domingo, 29 de setembro de 2013

Assad promete respeito a entrega de armas químicas da Síria

 
O ditador da Síria, Bashar al-Assad, prometeu respeito aos acordos da ONU (Organização das Nações Unidas) para entregar as armas químicas do país à comunidade internacional. A declaração foi feita em entrevista exibida neste domingo pela emissora italiana RaiNews24.
 
Os comentários de Assad são veiculados dois dias após o Conselho de Segurança das Nações Unidas adotar uma resolução que exige a entrega da armas químicas na Síria, proposta por Rússia e Estados Unidos. A medida, no entanto, não ameaça Damasco com uma ação militar automática caso descumpra o acordo.
 
Questionado se seu país se adequaria à decisão, o ditador respondeu que sim e disse que o apoio à resolução mostra a intenção síria de se desfazer de suas armas de destruição em massa.
 
"Nós nos juntamos ao acordo contra a aquisição e o uso de armas químicas mesmo antes dessa resolução ser aprovada. Vamos respeitá-la e nossa história demonstra que sempre respeitamos nossa assinatura em todos os tratados que firmamos".
 
Ele voltou a afirmar que deseja discutir uma solução política na Síria desde que os rebeldes abram mão de suas armas. E afirmou que poderia sair do cargo, mas não no atual momento do conflito.
 
"Se sair do meu cargo ajudasse a melhorar a situação, não teria problemas, mas agora tenho que seguir no meu posto. No meio de uma tempestade não se pode abandnar o barco".
 
E disse que a maioria dos países europeus não tem a capacidade necessária para desempenhar um papel importante nas negociações de paz sobre a Síria.
 
"Sinceramente, a maioria dos países europeus não tem a capacidade de desempenhar um papel em uma conferência de paz, já que não possui o que se necessita para ter sucesso nesse papel".
 
Assad, no entanto, não fez menção a nenhum país específico. Dos integrantes da União Europeia, Reino Unido e França são os que se envolveram ativamente na crise síria, em especial por pertencerem ao Conselho de Segurança da ONU. Tanto Londres como Paris são críticos do ditador e apoiam abertamente os rebeldes.
 
Por outro lado, o ditador considerou positiva a aproximação entre o aliado Irã e os Estados Unidos e vê a colaboração como uma forma de dar fim a conflitos no Oriente Médio.
 
"Se os americanos forem sinceros em sua aproximação com o Irã, os resultados serão positivos no que diz respeito à crise síria e todas as crises na região".
 
INSPETORES
 
Neste domingo, os inspetores da ONU começaram seu trabalho na periferia de Damasco para buscar novos vestígios de ataques químicos realizados na região. A nova missão foi iniciada na quinta e tem a intenção de investigar sete locais em que oposição e regime afirmam que foi usado gás venenoso.
 
Três destes locais estão localizados perto da capital: Bahhariyeh (22 de agosto), Jobar, um subúrbio ao norte de Damasco (24 de agosto), e Ashrafieh Sahnaya, na província de Damasco (25 de agosto). As demais áreas estão localizadas no norte do país.
 
Durante a sua atual missão, os especialistas "receberam vários documentos e amostras e realizaram várias entrevistas", segundo a ONU, que acrescentou em um comunicado que a equipe deve concluir seus trabalhos na segunda (30).
 
A missão acontece após a ONU afirmar que houve um ataque com gás sarin em Ghouta, região controlada por rebeldes na periferia de Damasco, em 21 de agosto. As Nações Unidas não citaram o número de mortos ou os responsáveis pelo ataque.
 
Estados Unidos, Reino Unido e França acusam Assad pelo ataque que, segundo Washington, deixou 1.400 mortos. Já a Rússia e o regime sírio afirmam que os rebeldes fizeram a ação como uma forma de provocar as tropas do ditador e os inspetores da ONU, que haviam chegado ao país quatro dias antes.
 
Fonte: Folha
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