sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Abbas convida Lula para participar de processo de paz no Oriente Médio


O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, convidou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para participar ativamente no processo de paz no Oriente Médio.

"Damos-lhe as boas-vindas para que tenha esse papel (de mediador), o senhor tem respeito internacional e admiração. Necessitamos seu apoio e o mundo poderá tirar proveito disso", afirmou Abbas após se encontrar com Lula em Salvador.

O líder palestino agradeceu "todos os esforços" em prol da paz e destacou o apoio que o Brasil deu a seu povo no aspecto econômico, humano e político.

Abbas incidiu em que o Brasil pode utilizar sua "grande experiência" na convivência de diversos povos "sem olhar cor, sexo ou religião".

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP) começou na quinta-feira em Salvador sua viagem pela América Latina que o vai levar também à Argentina e Chile.

Abbas se reuniu ontem à noite com vários embaixadores de países árabes e hoje, após seu encontro com Lula, deve se reunir com líderes políticos locais, antes de partir para Porto Alegre, onde amanhã terá reuniões com as comunidades palestinas nessa região meridional.


Assentamentos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu hoje que Israel congele "imediatamente" os assentamentos na Cisjordânia, em declarações que fez ao lado do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, de visita ao país.

Lula assinalou que além de tomar esta medida, Israel deverá "preservar" as fronteiras com os territórios palestinos e permitir que este povo tenha "mais liberdade de circulação" nas áreas ocupadas.

"A paz justa e duradoura depende de um Estado palestino coeso e próspero. A comunidade internacional não pode se conformar com menos que isso", afirmou Lula após a reunião que manteve com Abbas em Salvador.

Lula lembrou que, como lhe disse na semana passada o presidente de Israel, Shimon Peres, para a paz no Oriente Médio "não existem soluções mágicas", mas seguir o caminho conhecido do diálogo.

Ao presidente palestino pediu que "continue colocando os interesses palestinos acima dos seus próprios" e que siga fazendo parte do processo de paz.

"O senhor é parte do patrimônio do processo de paz, por sua liderança, sua moderação e pelo ânimo e confiança que injeta", disse Lula a Abbas.

Lula defendeu uma solução dialogada para o conflito e assinalou que a paz no Oriente Médio deveria ser uma "prioridade de todos os países". "Ninguém pode ter a primazia na negociação entre israelenses e palestinos", afirmou, oferecendo a contribuição do Brasil como mediador.

O Governo brasileiro criticou ontem Israel por aprovar a ampliação de um assentamento na Cisjordânia e lhe pediu que volte atrás nessa medida.

O Brasil considera que a decisão de Israel de construir 900 casas no assentamento de Gilo, em Jerusalém Oriental, "viola as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e é um duro golpe aos esforços internacionais de paz", disse a Chancelaria em comunicado divulgado pouco antes da chegada de Abbas ao Brasil.


Fonte: EFE

Nota do Blog: O Brasil esta adentrando de vez no tabuleiro geopolítico mundial, principalmente como mediador em questões tão delicadas, não só na América Latina, mas agora também no Oriente Médio.

Vale ressaltar o papel que o presidente Lula tem desenvolvido, tornou o Brasil uma nação vista como lider não só regional, mas agora como um mediador das questões mundiais, seja na economia, meio ambiente, causas como a palestina ou crises como Honduras. Sendo convidado pelas partes envolvidas a participar, diferente da postura intrusa os EUA costumam adotar.
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2 comentários:

  1. Não entendi? Quando dizemos a Israel como devem se portar em relação aos palestinos, não é ingerência nos assuntos daquele país? Acredito que os israelenses devem estar fazendo o mesmo comentário postado pelo blogueiro quando condenou a declaração do congressista americano sobre a visita do carniceiro de Teerã ao Brasil. Que especie de democracia buscamos? Aquela em que somente nossa posição é correta? Posicionamentos assim já mataram muitas pessoas pelo mundo.

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  2. Angelo Sardo,

    Há um abismo entre uma situação e outra, no caso do pronunciamento do congressista americano, ele quer influênciar quem devemos ou não receber em nosso país, o presidente iraniano é um representante daquele país reconhecido internacionalmente, se ele esta errado ou não com relação ao programa nuclear de seu país, é um caso a ser investigado, para tanto deve haver dialogo e um interlocutor. O Brasil não esta apoiando ou crucificando o Irã, mas sim mantendo um dialogo para analisar como o Brasil pode ajudar a resolver a atual situação de impasse na questão.

    Já no caso de Israel, este estado descumpriu resoluções da ONU, e em face disso cabe sim a qualquer nação que tenha compromisso com a paz mundial, como é o nosso caso, de advertir tal nação. Pois se os assentamentos fossem em território legítimo de Israel, seria problema deles, mas eles estão expandindo para uma área que não pertence legalmente aquele Estado. Assim abrindo mais um motivo para alimentar o ódio e a intolerância naquela região.

    `preciso ter um pouco mais de calma ao analisar cada caso para não confundir as coisas e ter uma visão distorcida dos reais fatos. Para isso estamos aqui neste blog, para trocarmos idéias , opiniões e principalmente conhecimento.

    Abraços

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