terça-feira, 25 de outubro de 2011

Tropas norte-americanas não terão mais imunidade legal. Seguranças privados permanecem.



Soldados norte-americanos devem deixar o país no final de 2011, mas quase 5 mil seguranças privados de diplomatas dos Estados Unidos continuarão em atividade. Violência étnica no país estaria menos intensa.

"Após nove anos, chega ao fim a guerra no Iraque". Com esta frase, dita nesta sexta-feira (21/10) aos repórteres reunidos na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, virou mais uma página na história da política externa norte-americana no Oriente Médio.

A declaração de Obama à imprensa foi feita após conversa com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki. Obama ressaltou que ambos chegaram a um acordo sobre como os dois países irão se relacionar no futuro. A retirada das tropas até o final de 2011 foi definida ainda na administração do antecessor de Obama, George W. Bush, num acordo assinado em 2008.

Ao mesmo tempo, com o fim da guerra, também termina a imunidade legal dos soldados estadunidenses em território iraquiano. A negociação de um prolongamento da atividade militar dos EUA no Iraque falhou.

Nuri al-Maliki já havia declarado que militares norte-americanos poderiam continuar treinando tropas locais, mas não gozariam de imunidade legal. Para os Estados Unidos, porém, a imunidade é uma condição
para continuar operando no país.

"Os EUA estão satisfeitos"

Obama deixou claro que as relações entre os Estados Unidos e o Iraque inauguram agora uma nova fase. "Será um comportamento normal entre Estados soberanos, uma parceria equilibrada, baseada em interesses comuns e respeito mútuo", disse. Ele convidou Al-Maliki para uma visita à Casa Branca em dezembro.

Obama espera discutir com o primeiro-ministro iraquiano uma forma de os Estados Unidos continuarem apoiando a formação técnica das forças de segurança do país do Golfo Pérsico, "como já é feito com outros países".

O representante da Casa Branca no Conselho Nacional de Segurança, Denis McDonough, classificou a guerra no Iraque como bem sucedida. Para ele, a estratégia de treinar as forças de segurança iraquianas funcionou. "Vários relatórios sobre as forças de segurança do país deixam claro que estes jovens estão prontos e qualificados. Estes jovens foram testados em várias situações de ameaça que eles deverão enfrentar mais adiante", disse McDonough.

Ele afirma que Washington ficou satisfeito, mas continuaria com o treinamento dos soldados iraquianos para adaptação ao sistema de armas vendidos pelos EUA ao Iraque. De 4 mil a 5 mil agentes privados foram contratados e deverão continuar provendo segurança aos diplomatas, embaixada e consulados estadunidenses em território iraquiano.

Promessa de campanha

Sobre a segurança no país, Tony Blinken, consultor de segurança nacional do vice-presidente norte-americano, Joe Biden, considerou que a democracia começou a ser estabelecida nos últimos dois ou três anos. "Cada vez mais, os iraquianos estão descobrindo como resolver suas diferenças através de processos políticos".

Os números também indicariam que houve redução nos confrontos envolvendo grupos étnicos. Nos anos de 2007-2008 "havia cerca de 1,5 mil incidentes toda semana; agora este número caiu para 100" apontou Blinken.

Com o retorno dos 40 mil soldados que restam no Iraque, Obama vai cumprir uma de suas promessas de campanha. A guerra iniciada no dia 30 de março de 2003 mobilizou de mais de 1 milhão de soldados norte-americanos, dos quais cerca de 4,4 mil morreram em território iraquiano. O empreendimento militar custou, segundo relatórios, mais de 719 bilhões de euros.

Fonte: Deutsche Welle
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