repetidos ataques à condescendência do Brasil com o regime do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), a guerrilha marxista que vive do tráfico de drogas. O vice de Serra, Indio da Costa (DEM), chegou a fazer uma associação direta entre o PT e o narcotráfico e acusou o partido de manter ligações com as Farc.

Serra ainda chamou de “frouxo” o presidente da Bolívia, Evo Morales, e afirmou que ele não combate com vigor o tráfico da cocaína que sai de lá para o Brasil. Para Amaury de Souza, os ataques tiveram lógica como estratégia eleitoral. “Serra tentou traduzir um problema externo, o narcotráfico boliviano e colombiano, para uma realidade doméstica, de aumento do vício e da criminalidade”, afirma Amaury. “Sua tentativa foi transformar a política externa em um tema de mais fácil compreensão para o eleitor comum.”

Se eleita, Dilma não deve mudar muito as diretrizes deixadas por Lula na diplomacia, mesmo com os atritos ainda não resolvidos. Um indício de continuidade foi a escolha do coordenador de seu plano de governo: Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente Lula. De férias do Palácio do Planalto para cuidar do programa de Dilma, ele é cotado para ocupar um ministério num possível governo. Se fosse convocado para o Itamaraty, segundo alguns diplomatas, Marco Aurélio não precisaria mais de “intermediários” para fazer política externa.

Marco Aurélio diz que Dilma não pretende abortar a tentativa do Brasil de negociar com o Irã nem a desajeitada oferta de mediar o conflito entre palestinos e israelenses. Ele projeta como eixo da política externa de Dilma o fortalecimento das relações com a América Latina. A promessa é fechar acordos binacionais e tocar obras para uma maior integração, principalmente nas áreas de transporte e energia. Está prevista uma estrada que ligará o Chile ao Rio Grande do Sul. Outra proposta é criar, com a Bolívia, uma empresa binacional para gerar e distribuir energia elétrica, nos mesmos moldes de Itaipu, a hidrelétrica administrada em parceria com o Paraguai. “É um verdadeiro PAC sul-americano”, diz Marco Aurélio, numa alusão ao programa nacional de obras seguidamente propagandeado por Lula e Dilma.

No discurso, tudo bem. Mas a promessa de relação mais próxima será cobrada rapidamente pelos líderes vizinhos, que vinham se sentindo desprestigiados em detrimento de outras incursões diplomáticas de Lula. Ainda há outros pontos de política externa sobre os quais tanto Dilma quanto Serra pouco se debruçaram. O ex-embaixador Barbosa afirma que o próximo presidente tem de dar mais atenção ao comércio exterior. “Não vi nenhuma proposta para centralizar as políticas de governo para o setor exportador”, diz. Presidente do Conselho de Comércio Exterior da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, ele sugere que a Câmara de Comércio Exterior, órgão atualmente vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, responda diretamente à Presidência. A campanha de Dilma fala em reforçar os negócios com os países africanos. É uma tendência já observada no mandato de Lula, a ponto de o chanceler Celso Amorim ter justificado com a frase “negócios são negócios” o encontro do presidente com Teodoro Mbasogo, acusado de violar direitos humanos em Guiné Equatorial, país rico em petróleo. Marco Aurélio diz que Dilma não “desprezará” parceiros como EUA e União Europeia.

A “diplomacia presidencial” de Lula, apoiada no carisma, fez da política externa uma controvérsia pública
Nenhum candidato tem, hoje, o carisma de Lula para tocar uma “diplomacia presidencial”. É provável que o futuro presidente tenha de assimilar o funcionamento da política externa nos meandros do Itamaraty. Dilma teria mais facilidade. A ascensão de Lula levou antigos diplomatas a se afastar do ministério. É o caso de Roberto Abdenur, ex-embaixador em Washington, ou Marcos Azambuja, ex-secretário-geral do Itamaraty. O chanceler Celso Amorim e o ex-secretário-geral Samuel Pinheiro (que deixou o cargo no ano passado, por ter completado 70 anos, limite para aposentadoria) sempre foram simpáticos ao envolvimento do Brasil em assuntos outrora distantes para nossa diplomacia, ainda que isso afronte parceiros como os EUA.

Tal concepção foi construída sem que houvesse um foco de resistência claro dentro do ministério, seja porque os diplomatas se adaptaram à nova realidade ou porque preferiram não arriscar sua carreira com desgastes internos. Mas isso não quer dizer que não haja discordância interna quanto às recentes posições do Itamaraty. Boa parte dos diplomatas lotados em Brasília viu como um erro o apoio dado ao presidente deposto Manuel Zelaya em Honduras. No caso do Irã, as opiniões se dividiram entre os que prezaram a busca pelo diálogo e os que entenderam a movimentação brasileira apenas como um ato de megalomania. O nível de satisfação do corpo diplomático varia muito de acordo com os interesses pessoais: quem lidava com os países africanos antes de Lula certamente se sentiu valorizado, assim como quem era responsável, nos anos de FHC, pela negociação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) – abandonada pelo PT – perdeu espaço na gestão atual.

A condução da diplomacia por Lula, embora bastante contestada, teve o mérito de colocar a política externa num nível de discussão que não se conhecia no Brasil. “Aquele isolamento do Itamaraty não existe mais. O debate ganhou mais corpo na opinião pública”, diz Amaury. Transformar esse interesse crescente em ganhos concretos para o Brasil será o maior desafio de quem assumir o Planalto a partir de janeiro.


Fonte: Época
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Pilotos russos sequestrados em Darfur

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Dois pilotos russos foram sequestrados em Nyala, Darfur (oeste do Sudão), anunciou nesta segunda-feira o porta-voz do exército sudanês, Sawarmi Khale Saad.

"Dois pilotos russos foram sequestrados por um pequeno grupo armado em um bairro de Nyala", declarou Saad.

Em Moscou, a agência Interfax, que cita o enviado especial russo no Sudão, Mikhail Margelovis, disse que três russos foram sequestrados no domingo.

Segundo ele foram o capitão e dois tripulantes do helicóptero Mi-8 da companhia Badr Airlines que transportava alimentos para a missão da ONU em Darfur".

Este é o segundo sequestro de estrangeiros em Darfur em menos de 20 dias.

Em 14 de agosto, dois policiais jordanianos da força de manutenção da paz ONU-União Africana (MINUAD) foram sequestrados e liberados poucos dias depois.

