O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, afirmou nesta sexta-feira que espera que, antes do final deste ano, se consiga um acordo com o Irã em torno de seu controvertido programa nuclear.
"Agora estamos diante da primeira possibilidade de passar do confronto à cooperação com o Irã", disse ElBaradei, em entrevista coletiva em Berlim.
"Muitas portas foram abertas. O último encontro em Viena abriu a oportunidade de começar uma aproximação", acrescentou.
ElBaradei pediu ao governo iraniano para aproveitar a nova atitude dos Estados Unidos a partir da chegada à Presidência de Barack Obama.
"Está aberto um espaço para que o Irã e os Estados Unidos possam entrar em negociações", afirmou.
ElBaradei advertiu que se deve fazer de tudo para aproveitar "esta oportunidade única e passageira", e evitar falar sobre possíveis sanções contra o Irã.
"As sanções só fazem é radicalizar as posições", disse ElBaradei que, no entanto, admitiu que existem momentos em que são necessárias medidas de pressão sobre países que não cooperam com a comunidade internacional.
Por enquanto, segundo ElBaradei, é o Irã que tem de mostrar disposição para o diálogo.
"Tomara que [Teerã] aproveite esta oportunidade para passar do confronto à cooperação porque no confronto não há ganhadores, só perdedores", disse o diretor da AIEA.
ElBaradei rejeitou as versões de que teria maior conhecimento do programa atômico iraniano do que informou à opinião pública e ocultou, inclusive, as provas que o uso militar da energia nuclear está entre os planos de Teerã.
"Isso é absurdo, nós nos baseamos somente em fatos", disse ElBaradei.
"Antes da Guerra do Iraque, dissemos insistentemente que não havia indícios de que o Iraque tivesse armas de destruição em massa. Houve quem dissesse que estávamos manipulando informações. Depois da guerra, contudo, os mesmos vieram nos pedir perdão", acrescentou.
Fonte: EFE
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