Wall Street tem visto uma ascensão das empresas menores de defesa em 2025, motivada pelo aumento da demanda por tecnologia militar de baixo custo, ágil e de última geração, adaptada para a guerra moderna. A tendência reflete a mudança do Pentágono em direção a sistemas de combate mais flexíveis e adaptáveis, enquanto os conflitos na Ucrânia e em Gaza estimulam aumentos significativos nos gastos militares globais.
Investidores têm se voltado para empresas especializadas em drones e veículos não tripulados equipados com inteligência artificial, que oferecem soluções rápidas, baratas e capazes de reduzir a dependência de tropas terrestres. “Os vencedores neste novo mercado serão as empresas que aceitarem a mudança e investirem em sistemas de armas de baixo custo, atualizáveis e habilitados por software”, afirmou Jon Siegmann, diretor administrativo da indústria aeroespacial e de defesa da Stifel.
O Índice de Defesa Arca da NYSE (.DFII) subiu cerca de 34% neste ano, superando o crescimento de 12% do S&P 500. Entre os dez maiores ganhadores, sete são empresas de média e pequena capitalização, incluindo fabricantes de drones como Kratos Defense, AeroVironment, além da fabricante de componentes Astronics e da empresa de tecnologia de defesa Mercury Systems. Operadores tradicionais como RTX e Northrop Grumman também tiveram crescimento, impulsionados pelo aumento geral do fluxo de investimentos no setor.
O governo dos EUA tem pressionado para que os combatentes recebam equipamentos com maior rapidez, segundo Church Hutton, diretor de crescimento da AeroVironment. A administração de Donald Trump reforçou a aposta em mísseis e drones de alta tecnologia, solicitando um orçamento de US$ 892,6 bilhões para 2026, com quase US$ 6 bilhões destinados a sistemas de aeronaves não tripuladas e tecnologia antidrone, um aumento de 78% em relação ao ano anterior.
O setor também registra intensa atividade de fusões e aquisições, embora os negócios tenham se concentrado em transações de menor porte. Das 56 aquisições de 2025 até 15 de setembro, apenas uma ultrapassou US$ 12 bilhões. “As grandes empresas buscam aquisições intersetoriais para impulsionar comunicações, segurança cibernética e inteligência artificial”, comentou Lucinda Guthrie, diretora da Mergermarket. Um exemplo recente é a compra da unidade Rapid Solutions da Amentum pela Lockheed Martin por US$ 360 milhões, visando expandir capacidades de radar.
Além disso, o capital de risco se voltou fortemente para startups de defesa. Lukas Czinger, CEO da Divergent Technologies, destacou a demanda por “dezenas de milhares de sistemas de munições de baixo custo e sistemas não tripulados”. O financiamento de startups aeroespaciais e de defesa atingiu US$ 14,17 bilhões até 9 de agosto, seu nível mais alto em pelo menos uma década, segundo dados da PitchBook.
A tendência indica que o futuro da indústria de defesa nos EUA está se deslocando para soluções mais leves, digitais e adaptáveis, com empresas menores assumindo um papel central na inovação e na resposta rápida às necessidades do campo de batalha moderno.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters
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