Nesta segunda-feira, uma voluntária americana sequestrada em Darfur há mais de três meses foi libertada.

A mulher, voluntária da organização humanitária evangélica Samaritan's Purse e que não teve a identidade divulgada, havia sido sequestrada em meados de maio em Abu Ajura, em Darfur Sul, ao lado de dois voluntários sudaneses que já foram libertados.

Fonte: AFP
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Para especialista, dinâmica interna do Iraque foi mais importante que ação dos EUA

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Há uma crescente corrente de estudiosos que questiona a versão oficial americana sobre a guerra do Iraque, que diz que o "surge" (escalada no número de tropas) e uma estratégia brilhante de contrainsurgência aplacaram a violência no país. Um de seus expoentes é Barry Posen, diretor de estudos de segurança do MIT (Massachusetts Institute of Technology).

Para ele, a função dos EUA foi mais a de uma força de paz, depois de uma guerra civil brutal ser vencida pelos xiitas. Em entrevista à Folha, ele afirmou que dinâmicas internas iraquianas tiveram papel tão ou mais importante do que o plano dos EUA no Iraque.

FOLHA - Porque o sr. não crê que foi a contrainsurgência que dominou a violência?

BARRY POSEN - Há uma história idealizada sobre o que aconteceu, parte da narrativa oficial e parte construída por defensores do "surge".
A visão "rosada" é a de que aumentar o número de soldados no Iraque e usar a contrainsurgência produziu um círculo virtuoso de efeitos. O país ficou mais seguro, a população se sentiu mais protegida e ofereceu mais informações de inteligência, que ajudaram a prender ou matar os bandidos, as forças de segurança iraquianas ficaram mais confiantes, e por aí vai. Isso teria baixado o número de ataques de insurgentes.

Não há dúvida de essas coisas aconteceram. A questão é qual a relação de causalidade entre elas. Há outras coisas que aconteceram que foram tão ou ainda mais importantes para chegar a esse resultado.

A primeira é o racha entre insurgentes sunitas entre essencialmente duas facções --fundamentalistas linha-dura, a chamada Al Qaeda no Iraque, e os insurgentes mais localizados, membros de tribos e de orientação mais nacionalista.

Há várias razões para a divisão, como disputas pelo controle de rotas de tráfico, por fontes de renda, e elas ficaram mais intensas depois que grandes grupos de sunitas viram vantagens em colaborar com os americanos para reprimir os rivais.

Especialmente na região de Anbar, o que importou mais foi a disputa interna entre os sunitas. Os EUA estavam em boa posição para explorar a situação, mas não a causaram. A disputa veio por questões que são orgânicas ao Iraque.

A segunda causa para a queda da violência foi o que ocorreu em Bagdá com a disputa entre xiitas e sunitas. Havia milícias xiitas que foram brutais contra sunitas, e os expulsaram de muitas partes da cidade. As populações que eram misturadas foram isoladas. Os xiitas venceram a guerra civil em Bagdá, de uma forma sangrenta e terrível, e dominaram os bairros.

Não é que os EUA tivessem uma política de deixar que as milícias xiitas fizessem o trabalho sujo por nós; é que não tínhamos a capacidade de impedir que fizessem isso.

Os americanos só puderam agir de verdade depois que a luta se apazigou. Construíram muros para manter o isolamento sectário que já havia sido estabelecido. E como os xiitas já haviam vencido, foi relativamente fácil convencer as milícias a baixar armas. Aí realmente a segurança melhorou.

FOLHA -Então qual foi o papel real do "surge" e da contrainsurgência?

POSEN - Quando a história for escrita no futuro, acho que ficará mais claro que os americanos agiram mais como forças de paz em uma guerra civil do que como contrainsurgentes. Houve uma guerra civil terrível que não pudemos realmente deter. Tampouco derrotamos realmente a insurgência.

Ao final da guerra, os EUA ajudaram a separar e organizar os dois lados e a convencê-los de que não era mais preciso manter o derramamento de sangue.

Os americanos também tiveram algum sucesso em capturar e matar insurgentes. Por muitos anos usamos forças especiais para prender e matar muita, muita gente. Colocamos milhares e milhares na cadeia, só por suspeitar que poderiam causar problemas. As forças especiais continuam no Iraque, aliás, e ainda fazem isso.

O que aconteceu então foi o seguinte: a) os "bandidos" racharam; b) os xiitas fizeram uma limpeza étnica em bairros de Bagdá expulsando os sunitas; c) ajudamos a reorganizar a situação; d) prendemos e matamos muita gente.

Todas essas coisas juntas fizeram as mortes de civis caírem enormemente. Só não acho que isso seja resultado apenas das ações das forças dos EUA, mas mais de dinâmicas internas.

FOLHA - Qual é o maior foco de instabilidade agora?

POSEN - Acho bastante chocante que ainda haja grupos violentos no país que --após todos os esforços dos americanos, todas as prisões, todas as batalhas-- ainda sejam fortes o suficiente para infligir ataques coordenados às forças de segurança iraquianas.

Não me parece que esses grupos vão ficar mais fracos agora --já foram enfraquecidos o máximo possível. Talvez fiquem gradualmente mais fortes de novo.

O segundo fator de instabilidade é a política. A classe política iraquiana é formada por um bando de incompetentes mimados. O país está em sérios problemas e eles não têm nenhuma compulsão para sentar e resolver logo a formação do governo. Não dá para esperar muito deles. Mesmo os xiitas, vencedores da guerra civil, se dividiram.

Não creio que as coisas voltarão ao pior nível da violência. A guerra civil estabeleceu alguma ordem por um bom tempo. Mas a situação não é tão boa assim.

FOLHA - Considerando todas essas dinâmicas internas, que lições dessa guerra podem de fato ser aplicadas ao Afeganistão?

POSEN - Acho que a maioria dos estudiosos reconhece que não há quase nenhuma. As pessoas querem achar que há lições, e muitos envolvidos em aconselhar o Pentágono acreditam que foram eles que venceram a guerra.

Bom, em primeiro lugar, o círculo virtuoso que veem no Iraque só funcionou depois que os iraquianos criaram as condições para isso. Nada indica que os afegãos farão o mesmo. Tampouco há nada análogo à guerra civil iraquiana.

E o Taleban é muito mais imiscuído na população afegã do que a Al Qaeda e os fundamentalistas o eram entre os sunitas iraquianos.

