sexta-feira, 29 de abril de 2011

Europa se fecha em bloco

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Ao contrário dos capitais, cujos movimentos são vertiginosos, especialmente os do Google, que, como já se contou, viajam em primeira classe da Irlanda para a Holanda e, dali, às Bermudas para desaparecer como Deus manda, os seres humanos enfrentam maiores problemas em seus deslocamentos, especialmente se vêm do norte da África e sem uma muda de roupa limpa.

Sarkozy e Berlusconi apreciam muito a liberdade de movimentos, mas só nas discotecas, e isso explica que tenham proposto reformar o tratado de Schengen para que os imigrantes fiquem quietos e descansem seu desespero antes que seja expedido seu bilhete de volta.

A sensibilidade da França e da Itália em temas de imigração é similar a de uma pedra, mas não é menor do que a dos demais países da União Europeia. Basta lembrar a reação espanhola diante das levas de cayucos (embarcações com imigrantes ilegais) chegando às Canárias e a exigência de que a agência europeia dedicada ao controle de fronteiras, Frontex, atuasse de forma preventiva impedindo sua chegada, o que significaria passar por cima tanto da Convenção de Genebra sobre os refugiados como a do Direito do Mar, da ONU, que não prevê que um barco possa inspecionar outro em alto mar.

O alarme foi causado neste caso pelos 25 mil tunisianos que alcançaram a ilha de Lampedusa. O chefe italiano quis dar o passaporte a eles, em forma de um visto temporário para que se dispersassem pela Europa, uma vez que seus sócios europeus não quiseram compartilhar a carga que representavam. Após a queda de alguns ditadores que exercia seus cargos a soldo do Ocidente, as revoluções do mundo árabe são uma dor de cabeça para estas nossas democracias, sempre generosas e compreensivas com as tragédias alheias.

O caso da Tunísia é especialmente cruel porque acolhe em seu território a dezenas de milhares de refugiados líbios, dos mais de 600 mil que, desde o início dos combates, se espalharam pelo Egito, Argélia, Chade ou Mali. Todos estes países mantiveram abertas suas fronteiras. Sua humanidade e sua decência é diretamente proporcional a nossa bem alimentada hipocrisia.

Fonte: Carta Maior
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A defesa do país em debate

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Qual o Brasil que os militares devem defender? O que tem a maior reserva de água potável do planeta? O que guarda algumas das maiores jazidas minerais, incluindo aí o pré-sal do petróleo? O que vizinha com 10 países e convive com 12 mil quilômetros de fronteiras imersas na Floresta Amazônica, a maior do mundo? Todos eles. É por isso que mais de 500 integrantes das Forças Armadas se reuniram ontem, em Porto Alegre, num debate sobre a necessidade de elaborar um plano de proteção territorial denso, dosado e estratégico.

A novidade foi a presença de dezenas de civis, sobretudo de universidades, numa rara ocasião em que eles foram convidados a opinar sobre a segurança nacional.

O seminário, denominado Livro Branco de Defesa Nacional, foi presidido pelo ministro da Defesa, o gaúcho Nelson Jobim. O debate de Porto Alegre e outros cinco organizados em capitais regionais do país vão resultar numa obra que promete nortear, sem mistérios (por isso o termo Livro Branco), os planos do setor militar para as próximas décadas.

O Livro Branco, a ser atualizado a cada quatro anos, projetará o cenário dos próximos 20 anos. Incluirá planos ambiciosos, como o aumento do efetivo das Forças Armadas (passaria dos atuais 210 mil para 269 mil), criação de 28 postos de fronteira (para se somar aos 21 existentes), aquisição de 150 mil fuzis (já que muitos dos FAL das Forças Armadas estão com 40 anos de uso) e montagem de um sistema antiaéreo com mísseis.

Mas a obra não se resumirá a sonhos de reequipagem bélica. Conforme Jobim, visa ampliar o conhecimento dos militares sobre si mesmos e dos civis sobre o mundo da caserna:

– Temos de catalisar os pensadores da academia e os fardados na construção do Brasil do futuro e dos riscos que ele enfrenta.

A etapa gaúcha do seminário discutiu O Ambiente Estratégico do Século 21. E qual é essa conjuntura, em termos de Brasil? A mais favorável possível, concordaram os nove palestrantes do encontro.

O país vive uma retomada da indústria nacional de defesa. Santa Maria acaba de ter confirmada a instalação de uma montadora de carros de combate de última geração, que vai investir 20 milhões de euros na fabricação de tanques Leopard A1 (tecnologia belgo-alemã). Em São José dos Campos (SP), a Embraer deve começar a produzir jatos de transporte KC-390, de fabricação nacional, que irão substituir os ultrapassados aviões cargueiros Hércules C-130.

A ideia é vender 22 unidades para a Força Aérea Brasileira (FAB) e, depois, exportar. E em Itajubá (MG) a Helibras começará a produzir 50 helicópteros EC 725, de tecnologia francesa. Por último, em termos de novidade, a FAB começa a testar Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants), com vistas a produzi-los no país.

Isso, em termos privados. Na esfera pública, o momento é de contenção de despesas – seriam necessários R$ 7 bilhões anuais apenas para investir no Exército, mas o orçamento total de investimentos na Defesa, ano passado, foi de R$ 8 bilhões. Mesmo assim, Jobim mantém o otimismo:

– Em termos de orçamento das Forças Armadas, temos convivido com cortes, mas isso não nos abala. Somos uma das cinco principais economias do planeta. Os tempos de timidez, no campo da Defesa, acabaram. O Livro Branco trata de planos para décadas, não para um momento passageiro.

POR QUE LIVRO BRANCO

A denominação seria pela transparência em revelar diretrizes de Defesa, em contraposição aos chamados livros negros.

O QUE SERÁ ABORDADO

A elaboração do Livro Branco começa com atraso de mais de uma década. Foi em 9 de junho de 1999 que a Lei Complementar 97 incumbiu o Ministério da Defesa de preparar a obra. Conforme a lei, o documento deve abordar os seguintes tópicos:

1 – Cenário estratégico para o século 21
2 – Política nacional de defesa
3 – Estratégia nacional de defesa
4 – Modernização das Forças Armadas
5 – Racionalização e adaptação das estruturas de defesa
6 – Suporte econômico da defesa nacional
7 – As Forças Armadas: Marinha, Exército e Aeronáutica
8 – Operações de paz e ajuda humanitária

Fonte: Zero Hora
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Kadafi, será mesmo um cruel ditador?

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A todo momento vemos na grande mídia notícias que acusam Kadafi de estar atacando de forma cruel e desumana o povo líbio. Mas será isso uma verdade? Ou será apenas mais uma das vastas maneiras de manipular a opinião das massas?

Há muitos anos a propaganda tem sido largamente utilizada pelos governos, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, onde os fatos que culmiram no surgimento de um mundo bipolar, estando dividido entre EUA x URSS. Nesta época que chamamos de Guerra-Fria, a maior arma utilizada não foram canhões, misseis ou aviões, mas sim o poder da propaganda e da mídia. Assim a mídia se constitui em uma arma poderosa para se atingir determinados objetivos, basta observar o ocorrido após os ataques de 11 de setembro com a propaganda massiva da Guerra ao Terror que levou a invasão do Iraque sob falsas informações de que o mesmo possuia armas de destruição em massa e não só isso, também afirmavam ligações de Sadam com as redes terroristas,algo inconcebível e jamais provado.

Mais uma vez hoje nos deparamos com o uso massivo da mídia como uma das armas de guerra que tem sido usada na Libia. Informações desencontradas, mentiras e noticias direcionadas a dar respaldo aos interesses excusos de determinado grupo tem inundado nossas redes de informações. Mas eu pergunto ao amigo leitor, em quem devemos acreditar? O que é verdade e o que tem sido mentira?

Kadafi é um ditador, isso concordo plenamente. Mas será Kadafi um ditador sanguinário que massacra seu próprio povo?

Em minha concepção após acompanhar por alguns anos os indicadores de desenvolvimento da África e o governo em especial da Líbia por ser este país um bastião de desenvolvimento na região tão empobrecida e miserável como é o continente Africano em grande parte. Vejo que temos tido uma visão míope e tendenciosa da grande mídia com relação a imagem de Kadafi e a nação Líbia. Vou listar aqui alguns pontos que não vejo serem ressaltados em qualquer mídia, e com isso assumo uma posição suscetível a criticas e mesmo á represálias por defensores das políticas selvagens da OTAN e seus estados, além dos ditos defensores dos direitos humanos.

Se me recordo bem, no ano de 2007 os indicadores da ONU, a mesma que hoje deu carta branca para o ataque criminoso da OTAN á Líbia, constatou os seguintes fatos:

- A Líbia possui o maior IDH do continente Africano, valendo salientar que este IDH supera até mesmo o brasileiro.

- A Líbia fornece educação gratuita até a formação em nível superior, tendo um indice baixissimo de analfabetismo.

- A Líbia de Kadafi sustenta cerca de 10% de seus jovens em cursos de nível superior na Europa e EUA.

- A Líbia de Kadafi presenteia casais recém casados com um bônus de até 50 mil dólares.

- A Líbia de Kadafi provê a seu povo um sistema de saúde moderno, comparável aos mais altos padrões europeus gratuitamente.

- A Líbia de Kadafi através de seu banco estatal fornece linha de credito á seu povo com taxa de juros zero.

- A Líbia de Kadafi criou o maior sistema de irrigação do mundo, vem tornando o deserto (95% da Líbia), em fazendas produtoras de alimentos.

- A Líbia de Kadafi distribui a renda do petróleo entre a sua população.

Estes são alguns de vários exemplos que podemos citar, mas que por motivos óbvios que não preciso nem comentar, levam tais fatos a serem encobertos e não propagados ao mundo pelos barões da midia que se vendem aos interesses alheios á verdade.

O que vemos na Líbia hoje não é como não cansam de repetir nos meios de comunicação, um ataque do governo contra um povo, ou uma manifestação pacífica que esta sendo cruelmente reprimida por um sanguinário ditador, que é como pintam Kadafi.

Primeiro ponto que derruba essa teoria é o simples fato que um grupo opositor ao governo de fato através do uso de armas e violência promoveu um levante em uma região específica do país. Insiro aqui um fato que não foi revelado na mídia, os opositores de Kadafi ao iniciar a sua campanha de insurreição e levante armado vitimaram dezenas de civis inocentes que apoiavam o governo nas regiões onde tomaram o controle. Promoveram saques e execuções sumárias que são mantidas encobertas da opinião pública mundial pela OTAN.

Segundo ponto importate a ser considerado é que Kadafi ordenou bombardeios sim, mas os alvos sempre foram desde o principio os paiois de armas e munições das forças armadas líbias que cairam em poder dos insurgentes, muito diferente da versão apresentada até então.

