segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Nióbio, o estratégico minério brasileiro.


Historicamente o Brasil sofre do mal da “servidão e passividade” perante o mundo. Esse não é um mal novo, mas algo que nos segue desde o descobrimento, passando pela “independência” e seguindo sua história pela república chegando aos nossos dias.

Estes dias estive lendo um comentário de um leitor em uma matéria de minha autoria que foi reproduzida em um site com o qual possuímos uma estreita parceria, creio que todos devem conhecer o Plano Brasil. Pois bem, dentre tantos comentários, um me chamou atenção, o participante chamava a atenção para o nióbio, metal raro do qual o Brasil é o maior produtor, detendo 97% da produção mundial.

Para os leitores que não conhecem muito sobre minério e suas propriedades, o Nióbio é um metal que possui características especiais, tendo aplicação em vastos campos, dentre os quais cito a indústria de petróleo e gás, onde é utilizado na liga que compõe os tubos para transporte de petróleo e seus derivados, aplicação na indústria aeroespacial, sendo importantes na construção de motores a jato que equipam aviões, motores de aplicação espacial, como os utilizados em foguetes.

Entre os metais refratários, o nióbio é o mais leve prestando-se para a siderurgia, aeronáutica e largo emprego nas indústrias espacial e nuclear. Na necessidade de aços de alta resistência e baixa liga e de requisição de superligas indispensáveis para suportar altas temperaturas como ocorre nas turbinas de aviões a jato e foguetes, o nióbio adquire máxima importância. Podem ser exemplificados outros empregos do nióbio na vida moderna: produção de aço inoxidável, ligas supercondutoras, cerâmicas eletrônicas, lente para câmeras, indústria naval e fabricação de trens-bala, de armamentos, indústria aeroespacial, de instrumentos cirúrgicos, e óticos de precisão.

O Brasil como único exportador mundial do minério não dá o preço no mercado externo, o preço do metal quase 100% refinado é cotado a 90 dólares o quilo na Bolsa de Metais de Londres, nas jazidas de Catalão e Araxá o nióbio bruto, extraído da mina, custa 228,57 dólares. Algo que deveria servir de alerta aos nossos representantes no governo, que deveriam observar o prejuízo que estamos levando ao deixar que o “mercado”, ou melhor, o interesse estrangeiro regule o valor de um insumo que somente nós possuímos e fornecemos ao mercado mundial, sendo um fator estratégico de grande relevância a ser considerado no cenário político-comercial internacional.

Quero aproveitar e inserir no contexto estratégico do nióbio a importância de se defender a unidade nacional brasileira, que tem sido ameaçada por ONG’s e outras tramóias internacionais com fins de criar “estados indígenas” a fim de explorar nossas matérias primas e riquezas naturais. Isso ficou bem claro quando há poucas semanas postei uma notícia sobre a intenção dos índios de aprovarem junto á Brasília a liberação para que eles explorem os minérios em suas reservas, assim ao meu ponto de vista constituindo um crime de lesa-pátria caso seja aprovada tal sandice.

A questão estratégica na qual vivemos hoje é alarmante, precisamos despertar antes que seja muito tarde para se recuperar o controle de nossas riquezas. Pois o que enfrentamos na verdade trata-se de uma modalidade do que eu classifico como estratégia de dominação moderna. O que seria essa estratégia?

Saindo um pouco do foco deste artigo, mas para que possamos compreender tudo que esta envolvido neste tópico que abordo, como sendo primeiro de uma série, onde pretendo revelar aos meus amigos e leitores a realidade de nosso país, até mais que isso, tenho como ambição abrir os olhos de nosso povo para as mentiras que temos engolido até aqui.

Hoje o Brasil esta tendo uma importante inserção no cenário mundial, despertando a atenção das grandes potências, porém sem que isso abale o modelo servil que temos engolido por décadas, ou melhor, séculos.

A estratégia moderna de dominação a qual citei acima se trata de uma modalidade onde não há qualquer tipo de confronto militar ou político, não existe qualquer forma direta de atrito direto entre o interesse internacional e o nosso país. Devem estar se perguntando como isso se dá, correto? Pois vamos ao ponto.

