De acordo com o governo japonês, o propósito e a rota detalhada do voo não foram divulgados pelas autoridades norte-americanas. A ocorrência volta a chamar atenção para as operações com o Osprey em território japonês, onde as aeronaves têm histórico de acidentes e são alvo de questionamentos públicos sobre sua segurança.
Em nota conjunta, o Governo Metropolitano de Tóquio e autoridades locais próximas à Base Aérea de Yokota, onde o modelo também é operado, pediram que “as Forças Armadas dos EUA no Japão e o Ministério da Defesa conduzam uma investigação completa sobre a causa e adotem medidas preventivas para evitar novos incidentes”.
Histórico de acidentes preocupa autoridades japonesas
O histórico recente inclui ainda a queda de um MV-22B na Ilha Melville, na Austrália, em agosto de 2023, que deixou três mortos entre 23 militares a bordo, além de outros incidentes graves, como o acidente na Noruega em 2022, durante um exercício da OTAN, que vitimou quatro soldados norte-americanos, e a colisão de 2017 na costa norte da Austrália, com três mortos.
Em 2016, um MV-22 Osprey caiu próximo à costa de Okinawa, também no Japão, provocando protestos locais e danos materiais significativos. O governo japonês vem reiterando a necessidade de revisão dos protocolos de segurança e transparência nas operações envolvendo aeronaves norte-americanas em seu território.
Importância estratégica no Indo-Pacífico
Apesar das críticas e preocupações com segurança, o V-22 Osprey continua desempenhando papel essencial nas operações militares dos EUA no Japão e na região do Indo-Pacífico. A aeronave combina as capacidades de um helicóptero e de um avião de transporte, podendo decolar verticalmente e alcançar velocidades e alcances superiores aos de helicópteros convencionais.
Sua versatilidade tática permite o rápido deslocamento de tropas, equipamentos e apoio logístico, fatores estratégicos em uma região marcada pela crescente competição entre grandes potências, especialmente com a expansão da influência chinesa no Pacífico.
Ainda que a sequência de incidentes levante dúvidas sobre a confiabilidade do modelo, o Osprey permanece um elemento-chave na doutrina de mobilidade aérea norte-americana, sendo empregado tanto pela Força Aérea (CV-22) quanto pelo Corpo de Fuzileiros Navais (MV-22B) e pela Marinha dos EUA (CMV-22B).
O novo pouso de emergência no Japão reacende o debate sobre o equilíbrio entre risco operacional e valor estratégico do Osprey. Enquanto autoridades japonesas cobram maior controle e transparência, os EUA defendem que o tiltrotor é indispensável para garantir resposta rápida e flexibilidade operacional em um cenário geopolítico cada vez mais instável no Indo-Pacífico.
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