Há ainda o complicador do apoio paquistanês aos insurgentes afegãos. E os afegãos são muito menos educados. É muito mais difícil treinar um policial que não sabe ler.

Os dois países basicamente não são muito similares

Fonte: Folha
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Iraquianos dizem que guerra vai continuar após retirada dos EUA

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A mensagem do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de que o Iraque irá "traçar seu próprio curso" feita neste fim de semana pode ter sido bem recebida por seus compatriotas cansados da guerra, mas aumentou a ansiedade quanto ao futuro para os iraquianos.

"A guerra não vai acabar. A guerra contra o terrorismo continua aqui", disse Nuri al-Moussawi, 51 anos, morador de Bagdá.

Obama anunciou no sábado o fim das operações de combate dos Estados Unidos na terça-feira, com uma redução do número de soldados no Iraque para 50 mil, cumprindo a promessa que ele fez durante a campanha presidencial de 2008 de dar fim à guerra que foi iniciada pelo seu predecessor, George W. Bush.

Entretanto, como os líderes iraquianos ainda não formaram um governo seis meses depois das eleições e os ataques dos rebeldes persistem, a confiança dos iraquianos está em baixa.

"A retirada dos Estados Unidos é precipitada. Nosso Exército ainda não tem capacidade", disse Moussawi.

A violência em geral teve uma queda drástica desde seu nível mais alto de massacres sectários em 2006 e 2007. No entanto, como muitos iraquianos, Moussawi não acredita na capacidade de proteção da polícia e do Exército do país, que juntos têm 600 mil homens.

As poderosas Forças Armadas do ex-ditador Saddam Hussein foram dissolvidas pelos administradores norte-americanos pouco depois que a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2003. O Exército, polícia, Marinha e Aeronáutica do Iraque foram montados do zero.

Rebeldes sunitas colocaram as forças de segurança domésticas à prova, matando 57 homens em um centro de recrutamento do Exército em 17 de agosto e mais de 60 pessoas em atentados de carro-bomba contra delegacias de polícia em todo o país em 25 de agosto.

A declaração de Obama foi considerada uma prévia de um comunicado pela televisão que ele fará na terça-feira, do Salão Oval da Casa Branca. A Casa Branca está tentando enfatizar as vitórias de Obama antes das eleições de novembro, quando o Partido Democrata enfrentará eleitores preocupados com a guerra e a crise econômica.

Porém, 50 mil soldados continuarão no Iraque até o prazo de 2011, em cumprimento do pacto bilateral que Bush assinou com o governo do Iraque antes do fim de seu mandato.

"Quem diz que a guerra do Iraque está acabando está cometendo um erro," disse Hassan bin Hachim, 62, um trabalhador iraquiano. "A guerra não vai terminar a menos que um governo de coalizão real, que inclua todos os partidos, sem marginalizar nenhum, seja formado", disse ele.

Fonte: Reuters
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Rei da Jordânia reúne-se com ministro de Defesa de Israel antes de ir aos EUA

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O rei jordaniano Abdullah 2º reuniu-se de surpresa com o ministro de Defesa israelense, Ehud Barak, antes de viajar aos EUA para participar das reuniões que reabrirão as negociações diretas de paz entre israelenses e palestinos, na quinta-feira (2), em Washington.

"As discussões se centraram nos meios de garantir o êxito das conversas diretas entre os palestinos e Israel", que tentarão ser retomadas na próxima quinta-feira (2) após um ano e meio de estagnação, disse um comunicado da casa real jordaniana.

Abdullah 2º ressaltou "a necessidade de levar a sério as negociações para assegurar que sejam abordadas todas as questões sobre o estatuto definitivo, tão breve seja possível na fase prévia, para levar a uma solução de dois Estados", acrescentou a nota.

Segundo Amã, o rei jordaniano assinalou que as conversas diretas deveriam levar à criação de "um Estado palestino independente e viável que viva em paz com Israel, em conformidade com as resoluções pertinentes da legitimidade internacional e as referências estipuladas".

O monarca reivindicou ainda a colaboração da comunidade internacional para garantir "progressos tangíveis e rápidos" na revitalização das negociações de paz diretas entre israelenses e palestinos.

O líder jordaniano aceitou o convite do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para ir ao encontro no qual participarão o líder palestino Mahmoud Abbas, o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, e o representante do Quarteto para Oriente Médio, Tony Blair, entre outros.

Fonte: EFE
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Caso propostas sejam aprovadas, novas categorias poderão ter porte

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Tramitam na Câmara dos Deputados 58 propostas de alteração no Estatuto do Desarmamento. Quase a metade prevê aumento das categorias que poderiam ser autorizadas a andar Armadas. Entre os que podem vir a ter direito ao porte de arma estão advogados, educadores sociais, taxistas, guardasparque, guardas municipais de cidades com até 50 mil habitantes, agentes de segurança socioeducativos e conselheiros tutelares.


Polêmica sobre porte de armas longe do fim

Cerca de 60 projetos de lei buscam alterar Estatuto

Depois de quase sete anos após sua aprovação, o Estatuto do Desarmamento ainda provoca polêmicas e está longe de ser um tema de consenso no país. Apenas na Câmara dos Deputados tramitam 58 propostas de alteração do texto. Quase a metade prevê aumento das categorias que poderiam ser autorizadas a andar Armadas. Quem é contra o desarmamento quer que esse direito seja estendido a todos os cidadãos.

Já os defensores lutam para que as propostas não sejam rejeitadas.

Entre as categorias que podem vir a ter direito ao porte de arma estão advogados, educadores sociais, taxistas, guardasparque, guardas municipais de cidades com até 50 mil habitantes, agentes de segurança socioeducativos e conselheiros tutelares.

Para o diretor do Instituto Sou da Paz, Denis Mizne, uma das principais contribuições do Estatuto foi justamente restringir o porte de armas. E afirma que o número de homicídios é proporcional ao de armas nas ruas: A ideia de ampliar o porte para as categorias é completamente equivocada e perigosa. Tem um conjunto de absurdos que, em nosso ponto de vista, só se justifica para atender a indústria de armas que perdeu clientes com o Estatuto.

Estudo do Sou da Paz mostra que 150 mil armas estão nas mãos de colecionadores.

Outras 91 mil são usadas pelas empresas de segurança. Dessas, 22 mil foram roubadas, furtadas ou extraviadas desde que o Estatuto entrou em vigor, em 2003.

