sábado, 23 de janeiro de 2010

Israel paga US$ 10,5 milhões à ONU por danos causados durante ofensiva em Gaza


Israel pagou à ONU (Organização das Nações Unidas) US$ 10,5 milhões por danos e ferimentos causados à entidade global e a seus funcionários durante a ofensiva militar na faixa de Gaza, há um ano, disseram um porta-voz da ONU e diplomatas israelenses nesta sexta-feira.

"Com este pagamento, as Nações Unidas concordam que as questões financeiras relativas a esses incidentes [...] estão concluídas", disse o porta-voz Martin Nesirky a jornalistas.

Uma importante fonte diplomática de Israel na ONU disse, sob anonimato: "Decidimos fazer um pagamento 'ex gratia' [sem admissão de responsabilidade] às Nações Unidas e, na verdade, já o fizemos".

Esse diplomata acrescentou que o valor "diz respeito especificamente a danos causados às Nações Unidas", cuja Agência de Alívio e Obras (UNRWA, na sigla em inglês) atende refugiados palestinos na faixa de Gaza e em outras regiões do Oriente Médio.

Tanto a fonte diplomática quanto Nesirky citaram a cifra de 10,5 milhões de dólares.

Funcionários da ONU dizem que a entidade já havia reivindicado indenizações por danos causados em operações militares anteriores, mas acreditam que esta é a primeira vez que Israel faz um pagamento desse tipo.

Um inquérito realizado em 2009 pela ONU avaliou em 11,2 milhões de dólares os danos causados a sete edifícios da ONU em Gaza durante o conflito, ocorrido entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, havia indicado que pediria a Israel esse valor para compensar os danos sofridos por instalações como armazéns, escolas e veículos, destruídos ou danificados.

A maior parte seria resultante da ação israelense, embora Israel tenha negado ter tomado deliberadamente essas instalações como alvo. Nesirky disse que avaliadores contratados posteriormente pela ONU reduziram a quantia em US$ 750 mil dólares.

O ataque levou a diversas acusações de crimes de guerra contra o Exército de Israel e denúncias dos próprios soldados do país.

A ofensiva israelense, realizada de 27 de dezembro de 2008 a 17 de janeiro de 2009, provocou a morte de cerca 1.400 palestinos e deixou 5.000 feridos, a maioria deles civis, segundo fontes palestinas. No lado israelense os mortos como consequência dos combates e os 800 foguetes disparados de Gaza chegaram a treze --entre eles três civis-- e cerca de 200 feridos.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) endossou o relatório do jurista sul-africano Richard Goldstone que afirma que Israel fez uso desproporcional da força e violou o direito humanitário internacional. O texto pondera que o lançamento de foguetes pelos insurgentes palestinos também configura crime de guerra.

Fonte: France Presse
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