Terceiro fato e um dos mais importantes, todo estado tem direito de fazer uso de suas armas para se defender de ameaças externas e internas que venham a por em risco a integridade do estado. O que vemos na Líbia é claramente um estado de insurreição, onde de um lado temos o Estado Líbio e de outro uma força insurgente fazendo uso de armas para derrubar o governo legítimo, algo totalmente fora do contexto ocorrido nos demais estados árabes com as revoluções por direitos democráticos.

Em resumo o que temos é uma clara violação da Carta das Nações Unidas. Onde a ONU deu respaldo para que a OTAN, uma organização que perdurá mesmo após o fim da ameaça para a qual foi criada á contrapor, que hoje deixou seu teatro de operações original que é o europeu e passou a tornar-se uma ferramenta militar coativa da UE e EUA para defesa seus interesses, a atuar na Líbia como força de intervenção, supostamente encarregada de criar e manutenir uma zona de exclusão aérea para que fosse possivel inserir ajuda humanitária as vítimas daquele conflito civil.

O que vemos não é o cumprimento de uma zona de exclusão aérea, pois o mesmo se limitaria a delimitar uma zona onde fosse proibido o sobrevoo de aeronaves militares Líbias ou rebeldes, e não o ataque a posições do exército líbio e a infraestrutura de defesa do Estado de fato. O que ocorre é um claro desrespeito a resolução adotada, pois a OTAN tem atuado em apoio as forças rebeldes, tomando assim partido dentro de uma questão interna do Estado Líbio ao qual não cabe qualquer intervenção internacional. Pior a OTAN esta contribuindo em um esforço para derrubada de um governo legitimado que possui apoio de mais de 80% de sua população, e que em suas ações ditas de "ajuda Humanitária" tem vitimado os civis aos quais deveria proteger.

Vamos entender um pouco mais ao abordar os interesses externos na Líbia de Kadafi:

- A Líbia de Kadafi possui uma reserva de mais de 45 bilhões de barris de petróleo de alta qualidade.

- A Líbia de Kadafi juntamente com a Síria de Al-Assad são os únicos Estados do mediterrâneo não alinhados as políticas da OTAN.

- O Banco Central Líbio não faz parte do sistema Financeiro mundial. Possuindo reservas com toneladas de ouro, dando respaldo ao valor do dinar, e desatrelando das flutuações do cambiais do dólar.

- A Líbia de Kadafi propôs e quase teve êxito na criação de uma moeda afrinaca unificada desligada do dólar e do sistema financeiro mundial, com isso criando mais um fator pelo qual há o grande interesse de derruba-lo do poder.

- Após a queda de Kadafi, caso esta ocorra, os Estados da OTAN irão implantar um governo fantoche e com isso se apoderar do controle das reservas petrolíferas, além de garantir bilhões em contratos de suas empreiteras na reconstrução da infraestrutura líbia que esta sendo aniquilada pelos bombardeios.

Em resumo o que vemos na mídia em grande parte são mentiras ou meia-verdades usadas para garantir o apoio internacional nesta guerra suja e desumana á qual temos assistido, onde um grupo de rebeldes, em grande parte membros de grupos extremistas islâmicos, tentam derrubar um governo que tem garantido ao seu povo condições ímpares de desenvolvimento e qualidade de vida.

Agora nos resta assistir de mãos atadas este verdadeiro crime perpetrado pela OTAN e ver nascer mais um poço de lama como é o caso do Afeganistão e Iraque. Tendo apenas uma certeza caso haja a queda de Kadafi, a de que a África irá perder o seu único bastião de desenvolvimento e veremos surgir mais um estado fraco e um provável covil de terroristas e toda sorte de criminosos internacionais.

Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
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ONU: começa sessão especial do Conselho de Direitos Humanos sobre a Síria

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.O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas está reunido nesta sexta-feira em sessão extraordinária para discutir a situação na Síria, a pedido dos Estados Unidos, que defende a adoção de uma resolução sobre os atos de violência cometidos durante a repressão ao movimento de protesto no país.

A reunião especial dos 47 membros do conselho, com sede em Genebra, foi convocada na última quarta-feira pelos Estados Unidos. Outros 15 países, incluindo Reino Unido, França, Espanha, Japão, Suíça, Polônia e Suíça, também assinaram a petição solicitando o encontro.

Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU falhou ao tentar alcançar um acordo sobre uma declaração para condenar a repressão na Síria.

Fonte: AFP
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Exclusiva: Lançamento Taurus LAAD 2011

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A LAAD 2011 serviu de vitrine para o lançamento do novo fuzil ART556 e para a carabina CT556, projetados e construídos pela Taurus, sendo destinados aos mercados militar e policial. E tivemos a oportunidade de conhecer de perto este novo produto em uma matéria exclusiva realizada pelos veículos de comunicação Defesa Aérea, Geopolítica Brasil e Plano Brasil.

Os novos rifles são desenvolvimentos totalmente nacionais e englobam inúmeras e modernas soluções que visam melhorar a funcionalidade mecânica e ergonômica do armamento. Para tal, a Taurus contou com uma vasta equipe de especialistas e experientes policiais. O resultado foi o desenvolvimento de um moderno armamento com uma mecânica simples buscando a eficiência e funcionalidade, aliado as mais modernas soluções ergonômicas, proporcionando conforto e comodidade ao operador, visando suprir as necessidades e funcionalidades de um moderno fuzil/carabina atual.

Duas versões foram desenvolvidas, a ART556 (Assault Rifle Taurus – Rifle de Assalto Taurus) é um fuzil de assalto de tiro seletivo, com as opções de seleção de tiro F – Full (Automático - Rajada plena), 3 – Burst (Rajada curta controlada de 3 disparos), 1 - Intermitente (semi-automático) e S – Segurança (Travada). Já a CT556 (Carbine Taurus – Carabina Taurus) apresenta apenas as opções de seleção de tiro 1 - Intermitente (semi-automático) e S – Segurança (Travada), sendo destinada principalmente para mercado policial.

Para ler a íntegra desta reportagem exclusiva do GeoPolítica Brasil em Parceria com o Defesa Aérea basta Clicar aqui

Entrevista: Welington – Defesa Aérea e Claudio - Geopolítica Brasil.
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Traficantes com arsenal importado e proibido

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De cada 10 armas apreendidas durante a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, no fim do ano passado, sete foram fabricadas fora do país. E 60% dos 289 revólveres, metralhadoras e fuzis encontrados pelos agentes são de uso restrito, tendo origem nas forças de segurança pública nacionais e internacionais. Com a marca do governo brasileiro, há no mínimo 13 armas identificadas — vindas da Polícia Militar do Rio de Janeiro, das Forças Armadas e até da Polícia Militar do Distrito Federal. A maior parte, porém, antes de chegar às mãos de criminosos eram do Exército boliviano, argentino e venezuelano. Os dados fazem parte de um relatório interno do Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, ao qual o Correio teve acesso.

O documento, entregue à Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, reacende um antigo debate — em pauta desde que um homem executou, no último dia 7, 12 crianças em uma escola em Realengo, no Rio — sobre a origem das armas nas mãos de homicidas. Para o presidente em exercício da comissão, o deputado Fernando Francischini (PSDB-PR), as informações do relatório sobre armas apreendidas no Alemão e na Vila Cruzeiro colocam em xeque dados apresentados por entidades da sociedade civil apontando que a origem nacional dos artefatos usados por bandidos é da ordem de 80%. “Nesse microcosmo do crime organizado, vemos, por meio dos números, que são armas fabricadas lá fora, vindas dos Estados Unidos, da Venezuela, da Bolívia. Em outras situações, como a briga de bar ou de vizinhos, vemos a arma nacional mais presente. É preciso haver controle nas duas situações”, defende o parlamentar.

Sigilo

Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou que não iria comentar os dados, alegando que se tratam de informações sigilosas. A PMDF também se comunicou por meio de nota sobre a arma oriunda da instituição — uma submetralhadora automática de calibre .45, com número de série raspado. “A arma é muito antiga e foi descarregada há muito tempo e, pelas informações que passou, pode até nem ser da PMDF. Quando as armas são consideradas inservíveis, são recolhidas e encaminhadas para o Exército Brasileiro, que as reúne e as destrói oportunamente”. Mais adiante, o órgão afirmou que, como a arma tinha a identificação raspada, “fica difícil fazer qualquer análise mais concreta”.

A preferência dos traficantes por fuzis estrangeiros é notável no relatório, representando 42% das armas apreendidas nas favelas do Rio durante a ocupação policial, seguidos pelas pistolas e pelas submetralhadoras. Só do Exército boliviano, há 13 armas. Embora em números absolutos as armas vindas de forças de segurança para a clandestinidade pareçam poucas, é preciso considerar que apenas uma minoria das 289 peças encontradas foram passíveis de identificação por parte dos peritos. Para se ter uma ideia, cerca de 80% dos artefatos têm o número de série removido ou, mesmo quando há a identificação, verifica-se que a arma nunca foi registrada — nem em nome de algum órgão oficial nem como propriedade de uma pessoa física.

Pelo menos o país de origem de quase todas foi verificado. Apenas 14% continuam sem identificação do local onde foram produzidas. Os Estados Unidos lideram o ranking de procedência dos artefatos, respondendo por 22% de tudo que foi encontrado durante a operação policial. Em seguida, vêm a Alemanha e a Áustria, com 5%. Argentina, Israel e Itália também aparecem na lista de origem das armas apreendidas. Para Melina Risso, integrante do Instituto Sou da Paz, que trabalha com o tema do desarmamento, os dados mostram uma realidade localizada. “É claro que defendemos o controle das fronteiras, das armas vindas de fora. Sabemos que é um problema. Mas temos dados de pesquisas pontuais mostrando que o problema da arma nacional é enorme também”, diz.

QGs do crime

Entre novembro e dezembro do ano passado, uma força-tarefa da Segurança Pública do Rio de Janeiro, que contou com a ajuda das Forças Armadas e da Polícia Federal, realizou a ocupação do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro. As áreas eram consideradas dois dos maiores QGs do tráfico de drogas do país. Desde então, homens do Exército e da PM estão no local. A ideia é montar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no conjunto de favelas que formam o Complexo do Alemão.


Fonte: Correio Braziliense
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Ataque a consulado israelense no Brasil

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Documentos secretos do governo brasileiro liberados este mês revelam que, 22 dias depois do ataque de oito terroristas à Vila Olímpica de Munique, durante a realização dos Jogos Olímpicos em setembro de 1972, uma carta-bomba foi enviada ao Consulado de Israel no Rio de Janeiro. Encontrado por um funcionário dos Correios, o explosivo não chegou a ser detonado. No envelope, além de um cartão de felicitações, havia um panfleto escrito em árabe e em inglês, supostamente assinado pela Organização Setembro Negro — o mesmo grupo que cometeu o atentado contra os competidores israelenses na Alemanha. Na época, dois atletas morreram no alojamento onde estavam e outros nove foram executados durante a fuga dos terroristas.

