quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Indústria de defesa: motor da economia e da inovação

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A indústria de defesa brasileira é, hoje, um dos setores mais estratégicos da economia nacional. Representando cerca de 4,8% do PIB, o segmento reúne mais de 250 empresas e gera cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, com destaque para engenheiros, técnicos e especialistas em áreas de ponta como aviônica, cibersegurança, satélites, radares e sistemas embarcados.

Mais do que garantir soberania, a Base Industrial de Defesa (BID) funciona como motor de desenvolvimento econômico. Cada investimento de R$ 10 milhões em projetos de defesa gera R$ 18,6 milhões em efeitos diretos e indiretos, além de aproximadamente 150 novos empregos. Isso porque os grandes programas, como o PROSUB (submarinos), o SISFRON (monitoramento de fronteiras) e o Gripen F-39, movimentam cadeias produtivas em diferentes regiões do Brasil, estimulando pequenas e médias empresas locais.

Defesa como vetor de inovação tecnológica

Outro aspecto crucial da indústria de defesa é sua capacidade de gerar inovação. Projetos como o Link-BR2, desenvolvido em parceria com a AEL Sistemas, e a integração de tecnologias no caça Gripen criaram novos padrões em comunicação criptografada e displays de alta resolução. Essas inovações, muitas vezes, geram spin-offs para a sociedade civil, em um processo de transferência tecnológica.

Exemplos não faltam: sistemas de navegação desenvolvidos para o caça Super Tucano inspiraram soluções em aviação comercial, enquanto tecnologias de satélites militares também ampliaram o acesso à banda larga em regiões remotas. A cada nova demanda de defesa, abrem-se caminhos para setores como transporte, saúde, telecomunicações e educação.

Desafios e oportunidades do setor

Apesar dos avanços, a indústria de defesa enfrenta desafios históricos. A dependência do orçamento público, a burocracia nos financiamentos e a concorrência internacional são entraves que exigem políticas industriais consistentes e visão de longo prazo. Em paralelo, o setor precisa investir cada vez mais em ciberdefesa, inteligência artificial e sistemas autônomos, áreas que definirão o futuro da segurança global.

Ainda assim, a indústria brasileira já mostra sinais de recuperação e expansão, com aumento de exportações e consolidação de polos tecnológicos em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

40 anos da ABIMDE: a voz da Base Industrial de Defesa

Neste contexto, a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) completou 40 anos de história em 2025. Criada para integrar e fortalecer a nascente BID, a entidade acumulou marcos como a participação na Constituinte de 1988, a formulação da Política Nacional da Indústria de Defesa e a conquista de incentivos estratégicos com a Lei 12.598/2012.

Mais recentemente, lançou a Visão 2035, que aponta compromissos para o futuro, como inovação aberta em sistemas não tripulados, práticas robustas de ESG, ampliação da diversidade em carreiras técnicas e internacionalização da indústria brasileira em mercados da América Latina, África e Ásia.

A ABIMDE é, portanto, mais do que uma associação: é o elo entre indústria, governo e academia, responsável por consolidar a defesa como prioridade nacional.

AEL Sistemas: quatro décadas lado a lado com a defesa brasileira

A história da ABIMDE se confunde com a da AEL Sistemas, que também completou 40 anos em 2022. Fundada em Porto Alegre, a empresa nasceu atendendo demandas da Força Aérea Brasileira e, desde então, tornou-se referência em aviônicos, comunicações, sistemas embarcados e aeronaves remotamente pilotadas (ARPs).

Ao longo de quatro décadas, a AEL entregou tecnologias críticas em programas como o Super Tucano, o KC-390 Millennium e o Gripen F-39. Também é protagonista em sistemas não tripulados, com os RQ-450 e RQ-900. No campo das comunicações, lidera projetos estratégicos como o Link-BR2 e o programa de rádios definidos por software (RDS-Defesa), ambos fundamentais para a interoperabilidade das Forças Armadas.

Com mais de 400 colaboradores altamente qualificados e um centro tecnológico de 12 mil m², a AEL mantém o compromisso de desenvolver tecnologia nacional confiável e de contribuir diretamente para a soberania do Brasil.

Se a ABIMDE representa a consolidação da BID como setor estratégico, a AEL Sistemas simboliza, em sua trajetória, a materialização desse esforço. As duas histórias caminham juntas: ambas consolidaram a defesa como motor de inovação e ambas projetam o Brasil como referência internacional. Mais do que um elo histórico, essa sinergia mostra como a defesa nacional não é apenas uma questão militar, mas também econômica, tecnológica e social. Ao olhar para o futuro, tanto a ABIMDE quanto a AEL Sistemas compartilham um compromisso: fazer da indústria de defesa um ativo central para a soberania, a inovação e o desenvolvimento sustentável do Brasil.


Fonte: AEL Sistemas 

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EUA mudam rota e cancelam fragatas Constellation: o que está por trás da decisão que redesenha a estratégia naval americana?

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A decisão dos Estados Unidos de abandonar o programa de fragatas da classe Constellation após a construção de apenas dois exemplares marca uma guinada significativa na estratégia naval do país. Mais do que um simples ajuste orçamentário, a medida revela a pressão crescente sobre o Pentágono para responder a desafios urgentes, especialmente no Indo-Pacífico, onde a competição com a China exige rapidez, volume e flexibilidade.

O anúncio foi feito pelo Secretário da Marinha, John Phelan, que classificou a mudança como “estratégica”, enfatizando que as fragatas FFG-61 Constellation e FFG-62 Congress serão concluídas pela Fincantieri Marinette Marine. Segundo Phelan, isso garante a continuidade da força de trabalho no estaleiro, preservando competências críticas para futuros contratos da Marinha americana.

Contudo, o restante do programa que previa seis navios e poderia chegar futuramente a uma frota de 20 unidades, foi interrompido antes mesmo que as outras quatro embarcações saíssem do papel. O programa acumula mais de três anos de atraso, e os navios que deveriam ser entregues no próximo ano só estarão, na melhor das hipóteses, prontos para operar em 2029. Em um cenário geopolítico acelerado, esse cronograma se tornou inaceitável para o Pentágono.

