terça-feira, 10 de novembro de 2015

Ministro aciona polícia para liberar estradas

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) utilize a força, se for necessário, para liberar as rodovias interditadas por caminhoneiros que protestam, desde esta segunda-feira (9), contra o governo federal. Na manhã desta terça (10), as manifestações de caminhoneiros foram registradas em oito estados: Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.
No caso de interdição de estradas, nós já determinamos para a PRF que atue através do efetivo necessário para que possamos desobstruir estradas e possamos garantir que aqueles caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade de ir e vir assegurada"
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça
O grupo que participa do movimento foi convocado pelo Comando Nacional do Transporte. Os manifestantes são autônomos e se declaram independentes de sindicatos. Eles são contra a gestão da presidente da República, pedem o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e da elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras questões.
"Evidentemente, no caso de interdição de estradas, nós já determinamos para a PRF que atue através do efetivo necessário para que possamos desobstruir estradas e possamos garantir que aqueles caminhoneiros que queiram trabalhar tenham sua liberdade de ir e vir assegurada", disse o ministro da Justiça em mensagem divulgada pela assessoria de imprensa da pasta.
Na mesma declaração, Cardozo anunciou que os caminhoneiros que fecharem estradas pelo país em forma de protesto contra o governo terão de pagar multa de valor superior a R$ 1,9 mil. O valor exato da multa não foi informado.
Na avaliação do presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, o direito de greve deve ser respeitado, desde que não prejudique o “direito de ir e vir” dos brasileiros. Segundo ele, a entidade dos advogados está monitorando o movimentos dos caminhoneiros para assegurar o respeito aos direitos individuais.
“Há o direito de greve, que deve ser respeitado. E há o direito à liberdade de ir e vir das pessoas, dos cidadãos do país, que deve também ser observado. Estamos acompanhando o caso para que os dois direitos sejam igualmente respeitados no Brasil. Não pode a manifestação impedir o ir e vir das pessoas”, ressaltou o presidente da OAB.
O movimento que comanda os protestos não tem adesão total dos caminhoneiros. A Confederação Nacional dos Transportes Autônomos afirmou, em nota, que não concorda com a mobilização já que a pauta não tem relação com os problemas específicos da categoria. A União Nacional dos Caminhoneiros também informou que discorda dos bloqueios.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística da CUT (CNTTL) também informou, em nota, que o protesto é uma "manobra" de "grupo que tenta usar os caminhoneiros em prol de interesses políticos, que nada têm a ver com a pauta de reivindicações da categoria".
Primeiro dia

Nesta segunda-feira – primeiro dia da mobilização – caminhoneiros de 14 estados bloquearam trechos de rodovias, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Os atos, ainda de acordo com a PRF, ocorreram na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo, em Goiás, em Minas Gerais, no Mato Grosso do Sul, em Pernambuco, no Paraná, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, em, São Paulo e no Tocantins.
Para o ministro, a punição é uma medida rigorosa que o governo precisa tomar. "Os sindicatos que representam os caminhoneiros deixam claro que esse é um movimento político. Esta é a razão pela qual, inclusive, além de dizermos que este movimento vai contra o interesse público, vai contra brasileiros e brasileiras, ele exige da parte da Polícia Rodoviária Federal e do Ministerio da Justiça uma ação rigorosa, como vem ocorrendo", enfatizou o titular da Justiça.

Nesta segunda-feira, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, disse que o movimento tem como objetivo desgastar o governo politicamente.

Fonte: G1 Notícias
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