segunda-feira, 23 de março de 2015

ONU diz que Iêmen está à beira de uma guerra civil

O ministro das Relações Exteriores do Iêmen, Riyadh Yassen, pediu nesta segunda-feira (23) por uma intervenção militar de países do Golfo Pérsico no Iêmen para impedir avanços territoriais de militantes houthi, opositores ao presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi.

"Eles estão se expandindo em território, ocupando aeroportos e cidades, atacando Áden com aviões, prendendo quem eles querem, ameaçando e juntando forças", disse o chanceler durante entrevista com a rede Al Jazeera.
"Nós expressamos ao Conselho de Cooperação do Golfo, à ONU, assim como à comunidade internacional, que deveria haver uma zona de exclusão aérea, e o uso de aeronaves militares deveria ser prevenido nos aeroportos controlados pelos houthis", disse ao jornal árabe al-Sharq al-Awsat.
ONU diz que Iêmen está à beira de uma guerra civil
Conselho de Segurança declara apoio ao presidente iemenita e condena expansão militar da milícia xiita houthi, que controla a capital e parte do país. Diplomatas temem que conflitos se espalhem para países vizinhos.
As Nações Unidas alertaram neste fim de semana que o Iêmen está à beira de uma guerra civil e ressaltaram que o atual conflito no país está ganhando contornos semelhantes a um cenário Iraque-Líbia-Síria.
Durante reunião emergencial neste domingo (22/03), marcada após os atentados que mataram 142 pessoas na última sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU declarou apoio unânime ao presidente do Iêmen, Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, e reafirmou o "forte compromisso" com a unidade, a soberania e a integridade territorial do Iêmen.
O conselho ainda condenou a ocupação de grande parte do território iemenita e de várias instituições do país pelos rebeldes do grupo xiita houthi, que atualmente controlam a capital Sanaa e outras regiões. No domingo, os houthis ocuparam a cidade de Taiz, a terceira maior do país, ampliando a disputa por poder.
O Iêmen vive uma onda de violência desde o início do ano, quando milícias houthis ocuparam a capital e expulsaram o presidente Hadi, que buscou refúgio em Aden, no sul. Diplomatas temem que os conflitos acabem se espalhando para a vizinha Arábia Saudita e para o Irã.
O enviado especial da ONU ao Iêmen, Jamal Benomar, que vem tentando mediar o conflito há vários meses, alertou ser "uma ilusão acreditar que os houthis têm condições de montar uma ofensiva e tomar todo o país". Para o enviado, é "igualmente equivocado" achar que o presidente Hadi poderá reunir forças suficientes para libertar o Iêmen dos houthis.
Benomar, que se encontra no Catar, apelou a todas as partes para que "analisem a gravidade da situação e parem com todas as hostilidades", defendendo que "o diálogo pacífico é a única solução". O Conselho de Segurança afirmou que adotará novas medidas caso as hostilidades continuem.
Na sexta-feira passada, ataques a duas mesquitas xiitas reivindicados pelo "Estado Islâmico" mataram 142 pessoas e deixaram 351 feridos em Sanaa. No sábado, os Estados Unidos retiraram as suas forças militares da base aérea de Al-Anad, no sul do Iêmen, por razões de segurança.
Fonte: Reuters e Deutsche Welle
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