segunda-feira, 17 de julho de 2017

Forças de Paz do Brasil devem seguir para África após deixar Haiti

As Forças de Paz brasileiras tem cumprido com êxito a sua participação na MINUSTAH, missão das Nações Unidas no Haiti. Com o fim próximo desta missão, há indicações de que o Brasil irá se engajar em outra missão de paz.

Apesar da citação do Brasil com um dos possíveis mantenedores da paz no conflito sírio, tendo sido cogitada sua participação pela Rússia recentemente, a mesma não é tida como opção pelo Brasil devido a ONU não estar dente a coordenação das ações de pacificação no país árabe, onde o Brasil só avaliaria uma possível intervenção com suas tropas sob mandato da ONU, e mesmo assim teria de passar pelo aval do governo brasileiro, o qual já manifestou desinteresse em participar de tal missão.

No entanto, as forças de paz brasileiras sob a coordenação da ONU deverão assumir uma nova missão, e o destino deve ser a República Centro-Africana, um dos países mais miseráveis do mundo.

Embora ainda não haja consenso sob a participação brasileira naquele longínquo e miserável país, há consultas em andamento para o envio de um contingente significativo, o qual poderia chegar aos 13 mil combatentes, representando um investimento de cerca de 900 milhões de dólares ao ano.




Apesar da bem sucedida operação liderada pelo Brasil no Haiti, o mesmo não deve se repetir na África, onde o comando da missão não estará sob a batuta brasileira, a qual será responsável por garantir a estabilização de áreas conflagradas na República Centro-Africana. A missão na República Centro-Africana esta sob comando senegalês, e terá renovação exatamente um mês após a conclusão da MINUSTAH pelas forças brasileiras.

O Brasil considerou diversas opções para envio de suas forças de paz, incluindo o Líbano, onde a Marinha do Brasil esta á frente da UNIFIL, a qual poderia ser ampliada com o envio de forças em terra, uma vez que A Marinha do Brasil faz o controle marítimo do país árabe. Porém, as Forças Armadas em conjunto com Ministério da Defesa e o Itamaraty chegaram á um consenso em relação a nova missão, restando agora a decisão presidencial e aprovação pelo Congresso Nacional. 


Distribuição de forças da ONU na MINUSCA
A República Centro-Africana é o país com pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo, sendo um verdadeiro ninho de vespas. A ex-colônia francesa conquistou sua independência nos anos 60, viveu sob governos autocratas até a década de 90, quando experimentou regimes democráticos, diante de instituições fracas sofreu diversos golpes de Estado que consequentemente mergulharam a nação em uma guerra civil que se arrasta desde 2004. O conflito possui entre seus atores as forças do governo legítimo, movimentos rebeldes islâmicos e milícias populares, todos disputando o controle das cidades e o rumo do país. 

Há pouco mais de quatro anos, o país presenciou um verdadeiro conflito étnico, o qual visava exterminar a população islâmica remanescente no país, o que gerou um imenso caos com êxodo em massa, resultando na declaração estado de emergência humanitária.


Forças da França na MINUSCA 

A missão no país africano contou inicialmente com forças da França e nações africanas, as quais iniciaram a intervenção, em 2014 a ONU estabeleceu a MINUSCA (Missão Multidimensional Integrada de Estabilização na República Centro-Africana). A intervenção enfrentou uma série de problemas com abusos por parte das forças da ONU, onde houveram diversas alegações de estupros por militares da ONU, o que gerou um imenso problema, chegando a ter mais de 40 militares de diversas nações envolvidas afastados no último ano.

A França mantém no país uma força de 2.000 soldados e apoia o reforço das tropas brasileiras. O custo da MINUSTAH ao Brasil descontando o reembolso da ONU, chegou há 1,62 bilhões de reais, onde foram mobilizados ao longo de treze anos cerca de 36 mil combatentes. Um investimento que representa ganho em operação em áreas urbanas e conflitos de baixa intensidade. 

A nova missão na República Centro-Africana se mostra um grande desafio frente ao histórico do conflito e os problemas já enfrentados pela missão até o momento, o que pode representar ganhos em termos de capacidades operacionais e de coordenação de tropas, mas também pode resultar em grandes problemas ao comando das tropas brasileiras frente aos problemas enfrentados na miserável nação. Aos olhos deste jornalista, a MINUSCA é um desafio tão grande quanto seria a participação no conflito sírio, porém, na Síria teríamos um maior ganho em doutrina e capacitação de nossas tropas no teatro de operações moderno e conflito assimétrico, o qual também representaria maior risco aos combatentes brasileiros, além é claro de receber maior retorno no cenário político internacional.

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