A carta-bomba era endereçada a um diplomata israelense que já não se encontrava mais no Brasil. O documento não revela a origem da postagem do explosivo, mas chegou ao posto dos Correios no Largo do Machado, bairro do Flamengo, no Rio. O envelope retangular tinha cerca de 22cm de largura e 11cm de altura, mas não há referências sobre o seu peso. “Era sensível à apalpação a existência, em seu interior, de um retângulo de cartolina de 20,5cm x 10,4cm, o qual se verificou depois ser um cartão de felicitações de aniversário”, relataram oficiais da Divisão de Informações de Segurança (DIS), do Comando da 1ª Zona Aérea, em um documento confidencial.

O cartão serviria — pelas explicações contidas no relatório secreto — para ocultar uma massa plástica explosiva. “As chapas de raios X indicaram objeto (…) no qual observava-se: arame, peça que, posteriormente, verificou-se conter em seu interior um percussor (peça metálica) acionado por mola, cujo movimento é retido por um balancim, o qual, se movimentado, libera a ação do percussor sobre uma espoleta”, relatam os investigadores, ressaltando que, dentro do envelope, havia um saco com sílica gel, para preservar a umidade do explosivo.

O panfleto, assinado pela Organização Setembro Negro, um dos grupos terroristas mais ativos naquela época, dizia que a ação representava uma “represália à invasão de sua casa à nossa terra e de nossos irmãos” e tratava-se de uma “represália à sua perseguição, maus-tratos e assassinato em massa do nosso povo. Vamos atormentá-lo (…) e você pagará o preço onde quer que vá”. Segundo o documento — que faz parte do acervo entregue pelo Centro de Informações da Aeronáutica (Cisa) ao Arquivo Naciona2, em Brasília — a carta-bomba foi desarmada por órgãos da Secretaria de Segurança Pública do Rio.

Alerta
A ação terrorista em território brasileiro deixou o governo em alerta contra ataques não apenas a instituições diplomáticas estrangeiras, mas também a estabelecimentos públicos. Os Correios chegaram a criar regras de manuseio de correspondência, que foram difundidas aos órgãos de informação. “Estima-se que a utilização de cartas explosivas poderá vir a estender-se a outros grupos políticos”, ressaltaram os oficiais da Aeronáutica. “Portanto, que todos os conhecimentos de ações para a localização dos dispositivos em tela devem ser desenvolvidas o mais rápido possível”, observaram os militares.

Massacre de Munique
Em 5 de setembro de 1972, a Organização Setembro Negro foi responsável por um ataque terrorista que chocou o mundo. Oito integrantes do grupo invadiram a Vila Olímpica de Munique durante a realização das Olimpíadas e atacaram os atletas de Israel. Durante o episódio, 11 desportistas israelenses foram assassinados pelos ativistas árabes. Cinco terroristas e um agente da polícia alemã também morreram no incidente, que ficou conhecido como o Massacre de Munique.

Militantes palestinos
O nome da Organização Setembro Negro é uma referência à data de um dos maiores ataques da Jordânia contra palestinos — que teve início em 16 de setembro de 1970, após a tentativa de um golpe de estado — e resultou na morte de cerca de 10 mil pessoas. Esse grupo de militantes palestinos foi responsável por vários atentados há quatro décadas. Entre as ações, houve ataques a embaixadas, sabotagem a fábricas e até mesmo o sequestro de um avião comercial que voava da Bélgica para Israel. Apesar de há tempos não haver ações atribuídas ao grupo, até hoje o Setembro Negro faz parte da lista de organizações consideradas terroristas pela União Europeia.

Fonte: Correio Braziliense
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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Avião espião da Polícia Federal fica no chão por falta de gasolina

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Principal promessa da então candidata Dilma Rousseff (PT) para o combate ao narcotráfico, ao tráfico de armas e ao contrabando na fronteira não consegue sair do chão, literalmente.

A promessa chama-se Vant, acrônimo de Veículo Aéreo Não Tripulado, um avião que registra imagens sem necessidade de piloto. Ele chegou ao país há mais de um mês, mas não há combustível para os voos.

Um pregão eletrônico aberto para escolher o fornecedor de 12 mil litros de gasolina de aviação, pelo prazo de um ano, foi cancelado por falta de candidatos. A intenção da PF é usar a empresa que já abastece os aviões da corporação.

O preço do combustível -de cerca de R$ 60 mil por trimestre, segundo estimativa de policiais- é irrisório quando comparado ao gasto previsto com essa tecnologia até 2015, de R$ 540 milhões.

O Vant virou tema de campanha política no ano passado, quando Dilma apresentou-o nos debates e na propaganda de TV como uma ferramenta revolucionária no modo de patrulhar fronteiras.

O avião é guiado por controle remoto, voa a uma altitude média de 5.000 metros e tem uma capacidade tão aguçada que, dessa altura, consegue fotografar a placa de um carro em alta definição.

O primeiro Vant importado de Israel está parado num galpão no aeródromo de São Miguel do Iguaçu, a cerca de 40 km de Foz de Iguaçu. É nesse aeródromo que a PF não tem um fornecedor de combustível. Se o avião estivesse em Brasília, ele poderia usar combustível de outros aviões da própria polícia.

A região de Foz foi escolhida pela PF para sediar a primeira base de Vant por ser uma das principais portas de entrada de armas, de drogas e de contrabando do Paraguai. Há ainda a acusação recorrente dos Estados Unidos, de que radicais islâmicos usam a tríplice fronteira para lavar dinheiro do terror.

A região é tão estratégica do ponto de vista da segurança que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, visitou Foz em fevereiro e anunciou a implantação de um Gabinete de Segurança Integrada na fronteira e o primeiro voo do Vant em março.

O avião importado de Israel faz parte de um pacote que inclui o sistema de controle em terra e um segundo Vant, pelo qual a PF pagou cerca de R$ 50 milhões. O sistema completo, com 15 aviões e quatro estações de controle em terra, está orçado em R$ 540 milhões e deve ficar pronto em 2015.

Fonte: Folha
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Rebeldes "merecem apoio", diz embaixador dos EUA para Líbia

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A oposição ao regime de Muammar Gaddafi na Líbia "é merecedora do apoio" americano, disse nesta quarta-feira o embaixador americano para o país, Gene Cretz.

Falando ao Departamento de Estado dos EUA, Cretz afirmou que o Conselho Nacional de Transição (CNT), baseado na cidade de Benghazi, é "um grupo sério, que merece apoio".

"Eles continuam a dizer as coisas certas, se comunicam com a comunidade internacional, tentam ser o mais inclusivos possível", disse ele.

No entanto, Cretz disse que os EUA ainda não decidiram se reconhecem o CNT como o governo legítimo da Líbia.

"O reconhecimento permanece um assunto de obrigações internacionais que estamos estudando e ainda não tomamos uma decisão definitiva sobre isso."

"Mas isso não nos impede de fazer todo o possível para apoiar o CNT e os líbios", completou.

"BOA VONTADE"

Na terça-feira (26), o presidente americano, Barack Obama, aprovou a liberação de US$ 25 milhões em produtos, excluindo armas, para o CNT e outros grupos de ajuda a civis na Líbia.

Os rebeldes líbios disseram nesta quarta-feira que vão libertar cinco soldados leais a Gaddafi em um gesto com o objetivo de aumentar a credibilidade internacional do grupo.

"Este é um gesto de boa vontade de nossa parte para mostrar que respeitamos as leis internacionais e também por razões humanitárias", disse Abdel Hafiz Ghoga, porta-voz do grupo.

Os rebeldes capturaram 32 líbios e 72 soldados estrangeiros, disse ele. Os cinco libertados vão ser entregues para a Cruz Vermelha.

MISSÃO NA ONU

Uma missão da ONU (Organização das Nações Unidas) iniciou nesta quarta-feira em Trípoli, capital da Líbia, dois dias de investigações sobre acusações de abusos aos direitos humanos cometidos desde o início dos conflitos no país, em fevereiro.

A missão foi indicada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU após a repressão do governo líbio aos manifestantes que pediam a renúncia do líder do país, o ditador Muammar Gaddafi.

O governo líbio afirmou que vai cooperar com as investigações da missão da ONU.

Os três membros da missão dizem que vão verificar todas as acusações de abuso, incluindo aquelas que o governo diz terem sido cometidas por grupos rebeldes ou por forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O mandato original da missão --examinar as violações aos direitos humanos supostamente cometidas pelas forças de Gaddafi-- deve permanecer como prioridade.

Há relatos de desaparecimentos, tortura e assassinato de manifestantes.

A alta comissária de direitos humanos da ONU, Navi Pillay, disse no fim de fevereiro que os acontecimentos na Líbia "podem ser crimes contra a humanidade".

Fonte: BBC Brasil
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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Para 'Economist', real forte é desafio no combate à inflação

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Em um artigo publicado em sua última edição, a revista britânica The Economist diz que a valorização do real frente ao dólar representa um grande desafio para o Brasil no controle da inflação e compara os dois problemas, a alta da moeda brasileira e a inflação, a "cavalos selvagens".

De acordo com a revista, a dificuldade para o Banco Central é que cada alta dos juros - "já maiores que os de qualquer grande economia" - torna o Brasil mais atraente para o capital estrangeiro "sem limites", o que derruba a cotação do dólar, prejudicando as exportações.

Segundo a Economist, o real está "muito mais forte do que tanto o governo quando a indústria gostariam", com o dólar em sua cotação mais baixa em três anos.

A revista cita as “medidas macroprudenciais” tomadas pelo governo para tentar conter a inflação sem valorizar excessivamente o real, como o aumento do compulsório dos bancos.

"O perigo de tentar controlar a taxa de câmbio e a inflação simultaneamente é o risco de perder o controle de ambas", diz a Economist. "A política monetária no Brasil está tentando domar dois cavalos selvagens ao mesmo tempo."

A Economist diz que o governo brasileiro tem medo de “liberar o fluxo de capital externo, deixar o real se valorizar à vontade e cortar gastos para eliminar o crescente deficit fiscal”, algo que tem sido aconselhado por economistas na atual conjuntura, devido ao medo de que isso gere uma “fuga desestabilizadora” de capital caso países ricos adotem políticas monetárias mais restritivas, como, por exemplo, se aumentarem os juros.

A revista afirma ainda que outro grande desafio para a presidente Dilma Rousseff será o reajuste previsto do salário mínimo de 7,5% acima da inflação em 2012, o que aumentaria ainda mais os gastos públicos e pode gerar mais inflação.

Fonte: BBC Brasil
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Governo planeja erguer entre 4 e 6 usinas nucleares até 2030

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A Eletronuclear, empresa ligada ao governo e responsável pela operação das usinas nucleares brasileiras, planeja construir de quatro a seis novos reatores para entrar em operação até 2030. A meta faz parte do Plano Nacional de Energia, traçado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia.

De acordo com Manuel Diaz Francisco, coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear, uma "pesquisa em todo o território nacional" já está em andamento para erguer as novas usinas, e os planos não serão afetados pelo recente acidente de Fukushima, no Japão.

