sábado, 15 de novembro de 2025

PT tenta desviar recursos e expõe descaso do governo com a defesa nacional

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A aprovação de um pacote emergencial de 30 bilhões de reais para as Forças Armadas nos próximos seis anos deveria ter sido um momento de consenso nacional. Afinal, o próprio ministro da Defesa, José Múcio, havia alertado que a situação da Defesa brasileira era tão grave que faltavam recursos até para manter aeronaves oficiais em voo, além de combustível, peças, munição e investimentos tecnológicos. No entanto, mesmo diante desse quadro crítico, o governo petista protagonizou um episódio que escancarou mais uma vez seu distanciamento e desinteresse histórico em relação às questões de defesa nacional.

Segundo revelou a revista Veja, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), tentou alterar de última hora o destino de 10% dos recursos destinados aos militares, redirecionando parte do montante para a Estratégia Nacional de Enfrentamento ao Crime Organizado. Embora a pauta do combate ao crime seja importante, a manobra foi lida, dentro e fora dos quartéis, como uma tentativa clara de reduzir o socorro emergencial às Forças Armadas em um momento de colapso orçamentário. A emenda acabou rejeitada pela oposição, mas o gesto acendeu o sinal de alerta e irritou profundamente a cúpula militar, que levou o desconforto até o presidente Lula.

O episódio ocorreu justamente quando o Congresso finalmente se mobilizava para reparar anos de sucateamento. O Senado havia aprovado um projeto que garante os 30 bilhões em caráter prioritário, distribuídos ao longo dos próximos seis anos, inclusive com valores fora do limite fiscal tradicional, justamente para permitir que programas essenciais como o Sisfron, o caça Gripen E/F e o Submarino Nuclear não sofram paralisações. A tentativa de interferência do PT dentro desse pacote foi vista como mais um capítulo da relação nebulosa entre o partido e as Forças Armadas, constantemente marcada por desconfiança, divergências ideológicas e um histórico de baixa priorização orçamentária.

Para muitos analistas, a atitude de Lindbergh Farias simboliza o pensamento predominante dentro da ala ideológica do PT: a Defesa não é vista como uma prioridade de Estado, mas como um setor que pode ser sacrificado quando outras pautas políticas surgem. Isso contrasta fortemente com o cenário internacional, em que países emergentes investem pesado em modernização, tecnologia militar e autonomia estratégica, enquanto o Brasil ainda tenta manter equipamentos básicos funcionando.

O gesto também evidencia um problema mais profundo: a falta de compreensão do governo petista sobre o impacto real do desfinanciamento militar na soberania. Sem recursos adequados e previsíveis, projetos estratégicos se arrastam, capacidades operacionais se deterioram e o país perde relevância num mundo cada vez mais turbulento. Não se trata de militarismo, mas de responsabilidade institucional. Um país continental, com fronteiras vulneráveis, Amazônia pressionada, litoral imenso e papel regional relevante, não pode tratar sua Defesa como moeda de troca ideológica.

A tentativa de boicote, ainda que frustrada, reforçou a percepção, dentro da Defesa, de que a atual gestão não possui um compromisso consistente com o fortalecimento das Forças Armadas. O Congresso, ao aprovar o pacote financeiro, fez sua parte para tentar corrigir um quadro de sucateamento prolongado. Já o governo, pelas próprias ações de seus líderes partidários, mostrou que continua distante de enxergar a defesa nacional como prioridade estratégica, e não como obstáculo político.


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com Revista Veja


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República: conquista legítima ou golpe? Uma reflexão 136 anos depois

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Há 136 anos, em 15 de novembro de 1889, a República foi proclamada no Brasil. Mais de um século depois, permanece uma pergunta incômoda e necessária: a República foi realmente uma conquista popular ou um golpe articulado por uma elite insatisfeita?

O distanciamento histórico muitas vezes não ajuda o brasileiro. Pelo contrário, a memória coletiva já frágil, acaba sendo moldada por versões simplificadas ensinadas nas escolas, que pouco exploram as nuances políticas e sociais que antecederam o fim do Império. A maioria dos brasileiros desconhece o contexto real que levou o Marechal Deodoro da Fonseca a proclamar a República, ato que não refletia um clamor popular, mas interesses específicos de grupos influentes que se opunham ao rumo reformista do Imperador Dom Pedro II, um estadista com visão social, política e geopolítica muito à frente de seu tempo.

A década decisiva e os interesses contrariados

Entre os diversos fatores que alimentaram a insatisfação, dois se destacam. O primeiro foi o fim da escravidão. A abolição, assinada em 1888 pela Princesa Isabel, foi um marco civilizatório, mas desagradou profundamente os setores escravistas, que perderam uma fonte de riqueza construída sobre a exploração humana. O segundo elemento, menos lembrado, foi a iminência de uma reforma agrária discutida no entorno do Imperador, que confrontava diretamente os latifundiários.

Essas tensões, somadas ao desgaste de interesses econômicos e políticos regionais, criaram o caldo que alimentou a conspiração republicana. Contudo, apesar dos esforços dos republicanos, suas ideias não tinham apelo popular. Prova disso é que, nas eleições de 1884, apenas três republicanos foram eleitos para a Câmara dos Deputados, um retrato claro do isolamento da causa republicana diante de um povo que, em geral, nutria apreço pelo Império e pelo monarca.

Um golpe articulado e executado sem o povo

Sem apoio das urnas ou das ruas, setores republicanos recorreram à solução que restava: um golpe militar. Para isso, precisavam de uma figura de autoridade que legitimasse o movimento. O alvo foi justamente o Marechal Deodoro da Fonseca, um homem que, ironicamente, era monarquista convicto e amigo pessoal de Dom Pedro II.

A manipulação foi intensa. No dia 14 de novembro de 1889, conspiradores espalharam boatos de que Deodoro e Benjamin Constant seriam presos. No dia seguinte, inflamado pelas intrigas, Deodoro marchou e depôs o presidente do Conselho de Ministros, Visconde de Ouro Preto. Era o início do golpe que criaria a República.

Dom Pedro II, fiel ao seu caráter, recusou qualquer reação violenta. Aceitou o exílio e embarcou para a Europa, onde morreria dois anos depois. Um detalhe pouco citado: o novo governo retirou 5 mil contos de réis do Tesouro para indenizar a família imperial, valor prontamente recusado pelo Imperador, que manteve sua dignidade até o fim.

República sem povo, Constituição elitista

Mais uma vez, o povo brasileiro foi ignorado. Não houve plebiscito, participação popular, consulta pública ou debate nacional. A República nasceu como um acordo entre elites provincianas, que rapidamente se tornaram defensores irrestritos do novo regime, não por convicção democrática, mas por conveniência.

A primeira Constituição republicana, elaborada em 1891, reforçou esse caráter excludente. Conservadora, oligárquica e distante dos ideais democráticos, ela consolidou um modelo de poder restrito às oligarquias estaduais, deixando a população à margem das decisões fundamentais do Estado.

A dívida social que gerou a desigualdade urbana

Um ponto fundamental ignorado pelo discurso oficial é que as primeiras favelas brasileiras surgiram no imediato pós-Proclamação da República, fruto direto da quebra da promessa republicana de reforma agrária, uma das pautas defendidas durante o Império. Sem acesso à terra ou a políticas públicas consistentes, milhares foram empurrados para ocupações improvisadas, especialmente no Rio de Janeiro. Essa raiz histórica ajuda a explicar, ainda hoje, parte da crise urbana e de segurança que assola a cidade no século XXI.