A lógica por trás da decisão não é apenas operacional, mas estrutural. Washington quer navios mais baratos, de construção rápida e capazes de reforçar a presença naval em teatros onde a competição estratégica se intensifica. Trata-se de priorizar o ritmo da indústria e a capacidade de responder a crises emergentes, mesmo que isso signifique abandonar um projeto que no papel representava um salto tecnológico.

O redirecionamento dos recursos do programa Constellation para outras classes de navios indica que a Marinha dos EUA busca algo maior literalmente. A Casa Branca e o Departamento de Defesa avaliam uma nova geração de “navios de guerra” mais robustos, com maior blindagem e armamento projetado especificamente para o ambiente altamente contestado do Indo-Pacífico. A resposta à expansão naval chinesa, marcada por centenas de navios de superfície, porta-aviões e uma capacidade industrial incomparável, exige mudanças profundas.

Pete Hegseth, Secretário da Defesa, reforçou a nova filosofia: “A rapidez na entrega é agora o nosso princípio organizador.” A mensagem é clara: a vantagem estratégica depende menos de plataformas ideais e mais da capacidade de produzir e colocar meios no mar sem os atrasos que têm marcado quase todas as classes de navios da frota americana.

A decisão também expõe uma vulnerabilidade crítica: a crise nos estaleiros dos EUA. Phelan admitiu que a Marinha enfrenta atrasos generalizados em todos os tipos de embarcação. O caso das fragatas Constellation é apenas o mais recente sintoma de um problema estrutural que afeta produtividade, custos e previsibilidade.

No pano de fundo, a competição naval global está se reconfigurando. Enquanto os EUA enfrentam dificuldades para entregar navios dentro do cronograma, a China opera o maior conglomerado naval do mundo, capaz de lançar uma frota do tamanho da britânica inteira em poucos anos. O Indo-Pacífico, portanto, não permite luxos ou hesitações.

O cancelamento do programa Constellation não representa uma derrota, mas sim uma reorientação pragmática de prioridades. É um reconhecimento de que a supremacia naval americana, pilar da ordem internacional desde a Segunda Guerra, está sendo pressionada por uma potência que opera em ritmo industrial.

A mudança deixa claro que para Washington, o futuro da guerra no mar dependerá menos da perfeição e mais da velocidade, da escala e da capacidade de adaptação. É nesse tabuleiro que os EUA reposicionam suas peças, e o abandono das fragatas Constellation é apenas o primeiro movimento de uma transformação muito maior.


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Reino Unido e Rússia elevam tensão no Canal da Mancha em meio a disputa narrativa sobre monitoramento naval

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O recente episódio envolvendo navios da Marinha Russa no Canal da Mancha reacendeu a disputa político-estratégica entre Reino Unido e Rússia, transformando um procedimento rotineiro de vigilância marítima em mais um capítulo da guerra de narrativas travada pelos dois países.

O caso começou quando a Marinha Real Britânica anunciou ter “interceptado” e monitorado a corveta Stoiki e o navio-tanque Elna durante a travessia do Estreito de Dover rumo ao Canal da Mancha. A operação foi conduzida pelo navio de patrulha HMS Severn e confirmada pelo Ministério da Defesa do Reino Unido em 23 de novembro. Londres afirmou que o aumento de 30% na aproximação de navios russos às águas territoriais britânicas nos últimos dois anos intensificou a vigilância, o que inclui o envio de aeronaves de patrulha marítima P-8 Poseidon para reforçar missões de reconhecimento a partir da Islândia.

O Reino Unido alega preocupação crescente com a atividade naval russa em áreas sensíveis, onde se concentram cabos submarinos de dados e energia, infraestrutura considerada vital para a segurança europeia. “Nós estamos de olho em vocês. Sabemos o que estão fazendo”, declarou o Secretário de Defesa britânico, John Healey, em tom de alerta.

Moscou, porém, reagiu com irritação. A imprensa russa classificou o anúncio britânico como um gesto teatral e acusou Londres de inflar artificialmente a tensão. O jornal Vzglyad, alinhado às narrativas do Kremlin, ironizou o poder naval britânico, afirmando que a Grã-Bretanha estaria “posando de sapo musculoso” para sua audiência interna. Diplomatas russos dizem que a narrativa britânica desperta “sorrisos diplomáticos” e acusam o Reino Unido de “amplificar a histeria militarista”.

Autoridades russas sustentam que não houve interceptação, apenas identificação visual e aproximação, prática que consideram normal em águas internacionais. Parlamentares e especialistas militares em Moscou destacaram que a corveta Stoiki jamais foi parada, e que o termo “interceptação” seria exagerado para criar a impressão de controle britânico sobre o movimento de navios russos na região.

A crítica russa continua ao destacar que os navios cruzavam legalmente o Canal da Mancha e que nenhum país pode impedir seu trânsito. Também afirmam que Londres estaria usando o episódio para reforçar o discurso de firmeza diante da OTAN e compensar a falta de “sucessos militares”, em referência ao prolongamento da guerra na Ucrânia.

A narrativa britânica, por sua vez, sustenta que o monitoramento é fundamental em um momento em que a Rússia tem intensificado operações navais em zonas estratégicas. A situação lança luz sobre o desgaste da capacidade militar russa, frequentemente lembrado pelos adversários: o país não tem controle pleno do Mar Negro após quatro anos de guerra, e seu único porta-aviões, o problemático Almirante Kuznetsov, encontra-se parado há 8 anos após sucessivos acidentes, incêndios e atrasos em sua modernização.

O episódio no Canal da Mancha, embora militarmente discreto, ganhou dimensão simbólica. De um lado, Londres reforça sua postura de vigilância e dissuasão. Do outro, Moscou tenta transformar o ocorrido em uma demonstração de excesso britânico, alimentando sua narrativa interna de que o Ocidente age de forma hostil e provocativa.

No fundo, o caso evidencia como operações rotineiras têm se tornado combustível para disputas políticas e informacionais em um cenário global cada vez mais tenso e competitivo.


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Polônia escolhe submarinos suecos A26

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A Polônia deu um passo decisivo para reforçar sua capacidade de defesa no Mar Báltico ao anunciar, nesta quarta-feira (26), a escolha da sueca Saab para fornecer três submarinos da classe A26, o projeto mais avançado já desenvolvido pela indústria naval da Suécia. O acordo, avaliado em cerca de US$ 2,7 bilhões, insere-se no programa estratégico “Orka”, criado para modernizar a Marinha polonesa diante de um ambiente regional marcado por incertezas, tensões e uma Rússia cada vez mais ativa no Báltico.

