domingo, 31 de outubro de 2010

Bombas interceptadas viajaram em aviões de passageiros; EUA diminuem nível de alerta


Uma porta-voz da companhia aérea Qatar Airways confirmou neste domingo que as duas bombas encontradas na sexta-feira, uma em Dubai e outra no Reino Unido, viajaram em dois diferentes voos comerciais, de passageiros, antes de serem detectadas. Nos EUA, a Casa Branca indicou que não há indícios de novas bombas em aviões.

Na manhã deste domingo uma porta-voz da empresa aérea falou às agências de notícias sob condição de anonimato, explicando que as duas bombas escondidas em cartuchos de impressora modificados foram recebidas no seu centro de operações em Doha, capital do Qatar, antes de serem transportadas em dois diferentes voos comerciais.

Mais cedo, num comunicado oficial, a Qatar Airways informara que seus aviões tinham de fato transportado as bombas, sem precisar se eram voos de carga ou de passageiros.

A empresa fez questão de ressaltar que não é responsabilidade do país pelo qual transita a carga inspecionar ou submeter a raios-X a mesma, e sim do país a partir do qual a carga foi enviada.

Os dois pacotes foram enviados da capital do Iêmen, Sanaa, para sinagogas da área de Chicago, nos Estados Unidos. Um foi interceptado e descoberto ainda na segunda escala, em Dubai, num avião da FedEx e o outro somente no aeroporto de East Midlands, no Reino Unido, numa aeronave da UPS (United Parcel Service), duas empresas globais de logística.

As revelações da Qatar Airways chegam no mesmo dia em que o conselheiro do presidente Barack Obama para antiterrorismo, John Brennan, afirmou que não há indicação de que existam outras bombas em circulação, dois dias depois da descoberta dos pacotes com explosivos.

"Atualmente não temos nenhuma indicação que existam outros em circulação", declarou Brennan no programa "Meet the Press" do canal NBC.

Ainda hoje diversos protestos foram registrados no Iêmen após a prisão, no sábado, de uma estudante de Engenharia junto com sua mãe, por suspeita de envolvimento no envio das bombas. A jovem foi identificada como Hanan al Samaui.

Como prevenção, também neste domingo a Austrália anunciou que vai intensificar procedimentos de segurança nos voos oriundos da região do golfo Pérsico e a Alemanha decidiu suspender todos os voos de carga vindos do Iêmen.

O conselheiro do presidente Barack Obama para antiterrorismo, John Brennan, afirmou neste domingo que não há indicação de que existam outras bombas em circulação, dois dias depois da descoberta de pacotes com explosivos enviados do Iêmen com destino aos Estados Unidos. No Iêmen, buscas e medidas de segurança continuam após a prisão de uma suspeita.

INVESTIGAÇÕES E PROTESTOS

No Iêmen, autoridades indicaram que as buscas por suspeitos e medidas de segurança no aeroporto internacional de Sanaa continuam de forma intensiva, um dia após a prisão de uma estudante de Engenharia da Universidade de Sanaa, que foi detida junto com a mãe no bairro de Magdab al Faqir, na capital iemenita, segundo fontes policiais. Não foram divulgadas informações sobre o envolvimento da mãe no caso.

Hanan al Samaui, de 22 anos, é estudante do quinto ano de Engenharia, segundo a organização iemenita de defesa dos direitos humanos Hood.

Ainda no sábado agências de notícias haviam noticiado que a mulher era estudante de Medicina.

A prisão da estudante causou indignação na capital do Iêmen, e centenas de estudantes iemenitas saíram às ruas neste domingo para pedir sua libertação.

Com faixas de pedidos de libertação, mais de 500 estudantes da Universidade de Sanaa protestaram no campus.

"Onde está a justiça, onde está a segurança? Liberdade para Hanan", gritavam os estudantes, entre elas muitas jovens que vestiam o véu islâmico integral.

As autoridades iemenitas anunciaram no sábado a detenção de mulher que tinha o número de telefone escrito na etiqueta de envio de um dos pacotes com explosivos interceptados.

DEFESA

"Seus conhecidos me contam que ela é uma estudante quieta, e não havia conhecimento sobre ela ter qualquer envolvimento com grupos religiosos ou políticos", disse Abdel Rahman Burman, advogado de defesa da suspeita.

