Taipé revelou nesta quarta-feira (17) seu primeiro míssil a ser fabricado em conjunto com uma empresa norte-americana, marcando um passo significativo na cooperação de defesa entre Taiwan e Washington. A iniciativa reflete os esforços da ilha para reforçar suas capacidades militares diante da crescente pressão da China, que considera Taiwan parte de seu território e intensifica regularmente suas operações militares na região, incluindo exercícios de guerra e patrulhas aéreas e navais.
O anúncio foi feito antes da Exposição de Tecnologia Aeroespacial e de Defesa de Taipei, quando o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan (NCSIST) apresentou o Barracuda-500, um míssil de cruzeiro autônomo e de baixo custo. O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup de tecnologia de defesa americana Anduril Industries. Segundo o NCSIST, o míssil é projetado para ataques coordenados contra navios de guerra e drones explosivos, e será produzido em massa localmente em Taiwan por meio de transferência de tecnologia.
O presidente do NCSIST, Li Shih-chiang, destacou à Reuters que o objetivo é acelerar o desenvolvimento das capacidades de defesa da ilha, incorporando tecnologias avançadas e mantendo o custo unitário do míssil abaixo de T$ 6,5 milhões (aproximadamente US$ 216 mil). “Se as hostilidades eclodirem, se enfrentarmos um bloqueio, não seremos como a Ucrânia, que ainda tem o continente europeu para fornecer reforços. Toda a nossa resiliência deve ser construída sobre esta ilha”, afirmou Li.
Durante a feira de defesa de três dias, o NCSIST planeja assinar dois contratos e seis Memorandos de Entendimento com empresas dos Estados Unidos e do Canadá, sem divulgar os nomes das companhias.
Taiwan busca reforçar significativamente seu orçamento militar, estabelecendo uma meta de gastar 5% do PIB em defesa até 2030, acima dos 3,3% previstos para o próximo ano. A ilha também procura ampliar o apoio internacional além dos Estados Unidos, consolidando uma rede de parcerias estratégicas para garantir sua segurança em um contexto regional cada vez mais tenso.
A cooperação com os EUA representa, segundo autoridades taiwanesas, um passo crucial para o desenvolvimento de capacidade de produção local, maior autonomia militar e fortalecimento da dissuasão contra ameaças externas.
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com Reuters
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