segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Visita de Ahmadinejad pode prejudicar ambições diplomáticas do Brasil, diz "NYT"


Em meio aos protestos nacionais e internacionais pela visita do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, o jornal americano "The New York Times" afirma que a chegada do iraniano ao Brasil pode prejudicar as ambições do país de se tornar um ator mais importante no cenário diplomático global.

O jornal destaca ainda que a recepção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "colide" diretamente com os esforços dos Estados Unidos e de outras potências ocidentais pela desnuclearização de Teerã, algo que não agrada os EUA e que pode prejudicar a relação bilateral entre Brasília e Washington.

"A visita é parte de um grande empurrão do Lula para percorrer o aparentemente intratável mundo da política do Oriente Médio", diz o jornal, lembrando que Ahmadinejad chega ao país dias após as visitas separadas do presidente de Israel, Shimon Peres, e do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Lula ofereceu a ambos os líderes uma mediação no conflito no Oriente Médio e recebeu de Israel um alerta de que o Irã é um risco para todo o mundo.

O jornal destaca ainda que o Brasil recebe Ahmadinejad apenas cinco meses após sua reeleição, que foi condenada por fraude e que levou a confrontos com a oposição, mortes e prisões.

A chegada de Ahmadinejad ao Brasil foi objeto de crítica por parte do presidente da Subcomissão para a América Latina da Câmara de Deputados dos EUA, o democrata Eliot Engel. Na sexta-feira (20) ele disse que o presidente Lula "está cometendo um grave erro".

"O Irã executou dois atentados terroristas letais em solo sul-americano nos anos 90, pede a destruição de Israel e desenvolve armas nucleares em segredo", afirmou. "Lula não deveria legitimar Ahmadinejad encontrando-se com ele no Brasil."

O governo brasileiro indicou seu desejo de dialogar com o Irã, ao invés de isolá-lo para tentar fazer com que o país desista de prosseguir com seu programa nuclear. Em entrevista coletiva após a cúpula do G20 em Pittsburgh (nos Estados Unidos), há dois meses, Lula afirmou que pretendia aumentar as relações comerciais com o Irã, apesar da confirmação de que o país havia construído mais uma usina nuclear em segredo.

Washington acusa o Irã de tentar obter uma bomba atômica, enquanto Teerã afirma que desenvolve um programa nuclear com fins exclusivamente civis.

Lula rebate as críticas à visita de Ahmadinejad afirmando que busca fomentar um diálogo para contribuir com a paz no Oriente Médio, e oferece o Brasil como um interlocutor para a região.

Ahmadinejad chegou neste domingo à Gâmbia para uma visita de trabalho de 24 horas destinada a reforçar as relações entre os dois países, antes de seguir para o Brasil, a Bolívia e a Venezuela. Depois destas escalas, ele deve seguir ainda para Senegal antes de voltar a Teerã.

Fonte: Folha

Nota do Blog: O jogo que estamos fazendo é um tanto quanto arriscado e no meu ponto de vista míope, pois devemos sim buscar mediar as negociações no Oriente Médio devido a nossa nova posição como potência emergente. Mas com relação ao Irã, não adotaria a postura de apoiar o programa nuclear daquela nação sem antes ter provas concretas de que trata-se de um programa pacífico e não militar como todos desconfiam, principalmente pelas declarações feitas por aquela nação e que não contribuem em nada para paz na região. Sou contra o isolamento, pois o dialogo é a chave de tudo, mas daí a apoiar um Estado que não inspira confiança, são outros quinhentos e muito perigoso para nossas ambições diplomáticas no globo.
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