segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Avião britânico quase foi atingido por míssil no Egito

Um avião da companhia aérea britânica Thomson Airways, com 189 passageiros a bordo, passou em agosto passado a cerca de 300 metros de um míssil antes de se preparar para aterrisagem na estância balneária de Sharm el-Sheikh, no Egito, informou neste sábado (07/11) a mídia britânica.
Segundo os jornais Daily Mail e The Guardian, o piloto avistou o projétil se aproximando da aeronave, mas conseguiu desviar e fazer o pouso com sucesso. "O piloto ordenou que o avião fizesse uma manobra para a esquerda para evitar o míssil, disse uma fonte ao Daily Mail.
Um porta-voz do governo britânico disse que provavelmente se tratou de um "exercício de rotina do Exército egípcio". "Nós investigamos o incidente na época e chegamos à conclusão de que não foi um ataque direcionado", afirmou.
A Thomson Airways também confirmou o incidente, que ocorreu no dia 23 de agosto, e acrescentou que o Ministério dos Transportes britânico considerou os voos para Sharm el-Sheikh seguros após uma investigação.
Na quarta-feira, o governo britânico anunciou a suspensão de todos os voos entre o Reino Unido e Sharm el-Sheikh, por suspeitar de que uma bomba tenha causado a queda de um avião russo na Península do Sinai no último sábado (31/10). Cerca de 20 mil turistas britânicos retidos no balneário foram repatriados .
O presidente russo, Vladimir Putin, exitou por quase uma semana antes de ordenar nesta sexta-feira (06/11) a suspensão de todos os voos da Rússia para o Egito até que a causa do desastre aéreo seja esclarecida.
O Airbus A321 da empresa Kogalymavia partiu de Sharm el-Sheikh com destino a São Petersburgo, na Rússia. O voo foi interrompido cerca de 20 minutos após a decolagem. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.
 

Caixa-preta de avião que caiu no Egito registra estrondo


Um comitê de investigação egípcio afirmou neste sábado (07/11) que é possível ouvir um estrondo no último segundo de gravação da caixa-preta da aeronave russa que caiu no Sinai no último dia 31 de outubro.
O voo da companhia aérea Kogalymavia foi interrompido 20 minutos depois da decolagem no balneário de Sharm el-Sheikh, no Egito. O Airbus A321 tinha como destino São Petersburgo, na Rússia. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.
Os investigadores ainda tentam identificar o motivo do barulho e alegam que é cedo para se chegar a uma conclusão. "As observações iniciais não permitem identificar a origem da interrupção do voo", afirmou o diretor do comitê, Ayman al-Muqaddam, acrescentando que uma "análise minuciosa será feita para determinar a origem do barulho."
O Reino Unido sugeriu que uma explosão a bomba provocou a queda do avião, mas Rússia e Egito disseram que vão aguardar o fim das investigações. Segundo Al-Muqaddam, agências de inteligência estrangeiras não informaram o comitê sobre um possível ataque terrorista.
"O comitê insta as fontes de tais relatórios a dar todas as informações que possam nos ajudar a cumprir nossa missão", disse.
Órgãos de inteligência do Reino Unido e Estados Unidos receberam indícios de que um grupo radical egípcio sediado no Sinai e aliado do "Estado Islâmico" (EI) teria colocado a bomba na aeronave. O grupo reivindicou a responsabilidade pela queda do avião como uma resposta à intervenção militar russa na Síria, mas o governo egípcio desmentiu, classificando a reivindicação de "propaganda".
"Não excluímos nenhuma possibilidade, mas não chegaremos a nenhuma hipótese antes que as investigações terminem", declarou o ministro egípcio do Exterior, Sameh Shoukri.
Segundo reportagem do jornal Frankfurter Allgemeine Sonntagszeitung, o governo alemão acredita que uma bomba utilizada pelo EI tenha provocado a tragédia.
Segundo um oficial de segurança ouvido pela publicação, o fato de o avião ter perdido altitude de forma repentina, sem registro de problemas na cabine, torna a hipótese de ataque terrorista "muito plausível".
Milhares de turistas que estão em Sharm el-Sheikh aguardam repatriação depois de a Rússia e alguns países europeus suspenderem os voos para o balneário egípcio. Cerca de 80 mil turistas russos esperam pelo retorno. Por medida de segurança, companhias aéreas restringiram o uso de bagagens.
 