Contra as restrições O diretor da Associação Nacional dos Proprietários e Comerciantes de Armas (ANPCA), Leonardo Arruda, critica o fato de que apenas algumas categorias possam ter direito ao porte de armas.

Ele acredita que deva haver critérios que impeçam pessoas desequilibradas ou desonestas de possuírem armas. Contudo, discorda da proibição generalizada.

A lei é extremamente rígida, tudo é proibido. As categorias profissionais ficam lutando para ter esse direito critica. Pessoas que transportam dinheiro para um banco podem usar armas, mas um cidadão que leva sua família, que é o seu bem mais precioso, não.

Atualmente, somente quem provar a necessidade de ter uma arma, desde que comprovada sua idoneidade, pode obter o porte. É necessário, entre outros, apresentar certidões negativas com relação a antecedentes criminais, ocupação lícita e residência fixa.

Apenas integrantes das Forças Armadas, agentes de segurança pública e privada, auditores da Receita Federal, auditores-fiscais do Trabalho, agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e do Departamento de Segurança do Gabiente de Segurança Insitucional da Presidência da República e guardas municipais de cidades com mais de 50 mil habitantes pode ter porte de arma, assim como colecionadores e praticantes de tiro.

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) indica que as mortes causadas por armas de fogo estão caindo desde que o Estatuto entrou em vigor.

Com base no Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde, a pesquisa mostrou que, em 2003, foram 39.325 mortes por armas de fogo. Em 2007, foi registrada queda de 10,8%, com pouco mais de 35 mil mortes.

Fonte: JB On Line
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Putin pensa nas eleições de 2012, mas não diz se voltará ao Kremlin

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O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, reconhece que já pensa nas eleições presidenciais de 2012, mas não esclarece se vai se candidatar para retornar ao Kremlin em entrevista publicada hoje pelo jornal "Kommersant".

Putin, que teve que ceder a Presidência a Dmitri Medvedev já que a Constituição russa não permite mais de dois mandatos consecutivos, ressalta: "O importante é que estes problemas de 2012 não nos desviem do caminho do desenvolvimento estável".

"A grandes rasgos, o país se desenvolve de maneira sólida. Não vejo grandes problemas. Claro que a crise nos desacelerou um pouco, mas, por outro lado, também nos ajudou a nos concentrar nas prioridades", diz.

Putin defende sua decisão de propor no final de 2007 um sucessor (Medvedev), ao considerar que "é uma prática muito estendida no mundo"

"O presidente dos Estados Unidos, como regra geral, sempre propõe um sucessor. O que há de anormal se o (presidente) que está saindo ao país um homem que sabe que é honesto, profissional, uma pessoa que pode desempenhar de maneira eficaz esse trabalho?", assinala.

O primeiro-ministro russo reconhece que está consciente da queda de sua popularidade entre a população, que se encontra em um dos níveis mais baixos desde que assumiu, pela primeira vez, o cargo de chefe do Governo em agosto de 1999.

Cerca de 47% dos russos está descontente com a gestão do Governo de Putin, segundo os resultados de uma pesquisa divulgada na semana passada.

Putin também respaldou a decisão das autoridades de proibir os protestos antigovernamentais da oposição não parlamentar, que se manifestam a cada dia 31 do mês para defender a liberdade de reunião.

O primeiro-ministro recalcou que se o objetivo da oposição é que as autoridades cedam, e se estas o fazem "haverá outro motivo para as provocações, esse é o ponto; e assim, eternamente".

Os analistas consideram que Putin, que se multiplicou com contínuas viagens de inspeção durante a temporada de incêndios florestais, está preparando o terreno para retornar ao Kremlin.

Fonte: EFE
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Estrangeiro poderá ter 100% de empresa aérea brasileira

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A engenharia financeira que as companhias aéreas LAN e TAM estão fazendo para demonstrar que a segunda continuará sob controle de brasileiros será dispensável caso seja aprovado o projeto de lei que amplia a participação de estrangeiros no setor.

O projeto, que já passou por comissões e aguarda votação na Câmara dos Deputados, permite que estrangeiros detenham 100% de uma empresa aérea nacional, desde que exista reciprocidade.

Hoje estrangeiros só podem deter 20% de uma empresa aérea brasileira. De autoria do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o projeto aumenta essa participação para 49%. Porém, um parágrafo menos conhecido do mesmo projeto prevê que o Brasil faça acordos bilaterais que permitam, mediante reciprocidade, que a participação estrangeira chegue a 100%.

A Folha apurou que o parágrafo foi incluído por pressão do Ministério da Defesa. O Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) defende os 49%, mas é contra permitir que estrangeiros detenham o controle.

"Se você permite isso, amanhã a Solange [Vieira, presidente da Anac] faz acordos bilaterais com todos os países", diz José Márcio Mol- lo, presidente do sindicato.
Um dos argumentos usados para justificar a proteção é a soberania nacional. Sobretudo entre militares, acredita-se que o Brasil não deve depender de estrangeiros para se conectar com o mundo.

No caso do Chile, há sinais, no entanto, de que um eventual acordo bilateral poderá contar com a simpatia militar. Sinais surgiram com a visita do ministro Nelson Jobim (Defesa) a Santiago na terça da semana passada.

Na ocasião, Brasil e Chile celebraram um acordo para viabilizar a construção do cargueiro KC-390, um projeto da Embraer em parceria com a Força Aérea. Jobim foi recebido pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, que, até vencer as eleições, neste ano, era acionista da LAN.

SEM JUSTIFICATIVA

Para Respício do Espírito Santo, professor de transporte aéreo da UFRJ, o argumento da soberania nacional não mais se justifica. "Quer algo mais estratégico do que telefonia e energia, setores em que não há restrição ao capital estrangeiro?"

A economista Lúcia Helena Salgado, do Ipea, também defende a liberação. "Precisamos de investimento, oferta e concorrência, e não há razão técnica para discriminar o capital estrangeiro, salvo a situação em que o capital brasileiro seja discriminado", ressalta.

Para Jorge Medeiros, professor da Escola Politécnica da USP, o Brasil já permite, na prática, que estrangeiros controlem o setor. "A lei, do jeito que está, não garante a soberania nacional", diz. "A cargueira ABSA tem 80% de capital nacional, mas todos sabem que é da LAN. A Varig foi comprada por um fundo americano. E agora temos a LAN comprando a TAM."