Desde a invasão da Ucrânia em 2022, Varsóvia se tornou um dos países europeus que mais ampliaram seus investimentos em defesa. E a escolha da Suécia, agora membro pleno da OTAN, simboliza mais que a compra de submarinos: representa a consolidação de um eixo nórdico-báltico de defesa, num momento em que antigos alinhamentos da Europa Central se fragmentam devido às divergências sobre como enfrentar Moscou.

Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa, destacou que a oferta sueca “foi a melhor em todos os critérios”, especialmente quando se considera o ambiente operacional do Mar Báltico, que exige plataformas discretas, ágeis e preparadas para a guerra no fundo do mar.

Além dos três submarinos A26, a Suécia fornecerá um quarto submarino para treinamento e se comprometeu a adquirir sistemas de armamento fabricados pela indústria polonesa, um reforço industrial e político que ajuda Varsóvia a ampliar sua base tecnológica nacional.

Para a Saab, trata-se de um marco histórico: é o primeiro contrato internacional de submarinos desde que a empresa assumiu a divisão naval em 2014. Micael Johansson, CEO da companhia, classificou a decisão como “um avanço extraordinário” e ressaltou que a presença dos A26 operando tanto sob bandeira sueca quanto polonesa “muda o padrão de segurança no Báltico”.

A expectativa é que o contrato seja assinado até o segundo trimestre de 2026, com a primeira entrega planejada para 2030, prazo considerado realista pela Saab, mesmo com o histórico de atrasos do programa em território sueco.

Tecnologia para vencer no teatro mais sensível da Europa

Discreto, compacto e projetado para navegar onde outros submarinos simplesmente não conseguem operar, o A26 é fruto de décadas de experiência sueca no Báltico, um ambiente raso, de visibilidade limitada e que exige plataformas silenciosas para missões de longa duração.

Com 66 metros de comprimento e propulsionado por motores Stirling, tecnologia que dispensa entrada de ar e garante semanas de imersão sem revelar posição, o submarino é considerado um dos mais silenciosos do mundo na categoria convencional (não nuclear).

Seu elemento mais inovador é o portal multimissão: uma câmara de 1,5 metro que permite lançar drones submarinos, veículos autônomos e equipes de mergulhadores. Essa capacidade faz do A26 uma ferramenta valiosa para proteger cabos submarinos, oleodutos e outras infraestruturas críticas que hoje estão no centro das preocupações de segurança europeias.

A guerra no fundo do mar se tornou uma prioridade após os incidentes envolvendo danos suspeitos a infraestrutura submersa desde 2022. Mesmo sem conclusões formais sobre autoria, o tema acendeu o alerta na OTAN, e pressionou países como Polônia e Suécia a investirem em capacidades mais sofisticadas.

O A26 pode lançar torpedos, empregar minas e transportar forças especiais navais, mas não possui capacidade de lançamento de mísseis. Ainda assim, é considerado um multiplicador subaquático capaz de alterar o equilíbrio regional.

O novo tabuleiro estratégico do Báltico

A decisão polonesa ocorre em meio a uma reconfiguração acelerada da segurança no Norte da Europa. A entrada de Finlândia e Suécia na OTAN transformou o Mar Báltico em um “lago da Aliança”, aumentando a necessidade de coordenação entre os aliados que o cercam.

A região também se tornou palco de episódios que envolvem possíveis sabotagens e operações clandestinas nas profundezas, um domínio sensível, difícil de monitorar e que exige plataformas especializadas, como o A26.

Para a embaixadora da Suécia na Polônia, Martina Quick, o acordo simboliza uma Europa mais consciente da necessidade de assumir responsabilidade por sua própria defesa. Já o ministro sueco da Defesa, Pal Jonson, destacou que o novo arranjo cria “um sistema comum para operações subaquáticas”, ampliando a capacidade combinada sueco-polonesa e fortalecendo diretamente o flanco norte da OTAN.

Os submarinos incluirão componentes britânicos, adicionando o Reino Unido ao eixo estratégico que se forma entre Estocolmo e Varsóvia, uma triangulação que reforça o poder naval da Aliança em uma das áreas mais sensíveis do planeta.

A notícia impulsionou as ações da Saab, que registraram alta imediata após o anúncio. A empresa já havia firmado um memorando com o conglomerado polonês PGZ, reforçando a expectativa de que o acordo gere transferência de tecnologia e cooperação industrial de longo prazo.

Disputa acirrada e sinal político claro

A Polônia recebeu propostas de Alemanha, França, Itália, Espanha e Coreia do Sul, enquanto o Reino Unido manifestou apoio explícito à candidatura sueca. A escolha sueca não é apenas técnica: é também estratégica. Ela alinha Varsóvia ao bloco nórdico-báltico, onde a percepção de ameaça russa é mais intensa e a resposta é mais robusta.

Com o acordo, a Polônia avança mais um passo em sua ambição de se tornar uma potência militar regional, e reforça um recado que ecoa pelo Báltico: a OTAN está fortalecendo sua presença nas profundezas, onde a guerra moderna já começou.


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com Reuters e SAAB

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Naval Group entrega o submarino Tonelero e realiza o lançamento ao mar do Almirante Karam em cerimônia no Complexo Naval de Itaguaí

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A Marinha do Brasil e o Naval Group realizaram nesta quarta-feira (26), uma cerimônia histórica no Complexo Naval de Itaguaí para realizar dois marcos decisivos do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). O submarino Tonelero (S42), terceiro submarino da classe Riachuelo (SBR), construído baseado no projeto Scorpène francês, foi oficialmente entregue à Marinha do Brasil, enquanto o quarto navio da classe, o Almirante Karam (S43), foi lançado ao mar, avançando para sua próxima etapa de integração e testes.

Os dois eventos, realizados no mesmo dia, confirmam o ritmo consistente do PROSUB e reforçam a capacidade industrial e tecnológica do Brasil na construção de submarinos convencionais avançados. O programa já havia incorporado o Riachuelo (S40) em 2022, e o Humaitá (S41) em 2024, consolidando a transição da Marinha do Brasil para um novo patamar, com uma força dotada com meios modernos e de alta complexidade.

