domingo, 27 de junho de 2010

Presidente sírio inicia na Venezuela giro inédito pela América Latina


O presidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu este sábado, em Caracas, o colega sírio, Bachar Al Assad, ressaltando que sua visita "histórica" servirá para dar um impulso ao "projeto estratégico de cooperação entre Caracas e Damasco", na primeira escala de um giro latino-americano que levará o chefe de Estado árabe a Brasil, Cuba e Argentina.

Al Assad, que elegeu Caracas como a primeira etapa de um giro inédito pela América Latina, foi recebido com um caloroso aperto de mãos por Chávez, às portas do palácio presidencial de Miraflores, onde recebeu honras militares.

O presidente anfitrião destacou que esta foi a primeira vez que um chefe de Estado sírio viaja à Venezuela, algo que enche de "alegria" e "honra" o país sul-americano.

"Pela primeira vez, o presidente sírio cruza o Atlântico e escolheu que seu primeiro destino fosse Caracas, o berço de (Simón) Bolívar, da revolução sul-americana, da aliança bolivariana", disse Chávez.

"Estou muito feliz em cruzar o Atlântico, começar minha visita aqui, visitar este país belo e resistente e me encontrar com o generoso povo venezuelano", respondeu Al Assad.

Chávez considerou que a visita do líder sírio era "a continuação de um projeto estratégico de cooperação, de construção do eixo entre Caracas e Damasco".

"Somos chamados a cumprir um papel fundamental na libertação do mundo contra o imperialismo, contra a hegemonia capitalista e neoliberal que ameaça hoje a sobrevivência da espécie humana", insistiu o presidente venezuelano.

"A Síria se apresenta ao mundo como um povo digno que segue levantando a bandeira do socialismo árabe, do qual seu pai foi um dos grandes líderes", acrescentou Chávez, em alusão a Hafez al Assad, falecido em 2000.

O presidente sírio, por sua vez, assegurou que a relação entre Caracas e Damasco se fortaleceu com a chegada de Chávez ao poder.

"Há poucos políticos que são valentes para dizer não quando é necessário. Chávez revelou a imagem da Venezuela resistente e a situou no cenário internacional. Ele esteve ao lado das causas justas, seja na América Latina, na nossa região ou no mundo inteiro", elogiou.

O presidente sírio iniciou na tarde deste sábado visita oficial a Caracas, na primeira escala de um giro pela América Latina que o levará ainda a Brasil, Cuba e Argentina.

Ele foi recebido com honras no aeroporto internacional de Caracas pelo vice-presidente, Elías Jaua, enquanto Chávez participava da cúpula da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba).

Antes do encontro com Chávez, Al Assad depositou flores no túmulo do Libertador Simón Bolívar, ao lado do vice Elías Jaua, do chanceler, Nicolás Maduro, e do titular de Interior e Justiça, Tarek El Aissami.

Al Assad recebeu, ainda, as chaves da cidade, honraria reservada a visitantes ilustres da capital.

O principal objetivo desta viagem é "reforçar os vínculos econômicos" com os países da América Latina e aproximar-se "dos imigrantes de origem síria", que no caso da Venezuela, chegam a 700.000.

Espera-se que Chávez e Al Assad, que já se reuniram em duas ocasiões em Damasco, assinem vários acordos principalmente nos setores energético e alimentício.

Entre os dois países já existe um projeto conjunto de construção de uma refinaria na região síria de Homs, com capacidade para processar 140.000 barris de petróleo diários.

A Venezuela é membro da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep). Embora seja produtor de petróleo, a Síria não faz parte do cartel.

A última vez que Chávez e Assad se reuniram foi em setembro de 2009, em Damasco. Chávez há tinha visitado a Síria em 2006.

Segundo a agência oficial síria Sana, "as relações bilaterais e os acontecimentos no Oriente Médio e na América Latina" estarão no centro das discussões desta visita que continuará em Cuba, onde Assad será recebido pelo presidente Raúl Castro.

Os dois países integram uma "lista negra" de países "que apoiam o terrorismo", segundo o Departamento de Estado americano.

Depois de Cuba, Assad viajará para o Brasil e à Argentina, onde há uma importante colônia síria.

O presidente sírio encerrará seu giro regional na Argentina, em 3 de julho. Em sua agenda no país estão previstas uma reunião com a presidente, Cristina Kirchner, e ao Parlamento.

Fonte:AFP
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