Uma herança que ainda pesa

Desde sua origem, a República brasileira foi moldada pelos interesses de elites políticas e econômicas. E, infelizmente, essa lógica de conservação de privilégios e distanciamento do povo ainda se manifesta em 2025, especialmente quando observamos a persistência da corrupção, a fragilidade da representatividade democrática e a dificuldade do país em realizar reformas estruturais de longo prazo.

A República, portanto, embora consolidada, nasceu de um processo que pouco teve de democrático. Carrega consigo a marca de um ato político que representou muito mais os anseios de uma elite do que a vontade genuína da nação.


Por Angelo Nicolaci 

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Colômbia se torna oficialmente compradora do Gripen: país fecha acordo para 17 caças Saab Gripen E/F

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A Colômbia oficializou na última sexta-feira (14) um dos maiores contratos militares de sua história ao assinar com a sueca Saab a aquisição de 17 aeronaves de combate Gripen E/F, consolidando-se como o mais novo operador do caça na América Latina. O acordo, avaliado em € 3,1 bilhões (aprox. US$ 4,25 bilhões), confirma a escolha estratégica do governo colombiano após anos de negociações e encerra definitivamente o ciclo operacional dos antigos IAI Kfir, que serviram como espinha dorsal da defesa aérea colombiana por mais de quatro décadas.

O contrato prevê a entrega de 15 aeronaves Gripen E monoposto e duas Gripen F biposto entre 2026 e 2032, incluindo armamentos, equipamentos, treinamento e serviços logísticos. A Saab também firmou dois amplos acordos de compensação industrial e social, que permitirão à Colômbia acessar tecnologias de ponta nas áreas de aeronáutica, cibersegurança, energia sustentável, saúde e purificação de água, um pacote raro em abrangência, que visa criar capacidades estruturantes e não apenas adquirir material bélico.

Segundo Micael Johansson, presidente e CEO da Saab, a decisão marca o início de uma “parceria de longo prazo que fortalecerá a defesa e a segurança da Colômbia, beneficiará seu povo e impulsionará o poder de inovação da nação”. O governo colombiano, por sua vez, destacou que o programa Gripen será um vetor de modernização nacional, combinando avanço tecnológico com desenvolvimento econômico e social.

O cronograma financeiro começa em 2026, quando está prevista a primeira parcela de aproximadamente US$ 26 milhões. O pacote total transforma a Colômbia no segundo país latino-americano a operar o Gripen E/F, após o Brasil, que já conduz sua integração, testes e formação doutrinária com o F-39E Gripen. Analistas apontam que essa convergência regional pode ampliar exercícios conjuntos, compartilhamento de experiência operacional e integração de cadeias industriais.

A escolha colombiana também encerra uma disputa longa, na qual foram avaliadas alternativas como o Lockheed Martin F-16V e o Dassault Rafale. Pesou a favor do Gripen sua elevada capacidade multimissão, o emprego de radar AESA, a integração com armamentos modernos de médio e longo alcance e, sobretudo, o generoso pacote de offsets, algo central para Bogotá, que busca modernizar suas capacidades sem comprometer a autonomia estratégica.

Além de reforçar a soberania aérea colombiana em um cenário regional marcado por tensões, pressões geopolíticas e crescente necessidade de modernização militar, o acordo projeta o Gripen como um dos principais vetores de defesa no continente. A entrada da Colômbia no ecossistema Gripen expande a presença da Saab na América Latina e abre novas portas para cooperação com o Brasil, que hoje é o polo central do programa no hemisfério sul.

Com essa assinatura, Bogotá dá um salto tecnológico, reposiciona suas Forças Armadas e inaugura uma nova fase para sua aviação de combate, uma decisão de longo alcance que terá impactos estratégicos bem além do campo militar.


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A VERDADE QUE OS GOVERNOS EVITAM: O NARCOTERRORISMO SE TORNOU A MAIOR AMEAÇA À SOBERANIA DO BRASIL E DO CONTINENTE

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A América do Sul enfrenta uma metamorfose silenciosa e brutal: o narcoterrorismo deixou de ser um fenômeno marginal para se tornar um sistema de poder continental, uma engrenagem transnacional que avança como um câncer, infiltrando instituições, capturando economias locais e corroendo a própria ideia de soberania. No epicentro dessa tempestade está o Brasil, não como vítima passiva, mas como plataforma logística e operacional de cerca de 80% da cocaína que circula no Cone Sul, consolidando-se como corredor estratégico para o crime organizado global.

Nesse cenário, facções como PCC e Comando Vermelho já não são meros grupos criminosos: evoluíram para dinastias do crime, com estruturas empresariais, braços internacionais, centros de comando em múltiplos países e faturamento anual na casa dos bilhões. Controlam portos, comunidades, redes financeiras clandestinas e, sobretudo, territórios invisíveis onde o Estado só pisa de farda e blindado, e mesmo assim, sob fogo cerrado.

O ano de 2025 escancarou essa realidade de forma incontornável. A megaoperação no Rio de Janeiro, que resultou na morte de 117 narcoterroristas, marcou mais do que um ponto fora da curva: revelou uma guerra aberta, já em estágio avançado, entre Estado e facções que operam como exércitos paralelos. Nas vielas estreitas, nas serras densas e nos corredores logísticos da capital fluminense, ficou claro que o país enfrenta um inimigo que combina poder militar, capilaridade social e inteligência operacional de nível estratégico.

Nesse vácuo de segurança, o debate político se inflamou. O Projeto de Lei nº 1283/2025, que busca classificar facções como entidades terroristas, surge como tentativa de enquadrar legalmente organizações que já atuam como tais há anos. A proposta endurece penas, amplia mecanismos de exceção e, sobretudo, abre caminho para novas camadas de cooperação internacional, inclusive com os Estados Unidos, que pressionam silenciosamente para inserir o Brasil em uma arquitetura hemisférica de combate ao crime transnacional.

Se aprovado, o PL pode redefinir o tabuleiro político e jurídico do país, mas também traz riscos: ao transformar facções em organizações terroristas no papel, o Brasil se aproxima de um modelo de enfrentamento semelhante ao usado no Oriente Médio, onde a linha entre segurança e soberania muitas vezes se torna tênue sob a sombra da influência americana.

Fronteiras: Portas Abertas ao Caos

Os 16.900 km de fronteiras brasileiras já não funcionam como limites, mas como amplas portas abertas por onde fluem drogas, armas, ouro ilegal e grupos armados que desafiam o Estado brasileiro. Na região amazônica, onde a presença governamental é rarefeita, a linha divisória entre Brasil, Colômbia, Peru, Bolívia e Venezuela dissolve-se na prática: o crime se move sem obstáculos, enquanto as instituições públicas se arrastam com lentidão burocrática e capacidade operacional insuficiente.

