O Brasil dá mais um passo decisivo rumo à consolidação como potência regional na aviação de defesa. Em entrevista à Bloomberg Línea, o presidente da Saab no país, Peter Dölling, destacou que o Brasil tornou-se um hub estratégico para a empresa sueca e agora integra o seleto grupo de nações com capacidade de fabricar caças supersônicos.
O anúncio da nova linha de produção da Saab em São Bernardo do Campo (SP) representa um marco importante para a indústria nacional de defesa. A ampliação da capacidade produtiva da unidade, que passará a fabricar até 16 fuselagens traseiras do caça Gripen por ano, reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento tecnológico e industrial brasileiro. Mais do que atender o contrato com a Força Aérea Brasileira (FAB), o investimento demonstra confiança na competência e na sustentabilidade do setor aeroespacial do país.
A nova estrutura ampliará a participação do Brasil na cadeia global de produção do Gripen, um dos caças mais modernos e versáteis do mundo. A planta brasileira atua com os mesmos padrões e processos da matriz sueca, incluindo integração digital de engenharia, produção de aeroestruturas e manutenção de radares, além de suporte tecnológico e logístico. Hoje, a operação emprega cerca de 110 profissionais altamente qualificados.
Para Dölling, a decisão da Saab reflete a transformação do Brasil de mero comprador de tecnologia em um verdadeiro polo de inovação e desenvolvimento em defesa. O executivo destacou que o país está preparado para participar de futuras parcerias estratégicas em áreas como veículos aéreos não tripulados, vigilância, guerra eletrônica e sistemas de radar avançado.
O contrato entre o governo brasileiro e a Saab prevê a entrega de 36 aeronaves Gripen à FAB, das quais dez já foram recebidas. No entanto, a nova linha de produção vai muito além da montagem local: representa um investimento direto na autonomia tecnológica e na capacitação da mão de obra nacional.
Com a fabricação de componentes críticos, como fuselagens, cones de cauda e sistemas eletrônicos, o Brasil se posiciona como elemento central na rede global de produção da Saab. A expectativa é que o país se torne uma plataforma regional de exportação e um centro de excelência para a aviação de defesa na América Latina.
A Saab e a FAB vêm mantendo uma parceria estratégica baseada em transferência de tecnologia e formação de engenheiros e técnicos brasileiros, muitos dos quais atuam diretamente nos projetos do Gripen. Esse modelo de cooperação é um dos pilares para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) e para a geração de empregos qualificados em um setor de alto valor agregado.
Para nós do GBN Defense, o fortalecimento da indústria nacional de defesa é essencial para garantir soberania, autonomia tecnológica e segurança nacional. A consolidação do Brasil como hub estratégico na aviação de defesa reforça não apenas o papel do país no cenário internacional, mas também a importância de políticas consistentes de investimento, inovação e valorização do conhecimento nacional.
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com Bloomberg Línea
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