terça-feira, 2 de janeiro de 2018

HMS Ocean opera em conjunto com Seagull - Solução para Marinha do Brasil?

Há poucos meses o HMS Ocean, porta-helicóptero recém adquirido pela Marinha do Brasil junto à Royal Navy, realizou exercícios conjuntos com a Marinha de Israel. Nesta ocasião foi possível operar em conjunto com USV Seagull da Elbit Systems.

Tal exercício serviu para demonstrar as características e vantagens da operação conjunta de USV’s com uma força tarefa. O Seagull simulou uma missão de medidas de contra-minagem, digitalizando e criando um caminho seguro para o HMS Ocean. Uma vez que identificou objetos suspeitos, o Seagull alertou o HMS Ocean para evitá-los, garantindo assim uma "rota segura" ao navio.

O Seagull realizou a missão operado remotamente a partir de uma Estação de Controle. O USV israelense ainda participou de um exercício táctico de manobras e navegou em formação com os navios da Marinha de Israel e o HMS Ocean.

Tais informações nos leva á uma importante discussão sobre meios e tecnologias que podem ser vitais a inserção da Marinha do Brasil no moderno teatro de combate naval.

MCMV Classe Koster
Recentemente, no mês de outubro, estivemos acompanhando o 1º Congresso de Contra-medidas de Minagem, evento que teve lugar na Escola de Guerra Naval no Rio de Janeiro, nesta ocasião tivemos contato com importantes fatores inerentes á guerra de minas, um campo no qual temos uma lacuna a ser coberta, sendo necessária a aquisição de uma nova embarcação para desempenhar essa missão, e todos os holofotes apontam para solução apresentada pela sueca SAAB-Kockums e a "Classe Koster", o mais adequado meio para suprir as necessidades da Marinha do Brasil.

Mas ainda com a aquisição de novos “MCMV’s”, é importante acompanhar e investir em novos meios tecnológicos, onde os mesmos podem ser integrados e representar em importantes ganhos em doutrina e capacidades.

Diante dos resultados apresentados pela tecnologia de USV’s, seria um caso a se considerar, a aquisição desta tecnologia, ou mesmo investir no desenvolvimento da mesma no Brasil. Lembrando que possuímos estudos e interessantes projetos neste campo, os quais não recebem a devida atenção do nosso governo.

Corveta Classe Tamandaré Foto: Roberto Caiafa
A aquisição do HMS Ocean foi um marco importante para o programa de renovação da esquadra brasileira, mas com esta aquisição surgem importantes questões a serem equacionadas, as quais passam por necessidades vitais ao emprego do poder naval brasileiro. Falta-nos uma solução imediata para obsolescência de nossa esquadra, apesar do recente anúncio do RFP para quatro novas corvetas da “Classe Tamandaré”, as quais estarão muito próximas das capacidades encontradas em fragatas, apesar de algumas limitações em relação a essas, é preciso urgente alavancar o PROSUPER com a aquisição de novas fragatas, além de outros meios de grande urgência. Apesar de termos conhecimento da falta de recursos para o orçamento da Marinha do Brasil, o Governo Federal necessita dar atenção especial as necessidades de nossa esquadra, sob pena de ficarmos sem a devida capacidade de controlar nossas águas e defender a soberania brasileira nos mares.

Entre outubro e novembro o HMS Ocean deverá partir do Reino Unido rumo ao Brasil, será um motivo de comemoração, pois trata-se de um navio no “estado da arte”, apesar das críticas infundadas que tomam as redes sociais. Mas do que nos adianta ter uma capitânia moderna sem escoltas adequadas ao seu emprego? Do que adiante ter uma esquadra sem meios de realizar eficazmente contra-medidas de minagem? O ministro Raul Jungmann, tem se mostrado atento a essas necessidades, porém, o Ministério da Defesa necessita de recursos para os programas de obtenção de meios á esquadra.



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