terça-feira, 30 de novembro de 2021

GBN cravou mais uma - Spike no Exército Brasileiro!

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Spike, o novo míssil do Exército Brasileiro!


Como já havíamos noticiado antes neste artigo, o Exército Brasileiro estava à procura do seu novo míssil "antitanque", com a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW) anunciando que o vencedor dessa licitação foi o míssil Spike de origem Israelense.



Também já destacamos as capacidades deste armamento neste artigo do articulista Renato Marçal, com o míssil representando o que tem de melhor no mercado atual dos mísseis anticarro(Anti-tank Guided Missile= ATGM).

Ao todo foram adquiridos 100 mísseis, 10 unidades lançadoras, simuladores, suporte logístico e o treinamento dos militares, com o custo total sendo de US $19.023.200,00.




Texto de Kauê Saviano Fiuza*, 'estagiário' do GBN Defense e do Canal Militarizando

*Kauê Saviano Fiuza é estudante, passou a estudar assuntos militares com seus 12 anos, tendo foco em politica, geopolítica e militarismo mundial. Escreve com maior ênfase sobre as forças armadas brasileiras e sobre veiculos , tendo grande paixão por história e geografia.


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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Thunder e Tejas, rivais também na Argentina?

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Thunder e Tejas são rivais na Ásia. Será que também vão disputar um lugar na Argentina?


Algumas semanas atrás surgiu a notícia de que a compra do JF-17 para a FAA (Força Aérea Argentina) não foi fechada, como a notícia de que o Ministério da Defesa solicitou recursos no orçamento fez parecer, e o Ministério da Defesa da Argentina deu a entender que 5 aeronaves estão na disputa, mas não falou quais são.


Pouco tempo depois surgiram notícias de que a Índia ofereceu à FAA uma versão ‘personalizada’ do seu caça HAL Tejas, substituindo os componentes ingleses por outros. Com isso, os ingleses não poderiam barrar a venda, como já fizeram com outros caças, como o Gripen e o FA-50, em função do contencioso das Ilhas Falklands / Malvinas.


Mas quais são as características de cada um? São comparáveis, ou algum é muito superior ao outro?


Lançamos, no início de 2021, um artigo comparando as especificações do Gripen contra o JF-17 Block 2, e neste artigo vamos atualizar os dados do JF-17 com os dados do Block 3 que se tornaram públicos desde então, e contrastar com os dados do Tejas, lembrando que algumas destas especificações poderão mudar, especialmente no caso de substituição de componentes ingleses por outros.


Além disso, quaisquer escolhas da FAA provavelmente devem pelo menos contemplar a possibilidade de atacar as Ilhas, e isso vai ser considerado ao longo desta análise.



CAC/PAC JF-17 Thunder Block 3

Na época em que apresentamos o artigo sobre o JF-17 Block 2 ainda havia dúvidas sobre o uso da versão melhorada do RD-93, o RD-93MA, na versão Block 3. Agora não há mais dúvidas - o JF-17 Block 3 realmente usará o RD-93MA.


O novo motor apresenta não só um empuxo maior (da ordem de 10 a 15%), mas também apresenta melhor gestão térmica e maior vida útil (7.500 horas, comparável aos motores ocidentais). 


O aumento de potência, combinado com o uso maior de materiais compósitos, permitirá um aumento na capacidade de carga do JF-17, de 3,4 para 5,2 ton, e o MTOW (PMD, peso máximo de decolagem) também aumentará de 12,4 para 13,5 ton. Este aumento de capacidades causará um aumento mínimo no peso vazio, da ordem de uns 360 kg; as dimensões da aeronave permanecem inalteradas.


A razão potência-peso (considerando um par de mísseis PL-5 e SD-10 ou semelhantes, mais 3 mil libras / 1.361 kg de combustível interno) passa de 0,59 e 1,02 (seco e pós combustão, respectivamente) para 0,65 e 1,12. A carga alar, por sua vez, vai aumentar um pouco, de 70,8 para 73,8 lb/ft². Esta combinação de fatores significa que o Block 3 deverá manter ou até aumentar a agilidade em relação ao Block 2.


Outra mudança bastante significativa é a adição de um pequeno hardpoint sob a tomada de ar direita, semelhante à usada no Gripen, que servirá para levar LDP (pods de designação de alvos com laser), equivalentes aos Litening que a FAB já usa no AMX e que usará no Gripen. Com este hardpoint adicional, o JF-17 não vai perder os importantes hard points subalares e ventral, que antes eram necessários para o LDP. Isso melhora bastante a capacidade de ataque do JF-17.


Havia rumores de que o Block 3 viria com um IRST (sensor de buscas por infravermelhos) montado no nariz, ao estilo do IRST do Gripen E, mas esta informação acabou não se concretizando, provavelmente em função do reduzido volume disponível. Uma possibilidade que vem sendo proposta é a instalação de um IRST no novo hardpoint, ao estilo do Legion Pod americano, ou talvez de utilizar o LDP para designar alvos aéreos, como o LDP americano Sniper também pode fazer, embora com eficiência menor que um IRST dedicado. Há rumores de que a instalação no nariz talvez possa acontecer no Block 4, mas há pouquíssimas informações sobre o que virá neste futuro Block.


A velocidade máxima também subiu, de Mach 1,6 para Mach 2,0. Este aumento, embora expressivo, pode não ter muita relevância no uso operacional da aeronave, já que a velocidade máxima só é alcançada em condições especiais, que incluem a aeronave não levar armas.


O novo motor também é mais econômico e eficiente, o que, combinado com um aumento de 10% na capacidade interna de combustível (3.000 para 3.300 litros, 2,4 para 2,64 ton), possibilita um aumento nos alcances - o raio de combate aumentou de 1.400 para 1.550 km, e o alcance de traslado de 3.400 para 3.600 km. Lembre-se de que o termo ‘raio de combate’ é muito amplo, mas um valor entre 30 a 40% do alcance de traslado é uma estimativa útil. As versões iniciais do Thunder não dispõem de sonda REVO (reabastecimento em voo), mas o Block 3 virá com este acessório de fábrica.