Para você exercer domínio sobre um grupo, seja ele de que tamanho for, não se faz necessário a imposição por força, ou a demonstração clara de seus interesses, tudo pode ser feito de modo subliminar, sob os narizes dos mais capazes perdigueiros sem que os mesmos percebam.

A estratégia se inicia com o controle do conteúdo das mídias de grande circulação, pessoas de influência social, política e científica. Partindo deste ponto se começa através destes meios a direcionar a cultura pela qual se orienta a sociedade, novos valores são inseridos e outros são eliminados, questões sem relevância alguma são postos como imprescindíveis e questões estratégicas de importância denegridas de maneira que sejam relegados a segundo plano.

Em sua segunda fase, essa estratégia contamina o poder político, onde são cooptados colaboradores internos para defender interesses de seus “líderes”, se criam redes de corrupção no governo e nos órgãos militares, se injetam grandes valores em plantas industriais em território nacional com a falsa propaganda de promoção de desenvolvimento e crescimento nacional. Em paralelo criam e anunciam escândalos políticos, redes de corrupção, redes criminosas dos mais variados tipos, criando assim uma descrença popular nas instituições nacionais e no futuro de nosso país.

Em sua terceira fase se ataca a educação e formação de cidadãos com capacidade de contrapor os ideais corrompidos impostos a sociedade, são impostas novas regras e valores educacionais que limitam o crescimento individual e social do individuo, mantendo uma pequena elite “burra” no poder. Digo burra porque são brasileiros que se prestam em ser laranja e colaboradores do interesse estrangeiro contra a soberania e os valores nacionais, pessoas que não classifico como cidadãos, uma vez que se vendem por dinheiro, egoístas de visão opaca e sem futuro.

Se os amigos e leitores analisarem o exposto acima e refletirem um pouco sobre o que resumi concerteza irão compreender o que digo em minha analise.

Voltando a questão do nióbio, o mesmo é exportado de maneira a iludir nosso povo com um falso resultado, demonstrando um sucesso que não existe, uma vez que o nosso minério é subvalorizado lá fora, gerando ao invés de lucro prejuízo aos cofres brasileiros. Temos em nossas mãos a capacidade de dominar um mercado primordial a indústria moderna e damos de ombros. Com isso temos uma perda de bilhões de dólares anualmente aos cofres nacionais. Dinheiro que poderia ser aplicado em educação, saúde e desenvolvimentos tecnocientíficos.

O que precisamos é abrir os olhos e reivindicar nossos direitos, pois se trata de uma riqueza nossa, estou falando de uma riqueza que pertence não ao minerador, ou à presidente da república, ou ao exportador, mas de uma riqueza que pertence ao povo brasileiro, e que deve ser reivindicada por ele.

Temos que estar atentos as manobras internacionais destinadas a se apoderar de nossas riquezas naturais, principalmente tendo em mente que as mesmas se tornam cada vez mais escassas lá fora, assim atraindo os olhares gananciosos de outras nações que não se farão de rogadas para se apoderar do nosso nióbio e demais tesouros.

Entre os dias 8-10 de Novembro será realizada a Conferência Americas Iron Ore 2011, evento apoiado pelo GeoPolítica Brasil, onde estarei presente realizando a cobertura do mesmo, onde pretendo levantar um questionamento com relação ao Nióbio.

Angelo D. Nicolaci
Editor GeoPolítica Brasil
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7 comentários:

  1. Por que o sr. não cita a nacionalidade da empresa exploradora do nióbio? Para quem não sabe seria uma grata surpresa para mostrar que a direita do Brasil sempre agiu como lesa-pátria e a imprensa não NUNCA publica nada. Pobre BRASIL!

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  2. CAMARADA, primeiramente gostaria de pedir que se identificasse ao comentar, segundo, a empresa que extrai o Nióbio é a CBMM que pertence ao grupo Moreira Salles.

    Quanto a quem esta por trás deste grupo, deixo aos amigos leitores que busquem aprofundar seus conhecimentos sobre este assunto estratégico, afinal temos que denunciar e instigar o interesse de pesquisar sobre as questões de importancia estratégica e partilhar nosso conhecimento a fim de criar uma rede de conhecimento.