Nesse espaço sem dono, dissidências das FARC e do ELN estabeleceram alianças funcionais com facções brasileiras como PCC e Comando Vermelho. O resultado é uma malha criminal integrada, na qual cada grupo cumpre um papel específico: as antigas guerrilhas fornecem conhecimento territorial, proteção armada e acesso à produção andina; as facções brasileiras garantem logística, transporte, lavagem financeira e acesso aos portos. A Amazônia torna-se, assim, o epicentro de uma economia ilícita profundamente sofisticada, responsável por movimentar bilhões e abastecer mercados internacionais.

Estima-se que até 40% da cocaína que circula no mundo utilize, em alguma etapa, rota amazônica. Dos rios peruanos ao Rio Solimões, do Alto Orinoco às pistas clandestinas de Roraima e Amazonas, voadeiras, cargueiros e aeronaves de pequeno porte operam em ciclos constantes e precisos. O destino final raramente é o consumo interno: a maior parte segue para a Europa, África Ocidental e Oriente Médio, onde redes mafiosas estrangeiras (Ndrangheta, Camorra, cartéis balcânicos, grupos nigerianos) já atuam em parceria direta com facções brasileiras.

Nos portos de Santos, Paranaguá, Itaguaí e Suape, essa internacionalização do crime encontra sua expressão mais visível. Os contêineres carregados com cocaína não são obra improvisada: são operações complexas, envolvendo corrupção institucional, infiltração em terminais e logística de alto nível. Paralelamente, organizações estrangeiras instaladas no Brasil financiam parte da cadeia e garantem a recepção da droga no exterior. Santos, por exemplo, tornou-se um dos principais hubs de cocaína do planeta, disputado por máfias europeias, que veem no Brasil uma plataforma de baixo risco e alta oferta.

A devastação avança especialmente sobre territórios indígenas, como a Terra Yanomami, transformada em frente de saque ambiental e humano. O garimpo ilegal, hoje dominado por facções e milícias, movimenta cerca de 3 bilhões de dólares por ano. Pistas clandestinas, acampamentos armados, balsas ilegais e depósitos de combustível formam uma estrutura que suplanta a presença estatal. Em áreas inteiras, o poder real não é exercido por Brasília, mas por grupos armados que impõem regras próprias, cobram taxas e distribuem “serviços” à população local. Trata-se de uma ocupação paralela.

Esse caos é agravado pela falência da cooperação fronteiriça sul-americana. Programas como SIVAM, UNASUL-Segurança e mecanismos bilaterais de vigilância se tornaram esvaziados ou inoperantes. Países vizinhos, cada qual enfrentando suas próprias crises internas, Venezuela em colapso político, Peru dominado por rotas aéreas clandestinas, Bolívia sob influência crescente de cartéis estrangeiros, Colômbia em disputa entre governo e dissidências armadas, não oferecem respostas coordenadas. O crime, ao contrário dos Estados, não conhece fronteiras nem burocracia.

O Brasil, que deveria liderar a política de segurança na região, permanece preso a disputas ideológicas internas, oscilando entre operações grandiosas e ausência total de continuidade estratégica. A fronteira amazônica segue não ocupada: há batalhões sem meios, bases sem efetivo, reservas indígenas sem proteção, rios sem fiscalização. A presença estatal é episódica, quando deveria ser permanente. Não existe um projeto nacional para integrar a Amazônia, reocupar áreas críticas e desmontar o poder econômico das facções.

O resultado é que o Brasil não apenas sofre o impacto da criminalidade transnacional, ele a facilita e, de certa forma, a fomenta pela omissão prolongada. Em vez de ser o polo de estabilidade da América do Sul, o país tornou-se o principal corredor e distribuidor do tráfico internacional, condição que alimenta violência urbana, corrupção institucional e avanço de grupos paramilitares sobre a economia formal.

O caos nas fronteiras não é um problema periférico: é o núcleo da crise de segurança brasileira. Enquanto o Estado não retomar o controle territorial, o crime continuará ditando as regras, na selva, nos portos, nas cidades e, cada vez mais, na política.

O papel das Forças Armadas e seus limites estruturais

Diante da expansão do narcoterrorismo, da captura territorial nas fronteiras e da presença crescente de grupos armados transnacionais, as Forças Armadas brasileiras acabaram convertidas na última barreira de contenção do Estado. Contudo, essa presença, ainda que imprescindível, revela limitações profundas, resultado de décadas de negligência política, falta de investimentos estruturantes e ausência de planejamento estratégico continuado.

O problema começa na própria base material. A Aeronáutica sofre com um déficit crônico de aeronaves de patrulha, interdição aérea e ataque leve, essenciais para interceptar voos clandestinos e apoiar ações em áreas remotas. O Exército opera blindados, viaturas e sistemas concebidos para outros cenários, pouco adaptados ao ambiente amazônico, onde mobilidade fluvial e leveza operacional deveriam ser prioridades absolutas. A Marinha, responsável por patrulhar rios equivalentes a mares interiores, enfrenta dificuldades logísticas massivas, com navios antigos, lanchas insuficientes e meios de vigilância incapazes de cobrir a vastidão dos 23 mil quilômetros de rios navegáveis da Amazônia.

A limitação mais grave, porém, está na estagnação tecnológica. O Brasil fala há anos em desenvolver e empregar sistemas de drones, mas os programas não avançam com a velocidade necessária. Enquanto facções criminosas utilizam drones comerciais e táticos com capacidade de vigilância, transporte de cargas ilícitas e monitoramento de operações policiais, o Estado ainda debate assinaturas orçamentárias ou empurra cronogramas indefinidamente. O resultado é um abismo tecnológico que amplia a vantagem operacional do crime e dificulta o monitoramento contínuo de áreas críticas.

Essa fragilidade se agrava pela completa ausência de previsibilidade orçamentária. As Forças Armadas convivem com contingenciamentos sucessivos, verbas que variam ano a ano e projetos estratégicos interrompidos ou paralisados. Não há planejamento plurianual estável para equipar unidades de fronteira, renovar sensores, adquirir embarcações, integrar satélites, comprar drones, atualizar radares ou expandir a presença operacional nos pontos mais vulneráveis. Sem orçamento previsível, qualquer estratégia vira improviso; qualquer avanço vira exceção; e qualquer operação depende do humor fiscal do governo da vez.

No terreno, as consequências são visíveis. Muitas guarnições operam isoladas, com sensoriamento limitado, comunicações instáveis e infraestrutura básica precária. Enquanto isso, facções criminosas circulam com barcos de alta potência, motores importados, rádios criptografados, drones de longo alcance e cadeias logísticas mais eficientes que a do próprio Estado brasileiro. Em diversas regiões, criminosos dispõem de mobilidade e informação superiores às do aparato oficial, tornando as operações militares meras ações reativas, sempre atrasadas um passo.

Esse cenário revela o que se tornou um vício institucional: o uso das Forças Armadas como ferramenta de “enxugar gelo”. Operações como Ágata, Escudo e as ações constantes em Tefé, Tabatinga, Pacaraima e São Gabriel da Cachoeira evidenciam tanto o comprometimento dos militares quanto a realidade incontornável de que não existe controle efetivo de áreas do tamanho de países inteiros sem tecnologia avançada, continuidade de políticas públicas e uma arquitetura de coordenação permanente.

Mas o Brasil insiste em mobilizar as Forças como solução emergencial, entra governo, sai governo, repete-se a fórmula, sem construir mecanismos duradouros de integração entre Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Federal, Abin, polícias estaduais e órgãos de fiscalização ambiental. Em vez de uma estratégia nacional articulada, o país opera em “picos de esforço”, o oposto do que o crime organizado faz: planejamento, continuidade e expansão.