"Fukushima apareceu e vai causar um impacto. Mas temos todas as indicações de que o programa nuclear vai em frente. No fim do ano passado, assinamos um contrato com a EPE e a Secretaria de Assuntos Estratégicos para pesquisa de todo o território nacional, e em breve teremos um menu de opções", afirma Francisco.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, o consumo de energia no Brasil vai crescer 3,7% ao ano até 2030. Hoje, a energia nuclear responde por 2,5% da energia elétrica no Brasil. Até 2030, a previsão é de que o percentual chegará a 5%.

O plano é construir duas usinas no Nordeste e duas no Sudeste, cada uma com capacidade instalada de mil megawatts cada (Angra 1 e 2, juntas, têm capacidade instalada de quase 2 mil MW). Conforme a demanda, outras duas do mesmo tamanho poderão ser construídas.

Cronograma

O cronograma prevê que a primeira usina entre em operação em 2019, no Nordeste, e a quarta em 2025, no Sudeste. Assim, a construção da primeira deve ser iniciada já no fim de 2012 ou no início de 2013, segundo Francisco.

"Por uma questão de responsabilidade socioeconômica, o Brasil precisa dar ao cidadão uma oferta maior de energia", diz o porta-voz da Eletronuclear.

Ele aponta que o consumo de energia per capita no país ainda é menor do que no Chile, na Argentina ou no México, e menos da metade do que na Espanha. Com um maior desenvolvimento do país, a tendência é que essa taxa aumente, afirma o porta-voz.

Francisco destaca ainda que o Brasil é hoje o 6º país que mais tem minério de urânio, apesar de só ter prospectado 30% de seu território.

"São poucos os países que têm o minério, têm toda a tecnologia de enriquecimento do urânio, têm usinas nucleares e sabem operá-las bem, sempre com segurança. Isso é estratégico para o Brasil, não podemos abrir mão disso", defende.

A Eletronuclear administra Angra 1 e 2 e está construindo Angra 3, todas no litoral do Estado do Rio de Janeiro.

O acidente em Fukushima reacendeu o debate sobre o uso da energia nuclear e motivou protestos no mundo todo, inclusive no Brasil.

Na segunda-feira, o Greenpeace fez uma manifestação contra a construção de Angra 3 em frente ao BNDES, no Rio, lançando sinalizadores para simular a contaminação por radiação. A ONG pede que a instituição suspenda o financiamento de R$ 6 bilhões para a construção da usina.

A energia nuclear também voltou ao debate no Congresso. No último dia 15, 13 deputados federais visitaram a central nuclear de Angra para verificar o nível de segurança das usinas. Eles marcaram uma audiência pública em Brasília para discutir o plano de emergência e os custos da geração da energia nuclear em comparação a outras fontes.

Apesar dos apelos por revisão, Brasil mantém estratégia nuclear

O governo brasileiro planeja seguir em frente com a construção de novas usinas nucleares no país e incorporar as lições tiradas do recente acidente em Fukushima, no Japão, apesar dos apelos de especialistas que pedem uma revisão da estratégia brasileira para a geração de energia nuclear.

Coordenador de Comunicação e Segurança da Eletronuclear (empresa ligada ao governo e responsável pela operação das usinas nucleares brasileiras), José Manuel Diaz Francisco diz que os planos de ampliar a produção de energia nuclear “vão em frente” e que a decisão do governo é correta.

“Vamos continuar os empreendimentos em andamento e acompanhar o que está acontecendo em Fukushima”, diz.

Francisco acrescenta que as usinas que serão construídas estão em fase de escolha de locações e ainda não têm tecnologia definida. “(Interromper os planos) Seria atrasar a possibilidade de progresso no Brasil, e por quê? É falta de visão estratégica do crescimento do país”, avalia.

Novos reatores

Já para o físico nuclear Luiz Pinguelli Rosa, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a primeira providência que deveria ser tomada após o acidente no Japão seria “suspender a ideia de construir mais quatro reatores no Brasil”.

“É hora de parar para pensar. A tecnologia pode mudar de rumo. Os acidentes de Three Mile Island (nos Estados Unidos) e de Chernobyl implicaram certas mudanças na tecnologia, e Fukushima também vai implicar”, afirma.

“Não temos a corda no pescoço para ter que fazer vários reatores agora. Podemos esperar e caminhar com mais segurança”, avalia Pinguelli.

“Esse acidente abala seriamente a confiança que os engenheiros tinham na segurança completa de reatores nucleares”, diz o físico José Goldemberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), lembrando que o acidente foi o primeiro caso grave desde Chernobyl.

Para Goldemberg, o episódio no Japão vai levar países que não dependem de energia nuclear a se voltarem para outras opções. “É o caso do Brasil, e é a posição que defendo. O país tem amplos recursos hidrelétricos ainda não aproveitados, bioenergia, energia eólica. Não tem necessidade de expandir o programa nuclear, que pode se tornar uma fonte de problemas.”

Lições

Diretor do departamento de Radioproteção e Segurança Nuclear da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Laércio Vinhas diz que, a partir de Fukushima, a comissão está analisando suas normas de segurança e a Eletronuclear está verificando seus procedimentos.

“Depois de todo acidente, a indústria nuclear faz uma análise bastante detalhada do que aconteceu e busca as lições que devem ser aprendidas. Essas melhorias são incorporadas nos reatores existentes e nos projetos de futuros reatores”, afirma Vinhas.

A usina nuclear de Fukushima, no nordeste do Japão, foi atingida por um tsunami após o terremoto do dia 11 de março, que desativou o gerador a diesel que deveria assegurar o suprimento de eletricidade para a usina.

Após o acidente, a Eletronuclear anunciou medidas para aumentar seu sistema de segurança e aprimorar o planejamento de emergência em suas duas usinas em Angra dos Reis, no litoral do Estado do Rio de Janeiro.

A empresa planeja construir píeres próximos às usinas para possibilitar a evacuação de moradores pelo mar; contratar uma empresa para monitorar as encostas da região, onde recentemente houve deslizamentos; e construir uma pequena central hidrelétrica caso o fornecimento de energia elétrica seja interrompido e os geradores a diesel falhem, como ocorreu em Fukushima.

Francisco diz que as medidas já estavam sendo estudadas, mas serão “aceleradas” após o episódio no Japão. Ele afirma que uma comissão da empresa estuda a evolução do acidente em Fukushima e que as lições tiradas serão incorporadas tanto às usinas de Angra dos Reis como às que forem projetadas no futuro.

“Vai haver uma demanda muito grande para que tomemos ações mais fortes em resposta às conclusões que aparecerem, aumentando as margens de segurança e dando mais oportunidade aos sistemas de segurança das usinas”, diz o representante da Eletronuclear.


Fonte: BBC Brasil
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Oriente Médio: confusão total entre EUA e aliados

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Nos últimos 50 anos, a política dos Estados Unidos no Oriente Médio foi construída a partir de estreitos laços com três países: Israel, Arábia Saudita e Paquistão. Em 2011, essa política apresenta diferenças significativas com esses três países. Além disso, tem divergências públicas com Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, China e Brasil acerca de suas atuais políticas na região. Parece que quase ninguém concorda com os Estados Unidos nem segue sua linha. É possível ouvir a frustração do presidente dos EUA, do Departamento de Estado, do Pentágono e da CIA, que percebem que a situação está fugindo do seu controle.

Por que os EUA criaram essa aliança tão estreita com Israel é um assunto de muito debate. Mas é visível que nos últimos anos essa relação vem se tornando cada vez mais tensa. Israel conta com a ajuda financeira e militar dos EUA e com seu veto sempre fiel no Conselho de Segurança da ONU. O que ocorreu agora é que tanto os políticos israelenses como sua base de apoio nos EUA se moveram de forma constante para a direita. Israel se mantem firme em duas coisas: as eternas demoras para estabelecer negociações sérias com a Palestina e a esperança de que alguém bombardeie os iranianos. Obama tem se movido na direção oposta, pelo menos até onde permite a política interna estadunidense.

As tensões são fortes e Netanyahu está rezando, se é que reza, para que haja uma vitória republicana em 2012. No entanto, o momento da crise pode vir antes disso, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas votar pelo reconhecimento da Palestina como estado membro. Os EUA se encontrarão em uma posição perdedora, ao lutarem contra isso.

A Arábia Saudita vem tendo uma confortável relação com Washington desde que o presidente Franklin Delano Roosevelt se reuniu com o rei Abdul Aziz em 1945. Eles foram capazes de controlar a política petroleira em todo o mundo. Colaboraram em assuntos militares e os Estados Unidos contaram com os sauditas para manter sob controle os regimes árabes. Mas agora o regime saudita sente-se bastante ameaçado pela segunda revolta árabe. Ficou muito contrariado pela aprovação da derrubada de Mubarak e pelas críticas estadunidenses – por mais leves que tenham sido – à intervenção saudita no Bahrein. As prioridades dos dois países são agora bastante diferentes.

Na era da Guerra Fria, quando Washington considerava que a Índia estava muito próxima da União Soviética, o Paquistão obteve o respaldo pleno dos EUA (e da China), sem importar que regime estivesse no poder. Trabalharam juntos para apoiar os mujahedins no Afeganistão e forçaram a retirada das tropas soviéticas. É de se supor que trabalharam juntos para impulsionar o crescimento da Al-Qaeda. Duas coisas mudaram. Na era pós-Guerra Fria, os EUA desenvolveram relações muito mais cordiais com a Índia, para frustração do Paquistão. Além disso, Paquistão e EUA estão em forte desacordo acerca de como manejar a sempre crescente força da Al-Qaeda e dos talibãs no Paquistão e no Afeganistão.

Um dos principais objetivos da política externa dos EUA desde o colapso da União Soviética tem sido evitar que os países europeus desenvolvam políticas autônomas. Mas agora os três principais países europeus – Inglaterra, França e Alemanha – estão desenvolvendo suas próprias políticas. Nem a linha dura de George W. Bush nem a diplomacia mais suave de Barack Obama parecem ter diminuído o ritmo desta tendência. O fato de que França e Inglaterra peçam agora aos EUA para assumir uma liderança mais ativa na luta contra Kadafi e o fato de a Alemanha dizer mais ou menos o oposto é menos importante que o fato de que os três estão dizendo estas coisas em voz alta e forte.

Rússia, China e Brasil jogam todas suas cartas em termos de suas relações com os EUA. Nos dias que correm, esses três países se opõem a quase todas as posições estadunidenses. Podem não ir às últimas consequências (não fazem uso de seu veto no Conselho de Segurança, no caso dos dois primeiros) porque os EUA ainda têm garras que pode utilizar. Mas certamente não estão cooperando. O fiasco da recente viagem de Obama ao Brasil, onde pensou que podia iniciar um novo enfoque com a presidenta Dilma Rousseff – e não conseguiu – mostra a pouca influência que os EUA têm na atualidade.

