quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Lula defende que países ricos financiem medidas para reduzir a emissão de gases poluentes


Ao inaugurar nesta terça-feira (19) a primeira termoelétrica do mundo com capacidade de produzir energia a partir do etanol, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cobrar dos países ricos que assumam maior responsabilidade para reduzir a emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa.

Segundo Lula, há duas maneira de reduzir as emissões de gases poluentes. Uma, disse o presidente, é diminuir o padrão de consumo mundial ou melhorá-lo, com inovação tecnológica. A segunda seria pagar aos países que têm florestas que as preservem ou subsidiar as nações subdesenvolvidas para executarem projetos de reflorestamento para sequestro de carbono.

"Isso custa dinheiro e é preciso saber quem vai pagar a conta", disse Lula, chamando os países ricos à responsabilidade. "É obvio que os países mais ricos, países que se desenvolveram mais rapidamente, se industrializaram ainda no século XIX e, portanto têm, proporcionalmente, uma maior produção de CO2, têm maior obrigação de financiar o sequestro de carbono e, ao mesmo tempo, de diminuir as emissões", declarou.

Lula comparou as discussões em torno do financiamento das medidas para redução do efeito estufa a um almoço em família em que todos saem na hora de pagar a conta. "É como em um almoço em família, que você convida os cunhados, os irmãos, os vizinhos e, quando o garçom traz a conta, ela tá salgada. Tem aquele mais esperto que inventa de lavar a mão no banheiro na hora que vem a conta e uns que vão e nem voltam", afirmou.

Ao comentar a nova tecnologia de produção de energia elétrica a parir do etanol - resultado de uma parceria entre a Petrobras e e multinacional GE -, Lula disse que os países ricos terão que se render à tecnologia brasileira de fonte renovável.

"Penso que todo o mundo desenvolvido, quando tiver que assumir o compromisso de cumprir o protocolo de Quioto, de diminuir as emissões de gases de efeito estufa, vai ter que entrar na questão do etanol como nunca entrou", disse Lula, acrescentando que o combustível brasileiro, extraído da cana-de-açúcar, é mais viável que o produzido pelos norte-americanos, fabricado a partir do milho.

"Por enquanto, eles tratam o etanol como coisa de um país de terceiro mundo, como se fosse uma coisa do Brasil. Mas, agora, vão ter que tratar com muito mais respeito, porque, do ponto de vista tecnológico, da parceria Petrobras e GE, é como a dobradinha Péle e Coutinho, Dirceu Lopes e Tostão, Cerezo e Paulo Izidoro e Zico e Junior", disse o presidente.

No evento em Juiz de Fora (MG), Lula afirmou ainda que, em breve, o Brasil apresentará um novo modelo de hidrelétrica, que usará o conceito das plataformas submarinas de petróleo.

"Logo, logo, vamos apresentar uma novidade para o Brasil, que é a hidrelétrica em plataforma. Vamos utilizar a mesma tecnologia da plataforma da Petrobras, em que a gente vai desmatar a área apenas para produzir a hidrelétrica, depois vai reflorestar tudo outra vez, e os trabalhadores irão de helicóptero e ficarão 14 dias, como na Petrobras, e depois o helicóptero vai buscar. É para a gente dar o exemplo para o mundo em relação às hidrelétricas".

Em seu discurso, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff destacou que a inauguração da nova turbina da Usina Termelétrica Juiz de Fora demonstra o compromisso brasileiro na redução da emissão de gases que provocam o efeito estufa.

"Abrimos uma picada, um caminho e vamos desbravar esse caminho [da produção de etanol] porque significa mercado para a nossa cana-de-açúcar. Significa que, se hoje exportamos 4,5% do nosso etanol, vamos exportar muito mais. Vamos ser os protagonistas da produção de um combustível renovável", disse a ministra.

De acordo com Dilma, no Brasil, 46% da demanda por energia tem origem em fontes renováveis, índice quase três vezes maior do que países desenvolvidos. "Estamos dando mais um passo para demonstrar que o nosso compromisso de redução dos gases de efeito estufa é mais do que real. Hoje somos um país que tem a maior parte da sua energia limpa", afirmou

Fonte: Agência Brasil
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