A militarização sem modernização, sem inteligência integrada e sem meios tecnológicos de ponta transforma o combate em um jogo assimétrico. O Estado reage; o crime se antecipa. O Estado improvisa; o crime investe. O Estado age por operações pontuais; o crime atua todos os dias, 24 horas, em rede. Sem romper esse ciclo, o Brasil continuará perdendo terreno, não por falta de coragem ou competência de seus militares, mas por falta de visão estratégica, investimento estável e a coragem política de enfrentar o problema como ele realmente é: uma ameaça nacional de longo prazo, que exige Estado, e não remendos.


A infiltração política e o risco de governança capturada

Nenhuma rede criminosa de grande escala se mantém de pé sem algum nível de proteção política, omissão estratégica ou cálculo ideológico. Na América do Sul, isso se tornou um fator de desestabilização regional. A leniência, quando não cumplicidade indireta, de governos inteiros abriu espaço para que o narcoterrorismo encontrasse terreno fértil.

A Colômbia, sob Gustavo Petro, tornou-se o caso mais emblemático: o desmonte de operações contra dissidências das FARC, o afrouxamento da pressão estatal sobre áreas produtoras e o discurso ambíguo sobre narcotráfico permitiram que grupos armados recuperassem territórios perdidos. Áreas antes pacificadas voltaram a ser governadas por insurgentes e narcomilícias, transformando a fronteira colombiana em um manancial de instabilidade exportada aos vizinhos.

Na Venezuela, o regime de Nicolás Maduro estimula um ambiente onde grupos como ELN, dissidências das FARC operam com autonomia quase estatal. O Arco Mineiro tornou-se uma das maiores zonas de extração ilegal do mundo, financiando máquinas de guerra paralelas sob o olhar complacente, e às vezes interessado do próprio governo. Essa permissividade converteu a Venezuela em um santuário criminal de alcance continental.

O Brasil, por sua vez, paga a conta de sua própria volatilidade política. A comemoração dentro de presídios após a eleição de Lula, amplamente relatada por agentes penitenciários, não foi mero folclore: refletiu a expectativa das facções por um ambiente menos assertivo no combate ao crime organizado. A substituição de políticas de enfrentamento por discursos de “diálogo”, somada à ausência de um plano nacional consistente, fortaleceu organizações que operam como verdadeiros conglomerados de poder.

Somado a isso, decisões controversas do STF, muitas vezes percebidas como politizadas, desconectadas da realidade das ruas e até incompatíveis com a gravidade do cenário, criaram insegurança jurídica. Suspensões de operações, flexibilização de instrumentos de ação policial e interferência administrativa em temas de segurança pública produziram um efeito dominó: o Estado se fragmenta, enquanto o crime se adapta rapidamente às brechas.

Nas franjas do território, o quadro é ainda mais alarmante. Diversos municípios da faixa de fronteira tornaram-se dependentes economicamente da economia ilícita. Prefeituras, câmaras municipais e empresas contratadas por governos locais passaram a sofrer influência direta de facções que financiam campanhas, intimidam adversários, controlam contratos e ditam prioridades políticas. Em muitas regiões, o crime deixou de ser apenas um ator clandestino: tornou-se parte integrante da governança.

Essa infiltração não se limita à Amazônia. Ela avança sobre o Centro-Oeste, aproveitando-se do agronegócio e das rotas para Bolívia e Paraguai; infiltra-se no Nordeste por meio do controle de portos e do comércio informal; atinge o Sudeste, onde facções disputam, e muitas vezes dominam, cadeias logísticas de exportação. A criminalidade organizada já opera como um complexo econômico, com ramificações em mineração, extração de madeira, combustíveis, criptomoedas e contrabando de tecnologia.

Enquanto isso, o debate nacional sobre segurança pública é capturado por agendas partidárias, ideologização vazia e disputas institucionais. O país vê-se preso entre discursos superficiais de um lado e omissão deliberada do outro. O resultado é trágico: não há políticas de Estado, apenas ciclos curtos de improvisação. E enquanto Brasília se perde em disputas internas, o crime avança de forma disciplinada, calculada e conectada globalmente.

O risco que emerge é claro: a governança capturada. Quando facções influenciam eleições, quando governos são lenientes por escolha ou convicção ideológica, quando tribunais bloqueiam instrumentos de enfrentamento e quando a incompetência política se soma à fragmentação institucional, o Estado deixa de ser soberano. Passa a conviver e às vezes a depender de estruturas criminosas que preenchem o vazio deixado pelo poder formal.

O narcoterrorismo como questão geopolítica

O avanço do narcoterrorismo no Brasil não ocorre em um vácuo: ele se insere em uma disputa silenciosa entre potências que enxergam a América do Sul como área de influência estratégica. A Amazônia, os corredores marítimos do Atlântico Sul e os polos energéticos brasileiros se tornaram ambientes onde crime organizado, interesses estatais e agendas internacionais se entrelaçam.

Hoje, os grandes cartéis transnacionais integram redes que cruzam três continentes, conectando dissidências colombianas, facções brasileiras, intermediários africanos e distribuidores europeus. Para países da OTAN, isso cria uma vulnerabilidade sistêmica: o Brasil, pela sua posição geográfica, tornou-se nó essencial na arquitetura global de segurança. Não é à toa que Washington, Bruxelas e até Londres classificam o território brasileiro como área de alto risco logístico, com impacto direto sobre o comércio e sobre operações militares na costa atlântica.

Mas há um fator ainda mais sensível: a competição entre grandes potências pela Amazônia. Enquanto o Ocidente pressiona por maior controle territorial e investimentos em segurança, China e Rússia vêm ampliando sua presença diplomática e tecnológica na região, oferecendo cooperação, equipamentos e facilidades financeiras. Essa disputa transforma o combate ao narcotráfico em ferramenta geopolítica. Cada potência tenta moldar a política brasileira conforme seus interesses estratégicos, seja por meio de acordos de defesa, condicionantes ambientais, protocolos comerciais ou acordos de rastreabilidade.

Nesse contexto, o narcoterrorismo passa a ser usado como justificativa para ingerência externa. Documentos circulam nos bastidores diplomáticos com propostas de monitoramento multilateral, patrulhas combinadas e instalação de sensores internacionais em áreas críticas. Em termos práticos, são iniciativas que reduzem a autonomia do Brasil sobre seu próprio território. Não se trata de invasão militar, mas de erosão gradual da soberania por via regulatória, tecnológica e operacional.

A fragilidade brasileira também afeta sua capacidade de barganha. Países que não conseguem controlar suas rotas internas de ilícitos tornam-se mais vulneráveis a pressões em negociações comerciais, ambientais e de defesa. E, enquanto as potências tratam o crime organizado como questão estratégica, o Brasil ainda o discute como problema policial, o que cria um descompasso que diminui o peso do país nas mesas onde realmente se define o futuro da segurança hemisférica.

A consequência é clara: ou o Brasil estrutura uma estratégia geopolítica própria para enfrentar o narcoterrorismo e proteger áreas de interesse vital, ou continuará reagindo às agendas impostas de fora, perdendo capacidade de decisão no momento em que mais precisaria afirmá-la.

