
A Junta Militar de Mianmar confirmou hoje, por meio da imprensa estatal, que as eleições se celebrarão em 2010, nove anos depois das legislativas vencidas pela oposição liderada por Aung San Suu Kyi e cujo resultado nunca foi acatado pelos generais.
Em discurso pronunciado perante membros da Organização de Veteranos de Guerra e que publica o jornal "Nova Luz de Myanmar", o general Than Shwe, máximo chefe do regime, indicou que "as eleições se celebrarão em 2010 para escolher o Parlamento de acordo com a Constituição vigente".
Cerca de 133 mil oficiais e suboficiais são membros da organização de veteranos, que este mês se constituirá em partido político e elegerá aos candidatos que apresentará ao pleito legislativos.
Segundo o jornal, que o Governo emprega para publicar suas mensagens, o general assinalou que "durante o período de mudança de um sistema a outro, surgirão vários partidos e diferentes ideias".
Com vistas às eleições, a Junta Militar instou às organizações e coletivos, assim como aos grupos armados das maiores etnias do país, para que se transformem em partidos políticos.
O setembro passado, o Governo selecionou a cerca de 300 oficiais das Forças Armadas para fazer parte da lista de candidatos do Partido da Política Nacionalista, um dos muitos que o regime financia e promove com a finalidade de reforçar a presença dos militares no Legislativo.
De acordo com a Constituição aprovada em maio do ano passado por meio de um plebiscito, o estamento militar se reserva uma quarta parte das cadeiras da Câmara.
O chefe da Junta Militar realizou estes comentários no quartel general do Exército, no mesmo dia que a líder opositora e Nobel da Paz, Suu Kyi, se reuniu em Yangun com os embaixadores dos Estados Unidos, Austrália e o Reino Unido para falar das sanções da comunidade internacional a Mianmar.
A secretária-geral da Liga Nacional pela Democracia (LND), única formação opositora legal, cumpre 18 meses de prisão domiciliar imposta em agosto por quebrar a anterior, e que começou em meados de 2003.
Essa reunião seguiu à que Suu Kyi manteve na quarta-feira passada com o ministro do Trabalho, o general Aung Kyi, enlace com a oposição que a Junta Militar designou há dois anos.
Em setembro, e depois que fosse condenada à pena que agora cumpre por quebrar a detenção anterior, Suu Kyi escreveu uma carta ao general Than Shwe, na qual se ofereceu a advogar em favor da retirada das sanções.
A Constituição aprovada ano passado mediante um referendo impede a Suu Kyi ser candidata à chefia do Estado por haver estado casada com um estrangeiro, o professor britânico Michael Aris, que morreu de um câncer em 1999.
Suu Kyi viveu 14 dos últimos 20 anos submetida a prisão domiciliar por pedir de forma pacífica democracia e liberdade para seu país.
Fonte: EFE

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