De qualquer maneira, as Ilhas ficam a cerca de 700 km do continente, portanto um raio de combate de 1.000 km já seria mais que suficiente para ameaçá-las, e ao que parece o Thunder pode ultrapassar esta marca sem maiores dificuldades, talvez até sem precisar de apoio de REVO. A falta desta capacidade pesou muito na derrota argentina em 1982, como falamos neste artigo.


O alcance de traslado do JF-17, com 3 drop tanks (tanques descartáveis), é de 3.600 km. Note-se a ausência da sonda REVO neste Block 1. Os Block 3 terão sonda REVO de fábrica


O motor mais potente também gera mais energia elétrica, o que permitiu uma melhora nos sistemas de EW (guerra eletrônica) e o upgrade para um radar AESA (varredura eletrônica ativa) KLJ-7A . O radar do Block 3 é refrigerado a ar, o que reduz sua eficiência quando comparado a radares refrigerados a líquido, como o Uttam do Tejas Mk1A, do qual falaremos logo mais. Também se confirmou o uso de sistemas de mira no capacete (HMS), o que aumenta significativamente a eficiência da aeronave em dogfights.


Para uso antinavio, a China ofereceu o C-802, um míssil equivalente às últimas versões do Exocet, com alcance da ordem de 200 km. É um alcance muito significativo, mais do que suficiente para preocupar os ingleses em relação às Ilhas. Além do C-802, o Thunder pode levar uma ampla gama de armas ar-superfície chinesas e paquistanesas, e provavelmente poderá levar diversas armas padrão OTAN, caso haja recursos para a integração. O Thunder Block 3 também conta com os PL-5 e PL-12 para combate WVR (dentro do alcance visual).


JF-17 com maquetes do C-802 sob as asas


Mas nem tudo são flores. A China não deve vender o moderno míssil ar-ar BVR (além do alcance visual) PL-15, o que significa que o JF-17 ficaria restrito aos PL-10 para combate BVR que, embora excelentes, não são o suficiente para fazer frente aos Meteor disponíveis para os Eurofighter ingleses estacionados nas Ilhas. Ao que parece a China também não vai fornecer o poderoso CM-400AKG antinavio supersônico, que seria uma excelente arma contra quaisquer meios navais na região.


Os sistemas do Block 3 são bem melhores do que os instalados nas versões anteriores, e certamente representam um salto colossal para a Argentina, que atualmente só conta com um punhado de A-4 Skyhawk modernizados, cuja disponibilidade é cada vez menor.


O Thunder Block 3 já está voando desde dezembro de 2019, e os relatos são de que os testes vêm ocorrendo sem maiores problemas. Espera-se que a produção seriada comece ainda em 2021, e os primeiros exemplares operacionais sejam entregues à PAF (Força Aérea do Paquistão) já em 2022.


Isso significa que, dependendo dos acordos feitos, a Argentina já poderia, em teoria, contar com o Thunder Block 3 no ano que vem, caso o Paquistão aceitasse mudar o cronograma de entregas para a PAF, numa estratégia semelhante à adotada pela França em vendas recentes do Rafale.


Um ponto importante a ressaltar: caso a Argentina escolha o Thunder, terá que mudar toda a estrutura da FAA do 'estilo ocidental' para o 'estilo oriental', com doutrinas de operação e manutenção completamente distintos. Mas, como o embargo inglês praticamente impede a compra de aeronaves do 'estilo ocidental', esta mudança provavelmente será inevitável.



HAL Tejas Mk1A

O GBN já falou sobre o Tejas, então neste artigo vamos nos concentrar na variante Mk1A, que está prestes a entrar em testes para a IAF (Força Aérea Indiana). A versão Mk1A corrige muitos dos defeitos do Mk1 e adota um sistema de produção mais evoluído, e a IAF encomendou 83 unidades desta versão no início de 2021. O Tejas utiliza uma série de componentes britânicos, principalmente o assento ejetor, mas a Índia ofereceu à Argentina uma variante do Mk1A com tais componentes substituídos.


Entre os upgrades da versão Mk1A em relação ao Mk1 temos:


  • Radar AESA

  • Capacidade REVO (Reabastecimento em voo)

  • Upgrades nas suítes de aviônicos e de EW

  • Melhor capacidade BVR

  • Melhorias na linha de produção

  • Melhorias nos procedimentos de manutenção


O destaque positivo vai para o radar Uttam Mk1 AESA que, ao contrário do KLJ-7A do Thunder Block 3, é refrigerado a líquido. Isso abre a possibilidade de uma performance maior do radar, e seria uma vantagem importante para o Tejas.


Como o Tejas apresenta os mesmos pesos do Thunder Block 3, com um MTOW de 13,5 ton e vazio de 6,6 ton, e o motor F404 apresenta empuxos parecidos aos do RD-93 usado no Thunder Block 2, a razão potência-peso do Tejas é de 0,65 (seco) e 1,03 (PC), valores próximos aos do Thunder Block 3.


Mas o Tejas, graças à sua asa em delta, leva uma enorme vantagem em termos de carga alar - nas condições especificadas acima (3 mil lb de combustível, 2 mísseis WVR + 2 mísseis BVR), a carga alar do Tejas é de apenas 44,9 lb/ft², valor consideravelmente menor que os quase 74 lb/ft² do Thunder Block 3. Isso dá ao Tejas um potencial maior em termos de agilidade, mas também traz, potencialmente, desvantagens em relação ao voo a baixas altitudes.


Deve-se lembrar que parte do sucesso dos ataques argentinos na guerra de 1982 deveu-se justamente aos voos a altitudes assustadoramente baixas dos argentinos.


O Tejas Mk1 já usava sistemas HMS e mísseis BVR, e espera-se que o Mk1A expanda ainda mais esta capacidade, além da possibilidade de usar diversas armas israelenses, ocidentais e indianas, inclusive uma versão menor do poderoso míssil antinavio supersônico BrahMos, que causaria muitos problemas aos britânicos.


Concepção artística do Tejas com mísseis BrahMos-NG, uma versão reduzida, mas ainda supersônica, do enorme BrahMos atualmente lançado a partir dos Su-30MKI da IAF


Mas o Tejas tem um problema muito sério - seu alcance.


