A Força Aérea Indiana (IAF) deve receber, na última semana de outubro de 2025, sua primeira aeronave de combate leve Tejas MK-1A, marco decisivo no avanço da indústria aeronáutica de defesa do país e no fortalecimento da capacidade operacional da força. O evento contará com a presença do Ministro da Defesa, Rajnath Singh, que acompanhará o primeiro voo do jato em Nashik, no dia 17 de outubro, além de visitar as instalações da Hindustan Aeronautics Limited (HAL) e reunir-se com engenheiros e técnicos envolvidos na produção.
O Tejas MK-1A representa a consolidação do programa de caças nativos da Índia, concebido para substituir gradualmente aeronaves antigas como o MiG-21 e reduzir a dependência de plataformas estrangeiras. O pedido atual da HAL prevê 83 unidades, mas as entregas, inicialmente programadas para começar em fevereiro de 2024, sofreram atraso devido ao ritmo de fornecimento dos motores F404-IN20, fabricados pela General Electric (GE Aerospace).
Com a GE entregando apenas um ou dois motores por mês, a HAL revisou o cronograma, estimando a conclusão do lote em quatro anos, desde que não ocorram novas interrupções. Para garantir o ritmo de produção e atender à crescente demanda da Força Aérea, o Ministério da Defesa e a GE Aerospace estão finalizando um novo contrato de fornecimento que permitirá acelerar a fabricação. A expectativa é que um lote adicional de 97 aeronaves Tejas MK-1A seja confirmado em breve, elevando o total para 180 aeronaves, um reforço significativo à capacidade doméstica da Índia.
Atualmente, o efetivo da IAF conta com 29 esquadrões ativos, número bem abaixo do ideal de 42 esquadrões estabelecido pelo governo. A desativação recente de dois esquadrões de MiG-21 ampliou a lacuna operacional, levando o Marechal-do-Ar Amar Preet Singh a alertar que a força precisa incorporar ao menos dois esquadrões por ano, o equivalente a 30 ou 40 aeronaves, para manter uma postura adequada frente às ameaças regionais.
Enquanto o programa Tejas avança, o governo indiano também acelera outras frentes estratégicas. O aguardado projeto MRFA (Medium Role Fighter Aircraft), que prevê a compra de 114 caças multifuncionais, continua em fase de tramitação. O Ministério da Defesa considera a aquisição de uma variante “Made in India” do Rafale, com ao menos 18 aeronaves prontas para uso imediato, a fim de atender necessidades de curto prazo. Segundo a Dassault Aviation, a produção global do Rafale já atingiu 533 unidades encomendadas, sendo 233 ainda em fabricação, com ritmo mensal de quatro aeronaves.
Em paralelo, a Índia também investe no desenvolvimento de seu Advanced Medium Combat Aircraft (AMCA), um caça furtivo de quinta geração totalmente nacional. Com um orçamento superior a ₹ 15.000 crore, o programa pretende realizar o primeiro voo ainda nesta década e alcançar capacidade operacional por volta de 2035, consolidando a autossuficiência tecnológica em aeronaves de combate avançadas.
Especialistas em defesa afirmam que a Índia precisará de 200 a 250 caças adicionais nos próximos anos para preencher sua lacuna de capacidade aérea e garantir prontidão em múltiplas frentes. Para isso, defendem a criação de linhas de produção paralelas e um modelo de integração entre empresas públicas e privadas, capaz de sustentar entregas em larga escala e reduzir gargalos logísticos.
A entrega do primeiro Tejas MK-1A, portanto, vai além de um marco industrial, simboliza um passo concreto rumo à soberania tecnológica e à consolidação da Índia como potência emergente em defesa e segurança no século XXI.
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