O mundo vive um momento de intensas transformações geopolíticas. Em diferentes regiões, a indústria de defesa cresce em ritmo acelerado, ampliando capacidades produtivas e consolidando sua importância estratégica.
O Brasil segue o mesmo caminho, ainda que em velocidade menor, mas já colhe bons frutos, basta ver os resultados das exportações de 2024 que são um exemplo concreto de que a nossa Base Industrial de Defesa pode competir em nível global.
Mas surge uma provocação, até onde poderíamos chegar se, além de mais demandas e incentivos governamentais, tivéssemos também uma geração de jovens engenheiros e técnicos prontos para assumir esse protagonismo?
A falta de profissionais especializados e com a cultura da indústria de defesa não é apenas um gargalo técnico. É um desafio cultural.
Quantos jovens, ao escolherem a sua profissão, enxergam a indústria de defesa como um espaço de inovação, ciência aplicada e impacto direto na soberania do nosso país? Quantos reconhecem que, por trás de cada cockpit, de cada sistema de comando e de cada radar, há engenheiros e técnicos que transformaram conhecimento em segurança nacional?
É nesse ponto que precisamos refletir, ou seja, como transformar curiosidade em vocação? Como fazer com que a escolha pela engenharia ou por um curso técnico não seja apenas um caminho profissional, mas um compromisso com a alta tecnologia e com o futuro da defesa?
O setor tem muito a oferecer. Vai além de equipamentos militares, envolve pesquisa de ponta, soluções duais que muitas vezes se desdobram em benefícios para a sociedade civil e um propósito maior, a construção da soberania nacional. Cabe a nós, enquanto empresas, universidades e governo, encontrar novas formas de mostrar esse valor aos jovens.
Se quisermos de fato ampliar nossa presença no mercado internacional e fortalecer nossa BID, precisamos cultivar uma cultura em que os talentos de hoje se reconheçam como os protagonistas do futuro da nossa defesa e consequentemente da soberania do nosso país.
A pergunta que fica é simples, mas desafiadora: Nós estamos conseguindo inspirar os jovens a enxergarem esse futuro?
por Mauro Beirão
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