O alcance de traslado do Tejas Mk1 é apontado como sendo de apenas 1.700 km. O raio de combate varia e muito dependendo do perfil da missão e cargas externas, mas as estimativas de 30 a 40% do alcance de traslado, no caso do Tejas, dá em torno de 500 a 600 km, um valor muito baixo para um país tão grande como a Argentina, e que seria insuficiente para cobrir as Ilhas de modo eficaz.


Não é um problema intransponível - os Super Etèndard e Skyhawk tinham alcances até menores e ainda assim deram muita dor de cabeça aos ingleses em 1982, especialmente quando apoiados por REVO - mas ainda assim é uma limitação que deve ser levada em conta.


Embora o Tejas Mk1 não tenha sonda REVO, todos os Mk1A sairão de fábrica com esta capacidade.


Primeiro teste de REVO num Tejas Mk1. Todos os Tejas Mk1A virão com sonda REVO


Em resumo, o Tejas Mk1A é um caça muito melhor que o Mk1 que o antecedeu e, se oferecido a um preço vantajoso, pode ser uma boa opção para a Argentina.


O Tejas Mk2 seria uma opção ainda melhor, mas ainda está em uma fase muito inicial do desenvolvimento, e a Argentina provavelmente não vai querer adquirir um caça que não esteja pelo menos nos testes iniciais, como o Tejas Mk1A e o Thunder Block 3.


Cabe aqui um outro questionamento - e a substituição de componentes ingleses?


Na indústria aeronáutica em geral, a segurança é um fator chave no desenho e emprego dos sistemas, e isto se aplica também aos sistemas militares. A substituição de quaisquer componentes considerados críticos - o assento ejetor certamente se enquadra nesta categoria - exige um processo de homologação e certificação, que não é fácil, rápido nem barato.


Portanto, a oferta indiana de substituir os componentes britânicos por outros (russos, chineses, indianos...) tem que ser analisada sob a perspectiva de que, no mínimo, vai levar algum tempo para se concretizar. E, mesmo que funcione, resultará em custos adicionais no programa Tejas (que já tem problemas notórios de cronograma e orçamento).


Caso o governo indiano resolva arcar com estes custos, é possível sim que a Argentina consiga o Tejas a um custo bastante vantajoso, mas isso com certeza vai demorar um pouco, já que o Tejas Mk1A não fez seu primeiro voo ainda (no momento em que este artigo foi escrito, novembro de 2021, a previsão era de que este voo aconteceria em março de 2022), com as primeiras entregas previstas para 2024.


A substituição de componentes ingleses muito provavelmente causará atrasos neste cronograma, então é mais realista estabelecer o ano mínimo para que o Tejas Mk1A esteja disponível para a FAA como sendo 2025 ou além, mesmo que a IAF aceitasse mudar o cronograma de entregas do Mk1A.


Isso não é um desafio intransponível, já que a introdução da futura aeronave argentina certamente levará alguns anos, mas deve ser levado em conta na decisão.


Outro ponto que deve ser levado em conta é a inexperiência indiana em termos de exportação de aeronaves de combate, o que pode levantar dúvidas sobre a capacidade de manter o Tejas em boas condições de uso na longe da Índia.


Por último, mas não menos importante, qual é o padrão de operação do Tejas? Mais próximo do 'estilo oriental', ou do 'estilo ocidental'? A Índia é um país sui generis em vários aspectos, e o padrão de operação da IAF não foge à regra. A IAF é uma das poucas forças que opera, em quantidades apreciáveis, aeronaves dos dois 'estilos', então não está claro qual padrão o Tejas vai adotar. É totalmente possível que adote o 'estilo indiano', que ainda não está claramente definido o que é.


O que é certo é que ele será equipado com armas israelenses, como o Derby e o Python de combate aéreo. É bem provável que outras armas 'ocidentais' também acabem sendo integradas ao Tejas.



E agora?


Até não muito tempo atrás, a Argentina parecia que estava limitada ao JF-17, mas agora começam a surgir notícias de que outros concorrentes estão na disputa, e o Tejas parece uma opção interessante.


Além das questões puramente técnicas e práticas - cronogramas, capacidades das plataformas, adaptação dos argentinos a novos fornecedores… - há que se lembrar de questões internas e externas da Argentina, que podem influenciar mais do que as plataformas em si.


Além da crise econômica, que se agravou bastante durante a pandemia de covid-19, a Argentina também está numa situação política bastante tumultuada, e tudo é possível nas próximas eleições presidenciais. É difícil saber quais serão as prioridades do próximo governo, mas não é impossível que aquisições de armas acabem sendo postergadas ou até canceladas, como já aconteceu outras vezes.


Um fator externo que pode ajudar a manter um novo caça nos holofotes é a recente investida chilena em relação à demarcação das fronteiras na Terra do Fogo, disputa que quase levou Argentina e Chile a uma guerra aberta nos anos 1980. Este foi um dos últimos atos de política externa de Sebastián Piñera na presidência do Chile, que acabou de passar por eleições gerais.


Se a assertividade chilena permanecer sob o governo recém eleito, a Argentina provavelmente será forçada a entrar numa corrida armamentista, já que as FFAA (Forças Armadas) argentinas em geral, e a aviação militar em especial, estão no ponto mais lastimável da História do país desde a independência, e não teriam a menor chance contra as FFAA chilenas, muito melhor equipadas.


Caso a Argentina embarque nesta corrida armamentista, a escolha de um novo caça se tornará ainda mais urgente do que já é - como dissemos acima, a FAA não conta com mais do que um punhado de Skyhawks, que embora muito aguerridos já sentem o peso da idade.


Outro ponto importante será a postura do próximo governo argentino em relação às Ilhas, já que parece cada vez menos provável que a ‘novela’ da escolha do novo caça termine antes das eleições presidenciais de 2023, especialmente quando as eleições legislativas de 2021 impuseram a Fernández a perda da maioria absoluta no Legislativo, e provavelmente vai ter dificuldades para aprovar quaisquer pautas na segunda metade do seu governo.


