terça-feira, 15 de junho de 2010

Coreia do Norte ameaça reagir militarmente a eventual condenação pela ONU


O embaixador da Coreia do Norte na ONU, Sin Son Ho, advertiu nesta terça-feira que seu país reagirá militarmente caso o Conselho de Segurança condene Pyongyang pelo naufrágio da corveta sul-coreana Cheonan.

"Não queremos que o Conselho de Segurança tome medidas para nos provocar", disse o embaixador norte-coreano à imprensa. Eventuais ações do grupo de 15 membros da ONU contra a Coreia do Norte serão "acompanhadas de medidas por parte de nossas forças militares", advertiu o diplomata.

Os Estados Unidos não demoraram a reagir. O porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowly, disse que essa ameaça "soa como o comportamento provocativo que caracterizou a Coreia do Norte desde o início de 2009".

A tensão na península da Coreia elevou-se depois que uma investigação internacional chegou à conclusão de que um submarino norte-coreano lançou um torpedo no último 26 de março contra a corveta sul-coreana de 1.200 toneladas Cheonan no Mar Amarelo.

Pyongyang desmentiu ter qualquer responsabilidade no incidente - que deixou 46 marinheiros mortos -, um dos mais graves entre ambos os países desde o armistício da Guerra da Coreia (1950-1953). As duas nações nunca chegaram a assinar o tratado de paz.

A cúpula do Exército Popular norte-coreano afirmou no sábado passado que atacaria a rede de alto-falantes colocados por Seul na fronteira para fazer propaganda.

Um enviado sul-coreano pediu na segunda-feira ao Conselho de Segurança tomar atitudes contra a Coreia do Norte, depois de fornecer provas sobre o incidente.

"Identificamos o torpedo como um modelo CHT02D norte-coreano, com base nos fragmentos recuperados, inclusive elementos de propulsão", disse Yoon Duk0yong, cientista do Instituto de Ciências e Tecnologia Avançada da Coreia do Sul.

O Conselho de Segurança chamou as duas Coreias a "se abster de qualquer atitude que possa aumentar a tensão na região" e a preservar a paz e a estabilidade da península.

O embaixador norte-coreano colocou em dúvida a versão de Seul, e afirmou que esta dava margem a "tantas dúvidas que o enigma e mistério desse incidente já tinha se espalhado pelo mundo, inclusive Coreia do Sul e Estados Unidos".

"Precisamos enviar nosso próprio grupo de investigação ao local do naufrágio", disse Sin Son Ho, acusando os Estados Unidos de fomentar a tensão na região.

"Se o Conselho de Segurança debate este caso apenas com o resultado unilateral da investigação do Sul, e sem verificação da RPDK (Coreia do Norte), a vítima, significa que o Conselho de Segurança toma partido", completou.

Sin afirmou que no dia do naufrágio foram realizados exercícios conjuntos "Foal Eagle" entre Estados Unidos e Coreia do Sul, nos quais foram mobilizadas artilharias antisubmarinas e antiaéreas.

"Em meio a essas condições, é duvidoso que um pequeno submarino norte-coreano tenha atacado a corveta Cheonan, que possuía artilharia antisubmarina", afirmou o diplomata norte-coreano.

"Também é inconcebível que os buques de guerra americano e sul-coreanos, equipados com o que há de mais moderno, tenham falhado em detectar o submarino", disse Sin, completando que Washington se beneficiou do incidente.

Os Estados Unidos "aumentaram a ideia de ameaça da Coreia do Norte" para forçar o Partido Democrático, governista no Japão, a abandonar seus planos de tirar a base de Okinawa dos americanos, disse.

Fonte: AFP
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