A OTAN lançou um alerta firme à Rússia, reforçando que está preparada para empregar “todas as ferramentas militares e não militares necessárias” para se defender, após uma série de violações de espaço aéreo em países do flanco oriental da Aliança. A medida evidencia uma escalada das tensões entre Moscou e os aliados europeus, com implicações diretas para a segurança regional e para a credibilidade defensiva da OTAN.
Em 19 de setembro, a Estônia denunciou que três caças russos MiG-31 permaneceram por 12 minutos em seu espaço aéreo antes de serem interceptados por caças italianos da OTAN. Na semana anterior, cerca de 20 drones russos penetraram o espaço aéreo polonês, provocando a destruição de algumas dessas aeronaves e um reforço imediato da defesa do flanco oriental da Europa.
O incidente estoniano levou à invocação do Artigo 4 do tratado da OTAN, mecanismo que exige consultas entre os aliados sempre que a integridade territorial, a independência política ou a segurança de um membro esteja ameaçada. Historicamente, o artigo foi acionado apenas nove vezes em 76 anos, sendo duas destas nos últimos dias, em resposta aos incidentes no flanco oriental.
“Somos uma aliança defensiva, mas não somos ingênuos. Vemos o que está acontecendo”, afirmou o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. “Mesmo que não seja intencional, ainda temos que nos defender.”
O presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou apoio a uma resposta robusta da OTAN, inclusive considerando o abate de aeronaves russas que violem o espaço aéreo aliado. O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, reforçou que Washington apoia todos os aliados da OTAN e que qualquer violação de seu espaço aéreo é inaceitável.
Em paralelo, os países do G7 condenaram as violações na Estônia, Polônia e Romênia como ações que prejudicam a segurança internacional, e anunciaram esforços para fornecer à Ucrânia garantias de segurança robustas, além de estudar medidas econômicas contra Moscou e seus parceiros comerciais.
Apesar da pressão por respostas mais agressivas, líderes da OTAN alertam para os riscos de ações precipitadas. O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse que “exigências imprudentes para abater aeronaves ou enviar mensagens de força não ajudam”.
Os comandantes da OTAN possuem autoridade para avaliar ameaças imediatas e decidir sobre interceptações. No caso dos MiG-31 sobre a Estônia, os jatos não foram abatidos por não apresentarem risco direto.
A Rússia negou as acusações estonianas e classificou a declaração de Tallinn como tentativa de aumentar as tensões entre Leste e Oeste. Sobre os drones poloneses, Moscou afirmou que as operações visavam alvos militares na Ucrânia e não pretendiam atingir a Polônia.
Os recentes incidentes demonstram que o flanco oriental da OTAN permanece vulnerável a manobras de provocação russas, exigindo uma vigilância constante e respostas calibradas para evitar escaladas acidentais. Ao mesmo tempo, a Aliança envia uma mensagem clara: está preparada para dissuadir ameaças de qualquer direção, mantendo a integridade de seu espaço aéreo e reafirmando seu apoio à Ucrânia.
“A Rússia não deve ter dúvidas: a OTAN e os Aliados empregarão todas as ferramentas necessárias, militares e não militares, para se defender e proteger todos os membros”, destacou a organização em comunicado.
GBN Defense - A informação começa aqui
com Reuters
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