Lembre-se que o ex-presidente Fernando Macri tentou chegar a um acordo com a Inglaterra em relação às Ilhas, mas não obteve sucesso; Fernández, por sua vez, tratou de reacender a questão, com várias falas que foram muito mal recebidas em Londres. Caso o próximo governo chegue a um acordo neste sentido, é possível que as restrições inglesas acabem, e aeronaves como o Gripen e o FA-50, que já foram preteridos em função dos componentes ingleses, voltem à 'lista de compras' dos argentinos.


A sorte está lançada!


*Renato Henrique Marçal de Oliveira é químico e trabalha na Embrapa com pesquisas sobre gases de efeito estufa. Entusiasta e estudioso de assuntos militares desde os 10 anos de idade, escreve principalmente sobre armas leves, aviação militar e as IDF (Forças de Defesa de Israel)

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domingo, 21 de novembro de 2021

Esclarecimento sobre voo de aeronave da FAB aos Estados Unidos

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Em resposta a uma série de fake news veiculadas por diversas mídias, as quais publicaram que a Força Aérea Brasileira teria supostamente transladado Olavo de Carvalho do Brasil rumo aos EUA,  a Força Aérea Brasileira emitiu uma nota oficial em resposta a infundada afirmativa feita por mídias panfletárias de oposição ao governo e sem qualquer responsabilidade com os valores do jornalismo. 

Abaixo reproduzimos na Íntegra a nota que nos foi enviada pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, afim de mais uma vez combater as fake news e acusações infundadas contra nossas Forças Armadas:


"Sobre os comentários levianos e irresponsáveis relativos a um voo de aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) para os Estados Unidos, no dia 13 de novembro, que têm circulado nas redes sociais, a Instituição reitera que não transportou qualquer passageiro, incluindo o Sr. Olavo de Carvalho, no trecho em questão. Apenas os tripulantes que cumpriam a missão estavam a bordo.

A FAB repudia e não aceita a suposição de que teria participado de algum transporte de passageiro de maneira irregular ou oculta. Todos os atos da Instituição são balizados pela observância às leis e sob a ótica da transparência. A divulgação de inverdades, sem a devida apuração, deve ser combatida, por contribuir para a desinformação da sociedade.

A FAB reitera que cumpre o estabelecido pelo Decreto n° 10.267, de 5 de março de 2020, que dispõe sobre o transporte aéreo de autoridades em aeronaves do Comando da Aeronáutica. Ao contrário do que tem sido mencionado sobre o transporte no dia 11 de novembro, a FAB não requisitou sigilo algum aos voos designados para o transporte de Ministros de Estado com intuito de omitir a visualização em sites de monitoramento, que é perceptível mediante a presença, nas aeronaves, do equipamento ADS-B (Automatic Dependent Surveillance – ou, em português, Sistema de Vigilância Aérea Automático).

Embora as missões dos dias 11 de novembro para São Paulo e 13 de novembro para os Estados Unidos tenham feito uso da aeronave com registro FAB 2582, não há qualquer relação de planejamento entre as duas missões, sendo totalmente incoerente concluir que foi realizado em forma de outros proveitos.

Sobre o planejamento da missão de forma geral, o pouso no aeroporto Mac Arthur em Long Island foi o primeiro realizado nos EUA e programado por motivo de restrição de pátio no aeroporto JFK, que por ser um local de grande movimentação, as autoridades americanas solicitam que o tempo de permanência no solo de aeronaves que não operam regularmente naquela localidade seja de, no máximo 2 horas, o que inviabilizaria o trajeto direto a este aeroporto.

O pouso em Long Island foi então considerado pelo fato de já ser um local comumente utilizado como base de suporte pela FAB em viagens para Nova York e que o aeroporto está apenas a 32 milhas náuticas, que equivalem a aproximadamente 59 quilômetros ou cerca de 10 minutos do destino. Somou-se ainda à decisão do pouso no aeroporto Mac Arthur o fato de possibilitar todo o processo de imigração dos tripulantes e também de não ter passageiros a bordo da aeronave.

A Instituição permanece diuturnamente à disposição da sociedade brasileira, trabalhando para ser uma Força Aérea de grande capacidade dissuasória, operacionalmente moderna e atuando de forma integrada para a defesa dos interesses nacionais. Com o labor ininterrupto de seus militares e civis, atuando de forma transparente, permanece sendo uma das mais respeitadas Instituições do País.


Brasília, 20 de novembro de 2021.
Centro de Comunicação Social da Aeronáutica"


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terça-feira, 16 de novembro de 2021

INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA E PODER DE FOGO SÃO TESTADOS NO MAIOR EXERCÍCIO MILITAR DO BRASIL EM 2021

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Foi encerrado no último dia 14 o exercício Meridiano-Ibagé, terceira fase do Exercício Conjunto Meridiano, coordenado pelo Ministério da Defesa. Com participação de 5 mil militares, mil viaturas, aviões e helicópteros, o Meridiano-Ibagé foi o maior exercício militar do Brasil em 2021. A primeira fase, denominada Meridiano-Poti, foi conduzida pela Aeronáutica. A segunda fase, Meridiano-Dragão, está sob a coordenação da Marinha do Brasil.

Iniciado no dia 5 de novembro na área do Comando Militar do Sul, o exercício Meridiano-Ibagé ocorre em uma área de mais de 30 mil km2, abrangendo os municípios de Santa Maria, Rosário do Sul, São Gabriel, Cacequi, Caçapava do Sul, Bagé e Santana do Livramento.

O objetivo da Operação Meridiano-Ibagé foi desenvolver a sinergia entre as Forças Armadas nos diversos níveis de comando. A atividade é voltada ao processo de tomada de decisões com o adestramento dos Estados-Maiores, desde o nível Unidade até o Grande Comando, todos desdobrados no terreno.

O Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, acompanhou a operação. Ao lado do Comandante do Exército, General de Exército Paulo Sérgio, e do Comandante Militar do Sul, General de Exército Stumpf, o ministro visitou ainda os postos de comando da 6ª Divisão de Exército e da 3ª Divisão de Exército, com a finalidade de acompanhar a manobra e verificar toda a estrutura de comando e controle do Grande Comando Operacional. O Ministro Braga Netto enfatizou a magnitude dos treinamentos conjuntos. “Essa atividade é uma excelente oportunidade das Forças Armadas brasileiras trabalharem de forma integrada”, disse.