Em vez de agir, Kremlin prefere criticar


Putin precisou de mais de 24 horas para reagir a aviso de britânicos sobre possível bomba a bordo de avião que caiu no Egito. Tempo demais, opina o correspondente da DW Yuri Rescheto.
Quando se tenta por um longo período destruir o pensamento político num país, em determinado momento, todos os pensamentos acabam se tornando políticos por conta própria. Faz uma semana que um avião russo da companhia aérea Kogalymavia caiu tragicamente sobre o deserto do Sinai. No entanto, as autoridades em Moscou ainda não estão dispostas a descobrir um indício que possa levar à causa do acidente. Elas preferem se revoltar, enquanto os serviços de inteligência ocidentais dizem: nós já temos uma pista.
Nenhuma teoria é privilegiada, tudo é possível, só se deve acreditar no resultado da investigação oficial, esta é a reação das autoridades em Moscou. Esperar em vez de se irritar. Querendo ganhar tempo, a tática dilatória do Kremlin é: os outros já estão resolvendo. E então? Moscou perde todo um dia para seguir o exemplo britânico: cancelar todos os voos sobre o Sinai e repatriar os seus cidadãos retidos no Egito. Por que não de imediato? A resposta é simples: porque é isso que faz o Ocidente. E ele é mau.
Bem mais rápida foi a reação do Ministério do Exterior russo frente à teoria da bomba levantada pelos britânicos: é um choque o fato de o Ocidente esconder dos russos informações valiosas de inteligência. A insensatez de tudo isso foi que, meia hora depois, o Ocidente agiu de forma bem diferente: o primeiro-ministro britânico Cameron ligou pessoalmente para o presidente russo, Vladimir Putin.
Quase em uníssono, ecoou na mídia russa: o Ocidente quer desacreditar a política de Moscou para a Síria, quer falar mal das bombas russas contra o "Estado Islâmico" (EI) e, por esse motivo, espalha a tese: o EI se vinga dos russos com esse atentado. A decisão racional dos britânicos de garantir a segurança de seus cidadãos, mesmo que as férias de um ou de outro acabem mais cedo, foi interpretada na Rússia como um gesto político contra Moscou. Para o presidente do Comitê Internacional do Conselho da Federação Russa, Konstantin Kozatchev, o fato implica "um determinado componente de pressão psicológica."
Como? Os britânicos gastam um monte de dinheiro, querem repatriar 10 mil cidadãos para criticar a política de Putin – mesmo que seja somente com um "determinado componente"?
Sim, está absolutamente certo não correr atrás das conclusões precipitadas de autoproclamados especialistas e espalhar pelo mundo todo tipo de teoria possível e impossível. Ninguém se opõe que se mantenha a cabeça fria, a mente clara. Mas por que o presidente russo precisa de dias para transmitir publicamente suas condolências pessoais aos familiares das vítimas? Por que os diplomatas russos preferem agredir o Ocidente, que quer somente compartilhar seus conhecimentos com o mundo, em vez de utilizá-los para uma investigação própria? Por que sempre "o Ocidente quer o mal para nós" e, de alguma forma, é sempre culpado?
As praias do Sinai já foram a região de língua russa mais apolítica do mundo. Isso pode agora pertencer ao passado, caso a teoria da bomba se concretize. Então, as autoridades russas e a mídia fiel ao Kremlin vão ficar sem graça com seu ódio ao Ocidente. Ou vão apresentar ao mundo, no entanto, sua própria versão.

Fonte: Deutsche Welle
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