terça-feira, 16 de janeiro de 2018

EUA e Rússia disputam bases militares na Síria

Uma corrida para estabelecer bases militares está em andamento entre a Rússia e os EUA, uma vez que cada nação procura expandir sua presença na Síria.

Os EUA têm presença militar em vários pontos-chave, mas há duas áreas com forte presença de tropas dos EUA que estão sendo transformadas em bases militares, de acordo com uma fonte militar. A primeira está localizada em Al Tabaqah, perto de Raqqa, no norte da Síria, onde as forças especiais dos EUA treinam grupos curdos, outra esta sendo construída em Al-Tanf, onde as tropas dos EUA impedem as forças da Síria e Rússia de cruzar a região.

Al Tabaqah era uma base aérea da Síria, antes que as revoltas tomassem o país. Os EUA também têm forças de operações especiais ao longo das fronteiras entre a Jordânia, Iraque e Síria em Al Tanf, um cruzamento onde os grupos de rebeldes sírios são treinados. A presença militar dos EUA em Deir Ezzour e em Al Tanf tem se "espalhado" nesta área, prejudicando os esforços do Irã para construir a ponte que liga o Irã ao Mediterrâneo.

Em comparação, a Rússia tem duas bases militares permanentes na Síria, sendo uma base aérea em Hmeimim e uma base naval em Tartus.

"As autoridades russas querem uma saída imediata da Síria porque sabem que, se a dinâmica da região for alterada, a Rússia enfrentará guerra de guerrilha contra sua presença na Síria", disse Elias Hanna, um general do Exército libanês, apontando o ataque com drones contra a Base de Hmeimim, lançado há uma distância de 50-100 km de em 6 de janeiro.

"É impossível para um membro do EI projetar um drone capaz de voar 50-100 km", acrescentou. "Precisa de recursos para se conectar a satélites e GPS", o que é uma grave preocupação para a Rússia.

A presença militar russa na Síria baseia-se em um acordo assinado entre o governo legítimo da Síria, reconhecido internacionalmente e a Rússia, segundo o qual a Rússia construiu duas bases permanentes por um período indeterminado. O presidente russo, Vladimir Putin, assinou uma lei que ratifica um acordo com o governo sírio, permitindo que a Rússia mantenha sua base aérea na Síria por quase meio século, de acordo com documentos de julho de 2017.

"A Síria está localizada em uma posição estratégica, é a porta de entrada para o Oriente Médio e o Golfo; É por isso que testemunhamos essa competição na partilha da influência, e isso envolve a construção de bases militares, afirmou o general das Forças Armadas do Líbano, Wehbe Katicha. "Nota-se que as armas russas tiveram um enorme aumento nas exportações após as operações na Síria".

A Rússia mostrou suas capacidades militares na Síria desde aeronaves de combate a sistemas de defesa aérea e usou o conflito sírio como campo experimental para seus sistemas. A Síria deu um espetáculo de defesa e militar para começar a exportar armas para o Golfo e Oriente Médio, e o acordo saudita com a Rússia para aquisição do S-400 Triumph é o resultado direto do sucesso das operações na Síria.

Katicha sublinhou a influência estratégica dos portos sírios que constituem um ponto de ligação para o comércio entre o Mediterrâneo e o Oriente Médio.

"A influência estratégica da Síria está no centro da criação de bases militares", onde testemunhamos uma competição entre os principais países para firmar sua presença militar", afirmou. "Além disso, a Rússia está tentando voltar como um grande player na região,  isto é o motivo de arriscar a extensão da sua presença militar na Síria, embora saiba que as ameaças assimétricas podem constituir um obstáculo ".


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com agências
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