quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Caças britânicos realizam seus primeiros bombardeios na Síria contra o EI

Aviões da Real Força Aérea (RAF, sigla em inglês) do Reino Unido fizeram seus primeiros bombardeios na madrugada desta quinta-feira na Síria contra alvos do grupo Estado Islâmico, horas depois que a Câmara dos Comuns deu sinal verde para o pedido do governo para se juntar à coalizão internacional, segundo o Ministério da Defesa, citado pela emissora "BBC".

De acordo com a fonte oficial britânica, quatro caças-bombardeiros Tornado decolaram da base de Akrotiri, no Chipre, pouco depois da votação.

O Reino Unido utiliza essa base desde 2014 como centro de operações para seus ataques contra o EI no Iraque e mantém no local cerca de 860 militares e diversos caças, entre eles oito Tornado GR4 e uma aeronave Voyager de abastecimento, assim como drones Predator armados com mísseis Hellfire.

O governo britânico antecipou que está previsto um aumento no número de caças Tornado na base cipriota e que aeronaves Typhoon Eurofighter completarão a frota de ataque.

Espera-se que a RAF estabeleça a maioria de seus alvos na região de Al Raqqa, principal reduto do EI na Síria, e na região leste do território sírio, perto da fronteira com o Iraque.

O ministro das Relações Exteriores britânico, Philip Hammond, tinha adiantado ontem que os caças britânicos estavam preparados para lançar "rapidamente" os primeiros ataques na Síria.

Após um intenso debate parlamentar, os deputados aprovaram por 397 votos a favor e 223 contra a intervenção militar proposta pelo primeiro-ministro, o conservador David Cameron, que contou com o apoio de cerca de 70 deputados trabalhistas.

O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, contrário aos ataques, concedeu liberdade de voto a seus parlamentares diante da divisão interna em sua legenda e da possibilidade que alguns integrantes de sua equipe renunciassem, caso fossem obrigados a apoiar a linha estabelecida pela direção do partido.

Esta foi a segunda vez em que Cameron pediu permissão ao parlamento para realizar ataques na Síria, depois que, em agosto de 2013, a rebelião de 30 deputados conservadores o impediu de levar adiante um plano para tentar derrubar a força o regime de Bashar al Assad.

O Reino Unido realiza bombardeios desde setembro de 2014 contra alvos do Estado Islâmico no Iraque, mas se limitou até agora a colaborar com operações de inteligência e logística na Síria.

O avanço dos jihadistas na região e os ataques terroristas de 13 de novembro em Paris, que deixaram 130 mortos, contribuíram, no entanto, para que uma nova maioria na Câmara dos Comuns votasse em favor de uma ação militar. 

Bombardeiros britânicos fizeram os primeiros ataques ao Estado Islâmico na Síria nesta quinta-feira, tendo como alvo campos de petróleo que o primeiro-ministro David Cameron diz serem utilizados para financiar ataques contra o Ocidente.
De acordo com uma testemunha da Reuters, bombardeiros Tornado decolaram da base aérea da Força Aérea Real em Akrotiri, no Chipre, poucas horas depois que os parlamentares britânicos votaram por 397 a 223 pelo apoio ao plano de Cameron de ataques aéreos. As aeronaves retornaram à base com segurança várias horas mais tarde.
Os quatro aviões usaram bombas guiadas a laser para atacar seis alvos nos campos de petróleo de Omar, no leste da Síria, controlado pelo grupo militante islamista que as autoridades britânicas chamam de Daesh, usando um acrônimo em árabe que o grupo rejeita.
"Isso é um real golpe ao petróleo e as receitas de que os terroristas do Daesh dependem", disse à BBC o secretário de Defesa britânico, Michael Fallon.
"Há muitos mais desses alvos por todo o leste e norte da Síria, que esperamos atacar nos próximos dias e semanas", disse Fallon, acrescentando que a Grã-Bretanha estava enviando mais oito aviões de guerra a Chipre para integrarem as missões. Não houve informações imediatas sobre vítimas.
A contribuição britânica ainda constitui apenas uma pequena parte da operação liderada pelos Estados Unidos para bombardear alvos do Estado Islâmico no Iraque e na Síria, iniciada há mais de um ano, com centenas de aeronaves. Anteriormente, o pequeno contingente britânico havia participado de ataques no Iraque, mas não na Síria.
Embora o voto britânico represente um pequeno acréscimo à capacidade militar adicional da coalizão, teve significado político e diplomático descomunal desde os ataques do mês passado em Paris, já que outras potências militares da Europa titubeiam em se juntar à França na expansão de sua ação militar.
Depois de 15 anos em que centenas de soldados britânicos morreram servindo em campos de batalha no Iraque e no Afeganistão, onde o país era o principal aliado dos EUA, muitos na Grã-Bretanha temem mais guerra no Oriente Médio.

A Rússia também está bombardeando a Síria, à parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos. O governo russo apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, enquanto os Estados Unidos e seus aliados se opõem a ele.

Fonte: EFE/Reuters
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