Durante a cerimônia, autoridades civis e militares acompanharam apresentações sobre o andamento do projeto, destacando o papel da parceria estratégica entre a Marinha do Brasil e o Naval Group. Construídos no estaleiro e base naval da Itaguaí Construções Navais (ICN), os submarinos resultam de um amplo acordo de transferência de tecnologia firmado entre o Brasil e a França.

Para Pierre Éric Pommellet, Chairman e CEO do Naval Group, a entrega do Tonelero e o lançamento do Almirante Karam representam mais que conquistas industriais. “É uma honra contribuir para o fortalecimento da soberania marítima do Brasil. Mais do que entregar submarinos, nossa missão é construir, junto com o Brasil, um legado tecnológico e industrial de longo prazo. Nossa parceria com a Marinha do Brasil é um exemplo de cooperação estratégica entre nações que compartilham valores e objetivos comuns no cenário global”, afirmou.

O Naval Group desempenha um papel central no PROSUB, fornecendo equipamentos essenciais, assistência técnica e capacitação para as equipes brasileiras. Técnicos da ICN receberam treinamento especializado na França, incluindo soldagem, caldeiraria, encanamento naval e eletricidade, permitindo que a indústria brasileira dominasse integralmente o processo de construção de submarinos. Paralelamente, fornecedores nacionais foram qualificados e integrados à cadeia de suprimentos global do grupo, ampliando o alcance comercial da indústria de defesa brasileira.

A classe Scorpène, referência mundial em submarinos convencionais, foi adaptada para os requisitos operacionais da Marinha do Brasil. Projetados para operar em águas profundas ou rasas, os submarinos são capazes de realizar guerra antissubmarino, ações contra alvos de superfície e operações especiais, mantendo elevada discrição acústica e autonomia prolongada. Esses atributos reforçam a capacidade do Brasil de proteger interesses estratégicos na "Amazônia Azul", especialmente em áreas de grande relevância econômica e energética.


Presente em cinco continentes e reconhecido pelo desenvolvimento de soluções de alta tecnologia, o Naval Group reafirmou durante o evento seu compromisso com a soberania marítima brasileira e com a continuidade da cooperação industrial. O lançamento do submarino Almirante Karam e a entrega do submarino Tonelero marcam uma nova etapa do PROSUB e evidenciam o amadurecimento de um projeto que se tornou símbolo de transformação, capacitação nacional e fortalecimento das capacidades navais do país.

Histórico do PROSUB

Lançado em 2008, o Programa de Desenvolvimento de Submarinos é o maior empreendimento de defesa naval já realizado no Brasil. Ele contempla a construção de quatro submarinos convencionais da classe Scorpène, um submarino com propulsão nuclear, atualmente em desenvolvimento, e a implantação do Complexo Naval de Itaguaí, que reúne estaleiro, base e instalações industriais. O PROSUB foi concebido para ampliar a capacidade de dissuasão do Brasil, proteger a Amazônia Azul e promover transferência real de conhecimento e tecnologia, elevando o país ao seleto grupo de países capazes de projetar e construir submarinos de alta complexidade.


Próximos passos esperados

Com o Tonelero já incorporado e o Almirante Karam tendo sido lançado e iniciado a fase de integração, a Marinha deve avançar nos testes de sistemas, provas de mar e certificações até sua incorporação definitiva. Paralelamente, segue em curso o desenvolvimento do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear convencionalmente armado (SNBR), o SN10 "Alvaro Alberto" considerado o pilar mais ambicioso do PROSUB e fundamental para ampliar o alcance estratégico do país. O estaleiro e a base de Itaguaí, plenamente operacionais, tornam-se agora parte permanente da infraestrutura naval brasileira, capazes de sustentar futuras construções e modernizações.


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Fuzileiros Navais realizam workshop e campeonato de drones no Rio de Janeiro

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O Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil abriu nesta quarta-feira (26) o 1º Workshop sobre o Emprego de Drones e o 1º Campeonato de Drones Militares, no Centro de Instrução Almirante Sylvio de Camargo (CIASC), no Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. As atividades seguem até quinta-feira (27), reunindo militares, especialistas e representantes de instituições brasileiras e estrangeiras.

O workshop foi concebido para aprofundar a compreensão sobre o uso militar de drones, incluindo plataformas comerciais adaptadas. A programação aborda tendências atuais, desafios operacionais, ameaças emergentes, doutrina, interoperabilidade e experiências reais de emprego em cenários nacionais e internacionais. A troca de conhecimento entre diferentes comunidades de defesa é central para acelerar a maturação doutrinária nessa área crítica.

Paralelamente, o CFN realiza o 1º Campeonato de Drones Militares, estruturado para testar capacidades práticas em quatro categorias que refletem demandas reais do campo de batalha moderno:

* Manobra – avalia pilotagem, precisão e domínio do envelope de voo.

* Ataque Simulado – simula perfis táticos de engajamento e designação de alvos.

* Reconhecimento e Vigilância – foca navegação, estabilidade e coleta de informações.

* Inovação – incentiva soluções criativas, adaptações de carga útil e melhorias que ampliem a eficiência operacional.

O conjunto das atividades demonstra o esforço do CFN em dominar tecnologias decisivas para o combate contemporâneo, fortalecendo competências nacionais em guerra de drones, contramedidas, integração de sistemas e inovação aplicada. Em um ambiente operacional onde pequenos vetores aéreos redefinem estratégias, custos e vulnerabilidades, a Marinha coloca-se de forma ativa no aprendizado, experimentação e desenvolvimento de capacidades próprias.


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com Marinha do Brasil

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ADTECH participa do 1º Encontro Nacional de Ameaças com Drones, que reunirá autoridades e especialistas

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O 1º Encontro Nacional de Ameaças com Drones reúne autoridades civis e militares, especialistas em segurança e representantes da indústria nacional para discutir os desafios impostos pelo uso indevido de drones. A iniciativa se consolida como um marco para o fortalecimento das capacidades brasileiras de proteção de infraestruturas críticas e resposta a ameaças de drones.

