quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A Arte da Guerra - Parte III


Dando prosseguimento a nossa série "A Arte da Guerra", vamos abordar agora o terceiro capítulo desta incrível obra, que ainda hoje é considerada um manual da Guerra e Estratégia, mesmo após mais de 2000 anos que foi escrita encontra-se atual como nunca.

Nesta capítulo vamos conhecer um pouco sobre como implementar estratégias e quais as suas características. Um ponto muito importante este, pois a estratégia pode levar um Estado a vitória ou fracasso. Vamos então conhecer os Estratagemas.

Boa leitura


Capítulo III - Estratagemas

Sun Tzu disse:

"O princípio geral da guerra é : manter o estado do inimigo intacto, dominar seu o exército e forçá-lo à rendição é melhor do que esmagá-lo".

Dominar um batalhão, uma companhia ou uma esquadra de cinco homens é melhor do que destruí-los. Pois os batalhões remanescentes do inimigo irão considerar seriamente a rendição, pois terão a garantia de sobrevivência.

Quando uma tropa se vê cercada pelo inimigo sem chances de vitória, elas irão considerar a vitória, até mesmo se ouver alguma chance de vitória, pois eles terão a segurança de garantir suas vidas e a integridade de sua cidade e população.

Então, obtendo cem vitórias em cem batalhas não significa o máximo da excelência. Excelência mais alta está em obter-se uma vitória e subjugar o inimigo sem, no entanto, lutar.


Política da Estratégia Militar

A melhor política para as operações militares é obter a vitória, atacando a estratégia do inimigo. A segunda melhor política é desintegrar as alianças do inimigo por meio da diplomacia; em seguida, atacar seus soldados, lançando um ataque ao inimigo; mas, a pior política é atacar violentamente cidades fortificadas e subjugar territórios. Principalmente atacando alvos civis, pois com isso irá se acender a ira do inimigo e fortalecer seu espirito de luta, cuminando em uma condição em que será impossível conquistar uma rendição de seu inimigo sem que haja confrontos sangrentos, nos quais pode custar ao seu Estado muitos soldados e recursos desnecessáriamente.

Sun Tzu disse:

"Deve-se sitiar cidades só como último recurso, porque levará aproximadamente três meses para construir escadas protegidas, preparar os veículos e reunir o equipamento e armamento necessários. Serão necessários, depois, outros três meses para preparar rampas de terra para alcançar as paredes da cidade.

Se o comandante não puder controlar sua própria impaciência e der ordens a seus soldados para avançar contra o muro da cidade como formigas, o resultado será que 1/3 deles será sacrificado, enquanto que a cidade permanecerá intocada. De fato, aí está a calamidade em atacar cidades muradas."

Sun Tzu quis dizer que ao optar por sitiar o inimigo, o general irá ter de esperar um longo periodo para obter o domínio de tal cidade, pois uma invasão precipitada resultará em perdas amargas, uma vez que o inimigo estará em condição de superioridade, uma vez que este tem o dominio do terreno e esta protegido por barreiras que irão expor suas tropas de forma que poderão sofrer ataques sem que possa revidar á altura.

Logo o general sábio irá avaliar bem a necessidade estratégica de se obter domínio sobre esta cidade, para então optar pelo sítio, uma vez que as despesas irão aumentar de maneira vertiginosa, pois terá de aguardar o desgaste do inimigo e sua rendição, ou aguardar o momento de fraqueza do mesmo para fazer uma incursão bem sucedida.

No teatro de guerra moderna temos exemplos de como isso ainda é atual, temos diversos exemplos na 2ªGuerra Mundial, onde cidades foram sitiadas por meses e muitas vezes o resultado não foi o esperado, ou mesmo de cidades que foram atacadas no momento inoportuno, resultando em baixas desnecessárias.

Sun Tzu disse:

"Um chefe que está bem instruído em operações militares faz com que o inimigo se renda sem lutar, captura as cidades do inimigo sem atacá-las violentamente, e destrói o Estado do inimigo sem operações militares demoradas.

O prêmio maior de uma vitória é triunfar por meio de estratagemas, sem usar as tropas."


A lei de emprego das tropas:

A lei para usar as tropas é:

1-Quando você tiver uma força dez vezes superior ao inimigo, cerque-o.

2-Se sua força superar em cinco vezes, ataque-o.