Por fim, a política interna dos EUA também mudou. A política externa bipartidária converteu-se em memória histórica. Agora, quando Washington vai à guerra com a Líbia, as pesquisas de opinião mostram apenas 50% de respaldo por parte da população. E os políticos de ambos partidos atacam Obama por ser demasiado “falcão” ou demasiado “pomba”. Todos tentam tirar algum proveito com essas críticas. Isso pode fazer com que o presidente Obama se veja forçado a aumentar o envolvimento estadunidense em toda a região, exacerbando as reações negativas de todos os que, alguma vez, foram aliados.

É bem conhecido que Madeleine Albright disse que os Estados Unidos eram a nação indispensável. Segue sendo ainda o gigante do cenário mundial. Mas é um gigante torpe, inseguro sobre onde vai e como faz para ir. A medida da decadência estadunidense é o grau no qual seus antigos aliados mais próximos estão prontos para desafiar seus desejos e dizê-lo de forma pública. A medida da decadência estadunidense é expressa também pelo grau no qual não se sente capaz de expressar em público o que está fazendo e insistir que, na verdade, tudo está sob controle. O fato é, por exemplo, que os EUA tiveram que aportar uma grande soma em dinheiro para tirar da prisão um agente da CIA no Paquistão.

As consequências disso tudo? Muito mais anarquia global. Quem se beneficia desse quadro? Até o momento, essa é uma questão que permanece muito aberta.

Fonte: Carta Maior
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Kadafi contorna sanções da ONU para financiar contrarrevolução

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O ditador Muammar Kadafi e seus parceiros comerciais internacionais têm conseguido contornar as sanções da ONU para canalizar dinheiro e petróleo para a Líbia, a fim de financiar e abastecer suas forças militares.

Se a aliança internacional contra Kadafi tem aprendido alguma lição com a campanha para assumir o controle sobre o regime – ou de fato derrubá-lo e substituí-lo – a mais evidente até agora deve ser que o líder líbio é muito mais resistente e empreendedor do que muitos pensavam.

Os ataques aéreos da Otan e a zona de exclusão aérea estabelecida com a anuência das Nações Unidas deveriam dizimar as forças de Kadafi e manter seus jatos de combate no solo. Mas mesmo que a força aérea líbia não represente mais ameaça para os rebeldes ou para civis no conturbado país norte-africano, os bombardeios, que já duram mais de um mês, aparentemente falharam em deter o exército de Kadafi.

Longe do campo de batalha, esforços diplomáticos empregados para pressionar o regime na Líbia também tiveram menos impacto do que os opositores de Kadafi esperavam.

Apesar da recente afirmação do ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, de que as sanções contra o regime estariam funcionando e por isso deveriam ser mantidas, evidências apontam que, embora a Líbia esteja certamente sentindo seus efeitos, as restrições internacionais sobre o regime ainda estão longe de subjugar o ditador tão rapidamente quanto os líderes da Otan esperavam. "Para este fim, elas têm sido ineficazes", disse à Deutsche Welle Kristian Ulrichsen, especialista em Oriente Médio e Norte da África na universidade britânica London School of Economics (LSE).

"Enquanto a população civil de Misrata e outras cidades continuarem sendo alvo do regime, as sanções não terão cumprido seu objetivo principal, que é oferecer proteção humanitária para a população civil", acresceu.

Parece que a experiência de Kadafi em conviver com sanções durante a maior parte dos seus 42 anos no poder ensinou ao ditador líbio como contornar as tentativas da comunidade internacional de confiscar suas finanças e destruir os negócios que financiam seu regime.

Comércio de petróleo e gás abastece regime

Uma das táticas do ditador foi revelada recentemente em uma reportagem da agência Reuters, que afirma que o regime usa intermediários na Tunísia e uma companhia registrada em Hong Kong para importar gasolina para o oeste da Líbia através da transferência entre navios.

Essas transferências, que incluem mudanças duvidosas de nomes em documentos oficiais sobre origem e destino, seriam supostamente destinadas a driblar as sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que banem qualquer transação com a companhia estatal de petróleo da Líbia (NOC, na sigla em inglês).

Atualmente não é ilegal a Líbia importar ou exportar petróleo ou gasolina, mas é ilegal fazer negócios com a NOC. E ainda que não haja fortes evidências do envolvimento da NOC, os investigadores da ONU acreditam ser quase impossível que a NOC não esteja ligada de alguma forma à importação de gasolina para a Líbia.

Uma matéria posterior da Reuters revelou também que a Companhia Nacional de Transporte Marítimo da Líbia (GNMTC) importou gasolina da refinaria italiana Saras no início de abril, aproveitando uma lacuna nas sanções da ONU que permite aquisições por companhias que não estejam em uma lista de empresas banidas.

A GNMTC, que se acredita ser controlada pelo filho de Kadafi, Hannibal, não está em qualquer lista negra da ONU, embora Hannibal esteja. Negociar com a GNMTC é legal apenas se não houver evidências de que Hannibal obtenha benefício direto de qualquer transação.

Boicote às sanções

Outros países envolvidos em negociações com Kadafi têm ignorado de bom grado as sanções da ONU em benefício e lucro próprios.

Enquanto os Estados Unidos e a União Europeia bloquearam o acesso do ditador líbio a mais de 41 bilhões de euros em investimentos e contas em bancos estrangeiros, países como a Turquia e o Quênia recusaram-se a congelar os bens de Kadafi e permitiram que ele redirecionasse bilhões de euros para Trípoli desde o início da rebelião, em meados de fevereiro.

Outros países como Índia, China e Rússia, que resistiram aos esforços de expandir as sanções, prometeram apenas suspender pagamentos para suas próprias empresas que operam na Líbia – e não impor restrições aos negócios da Líbia.

"O fato de Kadafi poder contar com a entrada de capital proveniente de negócios e países que ignoram as sanções demonstra uma das principais falhas", diz Ulrichsen. "Até que isso seja corrigido e as sanções se tornem absolutas, Kadafi vai continuar a receber financiamento e apoio para prolongar a sobrevivência de seu regime."

Não se sabe exatamente quanto dinheiro o ditador líbio tem guardado, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que antes de Kadafi ter redirecionado seu fluxo de dinheiro de todas as partes do mundo para Trípoli, ele estaria sentado sobre uma fortuna estimada em 104 bilhões de dólares em dinheiro e ouro. Acredita-se que essa quantia aumentou significativamente durante os primeiros dias da rebelião.

Kadafi ganha tempo

A hesitação da comunidade internacional em agir mais rapidamente pode ter dado a Kadafi o tempo necessário para limpar suas contas bancárias antes que as bombas começassem a cair.

Kimberly Ann Elliott, especialista em sanções econômicas associada ao Instituto Peterson para Economia Internacional, nos Estados Unidos, disse que as sanções geralmente falham porque os ditadores têm tempo suficiente para transferir seus bens e evitar um choque financeiro.

"Normalmente, as ações com vista a esse tipo de sanção são anunciadas antes de sua imposição, então sempre há tempo para esses homens transferirem ou esconderem seus bens", disse Elliott à Deutsche Welle.

Já para Ulrichsen, ao apostar que o apoio internacional aos ataques aéreos enfraquecerá na medida em que continue o atual impasse, o regime de Kadafi tenta sobreviver aos bombardeios.

"Isso representa o principal perigo para a coalizão, no momento em que sérias questões já começam a ser levantadas sobre a eficácia da atual estratégia, o consenso deve começar a se desfazer em breve, se não houver qualquer sinal de uma solução bem-sucedida", conclui o especialista da LSE.

Fonte: Deutsche Welle
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EUA e Reino Unido dizem ver limites para ação na Síria

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Os chefes de Defesa dos Estados Unidos e do Reino Unido minimizaram na terça-feira a possibilidade de uma intervenção estrangeira na Síria, como a que já acontece na Líbia. O britânico Liam Fox diz que há "limitações práticas" para o poderio militar ocidental.

Forças leais ao ditador sírio, Bashar al Assad, são acusadas de terem matado centenas de manifestantes na repressão aos protestos por democracia no país. Apesar disso, Assad tem sido poupado da ameaça de bombardeios da Otan, como os que ocorrem nas últimas semanas com aval da ONU contra as forças do líder líbio Muammar Gaddafi, que também reprime com violência a revolta contra o seu regime.

Fox e o secretário norte-americano de Defesa, Robert Gates, condenaram as mortes na Síria. Mas Fox deixou claro que as forças militares de ambos os países, já sobrecarregadas com as missões no Afeganistão e Líbia, não têm muito a fazer.

"Não podemos fazer tudo o tempo todo, e temos de reconhecer que existem limitações práticas para aquilo que os nossos países podem fazer", declarou Fox ao ser questionado, junto com Gates, sobre a falta de intervenção ocidental na Síria.

Gates disse concordar "com tudo o que o doutor Fox afirmou".

Admitindo que há diferenças na reação do governo de Barack Obama às diversas rebeliões dos últimos meses no mundo árabe, Gates declarou que os Estados Unidos aplicam seus valores a todos os países da região, apoiando o direito das populações a protestarem pacificamente. Mas ele disse que as ações dos EUA não serão sempre as mesmas.

"A nossa resposta em cada país terá de ser adaptada a esse país e às circunstâncias peculiares desse país", disse Gates a jornalistas.

As declarações ocorrem num momento em que os EUA e Reino Unido cogitam sanções contra a Síria, depois de Assad ter enviado tanques para esmagar a revolta na cidade de Deraa, berço da rebelião no país.

LÍBIA

Os secretários de Defesa discutiram também maneiras de aumentar a pressão sobre Gaddafi na Líbia, onde há temor de um impasse prolongado. Mas Gates negou que haja planos para matar o líder líbio, mesmo depois de a Otan ter destruído na segunda-feira um prédio no complexo governamental de Bab al Aziziyah, em Trípoli.

O governo da Líbia disse que se tratou de um atentado contra a vida de Gaddafi, e o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, acusou na terça-feira alguns governos do Ocidente de tentarem "executar" o líder líbio, no poder há 41 anos.

"Não estamos tratando-o especificamente como um alvo, mas consideramos que os alvos de comando e controle são alvos legítimos --onde quer que os encontremos", disse Gates.

Fox se disse animado com a retirada das forças de Gaddafi do centro da cidade portuária de Misrata, e citou "progressos significativos alcançados nas últimas 72 horas".

Mas a retirada pode ser apenas uma tática, permitindo que as forças pró-Gaddafi se posicionem nos arredores da cidade e usem artilharia pesada para bombardear o porto e as áreas vizinhas.

Fonte: Reuters
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Obama nomeará general Petraeus para chefiar CIA

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O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, irá nomear o diretor da CIA, Leon Panetta, ao cargo de secretário de Defesa dos Estados Unidos, reformulando sua equipe de segurança antes de sua campanha presidencial de 2012 e da batalha sobre o orçamento do Pentágono.
Obama também irá nomear David Petraeus, general do Exército norte-americano e chefe das forças do país e da Otan no Afeganistão, para substituir Panetta como diretor da CIA, e o diplomata veterano Ryan Crocker como embaixador no Afeganistão, segundo autoridades nesta quarta-feira.

