segunda-feira, 15 de junho de 2015

Airbus adapta avião para a ponte aérea

Em reação à principal concorrente, a Airbus mudará um dos seus mais bem-sucedidos aviões para levar mais passageiros em rotas para o Santos Dumont (RJ), entre elas a ponte aérea para o aeroporto de Congonhas –trecho mais movimentado do Brasil. A modificação se dará no A320, com capacidade para até 174 passageiros. Hoje, esse modelo só pode aterrissar no Santos Dumont se não estiver lotado –em razão da pista curta do aeroporto do Rio de Janeiro, 1.323 metros.
Assim, TAM e Avianca só voam na ponte aérea com o A319, menor, com capacidade para até 144 passageiros. Diariamente, ambas perdem passageiros a cada voo para a Gol, que, em seus Boeing-737/800, pode carregar até 177 pessoas a cada viagem –também graças a uma alteração na aeronave feita especificamente para operações no Santos Dumont, implantada no ano passado.
VANTAGEM
Para igualar a vantagem da concorrente, a Airbus decidiu reagir. A fabricante europeia fez mudanças aerodinâmicas, no motor, nos freios e no software para permitir que os A320 pousem e decolem cheios no aeroporto Santos Dumont –cada aeronave comporta até 174 passageiros, 30 a mais que os A319. Os primeiros aviões com esse recurso chegarão para a Azul, no fim de 2017, daqui a dois anos e meio. Já são os A320 Neo, nova geração desse tipo de equipamento. A empresa aérea não quis comentar se usará essas aeronaves na ponte aérea.
Agora, a fabricante negocia com TAM e Avianca a adaptação dos A320 Neo já encomendados por ambas, de modo a antecipar o início em operação da nova versão, batizada internamente de "Sharp" (Short Airfield Package, ou "pacote para pistas curtas"). A TAM disse que receberá o Neo no ano que vem, mas que não há decisão sobre usar a adaptação para pistas curtas. A Avianca não respondeu.
ROTA RENTÁVEL
A rota Congonhas-Santos Dumont é "crucial" para as empresas aéreas, afirma a Airbus, daí a modificação –trata-se da rota mais rentável do mundo, diz Rafael Alonso, presidente da fabricante para a América Latina. A ponte aérea levou quase 4 milhões de passageiros pagos em 2013, dado mais recente disponível, afirma a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). "A demanda no mercado brasileiro pede um avião maior. Com a melhora, podemos elevar a capacidade em 30 assentos e aumentar a receita das empresas", disse Michel Clanet, diretor de vendas da Airbus no Brasil. O custo de desenvolvimento da alteração não foi divulgado. Clanet diz que a solução foi finalizada no ano passado. Antes de entrar em operação, é preciso autorização da autoridade de aviação europeia (Easa) e brasileira (Anac).

Fonte: Folha
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