O comandante do Exército também ressaltou a importância da ação. “Estou aqui, praticamente com mais da metade do Alto Comando do Exército, prestigiando essa operação que encerra o ano do adestramento do Ministério da Defesa”, finalizou.

A Operação Meridiano-Ibagé contou ainda com a presença em campo do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército Laerte Souza Santos, e do Chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, Almirante de Esquadra Petrônio Augusto Siqueira de Aguiar, além de oficiais-generais do Alto Comando.

Meridiano-Ibagé

A Operação Meridiano-Ibagé consistiu em um confronto entre duas Divisões de Exército, desdobrando meios de comando e controle em uma manobra de movimento. O treinamento também proporcionou a inserção de ações críticas conjuntas e singulares, como ataque ar-solo de aeronaves da Força Aérea Brasileira, assalto aeroterrestre e aeromóvel pela Aviação do Exército e operações especiais e de informação, tudo em um mesmo contexto tático.

No Campo de Instrução Barão de São Borja (Saicã), próximo ao município de Cacequi, houve ataque aéreo com caças da FAB, transposição de curso d'água e defesa antiaérea protegendo as estruturas montadas pela tropa, como pontes, equipamentos e área de apoio logístico. Na transposição de curso d’água, a bordo de embarcações, militares da Engenharia de Combate montaram uma ponte sobre o rio Santa Maria. Com 124 metros de comprimento, a ponte Ribbon foi usada pela primeira vez nesse tipo de adestramento. Para o Comandante Militar do Sul, General de Exército Valério Stumpf Trindade, o ataque coordenado com a transposição de curso d’água demonstra a capacidade profissional da tropa.

“Vimos a montagem rápida de pontes, o emprego de portadas e o deslocamento da nossa tropa cruzando curso d'água, um obstáculo de grande porte. Isso demonstra a capacidade operacional do CMS e nos dá muito orgulho profissional”, avalia. Cada passo dado no terreno foi acompanhado pelos batalhões de comunicações do Exército. As informações foram enviadas em tempo real para o Centro de Coordenação de Operações (CCOp) no Quartel-General do Comando Militar do Sul. “Temos condições de coordenar e controlar do CCOp tudo o que acontece nessa área, em função dos diversos meios de comando e controle que estão desdobrados no terreno”, explica o Coronel Vladimir Gustavo Maia, Chefe do CCOp/CMS.

Força-Tarefa Blindada

Na região de Rosário do Sul, a Força-Tarefa Blindada foi empregada após um ataque aéreo por caças, seguido de apoio de fogo da Aviação do Exército e da Artilharia de Campanha (com o Obuseiro M-109). A Defesa Antiaérea empregou o blindado Gepard, protegendo a tropa do ataque inimigo. Os blindados Leopard, da Cavalaria, e as viaturas Guarani destruíram os meios do Exército oponente e os Astros 2020 neutralizaram o contra-ataque por meio do lançamento de foguetes.

Em outra parte do terreno, os militares do Batalhão de Ações de Comandos investiram em ações críticas, infiltraram-se no campo oponente e, na simulação, destruíram uma antena de radar, neutralizando meios inimigos e permitindo o avanço da tropa blindada.

Infiltração Aeroterrestre e Aeromóvel
O aprestamento da Força-Tarefa Velame, composta por militares do 27º Batalhão de Infantaria Pára-quedista, do Exército, e do Destacamento de Comandos Anfíbios da Marinha do Brasil, ocorreu no hangar do 5º Esquadrão do 8º Grupo de Aviação da ALA-4, em Santa Maria.   A bordo de aeronaves da FAB, os paraquedistas da Marinha saltaram na região central do estado, enquanto os do Exército realizaram o assalto aeroterrestre no Aeroporto de Bagé, mais ao sul. Após a infiltração, a tropa progrediu no terreno para a conquista simulada da cidade.

Em outro ponto do campo de instrução, a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) fez infiltração com helicópteros da Aviação do Exército para ocupar um dos objetivos estratégicos da Divisão de Exército em território inimigo. Os militares da Força-Tarefa, ocuparam uma cabeça de ponte, posição provisória em território oponente, possibilitando o avanço da tropa blindada.

CA-Sul

No Centro de Adestramento Sul (CA-Sul), em Santa Maria, caças simularam um ataque aéreo. Coube ao 3º Grupo de Artilharia Antiaérea realizar a defesa de uma posição na região, mobilizando uma Turma de Radar e o Centro de Operações Antiaéreas. Após o ataque da força inimiga, e com a suspeita de lançamento de agentes químicos, o 1º Batalhão de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear realizou a descontaminação das instalações e dos veículos que se encontravam na região do ataque.

Com informações do Comando Militar do Sul
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REVO - Capacidade de reabastecimento aéreo deficiente põe em check poderio aéreo dos EUA

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capacidade de reabastecimento aéreo (REVO) dos EUA atingiu um ponto crítico de grande "fragilidade" diante de uma frota de reabastecedores reduzida e envelhecida, além de enfrentar um conturbado programa de renovação desta frota, com o KC-46 da Boeing apresentando uma série de deficiências e falhas de projeto. Enquanto não se obtém uma solução aos dezenas de problemas do KC-46, a frota de reabastecedores vem reduzindo a um ritmo acelerado, com suas aeronave chegando ao limite de suas células  e deixando uma lacuna nas linhas de voo, o que vem sobrecarregando os exemplares remanescentes de reabastecedores 
KC-135 e KC-10, colocando a maior potencia militar do mundo em risco de ser incapaz de sustentar o combate contra um adversário com relativas capacidades, como China ou Rússia, por exemplo, aponta um novo relatório do Instituto Hudson.

O relatório, “Reabastecimento Aéreo Resiliente: Protegendo o Alcance Global das Forças Armadas dos EUA”, faz soar vários alarmes sobre a frota de reabastecedores e sua capacidade de apoiar as forças dos EUA a projetar poder em todo o mundo.