"Estou preocupado que a garota seja uma vítima, porque não faz sentido uma pessoa que faria esse tipo de operação deixar uma foto de sua identidade e seu número de telefone", acrescentou.

BUSCAS

Autoridades de segurança no Reino Unido e nos Emirados Árabes Unidos interceptaram na sexta-feira dois pacotes suspeitos enviados do Iêmen para os Estados Unidos, com destino a sinagogas em Chicago, numa "ameaça terrorista real", segundo o presidente Barack Obama.

As suspeitas recaíram sobre a Al Qaeda na Península Árabe, que assumiu a responsabilidade por um atentado frustrado contra um avião americano no Natal de 2009.

O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, disse no sábado que forças de segurança tinham cercado uma casa em um local não divulgado na capital Sanaa, onde uma jovem suspeita de ter enviado os pacotes estava escondida. Ele disse que os EUA e os Emirados Árabes Unidos forneceram informações que ajudaram a identificar a mulher como suspeita, mas não deu mais detalhes sobre ela.

Segundo a agência Efe, ela foi identificada por um chip de celular encontrado no artefato explosivo interceptado no Reino Unido.

PACOTES

Os dois pacotes suspeitos vindos do Iêmen foram encontrados nesta sexta-feira no Reino Unido e nos Emirados Árabes Unidos, após uma informação ter levado autoridades a inspecionar aviões de carga nos dois lados do Atlântico.

Um dos pacotes foi encontrado em um avião de carga da empresa United Parcel Service (UPS), no aeroporto de East Midlands, cerca de 260 km a norte de Londres, no Reino Unido. Ele continha um cartucho de tinta para impressora modificado, segundo a CNN, e foi enviado de Sanaa, no Iêmen para Chicago, nos EUA, em voo com escala no Reino Unido.

"Eu posso confirmar que o dispositivo era viável e poderia ter explodido. O alvo pode ter sido uma aeronave e, se ele fosse detonado, a aeronave poderia ter sido derrubada, disse a ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, neste sábado.

O outro pacote foi descoberto em uma instalação da FedEx Corp em Dubai. Uma fonte oficial nos Emirados Árabes Unidos disse que "um material explosivo foi encontrado no pacote originário do Iêmen" e que o pacote era semelhante ao encontrado no Reino Unido.

Uma autoridade americana e alguns analistas especularam que os pacotes podem ter sido apenas um teste para os procedimentos de checagem de carga, e da reação das autoridades de segurança nos EUA.

ATENTADO NO NATAL

Umar Farouk Abdulmutallab, de origem nigeriana, foi acusado de tentar explodir uma aeronave americana com uma bomba na noite de Natal do ano passado.

Ele embarcou em um voo da Northwest Airlines que fazia a rota Amsterdã-Detroit e, perto do fim do trajeto, tentou acionar uma bomba que estava em sua cueca, afirmaram procuradores.

Segundo eles, o dispositivo não detonou completamente e ele foi rendido por passageiros e tripulantes e o fogo foi controlado.

Ele foi acusado pela tentativa de usar uma bomba de destruição em massa, tentativa de assassinato e outros quatro crimes. Se condenado, poderá passar o resto da vida na prisão.

O nigeriano cooperou com investigadores americanos por vários meses e disse a eles ter recebido o dispositivo e treinamento de militantes da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen.

Desde então, a Al Qaeda na Península Árabe e um de seus líderes, o clérigo americano Anwar al Awlaki, tornaram-se alvos prioritários dos EUA. Os EUA aumentaram a ajuda militar ao governo iemenita, que tenta derrotar o braço insurgente da Al Qaeda em seu território.

Fonte: Folha

Nota do Blog: Tal ato terrorista atingiu dois de seus objetivos, no primeiro plantou o medo e a insegurança no ocidente com novas ameaças de ataques, o segundo objetivo foi testar a fragilidade do controle atual de cargas aéreas para possiveis ações com base nas brechas verificadas no sistema. Vale lembrar que o objetivo do terrorismo não é apenas explodir bombas, mas difundr o medo e a insegurança, quebrando a confiança do Estado e abrindo a incerteza e desorientação no inimigo.
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