O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu o debate sobre os compromissos financeiros dos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ao sugerir, na quinta-feira (9), que a aliança deveria considerar a expulsão da Espanha. A declaração, feita durante uma reunião na Casa Branca com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, ocorreu após Madri se recusar a adotar a nova meta de gastos militares de 5% do PIB, proposta que reflete uma das principais exigências de Trump desde o início de seu mandato.
“Vocês vão ter que começar a falar com a Espanha. Eles não têm desculpa para não fazer isso... talvez vocês devessem expulsá-los da OTAN, francamente”, afirmou o presidente norte-americano, em tom crítico, ao defender que os países europeus assumam maior responsabilidade pela própria defesa.
A provocação gerou imediata repercussão em capitais europeias. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, já havia classificado a meta de 5% como “incompatível com o estado de bem-estar social e a visão de mundo” de seu governo. Segundo ele, a Espanha continua comprometida com a segurança coletiva e com os objetivos da aliança, mas dentro de parâmetros considerados sustentáveis.
Em resposta às declarações de Trump, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, buscou amenizar o impacto político e reafirmou a lealdade de Madri à OTAN. “Essas declarações foram feitas em um contexto específico, mas sei com certeza que as Forças Armadas dos EUA estão bem cientes do comprometimento da Espanha”, disse Robles, destacando que o país cumpre suas metas de capacidade acordadas.
A Espanha ingressou na OTAN em 1982 e, desde então, tem participado de diversas operações conjuntas, incluindo missões de paz e treinamentos multinacionais, como o exercício Dynamic Mariner 25, realizado recentemente em Barbate, no sul do país.
A tensão provocada pelas palavras de Trump ocorre em um momento de sensibilidade para a aliança, que desde a invasão russa da Ucrânia em 2022 vem reforçando sua presença militar no leste europeu e revisando suas estratégias de dissuasão. Analistas alertam que pressões internas desse tipo podem abalar a coesão política da OTAN num cenário global de crescente instabilidade.
Embora as declarações do presidente norte-americano possam ser interpretadas como parte de sua retórica de cobrança histórica aos aliados europeus, o episódio reabre o debate sobre o equilíbrio entre soberania orçamentária e compromissos de segurança coletiva, um dos dilemas centrais da OTAN em sua busca por adaptação ao novo contexto geopolítico.
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com Reuters
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