Desde o final da Guerra Fria há nais de três décadas, a frota de reabastecimento aéreo da USAF se manteve extremamente ativa, atuando de forma primordial para que os EUA pudessem desdobrar seus ativos militares nos mais longínquos pontos do planeta, tornando possível a presença global das forças norte americanas, tanto em desdobramentos pacíficos, participando de vários exercícios militares ou ajuda humanitária, quanto em operações de guerra, tendo sido uma capacidade chave para os desdobramentos no Oriente Médio e norte da África. Porém, a constante e crescente atuação global como parte da política externa de Washington, tem representado um alto custo a capacidade expedicionária dos EUA. À medida que se intensificou a “postura expedicionária”, com seus ativos militares sendo desdobradas com uma grande frequência, principalmente no que diz respeito a capacidade logística, onde a grande frota de cargueiros passou a realizar verdadeiras pontes aéreas ligando os EUA a várias partes do globo, transportando todo tipo de suprimentos e meios para abastecer tropas e aliados. Essa grande movimentação aérea demandou o emprego dos reabastecedores, além da demanda já existente de apoio aos desdobramentos aéreos da Alas de caça e bombardeio. Esse grande aumento na demanda gerou um grande desgaste nas aeronaves reabastecedoras, o que fez o seu número despencar de 701 aeronaves para cerca de 473, aumentando ainda mais o desgaste sobre a frota. Com esse ritmo acelerado de operações, e a demora de se implantar um programa de substituição destes meios, temos visto as capacidades norte americanas de reabastecimento aéreo chegando próximo a um colapso,conforme exposto pelo relatório do Instituto Hudson, a frota quase não teve espaço para realizar novas missões.

“Sem mudanças significativas o Departamento de Defesa corre o risco de colocar forças aéreas em campo incapazes de conduzir operações complexas e distribuídas em escala”, disse o relatório. “Durante o conflito, os adversários podem ser encorajados a explorar vulnerabilidades tanto na frágil arquitetura de reabastecimento aéreo quanto nos planos operacionais dos EUA de forma mais ampla. À medida que a capacidade de reabastecimento aéreo dos EUA se torna uma fraqueza, as forças militares dos EUA podem ser incapazes de dissuadir ou derrotar a agressão. ”


Outro fator preocupante é a avançada idade da frota, em média com 52 anos, e o declínio da prontidão que pode resultar de uma frota cada vez mais “geriátrica”. Atrasos em colocar o novo KC-46 Pegasus em operação podem piorar a situação, já que as células dos KC-10 Extender e KC-135 Stratotanker mais antigas são retiradas antes que suas aeronaves sucessoras e suas tripulações estejam prontas.

Segundo aponta o Instituto Hudson, a USAF precisará fazer melhorias em seu reabastecimento aéreo de vários ângulos, não apenas adicionando mais aeronaves. A principal prioridade, de acordo com os autores do relatório, deve ser construir novos aeródromos, infraestrutura de armazenamento e distribuição de combustível e defesas na região do Indo-Pacífico, no montante de outros 633 milhões por ano durante a próxima década, e 400 milhões anualmente depois. Isso poderia aumentar a capacidade na região em 63% em uma década e quase dobrar até 2041, disse o relatório, mesmo que isso signifique que a USAF  adquirir  menos aeronaves de reabastecimento para pagar por essas melhorias.

Se a USAF não expandir sua capacidade de reabastecimento no solo, bem como distribuir suas forças e estoques de combustível, pode se ver encurralada pela China em um conflito, disse o relatório. Em tal conflito, a frota de Tankers poderia se ver com cerca de uma dúzia de aeródromos para operar que têm a pista necessária, espaço de rampa e depósitos de combustível, bem como acesso político, disse o relatório. Isso limitaria seriamente o número de aviões-tanque que poderiam oferecer apoio e os colocaria em maior risco de ataque, acrescentou o relatório.


O Departamento de Defesa “deve melhorar a resiliência da arquitetura de reabastecimento, evoluindo a postura frágil de hoje para uma mais distribuída que aproveite aglomerados de aeródromos militares e civis que se apoiam mutuamente nos EUA, territórios aliados e parceiros, consistente com o conceito Agile Combat Employment da USAF ”, disse o relatório.

A distribuição adicional das operações de reabastecimento também ajudaria os militares a proteger melhor seus estoques de combustível e manter o acesso aos sistemas de entrega de combustível no mar e na costa de que as forças armadas precisariam para transportar o combustível em quantidades significativas, disse o relatório.

Por exemplo, disse o relatório, o uso de aeródromos civis pelos militares dos EUA no Japão e na Coréia do Sul complicaria os esforços de seleção de alvos da China. Alguns desses campos de aviação poderiam ser usados ​​para operações prolongadas, explicou, e outros poderiam simplesmente ser locais de “drop-in” para os tankers abastecerem rapidamente e decolarem novamente.


A Força Aérea também precisa continuar evoluindo sua frota de reabastecimento aéreo, disse, colocando em campo um novo tanker para preencher a lacuna entre o KC-46 e a próxima geração de aeronaves conhecida como KC-Z. 
Este avião-tanque, conhecido como KC-Y, poderia ser o KC-46 da Boeing ou o avião-tanque LMXT da Lockheed Martin, um Airbus A330 Multi Role Tanker Transport modificado.

o Relatório disse que o avião-tanque intermediário deve ser capaz de realizar missões de longo alcance e descarregar grandes quantidades de combustível, já que os pequenos aviões-tanque não são suficientes para atender às necessidades da Força Aérea. Mas avisou que o programa da nova aeronave não deveria esgotar o dinheiro que de outra forma iria para o aprimoramento das aeronaves já na frota, ou para o desenvolvimento da próxima geração do KC-Z de reabastecimento aéreo avançado.

A Força Aérea também deve acelerar o desenvolvimento do KC-Z, disse o relatório; se 18-24 dessas aeronaves forem adquiridas a cada ano, a Força Aérea poderia retirar os KC-135 mais cedo do que o esperado e diminuir a idade geral da frota, o que permitiria à Força Aérea gastar mais em aquisições e menos em operações e suporte.

