segunda-feira, 18 de outubro de 2010

França e Alemanha buscam cooperação com Rússia


O presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, reuniram-se hoje com o presidente russo, Dmitri Medvedev, para tentar convencê-lo de que os três países compartilham os mesmos riscos e ameaças e que têm muito a ganhar se cooperarem.

"Nosso encontro tem como principal objetivo reforçar as bases de confiança com a Rússia", destacou Merkel em uma declaração à imprensa junto a Sarkozy, pouco antes dos dois receberem Medvedev para um jantar em um restaurante da localidade francesa de Deauville, no litoral de Normandia.

A chanceler assegurou que "desde o fim da Guerra Fria, a Rússia é um parceiro estratégico da Europa" e que "há muitas convergências na análise das grandes ameaças" e, por isso, os dois países podem "estabelecer uma cooperação extremamente útil".

"Se desenvolvemos a confiança entre nós, poderemos desenvolver juntos esta estratégia para enfrentar as ameaças, pois estamos no mesmo barco", afirmou a chefe do Governo do principal parceiro comercial da Rússia no Ocidente.

Sarkozy reiterou que "a palavra chave é confiança": "A Guerra Fria terminou. O Pacto de Varsóvia está acabado. A União Soviética é passado. E, portanto, os russos são nossos amigos" e "temos muito que construir juntos", ressaltou.

O presidente francês afirmou que a história do século XX, "feita de guerras e enfrentamentos", gerou muitas suspeitas entre a Rússia e o Ocidente, mas destacou que a situação mudou e que "os riscos e as ameaças que afligem a Rússia, a Alemanha e a França são os mesmos".

O encontro de hoje em Deauville terá continuidade amanhã, com uma nova reunião durante a manhã, que contará ainda com as delegações dos três países.

Eles discutirão sobre temos que voltarão a ser abordados na cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em 17 e 18 de novembro, da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em 1º e 2 de dezembro, e na cúpula entre União Européia (UE) e Rússia, em 7 de dezembro.

Os organizadores franceses ressaltaram que neste encontro não serão tomadas decisões e que, portanto, não há vontade de impor nada aos que não puderam ser convidados.

Segundo o Palácio do Eliseu, de Deauville é preciso esperar, sobretudo, "uma chuva de ideias" para tentar acabar com as dúvidas que os russos ou os europeus podem ter em relação às intenções da outra parte e tentar uma associação de suas respectivas estratégias de segurança.

Neste ponto, o principal empecilho é o projeto da Otan de um escudo antimíssil, o qual Moscou é contra.

A posição da França e da Alemanha é de que a Rússia deveria apoiar o escudo antimísseis, pois visa a combater a ameaça que o Irã representa por sua política armamentista e de proliferação nuclear.

Sarkozy quer superar esses obstáculos com sua ideia de constituir "um espaço econômico, humano e de segurança entre Rússia e a União Europeia", o que necessitaria que Moscou passasse a considerar a UE, e não apenas seus Estados-membros isoladamente, como um ator de negociação.

Um primeiro passo para isso seria liberar os cidadãos russos de visto para entrar no espaço Schengen.

Fonte: EFE
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