domingo, 23 de outubro de 2016

Tropas iraquianas lutam contra os extremistas em Mossul e Kirkuk

As forças iraquianas enfrentavam neste domingo os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), em meio a emboscadas, franco-atiradores e carros-bomba que tentam impedir o cerco a Mossul e a outras regiões do país.
As forças curdas anunciaram uma nova ofensiva em Bashiqa, ao nordeste de Mossul, onde quase 10.000 combatentes participam na ofensiva da cidade, que permanece sob controle do EI.
A operação coincidiu com a visita do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, à região autônoma do Curdistão iraquiano para apoiar esta ofensiva, que a coalizão liderada por Washington respalda com apoio aéreo e terrestre.
Iniciada na segunda-feira, a ofensiva pretende recuperar a última grande cidade e reduto simbólico iraquiano sob controle do EI, um novo golpe para o autodeclarado "califado" dos extremistas na Síria e no Iraque.
O EI respondeu na sexta-feira com um ataque surpreendente à cidade de Kirkuk, controlada pelos curdos, e dois dias depois as forças iraquianas ainda enfrentam os combatentes envolvidos no ataque.
Dezenas de criminosos, incluindo vários homens-bomba, não conseguiram controlar os prédios mais importantes do governo, mas espalharam o caos em Kirkuk, uma cidade multiétnica e rica em petróleo.
Ao menos 51 extremistas foram mortos, incluindo três neste domingo, de acordo com fontes oficiais.
Os confrontos esporádicos prosseguiam neste domingo, ao mesmo tempo que as forças iraquianas cercavam os jihadistas no distrito de Nidaa, em Kirkuk.
Quarenta e seis pessoas, a maioria integrantes das forças de segurança, morreram no ataque de sexta-feira.
Em outra frente de batalha, unidades de elite tentavam retomar o controle de Qaraqosh, ao leste de Mossul, que era a principal cidade cristã do Iraque.
Ao mesmo tempo, o EI também atacou Rutba, um vilarejo remoto próximo da fronteira com a Jordânia, na província de Anbar (oeste) com cinco carros-bomba.
Os extremistas assumiram o controle do gabinete do prefeito por alguns minutos, mas as forças oficiais conseguiram recuperar o local.
Resistência feroz do EI
O ataque espetacular a Kirkuk, um tipo de ação que, segundo analistas, pode ser repetida à medida que o EI perde terreno, desviou temporariamente a atenção de Mossul.
Mas nada parece indicar que o ataque tenha provocado algum impacto na ofensiva para recuperar a cidade, a maior operação do exército iraquiano em anos.
Em sua viagem ao Iraque, Carter se reuniu com o primeiro-ministro Haider Al-Abadi e com o líder curdo Masud Barzani.
O general americano Stephen Townsend, comandante da coalizão, afirmou no sábado que os extremistas oferecem uma resistência feroz.
"É bastante significativo, estamos assistindo a fogo inimigo indireto, com múltiplos artefatos explosivos improvisados, múltiplos objetos explosivos improvisados colocados em veículos a cada dia, inclusive alguns mísseis teleguiados antitanque", afirmou em Bagdá.
O exército americano acredita que o EI tem entre 3.000 e 5.000 combatentes dentro de Mossul e entre 1.000 e 2.000 nos arredores.
Para alguns analistas, a incursão em Mossul, que ainda pode durar um mês, poderia marcar o início de uma fase de duras batalhas nas ruas com o EI.
No total, 1,2 milhão de pessoas vivem na cidade, controlada pelo EI há dois anos. Milhares de civis fugiram para acampamentos ao sul de Mossul desde então.
"Mais de 5.000 pessoas são consideradas deslocadas e precisam de ajuda humanitária", afirmou a ONU neste domingo.
A operação pode resultar em até um milhão de deslocados, o que provocaria uma situação de emergência humanitária sem precedentes, em um país no qual mais de três milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas nos últimos dois anos.

Fonte: AFP
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