Fonte: Folha
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domingo, 29 de agosto de 2010

Rússia lançará missão tripulada de base própria em 2018

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A Rússia passará a lançar missões tripuladas de sua nova base espacial a partir de 2018, afirmou hoje o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. "Os primeiros voos tripulados do cosmódromo deverão ocorrer entre 2018 e 2020", disse Putin, na inauguração das obras para a construção da base Vostochny, cerca de 5,8 mil quilômetros a leste de Moscou e a poucas centenas de quilômetros da China.

Atualmente, a Rússia utiliza a base de Baikonur, no Casaquistão, para todas as missões tripuladas e outros lançamentos comerciais. No norte da Rússia, o governo usa um centro menor para lançamentos militares de satélites.

Putin destacou a necessidade "estratégica" de Moscou ter "acesso independente ao espaço". Embora a base de Baikonur fique em uma "nação amiga", continua sendo em outro país, disse o premiê.

A Rússia pretende investir 25 bilhões de rublos (US$ 800 milhões) na construção da base Vostochny, que em 2015 deverá começar a lançar satélites e foguetes de carga para a Estação Espacial Internacional.

O uso da base de Baikonur custa ao governo russo US$ 115 milhões por ano.

Fonte: Estadão
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Obama: a guerra no Iraque 'está prestes a terminar", o país é 'soberano'

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O presidente Barack Obama afirmou neste sábado que "a guerra está prestes a terminar" no Iraque, país "soberano e independente", a três dias da data fixada para o final da missão de combate americano no país.

"Terça-feira, após mais de sete anos, os Estados Unidos vão pôr um ponto final à sua missão de combate no Iraque, ultrapassando uma etapa importante na parada responsável da guerra", declarou Obama em seu pronunciamento semanal radiofônico.

Obama, que passa neste sábado o último dia de férias em Martha's Vineyard (Massachusetts, nordeste), fará na noite de terça-feira um discurso televisado, para marcar a data simbólica, transmitido do Salão Oval da Casa Branca.

"Quando candidato, prometi que poria um ponto final a esta guerra. Enquanto presidente, é o que estou prestes a fazer. Fizemos retornar mais de 90.000 soldados desde que tomei posse nas funções", lembrou Obama.

Os efetivos do exército americano no Iraque ficaram, nesta semana, abaixo do teto simbólico de 50.000 soldados. Mais de 4.400 perderam a vida no país desde a invasão de 2003, segundo dados da AFP fundamentados no site independente www.icasualties.org.

De acordo com as promessas de Obama, a missão de combate americana deve terminar oficialmente no dia 31 de agosto. Os soldados restantes, encarregados "de aconselhar e de ajudar" o exército iraquiano, deverão, quanto a eles, deixar o país no final de 2011.

"No final de contas, o que é importante é que a guerra está terminando. Como todo o país soberano e independente, o Iraque é livre para tomar suas próprias decisões sobre o futuro. Até o final do ano que vem, todos nossos soldados estarão de volta", destacou o presidente.

Obama aproveitou a ocasião para estimular novamente os americanos a honrar os militares que serviram no Iraque, através de mensagens de saudação em sites de socialização como YouTube, Facebook, Flickr ou Twitter - uma operação lançada na véspera pela Casa Branca.

"Um debate vigoroso sobre a guerra no Iraque foi realizado em nosso país. Houve patriotas que apoiaram" a invasão do Iraque, "e patriotas que se opuseram", admitiu o presidente no dia 2 de agosto, em Atlanta (Geórgia, sudeste), durante um discurso para ex-combatentes portadores de deficiência causada por ferimentos de guerra.

"Mas não houve jamais diferenças entre nós para apoiar os mais de um milhão de americanos que usaram uniforme no Iraque", havia dito, reiterando que nenhum deles seria abandonado.

Obama reafirmou neste sábado o compromisso, falando sobre uma reforma do secretariado dos ex-combatentes, distribuindo cuidados maiores para com os ex-militares que sofrem de síndromes pós-traumáticas, e a concessão de bolsas de estudo a ex-soldados, semelhantes às que foram estabelecidas após a Segunda Guerra Mundial.

Fonte: AFP
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sábado, 28 de agosto de 2010

O Futuro do FX Suiço

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Embora apoiada por F/A-18C/D, o envelhecimento da frota de F-5 Tiger II da Swiss Air Force terá que carregar o fardo de policiamento e defesa da nação por um período muito maior do que o esperado. Durante uma conferência de imprensa na quarta-feira, o ministro da Defesa, Ueli Maurer, anunciou que a substituição parcial dos seus aviões sua frota de 54 F-5 terá de ser adiada devido a problemas no orçamento de defesa. Como conseqüência desta decisão, o processo de substituição durará, no máximo, até 2015, de acordo com o ministro da Defesa.

Os três concorrentes EADS (Eurofighter), a empresa francesa Dassault (Rafale) e a sueca Saab (Gripen) haviam previsto que uma decisão final da concorrência de bilhões de dólares seria feita dentro de semanas. No entanto, na quarta-feira, o Conselho Federal da Suíça (Bundesrat) decidiu, a pedido do Departamento Federal de Defesa, Proteção Civil e Esporte (VBS), adiar a seleção do futuro caça do país ", devido à situação financeira atual da Federação. "De acordo com o Departamento de Defesa, que irá trabalhar com o Departamento Federal de Finanças (FDF) para criar ao final de 2011, as exigências para a aquisição da aeronave, na segunda metade da década.

Em 2008, os três candidatos foram cuidadosamente avaliados em um processo abrangente. Todos os tipos de aeronaves concorrentes, cada um em uma configuração biplace, foi pilotado por um piloto suíço e um piloto dos respectivos fabricantes durante os voos de teste, somando 100 horas cada, realizando diversas missões, incluindo voos supersónicos e noite. Sendo um aspecto importante da aviação militar sobre o país dos Alpes, Laboratórios de Ensaios de Materiais e Pesquisa (APEM) realizaram medições de ruído em Emmen e Meiringen durante os vôos de teste.