As mudanças, que já eram muito aguardadas, ainda precisam ser confirmadas pelo Senado, e colocariam uma figura ligada ao Partido Democrata no comando do Pentágono no momento em que Obama avança com políticas delicadas no Afeganistão e na Líbia.

O atual chefe de Defesa, Robert Gates, foi indicado pelo ex-presidente George W. Bush, um republicano e se mostrou um político independente em ambos os governos. Gates, um ex-diretor da CIA, já deixou claro que deixará o cargo como chefe da Defesa ainda neste ano.

Segundo uma autoridade norte-americana, a indicação de Panetta seria anunciada ainda nesta semana.

Panetta, que faz 73 anos em junho, é um ex-deputado da Califórnia que foi presidente da Comissão de Orçamento da Casa Branca. Ele foi o diretor de Orçamento do presidente Bill Clinton, e depois seu chefe de gabinete.

Petraeus, de 58 anos, é uma figura popular, reconhecido por tirar o Iraque de uma iminente guerra civil depois da invasão norte-americana em 2003, antes de assumir o comando das forças dos EUA e da Otan no Afeganistão.

Segundo as fontes, a Casa Branca queria um alto cargo para Petraeus para garantir que ele não será indicado pelos republicanos para desafiar Obama na eleição presidencial do ano que vem.

Crocker foi embaixador no Iraque, Paquistão, Síria, Kuweit e Líbano.

Fonte: Reuters
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Otan defende Misrata, mas bombardeios continuam

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Ataques aéreos da Otan obrigaram forças do governo líbio a recuar de uma de suas posições na cidade sitiada de Misrata de terça para quarta-feira, mas elas retomaram o bombardeio da zona portuária nesta quarta-feira, disse um porta-voz dos rebeldes.

Um navio que esperava na costa para retirar mil trabalhadores migrantes da cidade aproveitou um intervalo nos bombardeios, que reduziram grandes porções da cidade a escombros, para aportar. Não ficou claro se a embarcação havia partido quando os disparos recomeçaram.

Misrata, enclave rebelde do oeste que oferece uma rota marítima para o coração dos insurgentes no leste, é o alvo do esforço de Muammar Gaddafi para sufocar o levante contra seu governo de quatro décadas. Mas nem o Exército nem os rebeldes, apoiados pelos ataques aéreos da Otan liderados por Grã-Bretanha e França, obtiveram uma vitória decisiva após semanas de combates.

"As forças de Gaddafi recuaram da zona portuária, onde estavam posicionados ontem (terça-feira), depois dos ataques aéreos da Otan, que destruíram completamente 37 veículos militares", afirmou o porta-voz rebelde, chamado Reda, à Reuters em Argel por telefone de Misrata.

"Nesta manhã as forças de Gaddafi começaram a bombardear uma área cerca de 10 km ao norte da cidade, conhecida como Área do Aço. O bombardeio ainda está em andamento. Estão usando mísseis Grad... aviões de Guerra estão sobrevoando as cercanias de Misrata, mas não ouço som de ataques", disse ele.

Os mísseis Grad são de fabricação russa e são usados em disparos múltiplos, geralmente feitos da caçamba de caminhonetes.

AJUDA POR MAR

Horas antes de o bombardeio ser retomado, a Organização Internacional para Migração (IOM na sigla em inglês) disse que uma embarcação aportou em Misrata com o objetivo de evacuar líbios feridos nos combates, além de trabalhadores migrantes, para o reduto insurgente de Benghazi, no leste líbio.

"O Red Star One acabou de aportar e está descarregando suprimentos de ajuda médica, incluindo ambulâncias", declarou um porta-voz durante uma pausa nos bombardeios.

Um porta-voz rebelde em Misrata, terceira maior cidade da Líbia, disse que oito nativos foram mortos durante as lutas de terça-feira, mais do que os três mortos relatados.

"Houve um bombardeio muito intenso na zona portuária e em outra área a sudoeste de Misrata, cerca de 4 km distante do centro, afirmou Rami à Reuters por telefone do local. A linha foi cortada antes do porta-voz poder dar maiores detalhes

Fonte: Reuters
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Otan quer matar Gaddafi e efetua ataques indiscriminados, diz Chávez

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O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu novamente nesta terça-feira que uma solução política seja encontrada para o conflito líbio e acusou a comunidade internacional de querer matar o ditador Muammar Gaddafi, a quem chamou de "amigo", embora "não esteja de acordo com ele em tudo".

"Vocês sabem que Gaddafi é nosso amigo, mas isto não tem nada a ver com amizade. Quem tem direito de jogar bombas assim? Estão procurando Gaddafi para matá-lo", disse Chávez, presente em uma reunião de ministros das Relações Exteriores latino-americanos e caribenhos em Caracas.

"Não estamos de acordo com tudo o que Gaddafi faz ou fez, mas quem pode assumir o direito de jogar bombas todas as madrugadas? Elas caem em um centro comercial, em um hospital, em uma universidade. Tudo isso para conseguir a queda de um regime", acrescentou o mandatário.

Chávez, principal aliado de Gaddafi na América Latina, voltou a defender sua ideia de enviar uma comissão internacional de paz para realizar a mediação desse conflito interno, proposta lançada há semanas e que teve pouco apoio internacional.

"Estamos fazendo um modesto esforço para chegarmos a uma saída política para este problema", disse.

Na opinião de Chávez, a intervenção estrangeira na Líbia, iniciada em março, pretende apenas "apoderar-se de seu petróleo".

Segundo a Otan, os bombardeios na Líbia pretendem proteger a população civil sem impor uma mudança de regime. Até o momento, Gaddafi, no poder desde 1969, continua combatendo os rebeldes que se opõem ao seu regime.

ALVO LEGÍTIMO

Os escritórios de Gaddafi, bombardeados nesta segunda-feira, representam um "alvo legítimo", disseram nesta terça-feira, em Washington, o secretário americano e o ministro britânico da Defesa, Robert Gates e Liam Fox.

"Julgamos que os centros de comando são alvos legítimos e os destruímos, então", afirmou Robert Gates durante entrevista à imprensa, ao lado de Fox.

"É de lá que as forças de Gaddafi cometem violências contra as populações civis, como em Misrata", explicou.

No entanto, Gaddafi não é ele próprio o alvo de aviões da Otan, de acordo Gates: "nós não o visamos especificamente".

Os escritórios do ditador, situados em sua mansão na área de Bab al Aziziya em Trípoli, foram totalmente destruídos ontem por um ataque aéreo da Otan.

O ministro britânico falou em "avanços" das tropas nos últimos dias, principalmente em Misrata.

ATAQUES

Aviões da Otan bombardearam na madrugada desta segunda-feira a cidade de Trípoli atingindo um grande prédio do complexo onde mora Gaddafi, destruindo totalmente a instalação.

Segundo informações da agência France Presse, as detonações tiveram uma força inédita no centro da cidade e fizeram tremer o hotel onde estão os correspondentes da imprensa estrangeira em Trípoli.

Os ataques, avaliados pelo governo líbio como uma tentativa de assassinato de Gaddafi, ocorreram por volta da 00h10 local (19h10 em Brasília) em vários bairros da cidade. Segundo a imprensa oficial, 45 pessoas ficaram feridas pelos bombardeios, 15 delas em estado grave.

Três emissoras locais TV Líbia, Jamahiriya e Shababiya ficaram cerca de meia hora fora do ar após os bombardeios.

Fonte: France Presse
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terça-feira, 26 de abril de 2011

Danos colaterais e terror

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Aumenta a cada dia o número de civis que morrem nas guerras sobre a rubrica "danos colaterais". No inicio do século XX, 5% das vítimas de guerra eram civis, na Primeira Guerra Mundial, 15%; na Segunda Guerra Mundial o valor saltou para uma taxa de mortalidade de 65%; na década de noventa, 75% das mortes da guerra eram civis. Hoje, a cifra atinge os 90% sendo que a maioria é composta por mulheres e crianças.

Quando um Estado realiza um ataque em outro país e, previsivelmente, mata não combatentes pode ser isento de culpabilidade simplesmente porque não manifestou a intenção de matar inocentes? O jurista Richard Goldstone que presidiu uma comissão nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para apurar violações aos direitos humanos em decorrência dos ataques de Israel à Faixa de Gaza, em 2009, escreveu em seu relatório que tanto as forças militares israelenses, como o grupo Hamas, eram culpados de crimes de guerra no conflito. Por volta de 1.400 palestinos (900 civis) e 13 israelenses (10 soldados e 3 civis) morreram no mesmo período. Recentemente, Goldstone escreveu, em uma coluna do Washington Post (01/04/2011) que: "sabemos atualmente muito mais sobre o que aconteceu em Gaza do que no momento quando fizemos o relatório ... Se eu soubesse o que sei agora, o Relatório teria sido diferente". Pois, a comissão de inquérito, de acordo com Goldstone, não tem provas para explicar as circunstâncias em que os civis em Gaza foram alvo, o que, provavelmente, teria influenciado a avaliação sobre a “intencionalidade dos crimes de guerra”.

Um ponto-chave no artigo e no amplo debate desencadeado pelo relatório Goldstone é a questão da intenção criminosa. Nos julgamentos de crimes de guerra, a acusação deve provar não só que o argüido cometeu um delito, mas também que manifestou a intenção, ou estava plenamente ciente das conseqüências do que poderia resultar. Essas ações são tradicionalmente avaliadas em duas categorias: ação intencional contra civis por parte de militares, o que caracterizaria como “crimes de guerra"; ou morte não intencional de civis no decurso de operações militares que é muitas vezes referida como "danos colaterais". São os danos colaterais, e não os crimes de guerra, que constituem, atualmente, a maioria das mortes de civis nas guerras.

A proporção de vítimas de danos colaterais aumentou dramaticamente desde o fim da Guerra Fria (cerca de 59%). Num primeiro momento podemos saudar como uma boa notícia uma diminuição nos ataques direto aos civis ao longo do tempo. Mas o que é mais importante notar é que o aumento em termos absolutos dos “danos colaterais” ocorre num contexto de diminuição do número de guerras interestatais e no momento em que a modernização tecnológica e a utilização de armas de grande precisão deveriam reduzir a probabilidade de danos colaterais.

Apesar dos ataques realizados se justificarem como legíitima defesa quando as tropas estão sob ataque ou quando estão na iminência de serem atacadas as perguntas quanto ao uso de força excessiva e os danos colaterais em termos de vítimas civis permanecem. Nesses casos, os ataques exigem um vasto trabalho de inteligência para a identificação do alvo e da sua constante vigilância. Assim, em muitos casos não houve tempo para elaborar um plano para o ataque, bem como planejar uma operação especial para atingir o alvo. Essa avaliação, por sua vez, deve sustentar o critério da proporcionalidade, pesando vantagem militar antecipada contra mortes de civis, bem como o princípio da necessidade e da distinção.