O relatório também disse que a modernização do comando, controle e comunicações no reabastecimento aéreo tornaria as operações mais eficientes e eficazes.


Confira mais sobre REVO conosco nos links abaixo:

Revo na Guerra das Malvinas

Desafios Logísticos da USAF

Desafios logísticos do transporte estratégico da USAF



Texto e Adaptação: Angelo Nicolaci



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com informações do DefenseNews

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Mostra BID Brasil é palco para Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) em 2021

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A 6ª Mostra BID Brasil será realizada entre os dias 7 e 9 de dezembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília (DF). O evento organizado pela ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) se consolida este ano como principal vitrine para exposição de portfólio e prospecção de negócios de Defesa e Segurança no país.

Além de estreitar relação com potenciais parceiros nacionais, durante os três dias de evento os expositores terão a oportunidade de apresentar suas empresas a adidos militares e embaixadas de diversos países.

A Mostra BID Brasil também será o palco do Conselho Nacional de Comandantes-Gerais das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares (CNCG), que reúne especialistas e agentes das Forças de Segurança de diversos estados brasileiros.

A Mostra conta com 65 expositores de produtos de defesa, segurança e tecnologia, já confirmados, e 38 apoiadores institucionais. Entre eles, está o Governo Federal, representado pelos Ministérios da Defesa; das Relações Exteriores; de Minas e Energia; da Ciência, Tecnologia e Inovações, e da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Também apoiam o evento, as Forças Armadas brasileiras e as Forças de Segurança estaduais.

Esse apoio mostra a importância da Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).  Ao todo, são mais de 1,1 mil empresas produzindo diversos produtos e serviços de alta tecnologia e com forte demanda, inclusive para o mercado internacional. De acordo com dados do governo, o setor gera ao Brasil cerca de US$ 4,5 bilhões em exportações, com potencial para mais de US $3 bilhões.

O setor representa diretamente 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Considerando as cadeias produtivas indiretas, esse índice chega a quase 7,5%.

PROTOCOLO SANITÁRIO

Durante os três dias da 6ª Mostra BID Brasil serão rigorosamente cumpridos todos os protocolos sanitários para a prevenção à Covid-19. Os organizadores vão adotar os mesmos padrões utilizados nos principais eventos do mundo realizados este ano, visando a total segurança tanto dos expositores quanto do público e pessoal de apoio.


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Com Rossi Comunicação



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segunda-feira, 15 de novembro de 2021

A Rússia inicia entrega do S-400 para a Índia antes do prazo

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A Rússia começou as entregas de sistemas de mísseis antiaéreos S-400 para a Índia antes do previsto, disse o CEO da estatal Rosoboronexport, Alexander Mikheyev, durante o Dubai Airshow 2021 nesta segunda-feira (15).

"O embarque dos equipamentos começou antes do previsto", disse ele. A Rússia já treinou especialistas indianos para operar o sistema S-400, disse ele. "Os especialistas indianos que irão operar a primeira bateria concluíram o treinamento e voltaram para casa", disse.

A primeira bateria do sistema de mísseis superfície-ar S-400 será entregue à Índia até o final deste ano, disse o presidente-executivo.

“Todo o material da primeira bateria será entregue à Índia no final de 2021. Logo após o Ano Novo, nossos especialistas chegarão à Índia para a transferência dos equipamentos nos locais onde ficarão estacionados”, acrescentou.

As entregas estão sendo feitas de acordo com os termos do contrato, disse o chefe da Rosoboronexport.

Nova Delhi anunciou sua intenção de comprar sistemas de defesa aérea S-400 de fabricação russa em 2015. Um contrato de 5,43 bilhões de dólares para a entrega de cinco baterias do sistema de mísseis antiaéreos S-400 'Triumf' foi assinado durante o mandato do presidente russo Vladimir Putin em visita à Índia em outubro de 2018.

Sistema de mísseis S-400

O S-400 'Triumf' da Rússia (nome de relatório da OTAN: SA-21 Growler) é o mais recente sistema de mísseis superfície-ar de longo e médio alcance que entrou em serviço em 2007. Ele é projetado para destruir aeronaves estratégicas e táticas, mísseis de cruzeiro, balísticos e armas hipersônicas, mas também podem ser usados ​​contra instalações terrestres. O S-400 pode atacar alvos a uma distância de até 400 km e a uma altitude de até 30 km sob intenso fogo inimigo e interferência.


Fonte: Itar-Tass

tradução e adaptação: Angelo Nicolaci

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Poder e significado do míssil hipersônico da China

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Os mísseis de cruzeiro representam uma grande ameaça aos sistemas de defesa aérea e antimísseis, mas os mísseis de cruzeiro voando a velocidades hipersônicas têm um coeficiente de ameaça muito maior.

A especialista em aviação, espaço, políticas de defesa e tecnologias Arda Mevlütoğlu avaliou as afirmações da China de que desenvolveu mísseis hipersônicos e o significado dessas afirmações em termos de equilíbrio de poder global.

Em outubro, houve muitas notícias na imprensa ocidental de que a China estava testando um novo sistema de mísseis. Segundo notícia publicada pelo Financial Times e com base em fontes americanas, o míssil testado era conhecido como Sistema de Bombardeio Orbital Parcial (FOBS na sigla em inglês) e poderia ser equipado com uma ogiva nuclear. Durante a Guerra Fria, a União Soviética também experimentou um sistema de mísseis semelhante, capaz de voar a velocidades hipersônicas. A possibilidade da China ter desenvolvido e colocado em serviço um sistema de mísseis do tipo FOBS foi recebida com apreensão por muitos analistas ocidentais. Para entender o motivo dessa preocupação e avaliar seus possíveis efeitos, é útil apresentar algumas informações básicas sobre mísseis hipersônicos e a técnica FOBS primeiro.

