quarta-feira, 28 de abril de 2010

TAM testa biocombustível em voo neste ano


A TAM planeja realizar no segundo semestre um voo de demonstração utilizando como combustível uma mistura de 50% de bioquerosene produzido a partir do pinhão manso. O presidente da TAM, Líbano Barroso, informou que o voo partirá do Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão), no Rio, em data ainda a ser definida. Segundo a empresa, será o primeiro voo com biocombustível na América Latina.

A experiência é resultado de um projeto iniciado há um ano e meio e que tem a parceria da Airbus e da CFM, joint venture entre a americana General Electric (GE) e a francesa Snecma responsável pelos motores do avião.

Desde seu início, a TAM investiu US$ 150 mil no projeto, o que inclui desde as pesquisas até a compra de sementes de pinhão manso e sua transformação em óleo semirefinado. Este foi enviado aos Estados Unidos para processamento pela UOP LLC, uma empresa do grupo Honeywell. O investimento da Airbus no projeto foi da ordem de US$ 70 mil.

Ao justificar a escolha do pinhão manso, Líbano afirmou que o insumo permite uma redução de até 80% na emissão de carbono e é cultivável em climas tropicais como o de regiões do Brasil, além de não competir com a cadeia alimentar, por ser impróprio ao consumo humano e alimentar. Há cinco meses, a concorrente Gol anunciou sua adesão a um grupo de desenvolvimento de um bioquerosene também a partir do pinhão manso.

A meta da TAM é desenvolver com os produtores meios para que o cultivo de pinhão manso atinja produção em escala comercial em até cinco anos. Mas Líbano disse que ainda não há uma estimativa de redução de custo. Paulus Figueiredo, gerente de combustíveis da TAM, diz que a viabilidade dependerá de um custo comparável ao do querosene de aviação convencional, sendo uma alternativa às oscilações de preços do petróleo.

Nos EUA, a expectativa é de que o bioquerosene seja homologado na American Society for Testing and Materials (ASTM) ainda neste ano, o que permitirá seu uso por aéreas locais. A Iata, entidade que congrega companhias aéreas de todo o mundo, pretende que 10% do combustível dos aviões venha de fontes alternativas até 2017.

Dados da Associação Brasileira dos Produtores de Pinhão Manso (ABPPM) mostram que existem hoje 60 mil hectares de terra no Brasil com plantações de pinhão manso, mas para atingir a escala comercial será preciso ampliar essa área para perto de 1 milhão de hectares.

Fonte: Valor Econômico
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