A ADTECH-SD (Advanced Technologies Security & Defense) participa está semana do evento, apresentando soluções e inovações voltadas à detecção, monitoramento e neutralização de drones hostis. A empresa, reconhecida pela atuação no desenvolvimento de tecnologias aplicadas à segurança pública e à defesa, leva ao encontro seus sistemas anti drones SIMAD, sistemas de última geração projetados para elevar o nível de proteção e ampliar a capacidade de atuação das instituições de segurança e defesa.

O evento contará com a presença de representantes de diversas instituições policiais brasileiras, integrantes das Forças Armadas e membros da indústria nacional de segurança e defesa. Essa composição reforça o diálogo interagências e amplia a cooperação entre os setores responsáveis pela segurança, pela proteção de pontos estratégicos e pelo avanço de soluções tecnológicas nacionais.

Voltado à integração entre forças de segurança, empresas e especialistas, o encontro tem como objetivo fortalecer a construção de estratégias conjuntas diante da crescente complexidade do cenário operacional envolvendo drones. A iniciativa busca promover o intercâmbio de experiências e incentivar o desenvolvimento de tecnologias capazes de elevar a capacidade de prevenção e resposta em todo o país.

A participação e o apoio da ADTECH-SD reforçam o compromisso da empresa com a modernização das capacidades de segurança e defesa do Brasil, contribuindo para a consolidação de soluções tecnológicas avançadas e alinhadas às necessidades de instituições públicas e parceiros estratégicos.

A Advanced Technologies Security & Defense (ADTECH) é uma empresa 100% brasileira, reconhecida pelo Ministério da Defesa como Empresa de Defesa, e especializada no desenvolvimento de soluções tecnológicas para segurança pública, defesa territorial e inspeções patrimoniais. Seu compromisso com a inovação e a alta performance consolida a empresa como referência no setor.


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com ADTECH


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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Saab reforça defesa antiaérea sueca com novo contrato bilionário

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A Administração Sueca de Material de Defesa (FMV) fechou um novo contrato com a Saab para ampliar a proteção antiaérea de suas brigadas. Avaliado em aproximadamente 2,1 bilhões de coroas suecas, o acordo prevê o fornecimento de sensores, sistemas de comando e controle e serviços associados. As entregas ocorrerão entre 2027 e 2028.

O pacote contratado segue a mesma linha das aquisições anteriores realizadas pela FMV, buscando fortalecer de forma incremental e contínua a defesa antiaérea de curto alcance do Exército sueco. Entre os sistemas confirmados estão o LSS Lv, software responsável pelo controle de combate contra ameaças aéreas, distribuição de dados de alvos e planejamento das operações, e o radar Giraffe 1X, conhecido por sua mobilidade e capacidade de detectar aeronaves, mísseis e drones em baixa altitude.

O contrato também inclui a integração com sistemas de armas, peças de reposição e estudos para ampliar a eficiência operacional das brigadas, oferecendo ao cliente uma solução de defesa antiaérea altamente móvel e ajustada ao combate moderno. Além disso, a FMV encomendou um estudo de integração voltado ao radar Giraffe AMB, destinado à vigilância de médio alcance, com o objetivo de complementar e ampliar a cobertura já existente.

Segundo Carl-Johan Bergholm, head da área de negócios Surveillance da Saab, o acordo reforça a capacidade de detecção, comando e engajamento das Forças Armadas suecas. “Estamos muito orgulhosos de contribuir para o fortalecimento da capacidade de defesa antiaérea das brigadas suecas. O contrato amplia a capacidade de controle do combate, bem como a detecção e o engajamento de ameaças aéreas por meio de sistemas de comando e controle e sensores de classe mundial”, afirmou.

Com o novo investimento, a Suécia avança na modernização de suas defesas em um contexto estratégico que exige maior prontidão frente a ameaças aéreas de rápida evolução, especialmente drones e mísseis de baixo custo. O reforço consolida a Saab como fornecedora-chave na arquitetura de defesa antiaérea do país.


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Brasil e Argentina firmam primeiro acordo internacional de regulação nuclear naval

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A Marinha do Brasil (MB), por meio da Secretaria Naval de Segurança Nuclear e Qualidade (SecNSNQ), assinou nesta terça-feira (25) o primeiro acordo internacional de sua história no campo da regulação nuclear naval. O memorando, firmado com a Autoridade Reguladora Nuclear da Argentina (ARN), estabelece uma nova fase de cooperação técnica entre os dois países e marca um avanço inédito na harmonização de práticas e normas voltadas ao uso seguro da energia nuclear em ambientes marítimos e fluviais.

O acordo se apoia em mais de quatro décadas de colaboração bilateral no setor nuclear, iniciadas em 1980 com o Acordo de Cooperação para os Usos Pacíficos da Energia Nuclear e reforçadas ao longo dos anos por diferentes instrumentos de confiança mútua. A assinatura ocorreu durante a última reunião do Comitê Permanente de Política Nuclear entre os dois países, instância que concentra os principais debates estratégicos do tema.

Pela primeira vez, as duas autoridades reguladoras criarão um marco operacional conjunto para intercâmbio de informações, compreensão recíproca dos sistemas de licenciamento e fiscalização e fortalecimento de práticas de proteção radiológica. O memorando prevê ainda a elaboração de planos de trabalho específicos, com projetos detalhados, responsabilidades definidas, cronogramas e mecanismos de acompanhamento técnico. As atividades serão monitoradas por representantes designados por ambos os órgãos, com reuniões periódicas para avaliar a evolução dos projetos.

Para o Secretário Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, Almirante de Esquadra (RM1) Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, a iniciativa representa um passo histórico para a regulação nuclear no Atlântico Sul. Segundo ele, a cooperação aprofunda uma confiança construída ao longo de mais de 40 anos e responde a um momento de transição energética global que recoloca os reatores nucleares embarcados no centro dos debates internacionais. O Almirante destacou que a harmonização regulatória e a troca de experiências são essenciais para garantir altos padrões de segurança e transparência, especialmente diante do futuro emprego de reatores navais em águas jurisdicionais brasileiras.

