segunda-feira, 26 de abril de 2010

Amorim apoia o direito do Irã à indústria nuclear pacífica


O chanceler Celso Amorim reiterou nesta segunda-feira, em Teerã, o apoio do Brasil ao direito do Irã de desenvolver tecnologias nucleares com fins civis e se declarou contrário à imposição de sanções ineficazes e injustiças à República Islâmica, segundo declarações publicadas pela imprensa local.

"O Irã tem direito de realizar em paz atividades nucleares pacíficas", declarou Amorim, segundo a agência Isna, em um encontro com o presidente do parlamento iraniano Ali Larijani>.

"Votar resoluções e impor sanções não é um enfoque correto para estabelecer um diálogo com o Irã", afirmou Larijani. "O sensacionalismo e a agitação (dos ocidentais) não influirão de maneira alguma na vontade de resistir do povo iraniano".

"Defendemos para o povo iraniano o mesmo que para o povo brasileiro, ou seja, o direito a desenvolver atividades nucleares pacíficas", afirmou Amorim, dessa vez citado no site da emissora estatal.

O ministro brasileiro das Relações Exteriores se encontrou durante a manhã com Said Jalili, o principal negociador iraniano para a questão nuclear.

As potências ocidentais desejam que o Conselho de Segurança da ONU imponha sanções mais severas ao Irã pela suspeita de que o país busca produzir a bomba atômica, apesar da república islâmica afirmar que seu programa nuclear tem fins exclusivamente civis.

Durante a visita a Teerã, Amorim deve reuniu ainda com o colega Manuchehr Mottaki, com o presidente do Parlamento, Ali Larijani, e com o presidente Mahmud Ahmadinejad, que visitou o Brasil em novembro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitará o Irã nos dias 16 e 17 de maio.

Segundo o ministério das Relações Exteriores do Irã, os contatos de Amorim estarão centrados nos "direitos do Irã de explorar suas competências científicas dentro das regras da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e nas últimas discussões sobre a obtenção pelo Irã de combustível nuclear, necessário para o reator de pesquisas de Teerã".

O Irã começou a produzir em fevereiro urânio altamente enriquecido (a 20%).

Antes, o país rejeitou uma proposta da AIEA de entregar, como prova de boa vontade, a maior parte de seu urânio enriquecido a 3,5% para transformá-lo, na Rússia e na França, em combustível nuclear que Teerã alega precisar para um reator de pesquisas médicas em Teerã.

Ahmadinejad, citado pela Isna, criticou novamente o Conselho de Segurança e o direito de veto de seus cinco membros permanentes, aos quais classificou de "instrumentos satânicos" utilizados "para oprimir a humanidade".

"A humanidade não precisa nem de bomba atômica, nem de invasão, nem sequer do Conselho de Segurança ou o direito de veto", afirmou, durante um seminário.

O Brasil é atualmente um dos membros não permanentes do Conselho de Segurança (integrado por cinco membros permanentes e 10 não permanentes).

Em declarações publicadas no domingo pelo jornal O Estado de S. Paulo, Amorim se absteve de antecipar se o Brasil votaria contra novas sanções.

"Não vou dar esta informação. Ainda temos que analisar a situação", disse o ministro das Relações Exteriores.

"Não vejo o Irã perto de construir uma bomba", completou.

Os dirigentes iranianos realizam uma viagem por vários dos dez países membros não permanentes do Conselho de Segurança para tentar convencê-los da boa fé de Teerã.

Fonte: AFP
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