Facções: Corporações do Terror

O Brasil convive hoje com organizações criminosas que deixaram há muito de ser “facções” no sentido tradicional. PCC e Comando Vermelho tornaram-se corporações transnacionais do crime, com estrutura, escala e poder equivalentes aos maiores cartéis do planeta. Não são grupos marginais: são entidades paramilitares com capacidade de projeção internacional, influência política e controle territorial crescente.

O PCC, com cerca de 30 mil integrantes, domina boa parte do Paraguai, controla rotas na Bolívia e opera hubs na Europa, especialmente Espanha, Holanda e Bélgica. O Comando Vermelho consolidou alianças com cartéis mexicanos e expandiu sua presença na Amazônia, usando rios, comunidades ribeirinhas e aldeias vulneráveis como corredores estratégicos. As duas facções operam sistemas de inteligência próprios, logística multinacional, lavagem de dinheiro via criptomoedas, empresas de fachada, transportadoras, postos de combustível e até fundos financeiros.

Entre 2020 e 2024, movimentaram juntas cerca de R$ 52 bilhões, valor suficiente para financiar campanhas eleitorais, corromper cadeias inteiras do Estado e manter armamentos que rivalizam com forças de segurança. E o mais alarmante: essas estruturas já interferem no ambiente político, intimidam candidatos, compram autoridades locais e moldam eleições em regiões estratégicas. O crime não disputa o poder; ele já participa dele.

Impacto Econômico do PCC

O PCC funciona hoje como um conglomerado econômico clandestino com capacidade de gerar distorções profundas na economia brasileira. Seu modelo de negócios já supera o narcotráfico em lucratividade e complexidade: fraudes em combustíveis movimentam US$ 11,3 bilhões por ano; redes de fintechs e investimentos lavam capital em escala industrial; empresas de fachada ocultam patrimônio estimado em dezenas de bilhões. Só entre 2020 e 2024, o grupo movimentou R$ 52 bilhões, parte deles geridos dentro de fundos que chegaram a exibir ativos de R$ 30 bilhões em um único banco.

O efeito em cadeia é devastador. O Estado perde bilhões em impostos; concorrentes legais quebram; cadeias logísticas são cooptadas; agentes públicos são corrompidos; e comunidades pobres são atraídas por salários que chegam a R$ 46 mil, superiores ao do presidente da República. Em 2025, o esquema de combustíveis envolvendo US$ 9,6 bilhões expôs a fragilidade das instituições e o risco real de colapso econômico regional.

Comparação com os cartéis mexicanos (Sinaloa e CJNG)

Semelhanças: PCC e cartéis mexicanos como Sinaloa e CJNG operam como verdadeiras multinacionais do crime, diversificando atividades (drogas, armas, extorsão, mineração ilegal, contrabando), infiltrando Estados e movimentando cifras bilionárias. A escala é comparável: o PCC com R$ 52 bilhões em quatro anos; os cartéis mexicanos com US$ 13,6 a 49,4 bilhões anuais. Todos expandem internacionalmente, PCC na Europa e África; Sinaloa e CJNG nos EUA e Ásia, e formam alianças transcontinentais.

Diferenças: o PCC adotou um modelo mais corporativo, com forte integração à economia legal e menor exposição midiática da violência. Sinaloa e CJNG, ao contrário, ainda controlam territórios pelo terror explícito e impactam diretamente setores econômicos, destruindo regiões inteiras e gerando um custo equivalente a 20% do PIB do México. Enquanto o México sofre pela proximidade dos EUA, o Brasil se tornou o maior corredor do Atlântico Sul, com potencial para alcançar a mesma escala destrutiva.

Comparação com os cartéis colombianos (Medellín e Cali)

Semelhanças: PCC e cartéis colombianos compartilham raízes comuns, crescimento de redes ilícitas nos anos 1970 e 1980, explosão da cocaína, hierarquia rígida e controle territorial baseado na coerção. Ambos financiaram políticos, corromperam instituições e criaram “Estados paralelos” onde o poder público se tornou figurativo.

Diferenças: Medellín e Cali eram cartéis rurais, voltados à produção agrícola e inseridos em uma guerra civil que envolvia FARC, ELN e paramilitares, resultando em violência de escala quase militar. O PCC nasceu em prisões e favelas, expandiu-se em ambiente urbano, opera com inteligência mais sofisticada e camufla-se dentro da economia formal. A Colômbia enfrentou seus cartéis com o apoio operacional dos EUA, enquanto o Brasil hesita até mesmo em classificar o PCC como organização terrorista, permitindo que o grupo se expanda em silêncio e sem resistência externa significativa.

O Brasil está perigosamente próximo de repetir a trajetória mexicana entre 2006 e 2020, quando a combinação de impunidade, fragmentação institucional e avanço de cartéis resultou em mais de 300 mil mortos, cidades capturadas e forças de segurança incapazes de exercer autoridade plena. A diferença é que, aqui, o processo ocorre de forma silenciosa, disfarçado por debates ideológicos e pela recusa de reconhecer que o país enfrenta um fenômeno de natureza terrorista e não apenas criminal. Se o Estado continuar hesitante, sem políticas de longo prazo, sem integração real entre as forças e sem enfrentar a infiltração econômica e política dessas corporações do crime, o Brasil corre o risco concreto de ver regiões inteiras do Norte ao Sudeste, se tornarem zonas de exclusão, onde o poder público será mera formalidade e quem governará, na prática, serão as facções. Esta é a encruzilhada: ou o país assume a gravidade da ameaça e reage com a força e a estratégia necessárias, ou aceitará o destino que já devastou México, Colômbia e partes da América Central, com um custo humano e institucional que poderá marcar gerações.

Lições dos vizinhos: Caminho já trilhado rumo ao abismo

A região oferece um alerta brutal. Na Colômbia, a política de “paz total” não reduziu a violência; ao contrário, alimentou a multiplicação de dissidências das FARC e do ELN, que hoje somam mais de 5.500 integrantes e já utilizam o território brasileiro como retaguarda logística e rota de expansão. No Equador, a infiltração dos cartéis levou ao colapso das prisões, resultando em cerca de 400 mortos em motins que expuseram a perda completa de controle do Estado. Argentina e Paraguai já classificaram PCC e CV como organizações terroristas, aderindo ao movimento de pressão dos Estados Unidos, que solicitaram ao Brasil, em maio de 2025, que adotasse posição semelhante, pedido rejeitado por Brasília.

O risco é concreto: diante da recusa brasileira, Washington pode avançar para medidas unilaterais, como sanções financeiras segmentadas, restrições ao sistema bancário, limitações ao uso internacional do Pix e vigilância ampliada sobre movimentações comerciais. Uma economia com vulnerabilidades estruturais dificilmente absorveria esse impacto sem perda de autoridade diplomática.

Falhas sistêmicas: o veneno político e a paralisia institucional

O Brasil enfrenta um problema que não é apenas de violência, mas de engenharia institucional defeituosa. Estados agem isoladamente, sem uma diretriz federal robusta, coordenada e permanente. A corrupção, somada a uma guerra narrativa entre grupos políticos, transforma o tema em munição eleitoral, dilui a seriedade do debate e inverte prioridades. A palavra “narcoterrorismo” muitas vezes aparece mais como instrumento retórico do que como conceito técnico aplicado com rigor.