Mísseis hipersônicos

A velocidade do som é um dos parâmetros fundamentais do projeto na engenharia aeroespacial. Se o veículo aeroespacial voará mais rápido do que o som, especialmente nas camadas superiores da atmosfera ou no ambiente espacial, se ele voará mais rápido do que o som e a que velocidade ele voará, isso afeta diretamente seu design. O voo na velocidade do som é chamado de voo transônico, o voo em velocidades supersônicas é chamado de voo supersônico ou supersônico, enquanto velocidades pelo menos cinco vezes superiores à velocidade do som são chamadas de hipersônicas. O projeto, desenvolvimento e teste de aeronaves voando em velocidades hipersônicas é uma das questões mais avançadas e complexas da engenharia aeroespacial.

Existem dois tipos principais de mísseis que podem atingir longas distâncias, equipados com ogivas químicas, biológicas, nucleares ou clássicas, de acordo com seus padrões de voo. São mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro, cujos primeiros exemplos surgiram no final da Segunda Guerra Mundial. Os mísseis balísticos são sistemas de armas que atingem seus alvos sob efeitos aerodinâmicos com o princípio de disparo oblíquo. Eles alcançam seus alvos usando a energia que ganharam até um certo estágio do lançamento para o resto de seus voos. Os mísseis de cruzeiro, por outro lado, atingem seus alvos fazendo um voo reto horizontal e aplicando manobras, assim como os aviões.

É relativamente fácil determinar o ponto onde os mísseis balísticos cairão após serem detectados por radares. Por estarem sob efeitos atmosféricos, as rotas de voo podem ser calculadas se forem seguidas por um determinado período de tempo. No entanto, os mísseis de cruzeiro são extremamente difíceis de detectar e rastrear, pois ambos voam muito baixo e podem realizar manobras imprevisíveis. Especialmente os mísseis de cruzeiro voando em velocidades supersônicas representam uma grande ameaça aos sistemas de defesa aérea e antimísseis.

O coeficiente de ameaça dos mísseis de cruzeiro voando a velocidades hipersônicas é muito maior. Pois a alta velocidade não deixa aos sistemas de alerta precoce de defesa aérea tempo necessário para detecção, diagnóstico e acompanhamento. A arma pode atingir seu alvo dentro do tempo que passará até que o sistema de defesa aérea seja interceptado. Esta é uma diferença importante que oferece a vantagem do efeito surpresa ao lado das armas hipersônicas.


Sistema de bombardeiro orbital parcial

FOBS é um método de ataque nuclear desenvolvido pela União Soviética no auge da Guerra Fria. A base desse método está em direcionar as ogivas nucleares para serem colocadas na camada chamada órbita terrestre baixa, que pode ser descrita como a fronteira entre a atmosfera e o espaço, para uma região desejada do mundo no momento desejado. Essas ogivas, que viajam ao redor do mundo, podem atingir o alvo em um tempo muito curto e em velocidades muito altas assim que o ataque for decidido. Assim, eles são quase impossíveis de detectar e prevenir.

Como a região do Ártico é a distância mais curta entre os EUA e a União Soviética, esperava-se que mísseis balísticos sobrevoassem essa região em uma possível guerra nuclear. Por esse motivo, ambas as superpotências configuraram seus sistemas de alerta antecipado para cobrir em grande parte a região do Ártico. No entanto, com o FOBS, a União Soviética teria a oportunidade de atacar os Estados Unidos pelo sul, onde sua capacidade de alerta precoce era mais fraca.

Apesar dessas grandes vantagens, o FOBS também tinha alguns pontos fracos importantes. Primeiro, o tamanho da ogiva que o míssil poderia carregar era limitado devido ao combustível necessário para alcançar e permanecer na órbita baixa da Terra. Isso limitou o impacto estratégico da arma. A segunda desvantagem importante era a baixa precisão da arma. Os mísseis balísticos intercontinentais tinham maior capacidade de correção de curso durante o vôo e a fase de ataque do que o FOBS.


O que significa a última tentativa da China?

À luz dessas informações, é possível fazer as seguintes determinações sobre a importância militar e estratégica do investimento da China em mísseis hipersônicos e no sistema FOBS, que recentemente testou:

Os mísseis de cruzeiro hipersônicos são de grande valor estratégico. Como atingem velocidades tão altas que não permitem que o inimigo se defenda, é praticamente impossível evitá-los. Como eles podem manobrar durante o vôo, é extremamente difícil prever para onde estão mirando. Isso garante que suas qualidades de dissuasão sejam altas, mesmo que não carreguem ogivas nucleares. A China também está investindo nesses sistemas de armas para uma capacidade de ataque de alta velocidade e difícil de prevenir contra os EUA, particularmente a presença militar dos EUA na região do Pacífico.

Os sistemas de defesa aérea e antimísseis constituem uma das principais bases da estrutura militar dos Estados Unidos e seus aliados. As 3ª e 7ª frotas dos EUA na região do Pacífico e as marinhas da Coreia do Sul, Japão e Austrália, aliadas próximas na região, estão equipadas com sistemas de comando e controle de defesa aérea e antimísseis denominados AEGIS e defesa aérea de alta altitude mísseis comandados por eles. Novamente, todos esses países criaram uma arquitetura de defesa comum, com o caça F-35 Lightning II de 5ª geração em foco. Os mísseis de cruzeiro hipersônicos são um dos maiores trunfos da China contra esse eixo, junto com a guerra cibernética e eletrônica.

Um sistema de armas hipersônicas do tipo FOBS alimentaria ainda mais as discussões sobre a militarização do espaço e uma corrida armamentista no espaço. O Tratado do Espaço Exterior (OST), assinado em 1967, proíbe o emprego de armas de destruição em massa no espaço. No entanto, como FOBS não segue uma órbita completa, pode não ser visto como estacionado no espaço. Esta natureza do FOBS, que está aberta a interpretações e é controversa, pode levar os EUA a aumentar suas atividades em armas espaciais e sistemas de alerta precoce. Em outras palavras, a China pode estar forçando os Estados Unidos a uma corrida armamentista no espaço.

Finalmente, o fato de a FOBS ter aumentado sua capacidade ofensiva estratégica para o continente dos EUA e desenvolvido a primeira oportunidade de ataque na dissuasão nuclear pode ser registrado como outra vantagem para a China.


Fonte: Agência Anadolu

Tradução e Adaptação: Angelo Nicolaci - GBN Defense

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