quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Avião da FAB deve partir nesta quinta com equipe e suprimentos para Haiti


Um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) deve partir na manhã desta quinta-feira com bombeiros, cães farejadores e suprimentos para as vítimas do terremoto de 7 graus que atingiu o Haiti na terça-feira (12), devastando a capital Porto Príncipe. A FAB disse que a decolagem está confirmada, embora ainda não haja informação sobre o horário.

Não há número oficial de vítimas, mas o premiê do Haiti, Jean-Max Bellerive, disse acreditar que os mortos "estejam além dos 100 mil". Entre as vítimas confirmadas por outros governos há 15 brasileiros -- 14 militares e a fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns.

A decolagem estava prevista para esta quarta-feira, mas foi adiada para permitir que um mesmo avião leve tanto as 13 toneladas de água e alimentos de primeira necessidade quanto as equipes de Defesa Civil --30 membros do Rio e 20 do Distrito Federal-- e os cães farejadores que vão ajudar nas buscas por sobreviventes e corpos entre os escombros.

O viagem demora 13 horas e o avião deve chegar apenas na sexta-feira ao Haiti. Nesta quinta-feira, as primeiras equipes especializadas enviadas por diversos países chegaram a Porto Príncipe para ajudar na busca de sobreviventes que estão há mais de 36 horas sob os escombros.

As Forças Armadas brasileiras enviarão ainda um navio cargueiro da Marinha, que sairá nos próximos dias com um hospital de campanha e equipamento para produzir água potável.

O primeiro voo da FAB para Porto Príncipe chegou no começo da noite desta quarta-feira ao Haiti, com o ministro de Defesa, Nelson Jobim, e as primeiras toneladas de ajuda humanitária. Em nota, o ministério informou que a prioridade é "enviar água e os alimentos disponíveis em estoque" e "garantir o trabalho dos brasileiros que já estão naquele país".

Em nota, o Ministério de Defesa informou que, com as Forças Armadas, concluiu que não há condições, "no momento", de organizar, armazenar ou distribuir doações de alimentos, água, roupas ou outros materiais feitas por terceiros.

O Haiti precisa urgentemente de equipes de resgate, artigos médicos e alimentos. A Cruz Vermelha Americana anunciou estar sem suprimentos médicos, e a primeira-dama, Elisabeth Préval, confirmou que o principal hospital da capital desabou. Diversos países estão enviando ajuda, dos quais Brasil, Itália e Bélgica incluíram hospitais de campanha.

O embaixador do Haiti no Brasil, Idalbert Pierre-Jean, pediu nesta quarta-feira o envio de bombeiros, maquinaria pesada e remédios para socorrer as vítimas do forte terremoto que atingiu o seu país nesta terça-feira. "As necessidades são infinitas. Mais importante que a ajuda financeira é a intervenção humanitária", disse Pierre-Jean à imprensa em Brasília.

Devastação

O terremoto, que alcançou 7 graus de magnitude, segundo medição do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), devastou muitos prédios da capital Porto Príncipe --incluindo o Palácio Presidencial e a casa do presidente, René Préval.

Préval confirmou à TV americana CNN que ainda são confusas as informações sobre as mortes. "Ouvi que poderiam ser 50 mil. Outros dizem centenas de milhares. A verdade é que não sei. É cedo demais para saber." Mais cedo, o premiê do país, Jean-Max Bellerive, havia dito acreditar que o número "esteja além dos 100 mil". Entre os mortos estão pelo menos 15 brasileiros --14 militares e a coordenadora do Pastoral da Criança, Zilda Arns.

Há cerca de 1.310 brasileiros no Haiti, dos quais cerca de 50 são civis. O Brasil possui 1.266 militares na missão de paz da ONU, Minustah (missão de estabilização da ONU liderada pelo Brasil), enviada ao país depois de uma sangrenta rebelião, em 2004, que precedeu décadas de violência e pobreza.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse nesta quarta-feira que ao menos 16 membros da missão de paz no Haiti (Minustah) morreram devido ao desabamento da sede da missão e de outros prédios no tremor. Segundo Ban, as vítimas são 11 brasileiros, três jordanianos, um argentino e um chadiano.

A ONU não deu o nome das vítimas e, por isso, não se sabe se os brasileiros identificados fazem parte da lista de 14 militares mortos no terremoto informada pelo Exército brasileiro.

Também não se sabe se os três jordanianos são os majores Atta Issa Hussein e Ashraf Ali Jayus e o cabo Raed Faraj Kal-Khawaldeh --identificados na manhã desta quarta-feira como vítimas do terremoto por uma fonte militar citada pela agência de notícias France Presse.

Há ainda cerca de 150 desaparecidos entre funcionários e colaboradores locais e estrangeiros da ONU. A alta representante da missão de paz, Susana Malcorra, informou que 56 pessoas teriam ficado feridas entre os membros da missão.

A imprensa estatal chinesa informou que pelo menos oito soldados chineses foram soterrados, e que outros dez estão desaparecidos.

A Cruz Vermelha anunciou ainda, em comunicado, que 59 de seus funcionários locais ainda estão desaparecidos. Os nove funcionários internacionais do grupo estão seguros.

Fonte: Folha
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