terça-feira, 24 de novembro de 2009

Presidente deposto pede que América rejeite eleições hondurenhas


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu nesta segunda-feira, em carta, que a OEA (Organização dos Estados Americanos), a ONU (Organização das Nações Unidas) e a União Europeia (UE), além de todos os presidentes dos países da América, não reconheçam a eleição presidencial marcada para o próximo domingo (29).

"Nestes momentos tão difíceis aos irmãos países das Américas, pedimos sua solidariedade para com Honduras. Que nos acompanhem com base nos fatos pelos senhores conhecidos, revalidando a posição de não apoiar a tentativa unilateral de dar validade a um acordo rescindido em tempo e forma pelas violações consumadas pela ditadura", diz Zelaya em carta distribuída à imprensa.

"Essas eleições terão que ser canceladas e remarcadas, respeitando a vontade do soberano", acrescenta o presidente deposto, que está na embaixada do Brasil em Honduras desde o dia 21 de setembro passado, em busca de um acordo que permita seu retorno ao poder, depois de quase cinco meses de afastamento.

Grande parte da comunidade internacional reiterou que não reconhece o processo eleitoral em andamento, nem o governo liderado por Roberto Micheletti desde 28 de junho, quando Zelaya foi derrubado.

Zelaya exige sua restituição ao poder, o que não será possível, pelo menos antes do dia 2 de dezembro, data em que o Parlamento do país tomará uma decisão a respeito, de acordo com o líder da Casa, José Alfredo Saavedra. "Peço sua cooperação para que este golpe de Estado militar e suas sangrentas violações aos direitos humanos não fiquem impunes", diz a carta assinada por Zelaya.

"Convidamos todas as nações que reconhecem nosso governo para que se abstenham de apoiar as ações do regime ilegal que usurpou o poder pela força das armas", afirmou Zelaya. Ele também enfatizou que, "cada vez que um governo eleito pelos povos da América é derrubado, a violência e o terrorismo vence uma batalha, e a democracia sofre uma derrota".

Na carta, o presidente deposto voltou a criticar os Estados Unidos, cuja "postura final" de apoiar as eleições de 29 de novembro "debilitou o processo de reverter o golpe de Estado, mostrando um racha na comunidade internacional".

"Legitimar os golpes de Estado por meio de processos eleitorais espúrios divide e não contribui para a unidade das nações das Américas", acrescentou.

"Como presidente de Honduras, comunico-lhes que, sob estas condições, não respaldarei o processo eleitoral e tentarei impugná-lo legalmente, em nome dos homens e mulheres do meu país e de centenas de dirigentes e líderes que sofrem a perda da democracia, repressão, concorrência desleal e supressão da liberdade", concluiu.

Fonte: Folha
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