Analistas alertam para o risco dessa distorção: a politização pode gerar medidas midiáticas, ineficazes ou violadoras de direitos, que obscurecem as raízes do problema, incluindo vulnerabilidades sociais, falhas de inteligência, ausência de integração operacional e modelos antiquados de controle territorial. Assim, perpetua-se um círculo vicioso: decisões erráticas, pressão crescente e resultados insuficientes.

Sintomas de colapso: um Estado que perde o monopólio da força

Os sinais já são visíveis. A Amazônia e várias zonas urbanas vivem sob domínio paralelo de facções que controlam rotas, impõem leis próprias e desafiam abertamente o poder público. A economia clandestina acumula bilhões, supera setores formais e injeta capital em operações cada vez mais complexas.

O poder bélico das facções alcança um patamar sem precedentes: além do fluxo contínuo de armas estrangeiras, já existe produção interna de fuzis e componentes em território nacional, abastecendo arsenais locais com custos mais baixos e dependência reduzida de rotas externas. Rebeliões prisionais, ataques coordenados e uso intensivo de drones configuram um ambiente de conflito irregular em evolução acelerada.

As fronteiras seguem permeáveis, e as alianças com cartéis internacionais se sofisticam. O cenário lembra, cada vez mais, a Colômbia dos anos 1990, uma trajetória que, se não interrompida, tende a se tornar irreversível em poucos anos.

Reforma urgente do sistema de justiça: o pilar que falta para deter o avanço do narcoterrorismo

Nenhuma política de segurança, por mais bem equipada, integrada ou estratégica, sobreviverá sem uma reforma ampla e profunda do sistema de justiça brasileiro. Hoje, o Judiciário opera com gargalos estruturais que inviabilizam respostas rápidas e efetivas ao crime organizado. As facções entenderam essa fragilidade há muito tempo, explorando decisões fragmentadas, processos lentos, recursos intermináveis e interpretações benevolentes que descolam completamente da realidade do país.

Um dos pontos mais sensíveis é o topo da estrutura: o Supremo Tribunal Federal. A escolha política de ministros sem formação consolidada na magistratura criou um ambiente vulnerável a interferências ideológicas, disputas partidárias e decisões que, muitas vezes, não refletem coerência técnica nem leitura adequada do impacto nacional. A construção de um STF composto integralmente por magistrados de carreira, selecionados por critérios rígidos de experiência, notório saber jurídico e independência comprovada, é condição mínima para restaurar credibilidade, previsibilidade e segurança institucional.

Além disso, o país precisa de um novo marco legal, mais ágil, moderno e rigoroso. A legislação atual permite brechas que favorecem a impunidade de criminosos de alta periculosidade: progressões automáticas de regime, benefícios concedidos sem critérios robustos, audiências de custódia que ignoram a violência real das facções e decisões que liberam acusados armados, frequentemente reincidentes, em prazos absurdamente curtos.

É indispensável:

* criar mecanismos que assegurem o cumprimento integral de penas em crimes violentos e ligados ao narcoterrorismo;

* estabelecer ritos processuais céleres para facções, como ocorre em países que enfrentam terrorismo e crime organizado estruturado;

* impedir interpretações judiciais que distorçam o espírito da lei e ameacem a segurança coletiva;

* reforçar instrumentos de cooperação entre Judiciário, Ministério Público, polícias e órgãos de inteligência, para que o sistema funcione como unidade e não como arquipélago institucional.

Enquanto o Judiciário mantiver uma postura míope, muitas vezes hermética, desconectada do impacto nacional de suas decisões e excessivamente leniente, continuará alimentando o ciclo que permite que criminosos perigosos sejam soltos, inocentados ou beneficiados por interpretações que contrariam o sentimento de justiça e o interesse público.

Sem uma reforma profunda do sistema judicial, o Estado seguirá combatendo o narcoterrorismo de olhos vendados, enquanto as facções operam com clareza estratégica, organização empresarial e vantagem jurídica.

A urgência de investir em tecnologia e inteligência: o salto que o Brasil ainda não deu

O enfrentamento ao narcoterrorismo não será vencido apenas com mais efetivo ou mais operações pontuais: depende de uma revolução tecnológica que o Brasil insiste em adiar. Facções já operam como forças paramilitares digitais, com drones modificados, rádios criptografados, sistemas de alerta precoce e softwares de coordenação logística. Enquanto isso, órgãos de segurança e até as Forças Armadas seguem presos a orçamentos imprevisíveis, equipamentos defasados e limitações regulatórias incompatíveis com a realidade urbana e fronteiriça.

O país possui capacidade industrial e intelectual para avançar, mas carece de decisões estratégicas. Um exemplo emblemático é o drone Harpia, desenvolvido pela ADTECH, uma solução nacional de alta performance projetada especificamente para operações de vigilância, apoio tático e reconhecimento em ambientes complexos como Amazônia e grandes centros urbanos. Mesmo com potencial evidente, plataformas como o Harpia ainda não receberam investimentos públicos consistentes que permitam aquisição por parte dos estados, integração operacional e adoção massiva pelas polícias e Forças Armadas.

Além de aeronaves remotamente pilotadas, o Brasil precisa ampliar o uso de sistemas de monitoramento de comunicações, sensores eletro-ópticos, radares de pequeno porte, inteligência de sinais (SIGINT), análise de padrões, softwares de predição criminal e integração de bancos de dados em tempo real, pilares que países bem-sucedidos no combate ao crime organizado tratam como prioridade absoluta.

Outro obstáculo crítico está na regulamentação. A ANAC e o DECEA ainda mantêm barreiras que restringem ou burocratizam o emprego de drones das categorias 2 e 3 por forças policiais e militares em áreas urbanas. Isso impede sobrevoos contínuos, operações noturnas e uso irrestrito em comunidades dominadas por facções, justamente onde o Estado mais precisa de vantagem tecnológica. A revisão dessas normas, com protocolos de segurança e responsabilização bem definidos, é vital para permitir que aeronaves não tripuladas operem como extensão natural das equipes em terra.

Sem liberdade operacional, tecnologia nacional incorporada em larga escala e inteligência integrada entre União, estados e municípios, o Brasil continuará enfrentando facções equipadas com meios superiores, operando às cegas em territórios dominados e reagindo sempre um passo atrás.

Investir pesado em tecnologia não é luxo: é a única forma de equilibrar o tabuleiro de guerra que já está em curso. 

O caminho para reconstruir a soberania brasileira e resgatar a segurança da América Latina

A crise que se impõe sobre o Brasil não é isolada: ela é o epicentro de um fenômeno que se espalha por toda a América Latina. A região vive um processo acelerado de captura territorial, institucional e econômica por estruturas do narcoterrorismo, que atuam de forma integrada e transnacional. Mas, embora o problema seja continental, é no Brasil que a batalha decisiva está sendo travada, e será aqui que a vitória ou a derrota da região será definida.

Colômbia, Equador e México mostram o quanto o colapso da segurança nacional pode corroer Estados inteiros. No entanto, nenhum desses países possui o peso geopolítico, demográfico, econômico e fronteiriço do Brasil. Se o maior país da região falhar em restabelecer seu monopólio da força, todo o subcontinente se tornará vulnerável à expansão das mesmas redes criminosas que já atuam de forma coordenada do Cone Sul à América Central. A América Latina, hoje, olha para o Brasil não apenas como líder natural, mas como barreira final entre estabilidade e caos.