Independentemente da aeronave de desempenho, a avaliação mostrou que o limite de crédito não seria suficiente. O ministro da Defesa, em seguida, afirmou que o custo real de substituir 22 F-5s atingiria cifras entre 2,7 e 3,4 Bilhões de Euros. Isto levou a decisão de suspender a concorrência com a possibilidade de ampliar ainda mais este adiamento. Em outubro de 2009, o Bundesrat anunciou que iria cumprir o calendário previsto para a substituição, tendo em conta a difícil situação financeira, o relatório relativo ao Departamento de Defesa de segurança e política, e há a iniciativa dos cidadãos contra a aquisição de novos aviões de combate.

No entanto, o ministro da Defesa Maurer, que assumiu o cargo 11 meses após o programa de reaparelhamento ter sido um ferozmente críticado, já solicitou ao Bundesrat o adiamento da adjudicação do contrato, posto em prática na quarta-feira. Apesar da avaliação financeira do Bundesrat, de finais de 2009, a recente decisão também foi feita à luz das lacunas de outros equipamentos das Forças Armadas Suíças que precisam ser fechados nos próximos anos. Maurer estima que a aquisição de novas aeronaves tornaria todas as outras grandes aquisições militares impossível para um período de cerca de oito anos.

No início deste ano, o Bundesrat aprovou o Programa de Armamento 2010, que inclui três programas para a aquisição de equipamento militar no valor de 362 Milhões de Euros. Como no caso da substituição F-5 (Alguns dos caças Tiger estiveram em serviço com a Swiss Air Force durante mais de 30 anos), o Departamento de Defesa exige esta injecção de dinheiro, entre outras razões, para reduzir os custos operacionais criado pelo envelhecimento dos sistemas por meio de "investimentos específicos em novos sistemas."

Embora as três empresas internacionais, que disputaram uma concorrência feroz neste importante contrato de defesa. A empresa suíça RUAG tem mantido e modernizado a frota de F-5 e caças F/A-18 por décadas e continuará a fazê-lo por um certo número de anos difíceis de prever. No entanto, o F-5 continuará a ser a espinha dorsal da Força Aérea Suíça, pelo menos, por mais cinco anos, se não mais. O Ministério assinalou que a frota de 33 F/A-18C/D iria atender aos requisitos atuais para tarefas de policiamento aéreo no espaço aéreo suíço.

Apesar da recente decisão do Bundesrat, a RUAG insistiu que não teria um impacto direto sobre o trabalho da empresa. Em um comunicado oficial, RUAG reconheceu que a empresa "é capaz de continuar a manter a frota Tiger, bem como o F/A-18, operacionais durante os próximos anos." De acordo com RUAG, a empresa mantém relações laborais superior com cada um dos concorrentes e coloca ênfase especial em ser o centro de competência e parceira de tecnologia para manutenção, reparo e modernização do atual, bem como as aeronaves do futuro, da Swiss Air Force.

Fonte: Defence & Professional tradução: Angelo D. Nicolaci
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Acredite se quiser Reino Unido testa automóvel movido a fezes

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Um novo tipo de automóvel circulou recentemente pelas ruas do Reino Unido: um VW New Beetle movido a biometano, gás extraído dos dejetos de uma estação de tratamento de água. Um carro movido a fezes.

Quando se fala de energias verdes, pensa-se logo em parques eólicos, campos com painéis solares e grandes represas que não somente geram eletricidade, mas também proporcionam lindos e pitorescos panoramas. Mas as fontes de energia nem sempre vêm desses locais pitorescos, podemos encontrá-las nos lugares mais inesperados, como por exemplo, no banheiro.

O metano é um gás amplamente utilizado como combustível em turbinas ou em geradores de vapor. Ele é um gás de efeito estufa 20 vezes mais potente do que o dióxido de carbono (CO2), cuja liberação descontrolada na atmosfera aceleraria o processo de aquecimento global.

Mas de maneira controlada, seu uso é comum como fonte de calor para casas e cozinhas em forma de gás natural. E, há pouco tempo, passou a servir de combustível alternativo para veículos. A ideia não é nova: o metano já é utilizado como combustível na Europa e na América, com o nome de Gás Natural Comprimido (GNC).

A questão é como obter o gás metano. Na natureza, ele é encontrado como produto da putrefação de plantas e elementos orgânicos, como também de dejetos humanos. Precisamente a partir desse último material, ganha-se o chamado biometano, gás extraído do tratamento de, literalmente, excrementos humanos.

Ideia posta em prática

A Greenfuel Company, companhia de combustíveis verdes, é uma organização com sede em Bath, no Reino Unido. Ela se dedica à criação e ao desenvolvimento de combustíveis alternativos à gasolina ou ao diesel que sejam menos poluentes, mas igualmente eficientes.

O Gás de Petróleo Liquefeito (GLP) tem sido a principal alternativa aos combustíveis tradicionais, mas a busca por novas opções continua: biodiesel, hidrogênio e, obviamente, eletricidade.

Devido à experiência neste campo, a companhia de reciclagem Geneco, filial da empresa de tratamento de água e dejetos do sudoeste da Inglaterra, Wessex Water, se dirigiu à Greenfuel com a seguinte proposta: em vez de utilizar o gás metano do tratamento de resíduos de suas estações para gerar eletricidade, ele poderia ser usado para impulsionar um automóvel.

A demonstração realizada em um VW New Beetle pelas ruas de Bristol teve grande êxito entre os espectadores e espera-se que a partir de agora muitos carros sejam modificados para circularem com biometano. Para isso, seriam necessários equipamentos extras, que, ao custo de aproximadamente 2,5 mil euros, levariam três ou quatro dias para ser instalados.

Gasolina ou diesel ainda são necessários

Essa instalação, no entanto, não elimina por completo a necessidade do uso da gasolina ou do diesel. A criação de um sistema que funcionasse unicamente com biometano seria possível, mas demandaria mais mudanças nos automóveis, aumentando consideravelmente o preço dos equipamentos extras.

O modelo atual requer a combustão de gasolina durante os primeiros minutos de direção até que o carro alcance a temperatura adequada. A seguir, o sistema muda automaticamente para que o automóvel seja movido apenas a biometano.

"Sendo realistas, o uso da gasolina para os primeiros minutos segue sendo melhor do que seu uso durante toda a viagem. Além disso, caso o biometano acabe no meio do caminho, o sistema volta para a gasolina. As pessoas nunca mais terão de temer a reserva!", afirma Ingram Legge, diretor da Greenfuel.

Fonte: Deutsche Welle
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BULAVA Chinês???