Como se sabe cada vez mais, as chamadas armas de precisão têm um raio de destruição muito grande. Os ataques aéreos sempre têm um alto custo em vidas humanas. Relatos recentes revelam que, para cada indivíduo alvo, há em torno de 50 vítimas colaterais (sem falar de outras conseqüências como o alto de número de feridos, destruição de propriedades e etc).

Um documento elaborado por uma comissão de especialistas sob os auspícios da secretaria geral da ONU apresentou a seguinte definição de terrorismo: “qualquer ato, ademais dos atos já especificados nas convenções vigentes sobre determinados aspectos do terrorismo... destinado a causar a morte ou lesões corporais graves a um civil ou a um não combatente, quando o propósito de tal ato, por sua natureza ou contexto, seja intimidar uma população ou obrigar a um governo ou a uma organização internacional a realizar um ato ou a abster-se de fazê-lo”.

Embora essa definição reconheça que os Estados possam ser responsabilizados, a questão relativa ao propósito do ato é essencial, deixando sempre amplas possibilidades aos Estados alegarem que sua intenção nunca é causar danos a civis. Quando isso acontece há um conceito - “danos colaterais” - esperando para ser usado, encobrindo a trágica conseqüência dos verdadeiros motivos da ação. Por que essas ações que ocasionam a morte de civis não poderiam ser qualificadas como terrorismo?

No Afeganistão e Iraque, os EUA utilizam deliberadamente métodos que se sabe, de antemão, que irão causar a morte de um grande número de não combatentes, dado o alto poder destrutivo das armas, porém a justificativa é que não se trata de terrorismo já que não há a intenção manifesta de matar civis. É preciso desvincular a questão da ocorrência de danos colaterais dos problemas de tecnologia, de erro humano, ou de inteligência militar e entender que, se trata de uma questão ideológica. Nunca se viu na história das guerras e do direito internacional a quantidade e variedade de eufemismos humanistas empregados atualmente, justamente para encobrir verdadeiros assassinatos.

Por Reginaldo Nasser - Professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e do Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e PUC-SP).

Fonte: Carta Maior
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Brasil supera países do G-20 em empreendedorismo, aponta Sebrae

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O Brasil ganhou destaque no cenário do empreendedorismo mundial em 2010. Ranking global divulgado nesta terça-feira mostra o país à frente de membros do G-20.

Segundo os dados da pesquisa, 21,1 milhões brasileiros exerceram atividade empreendedora no ano passado, com negócios de até três anos e meio de atividade. O número representou uma Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) de 17,5% da população adulta (18 a 64 anos).

A taxa ultrapassou a China (14,4%) e foi superior aos 17 membros do G-20 que participaram da pesquisa no ano passado. A Índia não participou do levantamento em 2010. Os EUA tiveram um índice de 7,6%.

Do percentual total de empreendedores no país, 5,9% estão em estágio inicial, que considera empreendimentos desde a fase de planejamento até meses de atividade, chamados de nascentes, e 11,7% são os negócios novos com mais de três meses até três anos e meio.

"A participação expressiva dos negócios novos mostra que a grande maioria dos empreendimentos no Brasil está conseguindo superar os primeiros três meses e se manter no mercado, o que é muito positivo", afirma Luiz Barretto, presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que responde pelos dados sobre o Brasil.

Em sua 11º edição, a pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor) é coordenada pela Associação Global de Pesquisa em Empreendedorismo (Gera, na sigla em inglês), dirigida por universidades internacionais, como a London Business School, na Inglaterra, além de representantes dos países participantes do estudo. Mais de 180 mil países, dos 60 países participantes, responderam à pesquisa em 2010.

Fonte: Folha
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ONU critica Brasil por desapropriações para Copa e Olimpíada

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O Brasil faltou com transparência e pagou indenizações insuficientes pelas desapropriações para obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, possivelmente cometendo violações aos direitos humanos, disse uma relatora especial da ONU nesta terça-feira.

A relatora especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU Raquel Rolnik pediu que o país interrompa as desapropriações até que essas questões sejam resolvidas.

"Com a atual falta de diálogo, negociação e participação genuína no desenvolvimento e implementação de projetos da Copa do Mundo e da Olimpíada, as autoridades de todos os níveis devem interromper todas as desapropriação planejadas até que se possa garantir diálogo e negociações", disse.

Provável palco da final do Mundial e sede dos Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro aparece ao lado de São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Recife, Natal e Fortaleza como as cidades que realizaram desapropriações ilegais ligadas a projetos dos eventos esportivos, segundo o estudo.

A relatora independente, indicada para avaliar as condições de moradia como componente dos direitos humanos, disse ter recebido muitas queixas sobre falta de transparência, consultas, diálogo, negociação justa e participação das comunidades afetadas nos processos de desapropriação.

"Peço às autoridades federal, estadual e municipal envolvidas nos projetos da Copa do Mundo e da Olimpíada que se envolvam em um diálogo transparente com a sociedade brasileira, particularmente com os setores da população diretamente afetados", disse a relatora em comunicado.

Casos citados no estudo da ONU incluem um plano de retirar 2.600 famílias em Belo Horizonte e desapropriações já realizadas no Rio de Janeiro, que vai construir três vias expressas de ônibus (BRTs) que passarão por favelas que abrigam milhares de moradores que vivem em condições precárias.

Em São Paulo, milhares de família já foram despejadas com parte de um projeto de ampliação de uma avenida na zona sul, que ainda deve causar a retirada de mais milhares de pessoas, segundo a relatora.

INDENIZAÇÕES BAIXAS

Um dos problemas mais graves, segundo Rolnik, são os baixos valores das indenizações pagas, especialmente em um momento de alta nos valores de imóveis no país.

"Também estou preocupada com as indenizações muito limitadas que são oferecidas às comunidades afetadas, o que é ainda mais grave devido aos valores elevados dos imóveis nas localidades onde as obras estão acontecendo para esses eventos", disse.

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse à Reuters em resposta ao relatório que muitas desapropriações aconteceram em áreas de risco, e convidou a relatora da ONU a visitar as comunidades atingidas.

"Nós não consideramos que há tentativas forçadas de retiradas de pessoas... muitas dessas áreas são áreas de risco, onde as pessoas estão em condição muito precária", afirmou em Brasília.

"Todas as mudanças vindas para favorecer obras em termos de empreendimentos para a Copa do Mundo vêm para favorecer essas famílias em moradias mais adequadas, o que é sinônimo de direitos humanos nestas comunidades", acrescentou.

O relatório da ONU foi divulgado um dia após a Anistia Internacional também ter alertado que as desapropriações relacionadas aos Jogos Olímpicos e ao Mundial podem desrespeitar os direitos humanos dos moradores de favelas do Rio.

Um possível entrave nas desapropriações pode resultar em mais atrasos nas obras em todo o país para os eventos esportivos. Reformas de aeroportos e estádios já estão atrasadas, despertando críticas recentes do presidente da Fifa, Joseph Blatter.

O caso mais emblemático é o de São Paulo -- o estádio escolhido para receber as partidas do Mundial na maior cidade do país ainda nem saiu do papel a três anos do início da Copa

Fonte: Reuters
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Grã-Bretanha, França e Itália pressionam Síria por fim da violência

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Grã-Bretanha, França e Itália pediram nesta terça-feira que a Síria acabe com a repressão violenta contra os protestos anti-governistas.

Em uma declaração conjunta, a França e a Itália pediram que a União Europeia e a ONU pressionem o governo da Síria para que seja suspensa a repressão aos manifestantes de oposição, que organizaram protestos em várias cidades do país árabe.

"Juntos, mandamos um forte apelo para as autoridades em Damasco pararem com a repressão violenta de demonstrações pacíficas", disse o premiê italiano, Silvio Berlusconi.

Ao seu lado, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse "concordar com Berlusconi que a situação na Síria se tornou inaceitável".

"Você não pode mandar o Exército para cima de manifestantes, atirar neles. Esta brutalidade é inaceitável", completou.

Apesar da pressão dos dois países, Sarkozy afirmou na entrevista coletiva que a França não vai intervir na Síria sem uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Grã-Bretanha

Ao Parlamento britanico, o chanceler do país, William Hague, disse que a continuidade da violência poderia levar a sanções contra o governo sírio.

"A Síria está em uma encruzilhada. Se escolher mais repressão violenta, terá apenas a garantia de segurança a curto prazo", disse.

"Se o país fizer isso, trabalharemos junto a nossos parceiros, europeus ou não, para adotar medidas, incluindo sanções, que devem ter impacto no regime."

"Precisamos ver verdadeiros atos de reforma, não de repressão", acrescentou.

Deraa

Na cidade de Deraa (sul do país) teriam ocorrido nesta terça-feira mais disparos depois que os soldados e tanques do Exército entraram na cidade na segunda-feira.

A agência de notícias oficial informou que vários soldados sírios morreram nos confrontos.

Segundo Owen Bennett-Jones, correspondente da BBC no país vizinho Líbano, o governo da Síria contesta as afirmações de países ocidentais de que as manifestações contra o governo são pacíficas.

Uma declaração da agência de notícias oficial síria afirma que o governo enviou soldados para várias cidades a pedido dos moradores, que temiam "extremistas armados".

A declaração oficial acrescentou que várias pessoas foram presas nestas operações e serão processadas em cortes civis, devido à suspensão das leis de emergência do país, na semana passada.

O correspondente da BBC acrescentou que a comunicação com a Síria é virtualmente impossível, apesar de haver informações de confrontos na cidade de Deraa, pois o governo está tentando retomar o controle na cidade.

Em vídeos postados na internet, que teriam sido filmados nesta terça-feira na cidade, ainda se podem ouvir tiros.

Estados Unidos

Nesta terça-feira, os Estados Unidos pediram para que seus cidadãos deixem a Síria.

O Departamento de Estado americano comunicou também que parte de seu corpo diplomático e familiares destes devem abandonar o território sírio.

Na segunda-feira, Washington havia levantado a possibilidade de aplicar novas sanções contra a Síria, em resposta à “violência brutal” empregada contra manifestantes, segundo um porta-voz da Casa Branca.

As possíveis novas sanções poderiam incluir o congelamento de ativos e a proibição de negócios com os Estados Unidos.

Ativistas dizem que mais de 350 pessoas morreram desde o início das manifestações antigoverno, em março. Não há, no entanto, informações independentes sobre o número total de mortos.

Nesta terça, o Conselho de Segurança da ONU deve discutir, em Nova York, um esboço de documento feito por países europeus para condenar a violência na Síria.

Segundo diplomatas, o texto pede moderação por parte do governo sírio e apoia o chamado do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, por uma investigação sobre a morte de manifestantes.

Fonte: BBC Brasil
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Acidente nuclear de Tchernobil completa 25 anos

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Há 25 anos o mundo presenciava o maior acidente nuclear da história quando no dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Tchernobil que fica localizada na Ucrânia, o reator de número 4 apresentou falhas resultando em uma série de explosões e no derretimento do seu núcleo.

Considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produziu uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima. Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.