O Primeiro Vice-Presidente da ARN, Engenheiro Carlos Alberto Terrado, classificou o acordo como um avanço estratégico para acompanhar a evolução tecnológica do setor nuclear. Para ele, o ressurgimento do interesse global pela energia nuclear, somado ao avanço de pequenos reatores modulares (SMR) e de projetos embarcados ou instalados em plataformas flutuantes, exige que os organismos reguladores trabalhem de forma alinhada. Terrado destacou que harmonizar marcos regulatórios e consolidar abordagens técnicas compatíveis é fundamental para garantir previsibilidade, segurança e transparência.

Ao criar um ambiente de maior integração regulatória, o memorando fortalece a capacidade dos dois países de responder a desafios comuns, reforça o compromisso histórico com os usos pacíficos da energia nuclear e consolida um espaço de cooperação que ganha relevância no cenário internacional. Trata-se de um movimento que também amplia a credibilidade regional no campo nuclear e prepara o terreno para futuras aplicações tecnológicas que exigirão marcos regulatórios robustos, interoperáveis e alinhados aos padrões internacionais.


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com SecNSNQ



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EDGE fecha Dubai Airshow com US$ 7 bilhões em acordos e 42 novos sistemas de defesa

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O EDGE Group encerrou o Dubai Airshow 2025 consolidado como o principal vetor de transformação da indústria de defesa no Oriente Médio e um dos grupos que mais crescem no cenário global. No ano em que completa seis anos de operação, o conglomerado anunciou compromissos que superam US$ 7 bilhões e apresentou 42 novos produtos que ampliam seu portfólio para mais de 250 soluções, uma expansão de 733% desde 2019.

A mensagem desta edição foi clara: a EDGE não apenas acelera, mas redefine o ritmo da inovação militar na região.

42 novos sistemas: uma expansão calculada da EDGE

Os 42 lançamentos apresentados no Dubai Airshow formam um pacote coerente, pensado para ampliar a autonomia tecnológica dos Emirados e consolidar a EDGE como fornecedora global de soluções completas. Nada é isolado: cada categoria conversa com a outra dentro de um ecossistema industrial intencional.

Autonomia como eixo central

A nova família de sistemas aéreos mostra que a EDGE pretende controlar toda a cadeia operacional: vigilância, ataque de precisão, interceptação e vetores de alcance tático-médio. O JERNAS-M, o VORTEX-E e o STRIKE materializam essa estratégia, mas o recado mais contundente vem do Omen VTOL. Projetado no âmbito da EDGE–Anduril Production Alliance, o Omen inaugura a era do “hover-to-cruise” em escala industrial: mobilidade operacional, integração com a plataforma Lattice orientada por IA e potencial de massificação para redes autônomas embarcadas.

Armas inteligentes com foco em custo, ciclo e tempo de entrega

Ao apresentar WSM-1, DARKWING e THUNDER-ER, a EDGE mira mercados que demandam alcance e precisão sem aceitar cadeias logísticas longas ou custos operacionais elevados. WSM-1 oferece alcance e navegação resiliente; DARKWING é uma solução modular para ataques rápidos e reconfiguráveis; THUNDER-ER converte estoques legados em efeitos de longo alcance. No conjunto, a estratégia é prática: entregar poder de efeito imediato ao cliente, mantendo custo e sustentação sob controle.

Propulsão própria para reduzir vulnerabilidades críticas

A incorporação de motores a pistão, turbinas, microjatos e motores foguete (sólidos, líquidos e híbridos) não é mera diversificação técnica. É uma decisão industrial que dá à EDGE autonomia sobre componentes fundamentais, desde munições vagantes até futuros lançadores suborbitais, e que reduz pontos de vulnerabilidade em cadeias de suprimento sensíveis.

Espaço como camada decisiva da soberania operacional

ZENITH e o progresso do satélite Sirb apontam para uma ambição clara: soberania total na coleta e orquestração de dados espaciais. A plataforma ZENITH foi apresentada como um hub que integra constelações nacionais e comerciais, padroniza ingestão multisensor e entrega quadros operacionais em tempo real. Na prática, os Emirados procuram controlar a cadeia de valor da consciência situacional, evitando dependência externa em momentos críticos.

Sensores e guerra eletrônica com IA nativa

Os lançamentos em radar e EW, exemplificados pelo AL HARRIS X e pelo pod AMES P, mostram a adoção de sensores com processamento embarcado e inteligência aplicada à classificação e predição de trajetórias. A ênfase é reduzir o tempo entre detecção, classificação e efeito, que hoje determina superioridade tática em ambientes contestados.

Comunicações seguras centradas na mobilidade

O KATIM GATEWAY X9000M sintetiza a lógica operacional moderna: criptografia de nível governamental em formato portátil, pensada para forças distribuídas, drones e nós de batalha móveis. É um elemento que assegura que o fluxo de dados da plataforma ao efeito, permaneça protegido e utilizável em cenários de intensidade variável.

21 acordos e presença em novos mercados

O Dubai Airshow confirmou a aposta da EDGE em parcerias para ampliar mercado, tecnologia e capacidade produtiva. Entre os movimentos de maior impacto:

• contrato de US$ 7 bilhões com a Republikorp da Indonésia, o maior acordo internacional da história do grupo;

• MoU e acordos com Indra para ampliar radar, guerra eletrônica e munições inteligentes;

• avanço na criação de uma joint venture com a Leonardo, com intenção de lançamento em 2026 e participação de 51% da EDGE;

• acordos com L3Harris, Lockheed Martin, Korea Aerospace Industries, Hanwha Aerospace, ASELSAN e Magnaghi;

• MoU com a Viettel e outros instrumentos de cooperação no Sudeste Asiático.

No campo sul-americano, a EDGE avançou com contratos e projetos estratégicos: a Marinha do Brasil entrou na fase seguinte do sistema antidrones com a EDGE e o Corpo de Fuzileiros Navais firmou o contrato para solução integrada antitanque, com veículo blindado leve de alta mobilidade, míssil guiado MAX 1.2AC e plataforma de drones ISR com capacidade de ataque.

A EDGE opera em mais de 100 países, emprega 17.900 profissionais de 95 nacionalidades e registrou receitas de US$ 4,9 bilhões em 2025. Sua carteira internacional de pedidos alcança US$ 21,1 bilhões e 76% das vendas do ano foram destinadas à exportação, evidenciando a transformação do grupo em fornecedor global, não apenas regional.