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Similar aos mísseis balísticos Bulava russo que preocupa os estrategistas americanos, o último relatório do Pentágono sobre o poderio militar da China revela que os esforços chineses para desenvolver um novo míssil nuclear baseado em submarinos têm tido problemas. Outros desenvolvimentos na dissuassão nuclear descrita no relatório anual do Pentágono, destaca a evolução da República Popular da China, que inclue uma implantação lenta de novos mísseis móveis terrestres, comando nuclear e os desafios da cadeia de controle.


Programa Naval Nuclear

Enquanto o primeiro SSBN Type 094 da nova Classe "Jin" é lançado ao mar "parecendo pronto" e com mais quatro possivelmente construção, o desenvolvimento do míssil balístico Julang-2 de longo alcance para esta nova classe de submarinos Balísticos encontrou dificuldades.

O relatório revela que o novo míssil foi "falhou na última rodada de testes de vôo."

O mais recente revés continua sendo os mesmos problemas que têm caracterizado programa naval nuclear na China ao longo dos anos. O primeiro SSBN (Type 092) produziu apenas um submarino, o Xia, que nunca navegou em uma patrulha de dissuasão. Mesmo após uma revisão longa recentemente, o Pentágono descreve o estado de funcionamento do sistema de mísseis Xia Julang-1 como "questionáveis".

O programa do submarino nuclear de ataque também parece desafiador, com apenas dois submarinos da classe Shang (Type 093)operacionais, a mesma do ano passado e quatro antigos da classe Han (Type 091) ainda estão em serviço. Em vez disso, o foco do programa nuclear de submarinos de ataque parece ter-se deslocado para a construção de uma nova classe, o Type 095. O relatório do Pentágono aponta que até cinco Type 095 podem ser adicionados nos próximos anos.


Mísseis nucleares

A introdução de novos mísseis balísticos móveis continua, mas a um ritmo lento. O DF-31 parece estagnado com 10 mísseis, o mesmo que no ano passado. O número de mísseis intercontinentais DF-31AS aumentou de 10 no ano passado para 15 no relatório deste ano.

Provavelmente como resultado possível do atraso na implantação do novo DF-31, o número de antigos mísseis a combustível líquido DF-3A e DF-4 continuam os mesmos do ano passado.

Apesar de uma exibição forte na parada militar em Pequim no ano passado, o número de lançadores DF-21 não aumentou em comparação com o ano passado. O número de mísseis é um pouco maior, 85-90 mísseis contra 60-80, provavelmente refletindo as versões convencionais de DF-21C.

O relatório continua as previsões dos anos anteriores que um ICBM móvel novo pode estar em desenvolvimento, possivelmente uma referência ao esquivo DF-41 ou outro sistema. O novo míssil é descrito como "possivelmente capaz de transportar vários ogivas independentes no veículo de reentrada (MIRV).

Os relatórios precedentes relataram o desenvolvimento da tecnologia MIRV por muitos anos, mas sempre concluiu que a tecnologia de mísseis móveis MIRV seria muito difícil e cara. A referência a capacidade MIRV ICBM é nova, mas ela vem com uma série de advertências: "pode estar em desenvolvimento", e "possivelmente capaz de realizar" MIRV.

Um sistema MIRV que, se implantado, representa uma mudança significativa na estratégia de emprego nuclear chinês. A Rússia e os Estados Unidos tem implantado sistemas MIRV para melhorar o direcionamento contra alvos militares. A razão secundária - para o Reino Unido foi provavelmente a principal razão - era surpreender as defesas contra mísseis.

Ao invés de uma maior concentração, a motivação para prosseguir o programa do MIRV chinês provavelmente é o aparecimento de sistemas de misséis balísticos mais avançados nos EUA e Rússia. Na fase 4 da administração Obama, Phased Adaptive Approach (PAA) inclui uma capacidade de defesa anti-mísseis balísticos contra mísseis balísticos intercontinentais em torno de 2020. Isso pode empurrar ainda mais a China no desenvolvimento de seu MIRV.


Comando e Controle Nuclear

Como era o caso em 2009, o relatório de 2010 sublinha o comando e questões de controle chineses. "A introdução de sistemas móveis criará um novo comando e controle, um novo desafio para a liderança da Chinesa, que agora enfrenta um conjunto diferente de variáveis relacionadas à implantação e as autoridades de liberação."

Uma delas é a força emergente de SSBN, uma forma quase que inteiramente nova em implantação na postura nuclear chinesa. O relatório afirma que o CC tem apenas uma capacidade limitada para se comunicar com submarinos no mar, e a Marinha chinesa não tem experiência na gestão de uma frota SSBN que realize rondas estratégicas com ogivas nucleares em seus mísseis".

O SSBN chinês nunca realizou uma patrulha de dissuasão estratégica (nenhuma foi realizada em 2009), e se a doutrina chinesa atual da qualquer indicação de que é duvidoso que os SSBNs irão implantar ogivas nucleares para mísseis em tempo de paz. Mas a ausência de experiência operacional e a capacidade de comunicação limitada levanta sérias questões sobre a proficiência o que pode criar problemas em uma crise.

O relatório levanta questões similares com a nova geração de mísseis terrestres móveis. Embora a China tenha operado mísseis móveis de médio alcance ao longo de décadas, a delegação da autoridade de lançamento em uma crise para unidades de pronta resposta suscita questões sobre o controle de uso, estabilidade de crise, e mal-entendidos.

E há "poucas provas", segundo o Pentágono, que os líderes civis e militares da China já tenham pensado nos efeitos globais e sistêmicos que estariam associados com o emprego desses recursos estratégicos."

Apesar destas questões e especulações nos relatórios anteriores do Pentágono e possíveis mudanças na doutrina nuclear da China, nomeadamente as condições para a sua política de não-utilização, o relatório de 2010 conclui que "não houve nenhuma indicação de que os líderes nacionais estão dispostos a atribuir tais nuances e ressalvas para a doutrina China de não primeiro uso.

Fonte: Defense & Professional tradução: Angelo D. Nicolaci
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O que será vencer no Afeganistão?

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Nos princípios de 2008, o general James Jones, então SACEUR, alertava de forma muito clara que a OTAN não estava a vencendo no Afeganistão. O que estava subjacente a este alerta era a ideia de que não se estava fazendo o suficiente em termos militares; não se punha, no entanto, em causa que a possibilidade de vencer estava ao alcance.