O Brasil carrega essa responsabilidade não por escolha, mas por sua magnitude. Somos o maior mercado consumidor, a maior fronteira, o maior litoral, o maior sistema urbano e a maior infraestrutura logística da região. Tudo isso transforma o país no prêmio estratégico dos conglomerados criminosos transnacionais. Onde o Brasil recua, eles avançam; onde o Brasil se omite, eles se instalam; onde o Brasil hesita, eles se enraízam. A disputa pelo território brasileiro define, direta ou indiretamente, o futuro de toda a América do Sul.

Por isso, reconstruir a soberania nacional não é apenas uma necessidade interna, é um imperativo continental. O avanço do narcoterrorismo no Brasil cria um efeito dominó sobre vizinhos, pressiona rotas, fortalece cartéis regionais, multiplica fluxos de armas e estimula células que se movem sem fronteiras. Da Amazônia ao Prata, de Tabatinga a Foz do Iguaçu, cada quilômetro perdido pelo Estado brasileiro enfraquece não apenas nossa segurança, mas a de todos os países ao redor.

Mas o contrário também é verdadeiro: um Brasil forte, integrado e tecnologicamente preparado eleva toda a região. Recuperar portos e fronteiras, modernizar a inteligência, reestruturar o Judiciário, reverter a degradação penitenciária, blindar instituições contra infiltrações e romper com a fragmentação federativa não é só defender um país, é restaurar o eixo de estabilidade da América Latina.

O continente aguarda a liderança brasileira que há décadas se perdeu em disputas internas, ideologias estéreis e políticas improvisadas. A América Latina não precisa que o Brasil seja um espectador: precisa que ele volte a agir como potência regional. A reconstrução da autoridade estatal brasileira não é apenas a chave para pacificar nosso próprio território; é o único caminho para impedir que o narcoterrorismo domine definitivamente o tabuleiro continental.

O tempo, porém, está contra nós. As facções e cartéis não aguardam eleições, debates ou consensos. Avançam todos os dias. O Brasil ainda dispõe de recursos, instituições, know-how militar, indústria de defesa e capacidade tecnológica para virar o jogo. Mas essa janela está se estreitando.

A decisão que o país tomar agora, enfrentar ou ceder, não moldará apenas o futuro do Brasil, mas o destino de toda a América Latina. A região precisa do Brasil. E o Brasil precisa, urgentemente, de si mesmo.


por Angelo Nicolaci


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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Ares destaca avanços tecnológicos e parceria estratégica com o Exército no Seminário de 20 Anos do Projeto Guarani

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A Ares, uma das principais referências da Base Industrial de Defesa e fornecedora dos sistemas de armas que equipam a família de blindados Guarani, teve participação central no Seminário de 20 Anos do Projeto Guarani, realizado nesta quinta-feira (13), em Brasília (DF). Com mais de cinco décadas de atuação no setor, a empresa reafirmou sua posição como parceira estratégica do Exército Brasileiro, apresentando avanços tecnológicos, capacidade industrial e soluções que sustentam a evolução das forças blindadas do país.

Durante o evento, o Diretor de Engenharia e P&D, Jaime Vela, e o Diretor de Operações, Frederico Fróes, conduziram a palestra “Integração dos Sistemas de Armas no Guarani: Desafios, Experiências e Parcerias”. A apresentação ofereceu uma visão abrangente sobre o desenvolvimento, fabricação, integração e suporte logístico dos sistemas de controle de tiro que compõem o arsenal embarcado no Guarani.

Concebido como um Projeto Estratégico destinado à modernização da Força Terrestre, o Guarani possui cerca de 90% de conteúdo nacional e já gerou 2.890 empregos diretos e indiretos. Sua concepção busca garantir mobilidade, proteção e letalidade, características essenciais para o amplo espectro de operações do Exército Brasileiro.

No seminário, os representantes da Ares detalharam o histórico, as soluções e os marcos tecnológicos que asseguram a efetividade bélica do Guarani, destacando um portfólio de 20 projetos de desenvolvimento catalogados no Ministério da Defesa. Entre as principais capacidades apresentadas estão:

SARC REMAX – Sistema de Armas Remotamente Controlado, estabilizado em dois eixos e atualmente em sua quarta versão. Mais de 300 unidades já equipam viaturas da tropa.

Torre UT30BR – Torre não-tripulada armada com canhão de 30 mm Bushmaster MK44, equipada com controle de fogo giroestabilizado e sensores optrônicos de última geração.

Torre REMAN – Primeira estação manual totalmente brasileira, projetada com blindagem modular para aumentar a proteção da guarnição.

Capacidades Anti-SARP – Ares é pioneira no Brasil no desenvolvimento de sistemas anti-drones, incluindo um simulador específico para treinamento.

Para Jaime Vela, integrar sistemas complexos em plataformas como o Guarani exige domínio tecnológico e um ciclo contínuo de pesquisa e desenvolvimento. “Nosso compromisso é entregar soluções que não apenas atendam, mas superem as exigências doutrinárias do Exército, garantindo flexibilidade e desempenho em qualquer cenário operacional”, afirmou.

O diretor de Operações, Frederico Fróes, apresentou a estrutura fabril da empresa, que alia tecnologia de ponta e processos alinhados aos conceitos da Indústria 4.0. Segundo ele, a transformação digital vem permitindo converter processos tradicionalmente artesanais em produção seriada de alta precisão. A Ares possui um Centro de Usinagem moderno, laboratório de manufatura aditiva e capacidade para montar até 250 sistemas REMAX por ano. Além disso, mantém há mais de uma década um sistema de Suporte Logístico Integrado que assegura prontidão operacional em todo o território nacional.

Para ser parceira do Exército em um projeto de longa duração como o Guarani, não basta desenvolver tecnologia. É preciso ter capacidade industrial, flexibilidade e eficiência para entregar soluções confiáveis à tropa brasileira”, destacou Fróes.

Ao longo de mais de 50 anos, a Ares consolidou-se como uma empresa que contribui diretamente para o fortalecimento da defesa nacional, oferecendo produtos, integração tecnológica e suporte contínuo às Forças Armadas. A participação no seminário reforça seu papel como protagonista na modernização das forças blindadas e como pilar da soberania tecnológica brasileira.


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Operação Samaúma consolida avanço tecnológico do Brasil e certifica o reabastecimento em voo entre o Gripen e o KC-390

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A Força Aérea Brasileira concluiu com êxito a Operação Samaúma, uma das campanhas de ensaios em voo mais relevantes já realizadas pelo Comando da Aeronáutica nos últimos anos. Conduzida entre outubro e novembro nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto (SP), a operação certificou o reabastecimento em voo entre o caça F-39 Gripen e o avião multimissão KC-390 Millennium. Coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), a campanha reuniu especialistas da FAB, Embraer e SAAB, marcando um passo decisivo para a autonomia operacional do país.