Implicações práticas e estratégicas

A leitura industrial que emerge do Dubai Airshow é simples e objetiva. Primeiro: a EDGE deixou de ser um integrador regional para competir por fatias estratégicas de tecnologia, sensores, propulsão, armas inteligentes e orquestração de dados espaciais. Segundo: a estratégia combinada de produtos e parcerias reduz tempo de entrada no mercado e aumenta pressão sobre fornecedores estabelecidos que dependem de ciclos de desenvolvimento mais longos. Terceiro: o impulso por soberania tecnológica e capacidade de exportação transforma os Emirados de cliente a concorrente e, agora, a fornecedor para países que anteriormente dependiam de fabricantes ocidentais ou de longas cadeias de abastecimento.

Hamad Al Marar, Diretor-Geral e CEO da EDGE, sintetizou a ambição: “Investimos em pessoas, tecnologia e parcerias para transformar os setores aeroespacial e espacial. Em 2027, avançaremos ainda mais.”

O Dubai Airshow 2025 mostrou que a EDGE está em fase de consolidação industrial: não se trata apenas de lançar produtos, mas de costurar uma base tecnológica e logística que permita escalar soluções críticas com rapidez. Para competidores e clientes, a leitura é direta — há um novo fornecedor global que opera com prazos curtos, foco em autossuficiência e amplo apetite por exportação.


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Incursão de drones russos provoca mobilização inédita de caças da OTAN na Romênia

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Uma incursão aérea sem precedentes levou a Romênia e a OTAN a mobilizarem caças nesta terça-feira, após drones russos penetrarem profundamente o espaço aéreo romeno, como nunca antes. Bucareste classificou o episódio como uma nova provocação por parte de Moscou, ampliando as tensões na fronteira leste da aliança militar.

Segundo o ministro da Defesa da Romênia, Ionut Mosteanu, caças romenos e Eurofighter alemães chegaram a se preparar para abater um dos drones, que violou repetidamente o espaço aéreo nacional. A ação, porém, foi interrompida devido ao risco de danos colaterais no solo.

Fragmentos de drones sem carga explosiva foram posteriormente encontrados em território romeno.

Mosteanu afirmou que o episódio representa “uma nova provocação russa contra a Romênia”, ressaltando que os pilotos avaliaram o cenário e “optaram por não atacar” diante do potencial risco à população.

A 13ª violação desde 2022 e a mais profunda

Na noite anterior, drones russos atacaram portos ucranianos próximos à fronteira com a Romênia, do outro lado do Danúbio. Desde o início da guerra em 2022, esta foi a 13ª violação do espaço aéreo romeno, e a primeira ocorrida durante o dia. Também foi a mais profunda já registrada, avançando mais de 100 km para o interior do país.

O Ministério da Defesa romeno relatou que:

  • Dois caças Eurofighter alemães foram acionados após a primeira detecção, rastreando o drone no condado de Tulcea.

  • Em seguida, dois F-16 romenos decolaram após o radar identificar uma segunda violação no condado vizinho de Galati.

  • Outros dois Eurofighters foram enviados posteriormente.

O drone seguiu em direção ao condado de Vrancea, que não faz fronteira com a Ucrânia e fica a mais de 100 km da costa. Moradores de três condados receberam alertas para buscar abrigo, posteriormente cancelados.

A Romênia compartilha 650 km de fronteira terrestre com a Ucrânia, tornando a região um dos pontos mais sensíveis da OTAN desde o início do conflito.

EUA anunciarão nova capacidade antimísseis na Romênia

Durante uma visita à base aérea Mihail Kogălniceanu, o general Christopher Donahue, comandante do Exército dos EUA na Europa e na África, confirmou que uma nova capacidade destinada a abater drones será implantada em breve na Romênia.

Segundo Donahue, os testes já foram concluídos e a tecnologia está na fase final de implementação, com militares romenos e aliados já treinados para operá-la.

A Romênia possui legislação que permite o abate de drones em tempos de paz quando vidas ou propriedades estão em risco, uma prerrogativa que, até o momento, ainda não foi usada em sua totalidade.

Escalada regional e negociações delicadas

As violações recentes reforçam a preocupação dos países da OTAN diante do crescente número de incursões de drones atribuídos à Rússia. A escalada ocorre paralelamente a negociações consideradas cruciais entre autoridades americanas e ucranianas para ajustar propostas de encerramento do conflito, após Kiev e aliados europeus rejeitarem a versão inicial apresentada pelos EUA, vista como favorável demais ao Kremlin.

Com a nova provocação aérea, a Romênia se vê novamente na linha de frente das tensões entre OTAN e Rússia, em um momento decisivo para o futuro da guerra e da segurança na Europa Oriental.


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com Reuters

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segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Brasil reforça presença da Base Industrial de Defesa no Dubai Airshow 2025

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O Ministério da Defesa, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), marcou presença no Dubai Airshow 2025, realizado de 17 a 21 de novembro no Aeroporto Internacional Al Maktoum, nos Emirados Árabes Unidos. Considerado um dos maiores eventos do setor aeroespacial e de defesa, o salão reuniu cerca de 148 mil participantes, 493 delegações oficiais, 1.500 expositores de 98 países e mais de 200 aeronaves em exposição estática e demonstrações aéreas.

O objetivo da participação brasileira foi promover a Base Industrial de Defesa (BID) e apoiar empresas nacionais na ampliação de oportunidades comerciais e parcerias estratégicas. O Brasil esteve representado pelo stand “Cluster Aeroespacial e Defesa”, coordenado pelo Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (SP), que reuniu dez empresas do setor. Além disso, companhias com estandes próprios, como Embraer e Mac Jee, integraram a delegação.

Destaques e oportunidades comerciais

Entre os destaques, a Embraer apresentou as aeronaves KC-390 Millennium e E-195, reforçando o potencial de exportação e cooperação tecnológica com os Emirados Árabes Unidos. O KC-390, em especial, despertou interesse do mercado local, abrindo espaço para tratativas com o Grupo Calidus e outras empresas do setor.

Representantes da Seprod realizaram reuniões com autoridades do Ministério da Defesa dos Emirados Árabes e acompanharam empresas brasileiras na feira, incluindo aquelas que participam de joint ventures com a EDGE Group, como a SIATT e Condor. Essas ações buscaram ampliar a presença da indústria nacional no mercado internacional e fortalecer parcerias estratégicas.

O Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, destacou a importância da participação brasileira: “Tivemos reuniões com o Ministério da Defesa dos Emirados Árabes e acompanhamos empresas com estandes próprios, como Embraer e Mac Jee, além das dez empresas do Cluster Aeroespacial e Defesa. Também apoiamos companhias brasileiras que fazem parte de joint ventures, como SIATT e Condor. Essa presença permitiu às empresas brasileiras ampliar oportunidades de comércio com os Emirados Árabes”.

Parceiros estratégicos e consolidação de mercados

Os Emirados Árabes Unidos estão entre os cinco maiores importadores de produtos de defesa brasileiros. Nos últimos anos, o Ministério da Defesa intensificou relações com a EDGE Group, maior conglomerado estatal de defesa do país, com iniciativas que incluem abertura de escritório no Brasil, parcerias com empresas nacionais e memorando com a Marinha do Brasil para o desenvolvimento conjunto de mísseis e sistemas de drones.

A participação no Dubai Airshow reforça não apenas a visibilidade da indústria brasileira, mas também a capacidade do país de consolidar parcerias estratégicas e ampliar exportações de tecnologias de defesa, mantendo o Brasil entre os principais fornecedores globais do setor.


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com Ministério da Defesa

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Exército reforça proteção da Amazônia com a Operação Curaretinga

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O Comando Militar da Amazônia (CMA) intensifica suas ações de proteção do território e do patrimônio ambiental brasileiro por meio da Operação Curaretinga, iniciativa coordenada pelas quatro Brigadas de Infantaria de Selva da Amazônia Ocidental, a 1ª, 2ª, 16ª e 17ª Bda Inf Sl. A operação se concentra em áreas remotas dos estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre, regiões estratégicas para a defesa da soberania e do meio ambiente.

Resultados expressivos contra crimes ambientais e transfronteiriços

Durante a Operação Curaretinga XXVII, a mobilização militar em conjunto com órgãos de segurança pública gerou mais de R$ 4,7 milhões em prejuízos para organizações criminosas. Entre as ações realizadas, destacam-se:

  • Apreensão de 108 m³ de madeira ilegal, motosserras, tratores e caminhões, avaliados em R$ 780 mil;

  • Neutralização de dragas estimadas em R$ 3,2 milhões;

  • Aplicação de multas que somam mais de R$ 750 mil;

  • Desmontagem de 12 acampamentos clandestinos;

  • Detenção de 25 pessoas envolvidas em atividades ilícitas.

A coordenação entre as tropas e órgãos de fiscalização ampliou o alcance das ações, desarticulando a cadeia logística criminosa responsável pela exploração ilegal de recursos naturais na região.

Integração entre repressão e apoio social

Além das operações de combate a ilícitos, a Curaretinga inclui Ações Cívico-Sociais (ACISO), com atendimentos de saúde, palestras educativas e distribuição de medicamentos a comunidades indígenas e ribeirinhas. Essa integração reforça a presença do Exército em áreas isoladas, contribuindo para a qualidade de vida local e consolidando a relação de confiança com as populações da Amazônia.

Presença contínua em uma área estratégica

O CMA atua como guardião da Amazônia, responsável por cerca de 59% das fronteiras terrestres do Brasil, totalizando mais de 9 mil quilômetros em regiões de selva, rios e comunidades de difícil acesso. Até o momento, em 2025, foram realizadas mais de 355 atividades de monitoramento em áreas de fronteira, reforçando a vigilância permanente sobre o território.

Com a Operação Curaretinga, o Exército demonstra que, além de garantir a soberania nacional, mantém presença constante na proteção ambiental e no combate a crimes transfronteiriços, combinando ação repressiva e apoio social em um esforço contínuo de defesa da Amazônia.


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com Exército Brasileiro

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Exército avança no Projeto COBRA com testes do Sistema de Apoio à Decisão

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O Exército Brasileiro deu mais um passo significativo na modernização de suas capacidades de comando e controle com a capacitação, os testes técnicos e a avaliação operacional do Sistema de Apoio à Decisão (SAD). As atividades ocorreram no 1º Batalhão de Infantaria de Selva – Aeromóvel (1º BIS Amv) e reuniram o Comando de Operações Terrestres (COTER), o Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEx) e a Fábrica de Material de Comunicações e Eletrônica da IMBEL (FMCE/IMBEL).

A iniciativa integra o Projeto Sistema Combatente Brasileiro (Projeto COBRA), programa estruturante que busca aumentar a letalidade, a proteção e a consciência situacional do combatente brasileiro, especialmente em ambientes desafiadores, como a selva amazônica.

Tecnologia nacional para ampliar a consciência situacional

O SAD é uma solução tecnológica avançada que conecta o celular do militar a um rádio portátil seguro, levando à linha de frente capacidades antes restritas a centros de comando. Totalmente compatível com a Família de Aplicativos de Comando e Controle da Força Terrestre (FAC2FTer), o sistema permite a transmissão de dados em tempo real e comunicação criptografada.


Entre suas funcionalidades destacam-se:

  • visualização das posições próprias e de aliados em carta digital;
  • chat tático para coordenação imediata;
  • envio rápido de arquivos, fotos, coordenadas e esquemas de manobra;
  • integração total entre elementos de tropa e comando, mesmo em áreas remotas.

Esses recursos elevam a consciência situacional no campo de batalha, permitindo decisões mais rápidas, precisas e embasadas, um diferencial essencial nos cenários modernos de combate.

Projeto COBRA: modernização com identidade brasileira

A participação integrada de COTER, CCOMGEx e IMBEL reforça o caráter nacional do Projeto COBRA e o compromisso da Força com soluções tecnológicas próprias, seguras e adaptadas à realidade operacional brasileira. Além de reduzir dependências externas, o desenvolvimento local permite que os sistemas sejam moldados às necessidades da tropa e aos ambientes onde atuam.

Com o SAD avançando em testes e avaliações, o Exército aproxima-se de um combatente totalmente digitalizado, capaz de controlar ambientes complexos com precisão e agilidade, consolidando a posição do Brasil entre as forças modernas de referência mundial.


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com Exército Brasileiro

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