No entanto, nunca foi claro e definitivamente estabelecido qual o objetivo a alcançar com a intervenção militar; melhor dizendo, têm havido várias interpretações sobre a forma de dar condições ao Governo afegão eleito de desempenhar as suas funções e exercer autoridade sobre todo o país, nos termos da Resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ainda hoje, persistem visões diferentes, mesmo no círculo próximo do Presidente americano; Joe Biden continua a lembrar que a presença militar americana só se deve a uma razão: à al Qaeda.

A administração Bush permaneceu, quase todo o tempo, com um discurso político muito centrado na democracia e na evolução da forma de funcionamento da sociedade afegã para um estilo mais perto do ocidental mas, na verdade, também nunca se empenhou na “construção da nação”. Os EUA esperavam que essa missão fosse levada a cabo pelos aliados na coligação que a OTAN tinha passado “nominalmente” a liderar em função do mandato do CSNU.

Foi por essa altura que nasceu a ideia em que, por algum tempo, se depositou muita esperança. Falhou, no entanto, o pressuposto em que o seu funcionamento assentava: a existência de condições mínimas de segurança que os europeus tinham assumido estar garantido pela presença militar americana. Não estava, afinal. Pior, continua a não estar, mal grado os dois reforços substanciais de efetivos que o Presidente Obama, determinado a resolver a situação, decidiu logo no início do seu mandato e, mais tarde, quando aprovou a estratégia que lhe foi proposta pelo general Mc Chrystal.

O que pode ser “vencer” neste contexto precisa de uma leitura política que reconheça que a solução passa mais pelos atores externos do que pelos intervenientes internos, não obstante estes tenham também a sua influência; que comprometa os principais vizinhos na adoção de uma solução duradoura. Por outras palavras, um arranjo diplomático que pelo forte impacto internacional permita reduzir drasticamente e tão brevemente quanto possível o esforço militar, sem que isso se configure como uma retirada, uma desistência. Está já geralmente interiorizada a visão de que o esforço militar, por si só, não vai levar a qualquer desfecho positivo mas continua a medir-se o progresso (ou a sua falta) em função dos resultados no terreno, aliás, nada animadores. É altura de se concentrar as atenções sobretudo na solução política e não esperar mais do dispositivo militar do que o não deixar agravar o atual nível de conflitualidade.

A criação de condições para que o Governo funcione (expandir a sua autoridade, combater a corrupção, avançar com programas sociais e económicos, etc.) e controle a segurança do país continua, em qualquer caso, uma tarefa prioritária. Karzai não hesita em garantir que vai atingir as metas esperadas e até tomou a iniciativa de estabelecer a si próprio um prazo: 2014. No entanto, nem mesmo o cumprimento da promessa de combate à corrupção está a seguir o melhor caminho. Assim o diz a reação de Karzai, ao acusar os EUA de estarem a violar a constituição afegã, na sequência da prisão de um seu conselheiro de segurança, num trabalho da task force que os americanos têm a trabalhar no terreno para ajudar as autoridades afegãs, tendo aliás sido estas a levar a cabo a detenção. O tema “corrupção” é decisivo, quer internamente para os afegães que o referem como a sua principal preocupação, vindo mesmo antes da segurança, quer para uma opinião pública externa. Não haverão apoios para a intervenção se se instalar a ideia de que se está a ajudar um regime corrupto.

A estratégia contra-terrorismo que os EUA têm estado a adotar terá, muito provavelmente, que continuar como uma vertente permanente da sua atuação; possivelmente, será mesmo a principal ocupação das forças que ficarão no terreno, depois de consumada a retirada principal, em termos a acordar com o Governo afegão. Os sucessos que as forças de operações especiais têm alcançado (mais de 130 elementos com posições de responsabilidade cimeira foram eliminados nos últimos cinco meses) são essenciais para trazer os talibãs à mesa das conversações mas este ponto é um dos que está mais dependente da atitude dos vizinhos.

Aqui, conta especialmente o que o Paquistão se dispuser a fazer mas este por sua vez modela a sua colaboração em função da avaliação que faz do conflito latente com a Índia. Esta não vai querer abandonar a defesa de alguns interesses básicos que desenvolveu no Afeganistão mas parece agora reconhecer que os benefícios que recolheu daí nos últimos oito anos são mais uma anomalia do que uma circunstância a manter no futuro. Espera-se que, nestas condições, a Índia se limite a concluir as iniciativas que já tomou sem iniciar novas. Estas circunstâncias facilitarão um papel mais interventivo do Paquistão em concertação com o Governo afegão. Duas importantes reuniões entre os dois Presidentes tiveram lugar num passado recente, sob a mediação da Turquia que se quer afirmar como um parceiro indispensável na procura de uma solução.

No entanto, com o que se poderá contar da parte de Islamabad continua a ser uma incógnita. Apesar do acumular de evidências da duplicidade dos Serviços de Informações das Forças Armadas (Inter-services Intelligence Directorate, ISI), de que o general Kayani, atual Chefe do Estado Maior do Exército, foi chefe, este assunto não parece incomodar o Governo do polémico presidente Ali Zardari. O general Kayani, que foi recentemente reconduzido por mais três anos, afirmava recentemente que lhe interessavam mais as capacidades do inimigo do que as suas intenções («We go by the enemy’s capacity, not its immediate attentions»); referia-se à Índia que continua a ser a grande obsessão, uma quase espécie de “ideologia” dos ISI, como dizia um especialista da área. Como se sabe, parte importante da estratégia de contenção da Índia assenta na aliança com a facção afegã dos talibãs.

O grande desafio de trazer os talibãs para discussões, tem várias vertentes. Uma delas é interna, no próprio Governo afegão, o que já obrigou Karzai a demitir dois dos principais opositores a essa iniciativa: o ministro do Interior e o diretor nacional de segurança. Outra situa-se no Paquistão que não permitirá conversações sem a sua participação. O sinal foi dado com a prisão do Mullah Ghani Baradar que estava a servir de intermediário entre Karzai e Omar. O Paquistão parece ter um objectivo relativamente preciso; quer para Cabul um governo de coligação em que os talibãs tenham um papel proeminente mas não dominem.

É na capacidade de gerir esta complexa teia de interesses, para a procura de uma solução, que se define o que é vencer o conflito afegão.


Fonte: Jornal Defesa & Relações Internacionais
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