O Egito afirmou neste domingo que é preciso mais trabalho para preencher o vão entre as exigências palestinas e de Israel antes de avançar para um diálogo direto de paz.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, se reuniram separadamente com o presidente egípcio, Hosni Mubarak, no Cairo.
Nenhum deles falou com a imprensa. Mas o chanceler egípcio, Ahmed Aboul Gheit, disse a repórteres que ainda falta a base para avançar das conversas de proximidade, realizadas há dois meses sob mediação dos EUA, para um diálogo direto. Nos planos de Washington, uma reunião entre o alto escalão palestino e israelense aconteceria já em setembro deste ano.
O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, assegurou neste domingo que os palestinos não podem começar negociações indiretas ou diretas com Israel sem garantias por escrito, depois de se reunir com o emissário americano para o Oriente Médio, George Mitchell, no Cairo.
"Não podemos passar automaticamente de um tipo de negociação para outro sem garantias por escrito", declarou Musa, cuja organização apoiou as negociações indiretas entre palestinos e Israel em maio.
Na véspera, Abbas afirmou que Israel precisa concordar com a ideia de uma terceira parte garantir a segurança do futuro Estado palestino e com uma troca justa pelas terras tomadas por assentamentos judaicos na Cisjordânia antes do diálogo de paz.
Em visita à Casa Branca na semana passada, Netanyahu disse estar disposto a tomar passos concretos e seguir com o plano mediado pelos EUA de iniciar diálogo direto em setembro próximo. Ele não afirmou, contudo, quais seriam os requisitos israelenses, ou, ainda mais importante, o que Israel estaria disposto a ceder pelo diálogo.
Os palestinos querem estabelecer seu Estado na Cisjordânia e na faixa de Gaza, com Jerusalém Ocidental como capital, pedido rejeitado por Israel, que considera toda Jerusalém sua eterna capital.
Fonte: Folha
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