
Em um ato surpreendente, a delegação palestina na ONU (Organização das Nações Unidas) desistiu de levar suas acusações contra Israel por crimes de guerra ao Conselho de Direitos Humanos da instituição, nesta sexta-feira. As acusações estavam baseadas em um relatório elaborado por uma missão da ONU.
O relatório, presidido pelo juiz sul-africano Richard Goldstone, foi apresentado na semana passada ao mesmo Conselho de Direitos Humanos, onde recebeu críticas não só de Israel mas também dos Estados Unidos. Ele dizia que a ofensiva de Israel foi contra "o povo de Gaza em conjunto" e seguiu "uma política de castigo", mas pondera que também o que os grupos armados palestinos que disparam foguetes contra as cidades do sul de Israel sem distinguir entre alvos civis e militares
Os palestinos afirmaram ter retirado as acusações temporariamente para angariar apoio e demonstraram intenção de retomar o assunto em março que vem. O embaixador palestino, Ibrahim Khraishi, afirmou, no entanto, que a sua delegação não desistiria de continuar "por caminhos legais". "[A votação] será indeferida até a próxima sessão, dando mais tempo para todas as partes, israelenses e palestinas, discutir o relatório histórico", afirmou Khraishi.
O relatório diz que a ofensiva de Israel foi contra "o povo de Gaza em conjunto" e seguiu "uma política de castigo". "Israel não adotou precauções requeridas pelo direito internacional para limitar o número de civis mortos ou feridos nem os dados materiais", acusa o texto, que traz diversas denúncias de má conduta contra militares israelenses.
O texto diz que Israel "cometeu crimes de guerra e, possivelmente, contra a humanidade", mas pondera que também o fizeram os grupos armados palestinos que disparam foguetes contra as cidades do sul de Israel sem distinguir entre alvos civis e militares --justamente o argumento de Israel para a ofensiva.
Quase 1.400 palestinos e 13 israelenses morreram durante os enfrentamentos, entre 28 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro, quando Israel invadiu Gaza com o argumento de tentar deter o lançamento de mísseis, por parte do Hamas, contra seu território.
No relatório, Goldstone recomendou ao Conselho de Segurança da ONU que levasse o assunto para o TPI (Tribunal Penal Internacional) se Israel e palestinos não conduzirem investigações domésticas consistentes em seis meses.
O Paquistão pediu que o assunto não fosse esquecido e que a decisão fosse adiada para dar "mais tempo e consideração" para a questão. O enviado do Paquistão na ONU, Zamir Akram, acusou a desistência palestina desta sexta deve ocorrer devido à "imensa pressão dos EUA".
Fonte: Folha

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