Acidente nuclear de Tchernobil custou US$ 180 bilhões

O primeiro-ministro ucraniano, Nikolai Azarov, estimou nesta terça-feira em US$ 180 bilhões as perdas causadas pela catástrofe na usina nuclear de Tchernobil, que completa nesta terça 25 anos.

"O percentual de despesas destinado a esse fim (superar o acidente) chegou a representar 10% do orçamento anual da Ucrânia", assinalou Azarov em mensagem divulgada pelas agências ucranianas.

Azarov detalhou que por causa da explosão de 26 de abril de 1986 em Tchernobil "145 mil quilômetros quadrados dos territórios da Ucrânia, Belarus e Rússia foram contaminados".

"Cerca de 2,2 milhões de pessoas na Ucrânia receberam o status de vítimas de Tchernobil", disse.

O documento situa em 91 mil o número de pessoas que saíram de suas casas no dia seguinte à catástrofe das cidades de Pripyat, a 4 quilômetros da planta.

Apesar disso, Azarov reiterou que a Ucrânia é capaz de assumir as despesas da planta, enclausurada no ano 2000, mas que ainda abriga toneladas de combustível nuclear.

O primeiro-ministro ucraniano agradeceu à comunidade internacional pelos 550 milhões de euros arrecadados na semana passada para construir o novo sarcófago sobre o quarto reator da central e completar outros programas de desativação.

"Em prol da vida na Terra e com esforços conjuntos é necessário superar as terríveis consequências e preocupar-se para que algo assim não volte a repetir-se", declarou.

Em declarações à agência de notícias Efe, Azarov garantiu na véspera que "renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores".

Pesquisa divulgada na semana passada revela que quase 70% dos ucranianos são contrários à construção de novas usinas nucleares e 39,4% consideram que as atuais plantas são perigosas.

Os presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, e Ucrânia, Viktor Yanukovych, homenagearão nesta terça-feira as vítimas da tragédia na mesma central de Tchernobil, situada a menos de 100 quilômetros da capital ucraniana, Kiev.

Tchernobil espalhou há quase um quarto de século 200 toneladas de material físsil com radioatividade equivalente a 500 bombas atômicas como a de Hiroshima.

A radiação afetou a mais 5 milhões de pessoas, principalmente na Rússia, Ucrânia e Belarus, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

Fonte: GeoPolítica Brasil / EFE
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FMI estima que China ultrapassará EUA em cinco anos

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Uma estimativa indicando que a economia chinesa superará a americana em apenas cinco anos abriu um debate entre especialistas econômicos sobre um iminente fim da "era americana" no cenário mundial.

O debate foi aberto pelo website MarketWatch, do diário financeiro americano "The Wall Street Journal".

Em um artigo intitulado "A bomba do FMI: A Era Americana se Aproxima do Fim", o colunista Brett Arends analisa como o avanço econômico chinês põe em questão a hegemonia dos Estados Unidos no cenário mundial.

Os dados são estimativas extraídas do mais recente Panorama Econômico Mundial, o relatório World Economic Outlook, produzido pelo Fundo Monetário Internacional.

Segundo o FMI, em 2016 o PIB chinês medido pelo critério de poder de compra atingirá US$ 19 trilhões e superará o americano (US$ 18,8 trilhões) pela primeira vez na história.

Esse critério de medição do PIB considera o poder aquisitivo em determinado país, considerando não apenas os rendimentos, mas as diferenças de custo de vida entre os países.

Em cinco anos, China e Estados Unidos responderiam, respectivamente, por 18% e 17,7% da economia mundial, indicam as estimativas do fundo.

Por outro critério amplamente utilizado internacionalmente, entretanto, os EUA continuam e continuarão sendo de longe mais poderosos economicamente que a China.

Medido a preços correntes, no qual o valor da produção é convertido em dólares para efeito de comparação, o PIB americano (US$ 18,8 trilhões) ainda permaneceria quase 70% maior que o chinês (US$ 11,2 trilhões) em 2016.

FIM DE UMA ERA

Após o início da discussão, o FMI respondeu ao "WJS", afirmando não considerar adequado o critério usado pela coluna para basear suas ideias.

"Na paridade de poder de compra, os preços são influenciados por serviços não-comerciáveis, que são mais relevantes no plano doméstico que no plano global", disse, em nota, o fundo.

Ainda assim, o colunista do WSJ considerou que a comparação pela qual a China superaria os EUA em 2016 "é a que importa". "As taxas de câmbio variam rapidamente. E as taxas de câmbio adotadas pela China são falsas. A China mantém a sua moeda, o yuan, artificialmente desvalorizado através de grandes intervenções no mercado", escreve Arends.

"Isto é muito mais que uma questão de estatística. É o fim da Era Americana."

Outros especialistas econômicos acataram a mensagem de longo prazo trazida pela polêmica no "WSJ".

Um comentarista econômico do jornal britânico "Daily Telegraph" notou que as projeções do FMI serão "profundamente preocupantes para muitos americanos que temem que seu país esteja a ponto de ser ofuscado no curto prazo pela China e, mais adiante neste século, a Índia, ambos que, com uma população combinada de 2,5 bilhões de pessoas, fariam os 300 milhões que vivem nos Estados Unidos parecerem poucos".

Os autores da coluna "Beyondbrics" ("Além dos Brics", em tradução livre), do prestigiado "Financial Times", avaliaram que a questão da ascensão chinesa e a queda americana é "um debate contínuo".

Em outros veículos, a "disputa" China x EUA também está em foco. Em dezembro, a revista "Economist" propôs uma "brincadeira" para tentar definir a data em que o país asiático superará o ocidental pelos critérios de preços correntes.

A revista até criou um gráfico online (http://www.economist.com/blogs/dailychart/2010/12/save_date) no qual os usuários podem incluir os seus próprios parâmetros e assim calcular a data na qual os dois PIBs se cruzarão.

A revista aposta que, mantidas as atuais taxas de crescimento americana e chinesa, e levando em conta uma leve apreciação do yuan, a moeda chinesa, ao longo dos próximos anos, a China superará os Estados Unidos por volta de 2019

Fonte: BBC Brasil
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Defesa e segurança terão US$ 30 bi em investimentos

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As necessidades das Forças Armadas e policiais brasileiras para compra e modernização de equipamentos estão estimadas entre US$ 30 bilhões e US$ 35 bilhões.

Mesmo que projetos vistosos, como a compra de 36 novos caças do programa F-X, tenham de novo sido adiados, a Copa do Mundo de 2014 vai exigir US$ 2,8 bilhões em gastos de segurança; a Olimpíada de 2016, outro US$ 1,4 bilhão.

Muitas das empresas atuam tanto no setor civil quanto no militar, como em sistemas de comunicação, equipamentos de monitoramento, controle de tráfego aéreo e outras áreas da infraestrutura de transporte.

A feira bienal de material bélico Laad 2011 (Latin America Aero & Defence 2011), realizada dos dias 12 a 15 deste mês no Rio, dobrou de tamanho.

A primeira feira, em 1997, tinha seis delegações oficiais estrangeiras, 30 exibidores e recebeu 3.900 visitantes. Esta última bateu recordes: 663 exibidores de 40 países e mais de 25 mil visitantes.

E um reflexo ainda mais nítido é a temporada de fusões, aquisições, parcerias e associação de empresas brasileiras e estrangeiras.

Simbolicamente, a fabricante de aviões Embraer criou em 2010 a Embraer Defesa e Segurança.

A empresa iniciou parceria com a Atech Negócios em Tecnologias para participar de produtos e serviços na área de sistemas de comando, controle, computação, comunicações e inteligência.

A Embraer Defesa e Segurança adquiriu 50% do capital social da Atech, no valor de R$ 36 milhões. A Atech participou do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam e Sipam), do gerenciamento do espaço aéreo e integrou os sistemas de missão do avião de patrulha marítima P-3 da FAB.

A Embraer Defesa e Segurança também assinou um acordo com a AEL Sistemas (subsidiária da empresa israelense Elbit Systems) para explorar conjuntamente o mercado de veículos aéreos não tripulados (Vants).

Esses aviões de controle remoto podem ser usados para a vigilância de fronteiras. Uma veterana empresa da área de defesa, a Avibrás, apresentou na Laad o protótipo de um Vant, o Falcão.

A OrbiSat, especializada em sensoriamento remoto e radares para vigilância aérea e terrestre, vendeu suas áreas de defesa e sensoriamento remoto para a Embraer Defesa e Segurança.

Fonte: Folha
Foto: Angelo D. Nicolaci
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Rússia propõe nova convenção internacional sobre segurança nuclear

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O presidente russo, Dmitri Medvedev, anunciou nesta terça-feira ter enviado a seus colegas estrangeiros a proposta para uma convenção internacional sobre segurança nuclear.

Medvedev visita o prédio da central nuclear de Tchernobil, na Ucrânia, onde há exatos 25 anos a explosão de um reator e o silêncio das autoridades causaram a maior tragédia nuclear da história.

"Enviei hoje aos dirigentes dos principais países, a nossos amigos e parceiros da Comunidade de Estados independentes, e certamente à Ucrânia uma proposta visando garantir o desenvolvimento necessário da segurança nuclear no mundo", declarou.

O presidente russo não deu mais detalhes sobre a proposta. Na véspera, ele afirmou que a maior lição que as autoridades de todo o mundo aprenderam com as tragédias de Tchernobil e Fukushima (no Japão) é que é necessário dizer sempre a verdade.

Medvedev pediu ainda transparência dos governos em caso de uma emergência nuclear, após se reunir com técnicos que trabalharam na crise de Tchernobil.

A maior reclamação destes técnicos, que foram expostos a níveis inconcebíveis de radiação, foi a maneira nebulosa como o governo socialista os informou do risco real que corriam.

"O mundo é tão frágil e nós estamos tão ligados que qualquer tentativa de esconder a verdade, de manipular uma situação, tornando-a mais otimista, terminará em tragédia e custará a vida de muitas pessoas", destacou. "Esta é uma lição difícil e importante sobre o que aconteceu".

Em 1986, Moscou permaneceu em silêncio sobre o desastre de Tchernobil durante três dias. A primeira reportagem divulgada na mídia oficial comunista foi uma pequena nota em letras minúsculas no verso do tabloide "Pravda". Agências oficiais como a TASS só reportaram o incidente no dia 28 de abril, depois que a usina nuclear de Forsmark, na Suécia, detectou um nível alto de radiação no continente.

Seis liquidadores --como ficaram conhecidos os trabalhadores de limpeza de Tchernobil-- e 22 técnicos da usina ucraniana, então sob governo soviético, morreram em poucos meses devido à exposição radioativa.

A maioria dos liquidadores que sobreviveu ainda sofre com os graves problemas de saúde provocados pelo trabalho no local do desastre, mas muito se questiona a respeito da real causa da morte dos mortos contabilizados da tragédia.

Medvedev visita Tchernobil ao lado do presidente ucraniano, Viktor Yanukovich. Os dois chefes de Estado chegaram à central depois de assistir a uma cerimônia religiosa.

Fonte: Folha
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