segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Obama ordena aplicação de nova estratégia para o Afeganistão


O presidente Barack Obama ordenou nesta segunda-feira a aplicação de sua nova estratégia para o Afeganistão, um dia antes de revelar a decisão mais arriscada de sua presidência: o envio provável de dezenas de milhares de soldados americanos

Já no domingo, Obama "comunicou no Salão Oval sua decisão final sobre a estratégia, e deu ordens para sua aplicação", declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.

Nesta segunda-feira, Obama conversou com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, e os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev, mas não entrou em detalhes sobre os reforços militares americanos, segundo Gibbs.

Terça-feira, às 20H00 (23H00 de Brasília), Obama deverá assumir publicamente a perigosa opção da escalada militar no Afeghanistão, em discurso pronunciado na prestigiosa escola militar de West Point.

Ele deverá anunciar o envio de cerca de 30.000 soldados suplementares, e conclamar os aliados dos Estados Unidos a enviar reforços. Obama também deverá explicar sua estratégia a americanos cada vez mais hostis a esta guerra, a mais longa da história do país desde o conflito no Vietnã.

Havia cerca de 35.000 soldados americanos no Afeganistão quando Obama assumiu o cargo. Hoje já são cerca de 68.000.

Trata-se de uma das decisões mais difíceis de sua jovem presidência. De fato, como explicou o analista político Peter Woodley, "há muito mais a perder do que a ganhar" com esta guerra. "Serão necessários vários anos, no mínimo, antes que os americanos obtenham algum sucesso no Afeganistão. Além disso, este sucesso não será aparente, não terá nada a ver com a conquista da Alemanha em 1945", avaliou.

Se a nova estratégia não vingar, o nome de Obama, que sempre considerou a guerra no Afeganistão "necessária", será associado a este fracasso.

Obama se reuniu várias vezes com seus generais, ministros e conselheiros nos três últimos meses. Domingo foi o dia das últimas consultas.

Nesta segunda-feira, além de conversar com Brown, Sarkozy e Medvedev, o presidente americano recebeu o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, à quem pediu que contribua com reforços militares.

Obama também deve conversar antes de seu discurso de terça-feira com dois dos protagonistas mais importantes do conflito: os presidentes do Afeganistão, Hamid Karzai, e do Paquistão, Asif Ali Zardari.

Intensas negociações estão em curso com o Congresso. Muitos parlamentares, inclusive democratas, estão cada vez menos convencidos da necessidade desta guerra que começou há oito anos e ainda está longe do fim.

Obama deverá insistir em seu discurso sobre o fato de que a ação americana no Afeganistão não é ilimitada nem incondicional, e que a prioridade segue sendo impedir que a região volte a servir de base para atacar os Estados Unidos. Ele ainda insistirá na importância da formação e do treinamento das forças afegãs, para que possam substituir as forças internacionais o mais rápido possível.

De acordo com o New York Times, Obama não apresentará um cronograma preciso de retirada para o Afeganistão como fez para o Iraque.

Fonte: AFP
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