terça-feira, 24 de março de 2015

Subsidiária da Rosatom fornecerá ao Brasil isótopo usado em diagnóstico de câncer

A empresa Isotop, subsidiária da estatal russa Rosatom, e a Comissão Nacional de Energia Nuclear do Brasil (CNEN) assinaram um contrato de fornecimento de molibdênio-99, o principal isótopo radioativo usado em procedimentos para detecção de câncer e doenças cardiovasculares em estágio inicial.
“A medicina nuclear é um dos setores inovadores de precisão que mais rapidamente cresce na economia mundial e pode vir a se tornar o motor de desenvolvimento da indústria de inovação”, diz o diretor-geral da Rosatom, Serguêi Kirienko. Com a ajuda do isótopo Mo-99 são realizados anualmente até 30 milhões de procedimentos médicos em todo o mundo.
O acordo, que foi precedido por fornecimentos-teste do isótopo, é considerado pelos especialistas como um dos maiores contratos de fornecimento de isótopos russos no mercado internacional. A expectativa é que, futuramente, as partes assinem um contrato de cinco anos para o fornecimento não apenas de Mo-99, mas de outros isótopos.
A Rússia já fornece isótopos médicos para mais de 100 empresas espalhadas em 30 países, incluindo Argentina, EUA, Reino Unido, Austrália, China e África do Sul.
Impulso nuclear
Os especialistas da Isotop preveem um salto significativo no desenvolvimento da medicina nuclear já no futuro próximo. Segundo eles, o mercado mundial de medicina nuclear crescerá 5,5 vezes – de US$ 12 bilhões para US$ 68 bilhões – até 2030.
Os principais avanços da medicina nuclear na Rússia foram obtidos ainda na época soviética. Atualmente, o desenvolvimento da medicina nuclear está sob a jurisdição da corporação estatal Rosatom, que produz isótopos para fins médicos, sobretudo para detectar doença mortais em fases iniciais, e para métodos terapêuticos no tratamento do câncer.
“Hoje existem na Rússia mais de 100 centros de medicina nuclear com diagnóstico de radionuclídeos onde se realizam testes in vivo[administração da substância diretamente no paciente], mais de 200 laboratórios para análise radioimunológica de amostras de sangue e serviço especializado de terapia radionuclídea”, diz a especialista do Centro de Segurança Energética e Ambiental, Svetlana Alistikova.
Radiação em outras áreas
Mais de 20% das 100 maiores corporações mundiais usam tecnologia de radiação em processos tecnológicos e de produção. As aplicações mais comuns são voltadas para segurança de transporte (criar sistemas de controle de passageiros e bagagem), indústria automobilística (melhorar a durabilidade dos pneus e da cor do carro) e indústria alimentar e cosmética (desinfecção e aumento da vida útil dos produtos).
A radiação de isótopos em produtos agrícolas, por exemplo, aumenta significativamente a safra e protege-a da destruição. Os alimentos de origem vegetal, como cereais, especiarias, ervas secas, batatas e outros tubérculos, geralmente passam por esse processo.
O Uruguai já obteve resultados positivos por meio da radiação de isótopos em batatas. De acordo com especialistas locais, a instalação de uma unidade para tratamento de alimentos vegetais é rentável a produção supere 25.000 toneladas de batatas e 5.000 toneladas de alho por ano. Na Itália uma unidade industrial semelhante voltada a batatas e cebolas está em operação há alguns anos.

Fonte: Gazeta Russa
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