    Espero que possa participar mais vezes, e que venha a se identificar em seus proximos comentários.

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  3. Angelo faz tempo que estou p. da vida com esse descaso.

    Olha só esta matéria: http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/09/01/grupo-chines-compra-15-de-produtora-brasileira-de-niobio-925266572.asp

    Dá para acreditar???

    Já que você vai lá, manda essa pra eles:

    Se o nióio é necessário para a produção de turbinas e aparelhos espaciais por que não exportamos o tal do Nioio sob condição de transferência tecnológica nestas áreas?? Nós damos/vendemos a farinha mas terão que repartir o bolo ou nada feito.

    Já enviei alguns e-mail para o governo mas acho que nem leram...

    O que acha da idéia??

    Charles Freitas - Itapema SC
    Parabéns pelo blog!

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  4. Charles, você pensou exatamente como, tal insumo pode nos render a oportunidade de obter vantagens estratégicas, como a aquisição de tecnologias oriundas da aplicação do mesmo. eu pretendo tocar neste ponto durante a conferencia sim.

    Obrigado pela sua dica e continue conosco.

    Abraços.

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  5. Isso é que da deixar um banco agir como mineradora, se bem que desconheço alguma minerado que não pertença a um banco. Eles vão vender tudo!

    Tupi-Guarani

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  6. Gostaria de lembrar aos amigos, que se uns perdem, outros ganham. Naturalmente tem político que mama nesta venda de nióbio, e muito. É claro que é mais facil e barato para os "estrangeiros", pagarem suborne de alguns milhões de dólares, do que pagar o preço correto pelo produto. Alguém ta levando por fora e ficando cada vez mais rico, e quem, logicamente, sai perdendo é o país, mas quem disse que quem ta por traz da maracutaia ta pensando no país? É certo que tem muita gente levando o seu e provavelmente tem político mantendo a coisa como esta, sempre eles, sabem de tudo e as veses fazem de tudo para chegar no poder para abocanhar esta "molesa". É a grande loteria dos canalhas.

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  7. Angelo, parabéns poucos blog's dão a devida importância para esse assunto sobre os minério estratégico para o Brasil, se já sabem da verdade o minério do futuro so tem no Brasil 98%, veja o documentários do Enéas http://www.youtube.com/watch?v=WQhR0Dvtnn8 isso é absurdo um país desses sabendo disso, fica vendendo um minério desse que se somado seus valores atuais passamos das casas dos 14 trilhões de Dolares isso colocaria o Brasil num novo patamar tanto tecnologico como militar é estratégico mais infelismente vivemos no mundo da hipocrísia é da ganância política, pouco importa o estado oque importa é o dinheiro do povo na contas dos politicos, fora as obras super faturadas vou dizer uma coisa, o Brasil não levanta o programa espacial da base de alcântara porque não quer, não faz usinas nucleares porque não quer, nosso programa de satélites não decola porque a culpa é a falta de compromentimento do estado, pessoal capacitado não falta temos engenheiros é matéria prima não falta, um minério que pode salvar nossos país é alvo das cobiças extrangeiras, serve para fazer sino de reator nuclear, turbinas de caças, é aviões em geral, o programa da NASA, depende desse minério é outra segundo o site wikileaks foram divulgados documentos onde os EUA, ve nossos reservas de minérios como matérial estratégico para eles é até mesmo circularam em nossos mapas como se as reservas fossem deles é ae onde nosso políticos ficam nisso assinando documentos duvidosos para entregarmos nossas reservas para os indios é depois da independência para os mesmos fazerem oque quizerem até entregar suas reservas para minéradoras estrangeiras alguma coisa ta errada é devemos alerta a população porque nossos politicos so fazem besteiras, suas leis são dúbias não serve para população não garante o direito do povo so interesses é lucros para as grandes incorporações, o dia que nossos militares com o apoio do povo tiver coragem de colocar esse polítocos na parede é dizer não, as suas leis atagonicas é demagogicas diz que é a favor do povo mais é bem o contrario, tudo é politica teremos que sair desse mau é procuramos nossos caminhos é criarmos verdadeiras leis que esteja de acordo com o estado é seus habitantes assim os cidadões poderam criar um pais melhor é mais justo.

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