segunda-feira, 18 de julho de 2016

Dilma participa de ato em SP e compara situação do Brasil à da Turquia

A presidente afastada, Dilma Rousseff (PT), participou de ato em defesa da educação na tarde desta segunda-feira (18), no campus São Bernardo do Campo da Universidade Federal do ABC. Em seu discurso, ela comparou a situação política do Brasil com a da Turquia, criticou o conceito de escola sem partido e defendeu o Mercosul.
Dilma comparou a tentativa de golpe de estado na Turquia com o atual cenário político brasileiro. Segundo ela, o que houve na Turquia foi um golpe tipicamente militar. “Aqui no Brasil nós temos uma outra circunstância. Nós temos um golpe parlamentar, que alguns chamam de golpe frio, outros chamam de golpe institucional”, disse.
“Se você imaginar que no golpe militar você tem um machado quebrando a árvore da democracia e a destruindo junto com o governo em questão. No caso do golpe parlamentar, você tem parasitas atacando a árvore, fungos atacando a árvore. Começa por algumas instituições, mas corrói todas as demais”, disse ela.
Política externa
A presidente afastada também disse considerar necessário “privilegiar” as relações com os países vizinhos. "Ninguém que olha com desprezo para os seus vizinhos, se achando melhor que eles, faz política externa competente", disse. “A importância da América Latina para o Brasil é crucial. Só quem não entende de política internacional pode achar que nós podemos abrir mão do Mercosul."

Educação
A presidente criticou o Programa Escola sem Partido, que busca o fim da "doutrinação" em sala de aula. O projeto de Lei (PL 193/2016), que está em tramitação, determina o que o professor pode ou não debater dentro de sala de aula. A proposta toma como base jurídica pontos da Constituição e da Convenção Americana sobre Direitos Humanos para defender as limitações à atividade docente.

“Escola sem partido, no sentido que eles defendem, é escola sem aula, é escola sem debate, sem posição. Ter posição é algo fundamental. Nós não podemos olhar a política como uma coisa suja, só de corruptos”, disse Dilma. Entre outros pontos, o projeto prevê a 'neutralidade' dos docentes diante de questões políticas.
Segundo ela, há um “medo intrínseco” de que se tome posição no Brasil e o que não é possível é impor uma educação não-laica no país ou impor o criacionismo, por exemplo. "Por que o debate não pode ser acalorado entre diferentes tendências?", questionou.
O portal e-Cidadania, do Senado Federal, abriu consulta pública sobre o Programa Escola sem Partido. Os cidadãos podem votar se são a favor ou contra o projeto e também podem enviar comentários e sugestões de mudança de cada item previsto. Até as 18h desta segunda-feira, 43.613 pessoas se mostravam a favor da ideia e 45.127 diziam ser contrárias a ela.
Dilma também criticou a PEC 241, que congela os gastos públicos por 20 anos, período em que o dinheiro economizado será canalizado para o pagamento da dívida pública. Para ela, a aprovação da proposta de emenda à Constituição significaria o fim da expansão das universidades públicas e de programas de inclusão educacional, como ProUni, Fies e o Ciência sem Fronteiras.
Fonte: G1 Notícias
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