A certificação desse tipo de operação representa um salto estratégico para o poder aéreo nacional. O reabastecimento em voo possibilita que aeronaves de caça permaneçam por longos períodos sobre áreas de interesse, ampliando alcance, mobilidade e capacidade de resposta a qualquer ameaça aérea no vasto território brasileiro. Com o apoio do KC-390, o Gripen pode atingir rapidamente regiões distantes, incluindo fronteiras amazônicas a mais de 3.000 quilômetros da Base Aérea de Anápolis, onde está sediado o esquadrão brasileiro.

Além de ampliar a prontidão em cenários de defesa aérea, a certificação também fortalece o emprego do Gripen em missões complexas, como Patrulhas Aéreas de Combate e operações compostas (COMAO). Em tais situações, o caça pode realizar diversos ciclos de reabastecimento em voo, permanecendo por longos períodos na área designada para proteger outras aeronaves em missão de reconhecimento, ataque, lançamento de paraquedistas ou infiltração de tropas.

Durante a Operação Samaúma, foram avaliados diferentes perfis de voo e configurações do Gripen, inclusive com mísseis, bombas e tanques externos. Os testes incluíram manobras em múltiplas altitudes e velocidades, garantindo análise completa de estabilidade, controle e compatibilidade dos sistemas durante o contato com a cesta de reabastecimento do KC-390. Cada etapa foi validada com foco em segurança e precisão, requisitos essenciais para operações reais.

A certificação desse tipo de operação exige uma análise rigorosa. Trata-se de uma das manobras mais sensíveis da aviação militar, realizada com aeronaves voando lado a lado a alta velocidade, com margens mínimas para qualquer instabilidade estrutural ou falha de sistema. Por isso, antes da certificação do par, foi necessária a qualificação do Gripen como aeronave recebedora. Os dados obtidos na campanha estão sendo analisados pela autoridade militar sueca, responsável por validar essa capacidade no caça. Já o KC-390, que operou como aeronave reabastecedora, possui qualificação prévia e já é certificado para reabastecer F-5, A-1 e outras aeronaves KC-390.

Para o DCTA, a Operação Samaúma representa um momento histórico ao unir duas das principais vitórias tecnológicas da indústria de defesa brasileira: o KC-390, desenvolvido integralmente pela Embraer, e o Gripen, cuja fabricação nacional avança em parceria com a SAAB. Segundo o coordenador-geral da operação na FAB, coronel aviador George Luiz Guedes de Oliveira, a campanha exemplifica o resultado de esforços integrados e demonstra o fortalecimento da autonomia industrial e operacional do país.

A campanha também destacou a importância das instituições do DCTA, como o Instituto de Pesquisas e Ensaios em Voo (IPEV) e o Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI). O IPEV reuniu pilotos e engenheiros especializados em ensaios em voo — profissionais altamente capacitados, formados no próprio instituto, referência mundial na formação de especialistas civis e militares. O IFI, autoridade certificadora militar nacional, analisará os dados para emitir a certificação internacionalmente reconhecida do par KC-390 e Gripen.

A operação mobilizou cerca de 40 militares e envolveu o DCTA, IPEV, IFI, CINDACTA I, PAMA-SP, Base Aérea de Anápolis, Embraer e SAAB. O trabalho conjunto, realizado ao longo de mais de um ano de coordenação técnica entre Brasil e Suécia, garantiu sinergia, segurança e eficiência nos ensaios.

Pilotos e engenheiros das três instituições ressaltaram o valor da experiência. Para o Tenente-Coronel David Escosteguy, piloto de ensaios da FAB, a participação em uma campanha dessa complexidade representa o ápice da carreira técnica. Já para Johan Kaliff, gerente da campanha de ensaios em voo da SAAB, o trabalho conjunto ao longo de quase dezoito meses demonstrou a maturidade da cooperação e o alto nível de integração entre as equipes. O engenheiro da Embraer, Rafael Testi, destacou que a certificação reforça o protagonismo do KC-390 no mercado internacional e expressa o nível tecnológico que o Brasil alcançou.

Além da importância operacional, a Operação Samaúma reforça a consolidação da Base Industrial de Defesa. A certificação do reabastecimento em voo entre duas aeronaves estratégicas, ambas com participação da indústria nacional, coloca o Brasil em um restrito grupo de países capazes de desenvolver, testar e certificar sistemas avançados de defesa.

O nome da operação, inspirado na Samaúma, árvore emblemática da Amazônia, simboliza a solidez das equipes envolvidas e a profundidade das raízes tecnológicas que sustentam os projetos estratégicos da FAB.

A conclusão bem-sucedida da Operação Samaúma reafirma a capacidade do país de conduzir programas de alta complexidade com independência técnica, robustez industrial e integração internacional. Um marco para a soberania, para a aviação de combate e para o futuro da Defesa brasileira.


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com FAB

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Força de Resposta Imediata a Desastres Ambientais é apresentada ao público em seminário organizado pela Marinha e BNDES

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A Marinha do Brasil (MB) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) apresentaram ao público, pela primeira vez, nesta quinta-feira (13), o projeto piloto da Força de Resposta Imediata a Desastres Ambientais, uma tropa anfíbia e expedicionária do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), estruturada para atuar com rapidez em cenários críticos, unindo capacidade de resgate, apoio humanitário, logística avançada e segurança.

A apresentação integrou o Seminário Internacional de Operações Humanitárias e Resposta a Desastres do Programa PRÓ-DEFESA, realizado ontem e hoje (13 e 14), no Centro de Operações de Paz e Humanitárias de Caráter Naval (COpPazNav), no Complexo Naval da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

O seminário marcou mais um avanço do projeto “Preparar para Proteger: Aprendizado organizacional militar no Brasil face aos novos contextos de crise humanitária”, desenvolvido pela Marinha em parceria com a PUC-Rio, Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e Universidade Federal de Roraima (UFRR). A iniciativa, em execução desde 2024, conquistou o terceiro lugar entre os 79 projetos aprovados no ciclo atual do PRÓ-DEFESA.

Outro destaque do evento foi a assinatura do protocolo de intenções entre a Marinha do Brasil e o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (UN OCHA), ampliando a cooperação internacional em operações de resposta a crises.

Entre os especialistas internacionais presentes estiveram Chiara Capozio, chefe de Coordenação Civil-Militar Humanitária da ONU para América Latina e Caribe; Álvaro de Vicente, responsável pelas operações de Defesa Civil e Ajuda Humanitária da Comissão Europeia na região; e o Coronel Nazrul Hussain, Diretor-Geral de Defesa Civil da Guiana e coordenador do MECODE, o mecanismo multilateral de coordenação de desastres da Junta Interamericana de Defesa.

A abertura ocorreu na quinta-feira, conduzida pelo Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, Almirante de Esquadra Carlos Chagas Vianna Braga, seguida da participação de Helena Tenório Veiga de Almeida, Diretora de Pessoas, TI e Operações do BNDES. O encerramento ocorreu hoje, com a presença do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

O evento que foi gratuito, aberto ao público e patrocinado pelo BNDES, cumpriu seu objetivo de ampliar o diálogo entre Marinha, agências governamentais, Forças Auxiliares, organismos internacionais da ONU, ONGs especializadas e a comunidade acadêmica. Também consolidou o COpPazNav como polo nacional de conhecimento em operações humanitárias e resposta a desastres, reforçando a integração entre defesa, ciência e assistência humanitária.


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com Marinha do Brasil



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