3-Quando você tiver duas vezes mais força que o inimigo, enfrente-o pelos dois lados

4-Se suas forças se equivalem, procure repartir as do inimigo

5-Se suas forças forem inferiores, seja hábil em tomar a defensiva

6-Se você for muito mais fraco do que o inimigo, deve saber a hora de empreender uma retirada.

7-Se o mais fraco combater sem considerar esta razão de forças, ele será, seguramente, conquistado pelo mais forte.

Sendo assim se for o mais fraco procure a retirada, e posteriormente busque levar a questão para a mesa da diplomacia, para buscar uma vitória diplomática ou ganhar tempo para estabelecer novas alianças e fortificar suas tropas.



O Comandante em Chefe

Sun Tzu disse certa vez:

"O comandante é o equilíbrio da carruagem do Estado. Se este equilíbrio estiver bem colocado, a carruagem, isto é, a nação será poderosa; se o equilíbrio estiver defeituoso, a nação, certamente, será fraca."

Em outras palavras, para um Estado poder ser considerado forte, não basta apenas ter um enorme poderio bélico, pois o principal fator para ser considerado forte é obter um comando seguro e equilibrado, que saiba fazer uso das estratagemas e meios para se conduzir as operações militares. Pois como pode um cego conduzir outro?

Um exemplo atual foi o caso da Geórgia que invadiu a Ossétia do Sul, mesmo tendo tropas modernas e bem equipadas, foram fácilmente repelidas por um contigente russo em poucas horas. Pois o seu comando não soube considerar adequadamente a estratégia ou demonstrou equilibrio e preparo ao conduzir tais manobras.


O Governante e os infortúnios do exército

O governante poderá trazer infortúnio para seu próprio exército de três modos:

Primeiramente, se ele ordena um avanço e o seu exército não pode ir adiante, ou emite ordens de uma retirada, desconhecendo que o seu exército não pode se retirar.

Segundo, se ele interfere com a administração do exército, sem entender os negócios internos, pois isto, confundirá os oficiais e soldados.

Terceiro lugar, quando ele interfere com a direção do exército sem saber os princípios dos estratagemas militares, gerando dúvidas e desentendimentos entre oficiais e soldados.

Tendo o governante confundido o seu exército e perdido a confiança de seus homens, as agressões dos estados vizinhos não demorarão.

Aí está o significado da expressão: "Lançar a desordem e a confusão em suas próprias fileiras é oferecer um modo seguro para a vitória do inimigo".

Podemos citar um exemplo bem atual, no caso do programa FX-2 da Força Aérea Brasileira, vemos claramente o governo interferir na escolha de um meio ao qual deveria ser escolhido pelos militares, uma vez que são eles que articulam as estratégias de defesa e apresentam a necessidade de recursos necessários para garantir a defesa do Estado e o potêncial de ataque dentro de sua estratégia.

Assim o governo brasileiro esta interferindo nos assuntos militares, uma vez que os oficiais avaliaram os vetores a serem finalistas no processo de modernização da força determinaram como vencedor o caça suéco SAAB Gripen NG, uma vez que atende as perspectivas estratégicas, mas se veem confrontadas pela escolha absolutista do governo que insiste na compra do caça francês Dassault Rafale, que configura como o último colocado na avaliação para compra do novo vetor. Com isso gerando um mal estar entre o governo e seus militares.


Fatores que podem definir o vitorioso

Existem cinco fatores que permitem que se preveja qual dos oponentes sairá vencedor:

aquele que sabe quando deve ou quando não deve lutar;

aquele que sabe como adotar a arte militar apropriada de acordo com a superioridade ou inferioridade de suas forças frente ao inimigo;

aquele que sabe como manter seus superiores e subordinados unidos de acordo com suas propostas;

aquele que está bem preparado e enfrenta um inimigo desprevenido;

aquele que é um general sábio e capaz, cujo soberano não interfere.


Estes são os cinco fatores para se prever a vitória.

Por isso se diz:

aquele que conhece o inimigo e a si mesmo, lutará cem batalhas sem perigo de derrota;

para aquele que não conhece o inimigo, mas conhece a si mesmo, as chances para a vitória ou para a derrota serão iguais;

aquele que não conhece nem o inimigo e nem a si próprio, será derrotado em todas as batalhas.



Aqui encerramos mais um capítulo desta série, espero que tenha sido de proveito a você leitor, e fique atento, em breve publicaremos mais um capítulo desta série que visa trazer a você o poder do conhecimento desta obra.

Para acessar os capítulos anteriores você pode clicar sobre o título desta postagem para ter acesso direto a esta série.

Angelo D. Nicolaci
editor
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