sábado, 31 de julho de 2010

Caças canadenses interceptam bombardeiros russos


Dois bombardeiros russos foram interceptados na quarta-feira passada por caças canadenses quando se aproximavam do espaço aéreo do Canadá na zona do Ártico, informou nesta sexta-feira o Ministério da Defesa em Ottawa.

"Os dois bombardeiros russos TU-95 voltaram à sua base em problemas após o incidente", disse à AFP o porta-voz do ministério canadense da Defesa, Jay Paxton.

"Eles estavam a 250 milhas náuticas de Goose Bay, na província de Terra Nova, na zona de interesse canadense".

Desde 2007, vários incidentes deste tipo já ocorreram no espaço aéreo canadense, lembrou Paxton.


Conhecendo um pouco mais


O Tupolev Tu-95 "BEAR" foi talvez o bombardeiro mais bem sucedido já produzido pela industria aeronáutica soviética, e ainda hoje impressiona por ser o mais rápido avião movido a hélice que já alçou os céus, graças as suas características aerodinâmicas avançadas com suas asas enflechadas e aos poderosos motores de contra-rotação.

O TU-95 nasceu na década de 50 como um bombardeiro intercontinental, posterior ao TU-4 de médio alcance. Vale lembrar que o seu desenvovimento se deu no calor da "Guerra-Fria", onde a União Soviética e os EUA travavam uma batalha ideológica,tecnológica e dissuassória, neste periodo tão conturbado da história a busca pelo dominio tecnológico era sem precedentes em nossa história. Neste cenário nasceu o TU-95, equipado com quatro propulsores que forneceriam uma autonomia de mais de 13.000 quilômetros e velocidades de mais de 800 km/h (0.65 Mach) a uma altitude de até 10.000 metros. Batizado pela OTAN com o código "BEAR".

O projeto das asas se valeu de toda a experiência da Tupolev e do instituto central de aerodinâmica (TSAGI) adquiridas durante o projeto e desenvolvimento das asas do TU-16. As asas do Tu-95 foram envergadas para trás em um ângulo de 35 graus, permitindo a colocação de uma grande quantidade da bombas atrás da caixa da torsão da unidade central das asas no centro de gravidade da aeronave.

As maiores dificuldades encontradas no projeto do Tu-95 foram os motores. Após exaustivos estudos de combinações e versões diferentes do motor, o projeto final do avião incorporou quatro motores turbo-propulsores com uma pressão de aproximadamente 10,000-shp. Nos anos 1940, o motor turbo-propulsor mais potente já fabricado era o protótipo BK-2 que geravam significativos 4800-shp de pressão. Após a análise do projeto da Tupolev, em 11 de julho de 1951 o governo aprovou oficialmente o desenvolvimento do avião Tu-95: Duas versões foram construídas, uma com os oito motores TV-2F, e uma segunda versão com os quatro motores TV-12.

A principal função deste bombardeiro era patrulhar o oceano pacífico proximo ao alasca, e a costa dos EUA, coletando informações e sendo uma presença incomoda aos EUA, tendo por vezes ocorrido incidentes que quase levaram o mundo a uma guerra nuclear.

Suas versões de coleta de dados era muito usada para monitorar a atividade naval americana. Mas com o fim da URSS, o TU-95 sumiu praticamente dos céus e abandonou suas patrulhas. Mas depois de anos sem efetuar suas habituais incurssões o velho urso russo esta devolta aos céus, novamente dando trabalho as patrulhas aéreas do Canadá e EUA.


Fonte: AFP / GeoPolítica Brasil
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