quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Pequenos navios abrem novos horizontes de guerra

A operação na Síria é, em muitos aspectos, o primeiro exemplo de uso de tecnologia russa na guerra moderna. Até agora, o uso da frota para atacar alvos pontuais em território inimigo, com a ajuda de armas de alta precisão, era prerrogativa da ação militar dos Estados Unidos. Agora parece ser a vez de o Exército russo mostrar que também dispõe de tecnologia correspondente.
No início de outubro, mísseis de cruzeiro Kalibr foram lançados a partir do mar Cáspio sobre alvos terroristas na Síria. Os aparentemente banais e pequenos navios lança-mísseis Buian-M, integrados recentemente à frota do Cáspio, assim como o navio de patrulha do tipo Gepard, conseguiram executar – com êxito – essa tarefa nada fácil.
Navio de patrulha Gepard participou de envio de mísseis a alvos na Síria Foto: Igor Aleev/TASS

As embarcações não só conseguiram lançar o foguete, como também controlar o seu voo sobre o território de três países, garantindo uma precisão de quase 100% – o desvio das coordenadas originalmente introduzidas no computador não ultrapassou dois metros.
Mais recentemente, em 17 de novembro, um lançamento similar foi feito no Mediterrâneo oriental. Desta vez, o alvo do míssil foi a cidade de Raqqa, considerada capital do Estado Islâmico, que até então permanecia fora da área de ataque da aviação russa.
Nenhuma informação sobre a operação foi divulgada, mas há indícios de que o ultramoderno submarino russo Rostov-no-Don teria participado da operação. A cobertura teria ficado por conta do cruzador lança-mísseis Moskva, o navio-almirante da frota russa no mar Negro.
 ST. PETERSBURG, RUSSIA. DECEMBER 30, 2014. Russian navy men during the flag-hoisting ceremony at the project 636.3 diesel-electric submarine Rostov-on-Don at the Admiralteyskie Verfi shipyard in St. Petersburg. The submarine will join Russia's Black Sea Fleet. Foto: Denis Vyshinsky/TASS
Submarino Rostov-no-Don teria sido o responsável por disparos contra Raqqa Foto: Denis Vichinski/TASS
Made in Russia
Os êxitos da Marinha russa ao longo da operação na Síria se devem, em grande parte, aos mais recentes desenvolvimentos da indústria nacional da Defesa. A evolução da tecnologia militar mostra que o tempo dos grandes navios ficou para trás e, por isso, a Marinha começou a apostar em um novo tipo de embarcação: pequenos navios lança-mísseis.
Esses modelos, que estão usados para lançar os mísseis sobre fundamentalistas na Síria, são embarcações relativamente pequenas, não tão rápidas quanto os cruzadores, mas bastante eficazes. O Buian-M, por exemplo, está equipado com 8 mísseis Kalibr e sistemas antiaéreos.
A fabricação de navios lança-mísseis no país está, inclusive, nas mãos de várias empresas.
As embarcações da Flotilha do Cáspio são fabricadas nas instalações da fábrica de Zelenodolsk, na República do Tatarstão. Sua localização, às margens do Volga, permite usar o rio como artéria de transporte abastecer de navios os mares Negro, Báltico e Branco.
Além dos navios lança-mísseis, em Zelenodolsk são também construídos aerodeslizadores (em inglês, hovercrafts), navios antissubmarinos e auxiliares. Os barcos de patrulha construídos nas margens do rio Volga são exportados para vários países da Ásia e África.
A Iantar, de Kaliningrado, é outra empresa de construção naval especializada na fabricação de navios de guerra de pequeno porte para a Marinha russa. As instalações dessa fábrica foram inicialmente obtidas junto com a cidade de Königsberg após a Segunda Guerra Mundial. Desde então, os engenheiros construíram para a Marinha nacional mais de 150 navios de guerra.
Instalações da Iantar têm origem na ocupação de território alemão Foto: Eduard Molchano/TASS

Grandes navios oceânicos antissubmarinos e embarcações de grande porte para desembarque de tropas estão entre os destaques do estaleiro, que, hoje, é especialista na fabricação de fragatas e navios de patrulha. A nova linha de produção foi lançada há alguns anos e, em 2010, deu origem a seu primeiro protótipo – o navio de patrulha do Projeto 11356 Admiral Grigorovitch.
Admiral Grigorovitch, ao fundo, durante ensaio final para parada do Dia da Marinha Foto: Vitáli Nevar/TASS

Herança soviética
Após o colapso da URSS, as instalações mais modernas para a construção de navios ficaram no território da Ucrânia. Foi precisamente lá, nos estaleiros da cidade de Nikolaiev, que foram construídos os navios mais temíveis ​​da Marinha soviética.
Em 1983, saiu dos estaleiros de Nikolaiev o cruzador lança-mísseis Moskva, que passou para a Rússia em 1991 e, desde então, tem sido ativamente usado em operações de combate.
Mísseis do tipo Vulcan Foto: Press Photo
Mísseis do tipo Vulcan são reforço de cruzador lança-mísseis Moskva Foto: Press Photo

Com comprimento superior a dois campos de futebol, consegue atingir a velocidade de 32 nós, está equipado com helicópteros e, o mais importante, é capaz de lançar mísseis. Os 16 mísseis antinavios do tipo Vulcan instalados nele são capazes de rechaçar qualquer ataque vindo do mar.

Fonte: Gazeta Russa
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